Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Não sei de onde puxei forças ao ver a arma sendo apontada para o garoto ferido, mas só percebi o que estava acontecendo ao me ver me desprendendo dos braços de Ucker, correndo em desespero até o cara no chão.

- Não! – Gritei, minha voz pareceu soar por Compton inteiro. – Não atira!

O homem olhou hesitante para Ucker, que me encarava cautelosamente. Eu não conseguia entender sua feição, porém ele parecia mais confuso que eu.

- Deem uma chance para ele. – Pedi, controlando as lágrimas naquele momento de tensão. – Por favor. – Insisti e Ucker assentiu de leve, estendendo a mão para o homem, que abaixou a arma. Respirei de alívio e agradeci com o olhar direcionado para Ucker.

- Levem ele daqui. – Murmurou, mas eu o cortei.

- Eu mesma faço isso.

- Dulce, ninguém vai matar ele quando você virar as costas. – Ucker franziu o cenho, eu até acreditava nele, só não acreditava em nada que viesse dos Hunters. Ele não podia prometer por todos aqueles sanguinários.

- Eu vou cuidar dos machucados dele. – Respondi e Ucker revirou os olhos. – Apenas prometa para mim, me dê a sua palavra que ele vai viver.

- Não gosto de promessas, muito menas dessa. – Ele disse. – Posso dizer que ele vai viver enquanto respeitar a ÚLTIMA chance que estou lhe dando. Última.

- É o suficiente. – Sussurrei, virando-me para o garoto. Eu lhe estendi a mão e ele me encarou com um olhar de admiração e culpa, aceitando minha oferta e levantando com a minha ajuda.

- Ninguém encosta nela, valeu? Ninguém. – Agora Ucker falava com a sua gangue. – E todos aqui são testemunhas do que eu disse.

Ucker me encarava quando olhei uma última vez pra trás, antes de virar a esquina, apoiando o garoto ferido. Ele tossia sangue, seu nariz e boca sangravam e com certeza, dezenas de marcas roxas deviam surgir em seu corpo no dia seguinte.

- Obrigado. – Foi a primeira coisa que ele murmurou pra mim, me olhando de lado. - Eu sei que faria isso por qualquer um, até porque nem me conhece. Mas você acaba de salvar uma vida. A minha vida. E eu serei eternamente grato por isso.

Ainda não tinha entendido o peso daquelas palavras, que soavam como se eu fosse como as protagonistas dos filmes de ação que tinha assistido mais cedo com Luca. A ficha não tinha caído, eu não tinha completa consciência do meu ato, mas sabia o quão grandioso e corajoso tinha sido.

- Você é como minha heroína. – O garoto sorriu de lado e por trás de todo aquele sangue era fácil perceber sua sinceridade, assim como sua beleza. Seus olhos eram claros, o cabelo castanho e um sorriso muito alegre pra quem tinha acabado de passar por uma situação desesperadora como aquela.

- Pode me chamar apenas de Dul. – Sussurei, simplesmente e ele riu.

- Acha que não sei o seu nome? Todo mundo sabe o seu nome. – Ele ergueu as sobrancelhas e se apoiou com mais força em meu ombro, quase caindo.

Eu não me lembro de ter visto esse garoto algum dia em Compton, ele soava como um completo desconhecido, talvez pelo escuro ou pela minha falta de contato naquele bairro.

- Não sei o seu. – Murmurei e ele assentiu.

- Sou o Adam, Dul.

- Adam, porque ele te chamou de traidor? – Perguntei, sendo bem direta.

- Há uns meses atrás, eu era um Hunter...

- E você saiu? – Concluí, interrompendo-o. Adam negou com a cabeça.

- Fui expulso. – Me corrigiu. – Ucker acabou acreditando numa história que lhe contaram sobre eu dedurar os planos para os Blues.

- Quem são Blues? – Perguntei e ele riu.

- Namorada do Ucker e não sabe quem é a gangue inimiga dos Hunters?

Já tinha escutado algo sobre isso, mas nunca prestado atenção de verdade.

- Não somos...

- Não me venha com essa. – Adam sorriu. – Ele não te denfendeu daquele jeito porque é bonzinho e generoso. Ucker nem hesitou para atender seu pedido.

- Não somos namorados. – Afirmei, voltando a olhar para frente.

- Então, po/rra, sinto muito em te dizer que ele está apaixonado.

- Sente muito? – Voltei a lhe encarar.

- Sabe a parte do bonzinho e generoso? – Adam explicou. – Vai por mim, não combina com o Ucker.

Pisquei os olhos com força, voltando a olhar pra frente, sem conseguir entender o sentido pesado daquela frase. Mas não queria perguntar, temendo a resposta. Então, fiz uma coisa que estava virando minha especialidade, desviei o assunto.

- Para uma pessoa que acabou de levar uma surra, você fala bastante e sorri bastante também. – Murmurei e Adam riu, depois entrou numa crise de tosse enquanto nos aproximávamos cada vez da minha casa. 

Adam Brooke:

E por enquanto é só... 

Só volto aqui quando tiverem muitos comentários, beijos ;)