Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Adam era uma pessoa bem comunicativa. Ele não parava de falar, brincava por tudo, porém não havia me dado muitos detalhes sobre aquela história de Ucker e eu também não estava interessada. Não sabia se lidava bem com aquela parte, ainda escondida.

Agora, o garoto com belíssimos olhos azuis estava sentado na mesa da sala, enquanto eu cuidava de seus machucados, o que não tinham sido poucos. Por muita sorte, muita sorte mesmo ele não precisaria de sutura, porém creio eu que os hematomas e dores permanceriam por dolorosos dias.

- Já tô acostumado. – Ele deu de ombros, porém agiu contrariamente a toda aquela pose de machão enquanto eu limpava uma pequena ferida aberta em seu supercílio.

- Isso quer dizer que você apanha com frequência? – Ergui as sobrancelhas e ele riu.

- Não. Só quis dizer que reajo bem com a dor. – Explicou Adam e eu assenti debochada. Segundos depois, ele puxou o rosto pra trás e sussurrou “ai” quando eu apenas toquei com a bola da algodão.

- Claro que reaje. – Não contive o riso e ele fechou a cara. – Um garoto cheio de tatuagens, ter medo de um simples curativo...

- Só estava com medo de isso pegar no meu olho e arder. – Ele deu de ombros e eu ri, soltando o algodão na lixeira junto com os outros sujos de sangue usados nos procedimentos anteriores.

- Claro. – Sorri e ele sorriu também. – Deixa eu soprar, então.

Inclinei o corpo, apoiando as mãos em seus ombros e soprei onde estava machucado, fazendo um biquinho de leve. Ele fechou os olhos por um segundo, sentindo a sensação aliviadora e depois abriu, me encarando a poucos centímetros de distância.

Imediatamente, ao ver nossos rostos tão próximos e aquele olhar de Adam, voltei a postura formal, pigarreando por um breve segundo até que ele risse suavemente. Ignorando aquele momento constrangedor, peguei o curativo e colei sobre o corte, ajeitando com a ponta dos dedos.

- Sabia que o certo não é soprar? Isso faz com que as bactérias cheguem no machucado e pode causar uma infecção. – Eu desviei o assunto bruscamente.

- É aliviante. Vindo de você, então... – Adam riu e coçou o peito. Observei aquele movimento e de repente, meus olhos estavam focados em suas tatuagens.

- Todas tem um significado? – Perguntei e olhou pra baixo, onde seu peito, ombros e braços estavam todos “decorados”.

- Hum, nem todas. Mas essa aqui... – Adam tocou o antebraço, onde havia uma rosa vermelha tatuada. – Fiz pra minha avó. Ela quem me criou, e quando eu era moleque, chegava da escola sempre com uma rosa na mão pra ela. Ver o sorriso da coroa era meu triunfo, o que me dava forças.

Sorri de lado ao ouvir aquela frase e ele levou a mão até o peito.

- Essa aqui, é a minha preferida. A coruja é o símbolo da sabedoria, mas a minha tem as asas abertas. – Observei a tatuagem indicada por ele. – Isso quer dizer que além de sabedoria, é preciso coragem. “Seja sábio e seja corajoso”, como escrevi aqui. – Apontou, tocando no braço, onde em letras pequenas e cursivas, estava escrito: “Soyez sages et être courageux”.

- São lindas. – Meus olhos brilharam e Adam riu.

Passamos algum tempo conversando antes de Adam ir embora. Ele era realmente simpático, educado, muito brincalhão. Porém, eu já tinha percebido a intenção dele. Não sabia bem se era uma impressão falsa minha, mas ao meu ver, Adam Brooke estava dando em cima de mim.