Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

O domingo amanheceu ensolarado demais para meu humor. Levantei calmamente da cama, percebendo o quão cedo ainda era. Mal tinham passado das seis da manhã e eu nunca tinha acordado tão cedo em um fim de semana. Annie ainda estava morgada ao meu lado, tinha acordado as onze e meia da noite para colocar um pouco de comida no estômago, vestir um pijama e voltou a apagar em minha cama. Eu revirei sobre os lençois uma boa parte da noite, com diversos pensamentos misturados na cabeça, até afundar num superficial sono.

Mais uma vez não quis acordá-la e ao ouvir baixos sons na cozinha, fui até lá, encontrando com mamãe.

- Bom dia, mãe. – Suspirei, esticando os braços no alto, ela virou-se pra trás e sorriu pra mim.

- Caiu da cama? – Perguntou mamãe, beijando minha testa.

- Eu e Annie dormimos a tarde toda ontem. – Dei um sorrinho de leve. – Henry não dormiu em casa?

- E você por acaso esqueceu como seu irmão e aquela menina são? – Mamãe entortou os lábios, referindo-se a Gabriele. Até ela sabia do fogo daqueles dois.

- Claro, o orgulho dessa casa sou eu. – Dei de ombros, convencida e mamãe riu, era tão bom arrancar um sorriso sincero dela. Logo depois, dona Blanca despediu-se, colocando a bolsa sobre o ombro e indo para mais uma de suas faxinas. Suspirei, lembrando de como mamãe era na época em que meu pai era vivo. Tão bonitona, sempre arrumada, sorridente. Ele não deixava que ela fosse escravizada, detestava que ela ficasse cansada devido ao trabalho.

Voltei para meu quarto e fui direto para o banheiro, entrando num longo banho matinal. Vesti uma saia jeans, uma polo feminina rosa e um Vans da mesma cor. Annie acordou enquanto eu prendia o cabelo num rabo de cavalo, me olhando no espelho.

- Vai sair? – Perguntou, enquanto eu passava um gloss melado na boca.

- Vou no Luca buscar minhas roupas. – Sussurrei, ela assentiu, bocejando. – Fique a vontade. – Dei um beijo no rosto dela, que riu suavemente.

- Sou mais da casa do que você. – Brincou Annie enquanto eu revirava os olhos, colocando o óculos escuros no rosto e o celular no bolso de trás.

Nem precisava mais de autorização para subir até o andar de Luca. O porteiro do condomínio dele pensava que éramos namorados e meu melhor amigo fazia questão de fingir isso sempre que passávamos pelo senhor simpático.

Toquei a campainha insistentemente e demoraram quase dez minutos até que a chave fosse girada do lado de dentro da casa.

- Eu sabia que era você. – Resmungou, abrindo a porta pra mim com uma bermuda de dormir, coçando os olhos. – Só você tem a audácia de me acordar a essa hora da madrugada, morango. – Luca deu um passo pro lado, dando espaço para que eu passasse.

- Vim buscar minhas coisas. E... – Sentei no sofá, enquanto ele trancava novamente a porta. – Preciso de uns conselhos.

- Quer um bom conselho? Vá dormir. – Murmurou e eu ri de sua careta. – Quer um ótimo conselho? Não acorde ninguém antes de dez da manhã. Sabe que horas fui dormir ontem? Quatro e meia. – Suspirou, respondendo sua própria pergunta. – Incrível como Dan Brown consegue me manter acordado. – Disse, referindo-se a seu autor preferido.

- Cala essa boca e me escuta. – Uni as mãos e ele sentou na mesa da sala, de frente pra mim.

- Não me diga que essa história tua com o “bad boy” já deu ruim? – Ele fez aspas com os dedos, rindo, mas ao ver minha expressão, seu sorriso sumiu. – Eita. – Sussurrou.

Contei tudo para meu melhor amigo. Bom, quase tudo. É claro que eu omiti a manhã de sábado onde eu tinha me entregado para Ucker, porque morreria de vergonha ao contar isso, até mesmo para meu melhor amigo. Mesmo que Luca vivesse me contando sobre suas experiências sexuais, eu nunca teria coragem de dizer isso.

- Olha, morango. – Ele suspirou ao ouvir tudo. – Eu não disse antes porque não gosto de ser estraga-prazeres, mas isso não vai dar certo nem em Plutão. E olha que Plutão nem é mais considerado um planeta.

Fiz um biquinho e suspirei.

- Vocês são tão opostos quanto os lados contrários de uma pilha. E tudo bem, eu sei que é clichê dizer que os opostos se atraem, mas eu não tenho certeza se ele é um cara bom. E eu acho que você merece um cara bom, morango. Um cara bem melhor do que ele.

Abaixei o olhar e ele sentou-se ao meu lado no sofá, beijando minha testa.

 - Se afasta dele. – Luca alertou e eu assenti com a cabeça, aconchegando minha cabeça na volta de seu pescoço. Quando meu celular apitou no bolso, vi o nome de Ucker estampado como contato da mensagem que havia acabado de chegar. Antes que eu lesse, Luca tomou meu celular e apagou a mensagem sem nem abrí-la. – Esquece, morango. – Disse, por fim, ao me encarar, sério.