Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Eu e Dulce estávamos sentados embaixo de uma árvore, eu brincava com os fios de seu cabelo vermelho espalhado no meu colo, enquanto ela ria me contando uma história engraçada sobre um amigo da faculdade. Aí eu fazia um bico mais engraçado que a história e ela ria do meus ciúmes, colocando sua pequena mãozinha em minha nuca e me puxando pra baixo, querendo um beijo. Quando eu sorria e ia de bom grado, acordava sozinho na minha bagunçada cama.

Não era possível que aquilo estava acontecendo mais uma vez, só podia ser um pesadelo, um pesadelo estritamente real.

- Ei, gatinho, acorda. – Ouvi uma voz manhosa, alguém me balançava com as mãos nas minhas costas. Estava de bruços na cama, apertando os olhos enquanto tentava inutilmente voltar para o sonho para saber o final. – Ucker...

- Que é, Babi? – Resmunguei, virando o rosto para o lado contrário de onde ela me encarava. – Agora só levanto amanhã.

- São nove horas e é sexta. – Ela observou. – Vamos sair, ir pra uma festa, ou fazer uma festa aqui... Qualquer coisa pra te tirar dessa cama, Ucker.

- Não. – Minha voz saiu abafada contra o travesseiro e pirracenta como de uma criança. – Me deixa em paz.

- Ucker, quando você ficou em casa numa sexta-feira na sua vida? – Perguntou Bárbara.

- Semana passada. – Eu disse, esfregando os pés um no outro.

- Sem ser semana passada. – Bufou minha prima.

- Hoje. – Respondi e ela me deu um tapa no ombro. – Ai.

- O que é que você tem, cacete? – Babi balançou meu tronco, me puxando pelos ombros e depois, deitou em cima das minhas costas teatralmente.

- Gripe. – Menti. – E se eu fosse você saía daqui antes de pegar.

- Posso fazer uma laranjada pra você. – Sugeriu Babi, rindo de leve. – Ou um sexo oral, você escolhe. Se quiser as duas coisas juntas, tudo bem.

- Eu não quero nada, Babi, sério. Só quero dormir. – Apertei as mãos no travesseiro. – Apenas feche a porta ao sair, valeu?

Ela suspirou longamente, obviamente frustrada.

- Não acredito que você se deixou abater por causa dela. – Bárbara apertou suas mãos nos músculos de minhas costas, enquanto era minha vez de bufar contra o travesseiro. – Apenas seja meu Ucker novamente.

Não existia mais o Ucker da Babi. Agora só existia o Ucker da Dul, que estava arrasado por não poder ser dela como queria.

- Merda, preciso de uma erva. - Apoiei os cotovelos na cama e sentei, olhando pela primeira vez minha prima. Ela estava com o cabelo negro preso, top e short jeans.

- Só vai levantar pela maconha? – Babi ergueu suas sobrancelhas pra mim, quase sem acreditar.

- Talvez uma punhe/ta. – Levantei da cama e me espreguicei, sentindo tudo estalar. Caminhei para o banheiro, coçando o maxilar e e bocejando.

Escutei Babi estender a minha cama enquanto escovava os dentes e quando saí, ela estava sentada sobre a coberta azul que Dulce já tinha estado. A comparação estava quase ofensiva, como se antes eu tivesse tido ali uma mulher tão perfeita, doce e delicadamente safada ou safadamente delicada e agora, Babi estava ali. Não que Bárbara fosse o pior tipo de garota no mundo, eu amava minha prima, mas não a queria ali. Queria Dulce sentada ali me encarando, porque eu caminharia ao seu encontro e a faria ser minha, na minha cama novamente.

- O que foi? – Perguntou a morena, trazendo-me de volta dos meus desvaneios.

- Nada. – Balancei a cabeça e ela deu de ombros.

- Posso te perguntar uma coisa? – Babi coçou a nuca, me avaliando cautelosamente.

- Desde quando você pede permissão antes? – Sorri, procurando uma bermuda pelas coisas espalhadas.

- Vai fazer alguma coisa pra mudar sua situação com Dulce? – Perguntou minha prima. Paralisei de costas pra ela, dando de ombros segundos depois. – Vou entender isso como um não.

- Entenda como quiser, Babi. – Murmurei, pegando minha toalha e voltando para o banheiro. Por mais que fosse difícil assumir, ela tinha entendido corretamente.