Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Quantas vidas você precisa ter pra entender a lógica do amor? Acho que só nessa eu nunca entenderia. Isso devia ser o filho da pu/ta do carma, tentando me fu/der mais gostoso do que eu já tinha sido a vida toda. Por que eu achava isso? Era só parar pra avaliar por um momento: eu tinha tido dezenas, centenas de garotas e todas queriam que eu me apaixonasse por elas, não havia nada no nosso caminho, além da minha incrível falta de vontade. Porém, com a única pessoa que eu quis ter alguma coisa, a única garota que eu me apaixonei...

- Filha do líder da gangue. – Refletiu Dulce, andando pela casa com as duas mãos nas costas. – Seu melhor amigo. – Ela olhou para meu pai, enquanto eu voltava minha atenção pra conversa. – Acho que é muita coisa pra minha cabeça.

Dulce suspirou e sentou-se ao lado do irmão no sofá, apoiando os cotovelos nas coxas enquanto enterrava o rosto nas mãos. Ela estava tão a beira das lágrimas que me partia o coração vê-la daquele jeito.

- Como não lembro de você? – Henry perguntou, olhando para meu pai. – Não lembro do Christopher, de nada disso... Vocês eram melhores amigos. Eu tinha treze anos quando meu pai morreu.  

- Eu vinha pouco aqui nos horários em            que vocês estavam. E deve ter me conhecido como Pateta, porque era assim que ele me chamava desde criança. – Meu pai sorriu, cruzando os braços.

- Deixa eu adivinhar... – Brincou Dul, tirando o rosto das mãos. – Ele era o Pluto?

- Exatamente. – Papai sorriu mais ainda e ela riu tristemente. – Coisas de criança. – Ele deu de ombros.

- Você sabe algo sobre... – Ela coçou a garganta, enquanto eu lhe avaliava com cuidado. – Sabe algo sobre a morte do meu pai?

Victor ficou hesitante naquele exato momento. Meu pai temeu responder aquilo e eu vi um brilho em seus olhos que só eu sabia reconhecer. Aquilo dizia claramente: ele estava escondendo algo.

- Só sei que quem fez isso pagou muito caro, com a própria vida. – Afirmou, com uma expressão sombria que só fez Dulce assentir.

- Obrigada por ter esclarecido, Victor. – O irmão dela assentiu com o canto da boca levantado, então passou os braços em volta de Dulce, que fungava o nariz numa luta fraca contra as lágrimas que desciam incontrolavelmente.

Meu pai apenas balançou a cabeça e saiu pela porta, sem sequer olhar pra mim ou pra eles. Havia algo que ele tinha omitido e eu ia descobrir isso, queira ele ou não. Olhei a cena a minha frente, sentindo-me completamente deslocado ali, então soltei um pigarro e me levantei. Os olhos de Dulce foram rápidos e estavam levemente vermelhos, ela me olhou com a expressão confusa e desesperada, como se pedisse a minha ajuda.

- Fica. – Pediu. – Por favor. – Sua voz tremeu enquanto ela olhava pra mim, parecendo tão dependente da minha presença. Aquilo fez minhas pernas enfraquecerem enquanto meu coração saltava num pulo.

- Preciso ir. – Suspirei. – Não quero, mas preciso. – Me convenci disso e virei-me de costas, mas ouviu seus pezinhos tocarem o chão enquanto ela se levantava e andava até mim. Quando virei-me, Dul me surpreendeu, envolvendo seus braços em volta de meu tronco, afundando o rosto contra meu peito enquanto se apertava em mim num abraço. Henry saiu, deixando-nos a sós. Demorei quase dez segundos para retribuir aquele gesto, envolvendo meus músculos em seu corpo, que foi acolhido pelo calor do meu com muita facilidade. Nos encaixávamos com tanta sincronia.

- Não faz assim. – Pediu, a voz embargada, abafada na minha camisa. – É só ficar. Eu já entendi tudo. Você e eu... nós fomos prometidos um pro outro.

Sorri com a ideia, porém sabia que aquilo tinha sido dito há muitos anos. Antes de eu ser parte fundamental da gangue.

- Desculpa não ter compreendido você. Eu só... – Beijei sua cabeça, sentindo o aroma gostoso que suas mechas ruivas exalavam. – Eu só não sei lidar com essas coisas.

- Eu também não. – Dul admitiu com uma risada, que foi interrompida por um soluço rápido. – Mas, vamos aprender, não é?

O que ela queria dizer com aquilo?

- Ucker, eu não sei se... Olha, eu não quero prometer nada, porque agora eu literalmente detesto promessas. – Dulce ergueu seu rosto para me encarar com seus pupilas castanhas. – Mas eu...

- Shii. – Cobri seus lábios com o indicador e ela calou-se. – Não vou conseguir me afastar de você se ouvir isso.

Suas sobrancelhas uniram-se em confusão.

- Também odeio promessas. – Expliquei, sorrindo com meu humor negro. – Mas prometi para meu pai que se ele contasse o que contou hoje, eu me afastaria de você. Eu faria a vontade de Fernando.

Soltei o braço de sua cintura, suspirando pesadamente e dei um passo pra trás.

- Não sou bom pra você. É por mais “Crepúsculo” que soe essa frase, é a verdade. – Mordi o lábio e ela ainda estava paralisada me encarando com aqueles olhinhos tão perfeitos. – As duas certezas que tenho na minha vida agora são belas contradições: estou apaixonado por você, e não posso estar apaixonado por você. Quanta ironia... Além de filha da pu/ta, a vida as vezes tenta ser engraçada.

Ergui as sobrancelhas e ela simplesmente assentiu, incapaz de dizer um única palavra. Saí no quintal e ouvi a porta sendo fechada atrás de mim, afundei a touca preta na cabeça e cruzei os braços sobre o peito, tentando fugir do frio com o pó de chuva que começava a cair.

Odiava promessas e além de prometer que aquela era a última que faria, sussurrei pra mim mesmo: “nunca mais farei ela chorar”. 

Ai gente, desculpem a demora, é que minha vida anda uma correria tão grande e cansativa com esse lance de estágio :/

Enfim, espero que entendam e não me abandonem, aliás, eu tô amando tantos comentários e a subida de favoritos ... Vocês são realmente espetaculares. 

E não pensem que o segredo acaba aí kk` 

Beijos e comentem, obrigada por já terem comentando tanto, eu prometo que vocês não estão falando sozinhas, que logo eu responderei ...