Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Beijos a força sempre tinham um gosto bom pra cacete. Ainda mais quando a pessoa começa a se render a medida que vocês vão se beijando, e vai se entregando a cada segundo, cada vez mais maleável. As mãos dela já estavam enfraquecidas e não tentavam mais lutar, apenas puxar meu corpo mais pra si, fazendo um contato íntimo rolar entre nós dois. Enquanto nossas línguas brincavam, eu podia sentir o gosto doce, parecido com uma daquelas balas carameladas, que a boca de Dulce tinha. E acredite, aquele gosto dava mais vontade de ficar ali pelo resto do dia.

- Ucker, eu... – Gaguejou Dul, assim que nos afastamos ofegantes.

- Shii. – Pedi, colocando 0 dedo indicador em sua boca. Assim que ela calou-se, olhando profundamente em meus olhos, escorreguei o polegar em sua bochecha, acariciando e sentindo a maciez de sua face corada.

- Isso é covardia. – Ela choramingou, fazendo um biquinho ao olhar para meus lábios.

- Covardia é tentar fugir dos próprios sentimentos. – Eu sussurrei, encostando o nariz no dela, fazendo a ruiva fechar os olhos e suspirar. – Porque não venha me dizer que não sente absolutamente nada por mim, porque seria mentira das grandes. – Sorri de lado, convencido e ela riu. – É sério, Dul. Não quero me afastar de você. Eu queria muito respeitar o seu pedido, Deus sabe como eu tentei esses dias... Po/rra, eu juro que tentei. Mas sonhei com você quase todas as noites esta semana. E isso não é normal, pelo menos não pra mim. – Suspirei, fechando os olhos e mantive minha testa encostada na dela.

Porém, enquanto eu esperava que ela reagisse da mesma forma que eu, suas mãos tocaram meu peito e dessa vez me empurraram com leveza. Entendendo o recado, dei um passo repreensivo pra trás, olhando para Dul.

- Não me diz mais essas coisas, eu tenho medo de me apaixonar. – Ela estendeu seus belos olhos castanhos pra mim. – Eu tenho medo de acreditar, não diz mais nada. Apenas... – Dul cruzou os  braços de uma maneira tão defensiva. – Me deixa em paz.

Depois disso, ela colocou uma mecha atrás da orelha e abaixou o rosto, passando ao meu lado e indo embora. Eu não ia impedí-la, mesmo querendo, não ia obrigar ninguém a ficar comigo por pena ou algo do tipo. Esse tipo de coisa não se implora, não se pede migalha. Já tinha feito muito ao dizer aquilo, porque palavras daquele tipo nunca tinham saído da minha boca, a não ser no tom debochado que quase nunca me abandonava.

- Ei, vem ajudar a gente a escolher os energéticos, a Babi acha Red Bull azedo, e o Chris considera o Monster o típico... – Ouvi a voz do Poncho atrás de mim, porém ao perceber minha paralisia, calou-se. – Ei, o que houve aqui? – Perguntou, olhando para as três garrafinhas estouradas no chão. – Crianças, aposto. Pestinhas sem educação.

- Pois é. – Assenti, virando-me pra ele com um sorriso forçado.

- Que foi? – Perguntou, erguendo a sobrancelha, era tão difícil enganar meus melhores amigos. – Que cara é essa?

- A minha, essa cara perfeita que Deus me deu. – Brinquei rindo, porém ele revirou os olhos, descrente de minha tentativa de mudar de assunto. – E a única que eu tenho.

- Infelizmente. – Brincou Poncho, rindo.

Passei por cima do líquido no chão e peguei o carrinho de compras, voltando a guiá-lo na direção em que estava antes de ver aquela maravilha de mulher decidindo entre iogurtes com a bun/da empinada pra trás.

Ela estava com medo de se apaixonar. Não queria se apaixonar por mim, não queria. Mas eu entendia perfeitamente sua repulsa por algum sentimento mais forte que viesse a sentir por mim. Quem ia querer se apaixonar por um completo vagabundo, errado do boné de aba reta na cabeça até o skate pixado no pé?

Ainda mais Dulce: ruiva, perfeita, corpo escultural, simpática, inteligente, gostosa pra caramba... Ela podia ter o homem que quisesse, porque ia querer um moleque em corpo de homem? E ela devia ser cercada de caras direitinhos na faculdade, que podiam lhe oferecer uma coisa que eu não podia no momento: um futuro. Eu era um mané perto dos riquinhos amigos dela.

Verdade seja dita e aceita: Dul não desejava se apaixonar por esse vagabundo, isso cairia como um fardo em sua vida. Mas pra mim, já era tarde demais. Eu já estava apaixonado por ela, cara/lho! Não tinha volta.

Hum... Falo nada ;)