Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Virei o corpo lentamente para me deparar com Henry me encarando, os braços cruzados sobre o peito largo, enquanto o mesmo fazia um barulho alto ao inalar e exalar o ar pelas narinas. Estava tão irritado que eu podia ver as veias pulsantes em seu pescoço, assim como sua pele clara ficando a cada segundo mais avermelhada.

- Quer me explicar por que a mocinha não dormiu em casa? – Meu irmão me encarou de cima a baixo. – Por que veste as roupas da Annie?

- Eu dormi lá. – Revirei os olhos. – Não fale comigo como se eu tivesse oito anos, maninho. – Virei-me de costas, tomando novamente o rumo para meu quarto.

- Ei, ei. – Henry protestou e eu virei-me novamente. – Não acabei de falar com você. Dulce, é a segunda sexta que dorme fora... Mamãe não está em casa, mas eu sou responsável por você.

- Henry, pelo amor de Deus. Tenho dezoito anos.

- E age como se tivesse doze. – Acrescentou, se aproximando de mim. – Será que não consegue perceber que isso não vai te levar a lugar nenhum? Se envolvendo com os drogados daqui do bairro?

- Cala a boca, Henry! – Alterei a voz, jogando as coisas que estavam em minhas mãos em cima dele. Meu irmão cobriu-se com os braços, então vi meu celular, meu par de sapatos, minha bolsa e a caixa de comprimidos no chão.

Porém, ele também tinha visto. Nossos olhos estavam presos juntamente na mesma caixinha branca.

- O que é isso? – Henry foi mais rápido que eu, pegando a caixa nas mãos. Fiquei completamente paralisada ao ver os olhos dele se arregalarem, enquanto o mesmo parecia engasgar. – PU/TA QUE PA/RIU! NÃO TÔ ACREDITANDO NISSO!

Meu coração parecia que ia saltar do peito, sair pela boca, tudo em mim latejava de nervoso.

- MINHA MENININHA! – Gritou Henry e vi seus olhos encherem-se de lágrimas enquanto o mesmo parecia queimar de raiva. Ele começou a andar de um lado pro outro, apertando a caixa nas mãos. – NÃO ACREDITO QUE VOCÊ SE ENTREGOU PARA UM VAGABUNDO! QUE UM MACONHEIRO TRANSOU COM A MINHA MENININHA!

- Henry, calma, por favor. – Sussurrei, tentando me aproximar e me assustei quando de repente, ele virou-se de costas para mim, tomando o caminho até a porta de sala. Meu irmão abriu a porta bruscamente e saiu sem nem fechar. Meu coração pulou mais ainda.

- Aonde você vai? – Perguntei, seguindo-o, ele abriu o portão de nossa casa e o bateu, a grade toda tremeu com o choque. O segui pela rua, deixando nossa casa aberta pra trás. – Henry, aonde você vai?

- Eu vou matar aquele desgraçado do Uckermann! VOU MATAR ELE! – Ele andava a passos rápidos enquanto subia a nossa rua, as pessoas nos olhavam assustadas, afinal, eu e meu irmão nunca estávamos metidos em escândalos.

- Para, vamos conversar! – Pedi, tendo que correr para alcançá-lo. Porém, ele parecia não me ouvir, rosnando de raiva.

Quando viramos a esquina da rua de Ucker, senti que estava próxima de um desmaio. A rua dele estava cheia, haviam dois gols improvisados no asfalto, onde um grupo de homens jogava futebol de rua animadamente. Minhas pernas tremeram ao perceber que Ucker estava no meio do grupo, parecia liderá-lo na verdade, mantendo a bola de futebol embaixo dos pés enquanto sorria deliberadamente ao driblar os outros caras. Christian e Alfonso também estavam lá, junto com outros caras que eu julgava serem o resto da gangue.

- UCKERMANN! – Henry gritou e eu parei atrás dele ofegante, segurando em seu braço. Todos pararam de jogar para nos encarar, enquanto Ucker virou-se para Henry e se aproximou, olhando estreitamente para mim. Ele estava só de bermuda branca e descalço, todo suado.

- O que tá acontecendo? – Perguntou ele, diante da fúria de meu irmão.

- Você é um FILHO DA PU/TA! – Henry apontou na direção do peito de Ucker e o mesmo uniu as sobrancelhas. Todo mundo da gangue reagiu e alguns caras fizeram menção de voar em cima do meu irmão, porém Ucker estendeu os braços para os outros, que estavam atrás dele.

- Ei, ei. Ninguém se mexe. – Murmurou sem olhar para seus amigos de gangue. – Ninguém encosta nele, valeu? Eu resolvo isso.

- Henry, por favor, vamos pra casa. – Gemi, puxando seu braço em vão. Senti o olhar curioso de Ucker sobre mim.

- Não, Dulce! – Meu irmão puxou o braço. – Você acha que pode se aproveitar da minha irmã assim? – Acusou, agora olhando para Ucker. – Que ela é como suas vagabundas, que você come e descarta?

- Ei, cara. Se acalma. – Ucker estendeu a palma da mão para meu irmão. – Não é nada disso. Eu nunca disse nada disso sobre Dul. E nunca diria. – Ele estava tão calmo, mesmo diante de toda a raiva de Henry. – Não penso nada disso sobre ela.

Todo mundo ouvia atentamente, inclusive eu, que não conseguia deixar de olhar pra ele.

- Se quer saber da verdade... – Ucker lançou um sorriso de lado, olhando rapidamente pra mim. – Sou apaixonado pela sua irmã. Se ela me desse uma chance, eu faria as coisas diferentes. Mas ela não sente o mesmo por mim, camarada. – Ele disse aquilo com tanta naturalidade que parecia conversar com um velho amigo.

Eu paralisei completamente diante daquela revelação e Henry pareceu sentir o mesmo. Minha mão ficou gelada, enquanto meu sangue fervia.

- Era só isso? – Ucker riu, cruzando os braços. – Então, acho que já esclareci tudo que deveria. – Dito isso, ele virou-se de costas pra nós dois, virando-se para sua gangue novamente.

- Ei! – Meu irmão chamou e Ucker olhou por cima do ombro. – Essa tatuagem... Meu pai...

Ucker virou-se completamente enquanto Henry referia-se a sua tatuagem de leão nas costas, que parecia ser o símbolo da gangue Hunters.

- Meu pai tinha uma igual a essa.  – Completou Henry em completo choque, como se o ar lhe faltasse.

Aquela revelação me pegou com mais surpresa ainda. 

E por hoje é só... Com muitos comentários, posto em breve, porque I AM NINJA kkk`

Beijos gente, comentem ;)