Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Noites de sexta-feira eram sempre assim. Uma tentando arrastar a outra pra fora de casa e por fim, conseguindo. Mas daquela vez, eu não ia por o pé fora de casa de jeito nenhum.

- Por favor, minha doce Dulce! – Annie uniu suas pequenas mãos, usando daquela redundância. – Vamos comigo, por favor.

- Já disse que não. – Rebati, mudando de canal completamente indiferente. Eu estava tentando evitar ao máximo aquele assunto desde que chegara do mercado.

- Eu não mereço ir sozinha. Eu tenho uma melhor amiga! – Ela sentou-se ao meu lado, fazendo um bico enorme.

- Annie, não venha com suas chantagens emocionais, por favor. – Parei no canal de notícias, sem sequer prestar atenção, apenas pra fingir seriedade.

- Eu já peguei o metrô por você. Já saí do bairro, da cidade por você. – O bico da loira só foi aumentando. – E só estou apenas lhe pedindo que vá na rua de trás comigo.

- Na casa do Ucker, Annie. – Completei, rolando os olhos. – Na festa dele.

- É só uma social, não chega a ser uma festa. – Tentou minha amiga, me fazendo bufar.

- Isso é o que você pensa.

- Foi o que o Poncho disse. – Annie lembrou-me. – Dul, já são quase onze horas, nem vamos ficar muito tempo lá, já começou faz tempo. É só dar uma passada, só pra dar tempo de eu beber uma cerveja, fumar um cigarro e dar uns beijos naquela boca daquele filho da pu/ta gostoso do Poncho!

Tive que gargalhar, porém ainda não tinha aceitado.

- Não quer que eu tenha um relacionamento com Alfonso? – Anahí perguntou, erguendo suas delicadas sobrancelhas.

- Você só quer transar com ele. – Eu rebati, rindo.

- Tudo bem, reformulando: não quer que eu tenha um relacionamento carnal com Alfonso? – Ela sorriu, mordendo o lábio. – Por favor, você deu semana passada, eu não sei o que é sexo há quase três semanas!

- Será que você não quer colocar isso num outdoor pra ficar mais fácil? – Apertei a mão sobre sua boca. – O Henry está em casa, não vai me deixar sair de qualquer jeito.

- Ele está lá em cima com a Gabriele, não escuta nada além dos gemidos dela. – Annie revirou os olhos, avaliando as longas unhas pintadas de preto. – E sua mãe tá dormindo na casa da sua avó, não me venha com esse tipo de desculpa.

- Annie, será que você não entende que eu estou tentando me afastar do Ucker? – Cruzei as pernas no sofá, encarando-a com seriedade. – E você quer me levar pra uma festa na casa dele? Que tipo de amiga você é?

- Do tipo que quer que você aproveite as coisas boas da vida e eu tenho que te dizer: Christopher Uckermann é uma coisa muito boa. – Ela sorriu maldosamente. – É a última vez que te peço, eu juro.

- Sabe quantas vezes eu ouvi isso na minha vida? – Eu disse, franzindo a testa. – E sabe quantas vezes foi a última?

- Mas dessa vez é sério. – Ela uniu as mãos novamente. – A hora que você quiser ir embora, nós vamos! Mas, por favor...

Bufei, revirando os olhos, desistindo por vez de lutar contra Annie. Ela não ia desistir e das duas opções, uma: ou ela ia ficar a noite toda naquela lamentação, ou ia botar um bico enorme na cara que demoraria dias pra desmanchar. Eu já tinha passado pelas duas situações várias vezes e não estava com vontade de saber o que era isso novamente.

Quando vi, já estava passando a prancha pelos fios em frente ao espelho, a fim de alisar o cabelo vermelho. Quando terminei o processo, os mesmos caíam até a cintura de forma alinhada e eu sorria satisfeita. Deslizei um tubinho preto pelo corpo, porque toda mulher precisa de um pretinho básico em sua vida para ser feliz. Enquanto calçava o scarpin azul royal para quebrar o preto no look, vi Annie aparecer com uma saia branca, sandalías de tira fina e um body rosa choque colado ao corpo. Quando ela deu uma voltinha, pude ver o incrível babado que se enterrava, deixando todas as costas nuas.

- Que sexy. – Elogiei, colocando uma mecha atrás da orelha. – E isso porque era só uma social.

- Vou ser a garota mais gostosa de lá. – Ela sorriu e mandou um beijinho. – Depois de você, claro. – Completou ao me ver levantar.

- Não acredito que você vai me obrigar a fazer isso. – Peguei a bolsa em cima da cama, revirando os olhos.

- Quem não é vista não é lembrada, gata. – Annie passou o braço pelo meu enquanto saímos do quarto, apagando a luz e rindo.