Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Cheguei em casa e soltei um longo suspiro apaixonado, sentindo a madeira da porta contra as minhas costas enquanto mantinha-me escorada ali. Parecia uma personagem daqueles filmes adolescentes, olhando para o teto como uma boba, sorrindo sem motivos aparentes. Mas era Ucker, era ele quem tinha conseguido transformar minha vida rapidamente e magicamente e isso realmente fazia com que eu me sentisse uma personagem.

Olhei por toda a sala, estranhando não encontrar Henry pela casa. Mamãe eu já esperava, mas meu irmão sempre estava espalhado no sofá domingos a tarde com sua cerveja e seu futebol, e corrigindo provas quando a madrugada se aproximava. Dizia ele ser um “animal com hábitos noturnos”.

Peguei o corredor que dava para os quartos e encontrei a porta do meu escancarada para trás. A luz estava apagada, mas era possível ver a silhueta de meu irmão mal iluminada pelo abajur. Henry estava de frente para minha cômoda de madeira e sussurrava algumas coisas, falando consigo mesmo. Me aproximei cautelosamente, quase não apoiando os pés no chão ranzinza e quase não acreditei quando pude enxergar: meu irmão mais velho tinha diante de seu rosto um sutiã vermelho, seus olhos e sua boca estavam arregalados enquanto ele olhava para a peça íntima como se a mesma fosse um objeto mágico que ele nunca tivera visto antes.

- Henry. – Murmurei e ele largou o mesmo de volta na gaveta, me encarando. – Henry, o que você tá fazendo?

- Isso é mesmo seu? – Perguntou, referindo-se ao sutiã vermelho.

- Não acredito que estava fuxicando minhas coisas. – Empurrei seu corpo com o ombro e fechei a gaveta violentamente. – Qual o seu problema?

- Você cresceu, Dul, esse é o problema. Não é mais aquela menininha bem mais fácil de ser protegida. – Refletiu ainda me olhando um tanto pasmado.

 - Não brinca que você só percebeu isso agora? – Ergui as sobrancelhas e ri dele. – Tenho dezoito anos, Henry. Já devia ter encarado os fatos há tempos.

- Só que esse tipo de coisa é difícil de ser aceita, afinal, a poucos anos você corria pela casa com a Annie fazendo a Barbie de vocês voarem. – Ele teve uma lembrança, enquanto eu revirava os olhos rindo daquela fase de minha infância.

- Mas passou. – Murmurei calmamente. – Não brinco mais de bonecas.

- Sei que não. – Assentiu Henry e eu entendi perfeitamente o que ele queria dizer com aquilo.

Será que agora era uma boa hora para contar a meu irmão mais velho que estava namorando com Christopher?

- Ainda na fase “vagabundo”? – Henry perguntou, sorri e assenti e ele deu um longo suspiro. – Se ele te magoar...

- Já sei, já sei. – Eu ri, revirando novamente os olhos. – Você mata.

- Mato mesmo, Dul. – Afirmou.

- Obrigada pela preocupação, maninho. – Dei meu melhor sorriso. – Agora preciso dormir. – Ele beijou minha testa e disse um suave “boa noite”, antes de caminhar em direção a porta. – Não mexe mais nas minhas coisas! – Gritei quando ele encostou a porta atrás de si.

Nem tive que acender a luz. Apenas tranquei a porta do quarto e corri para o banho, onde o chuveiro quente e relaxante me aguardava. Quando saí, o box e o banheiro estavam cobertos de vapor, então me desenrolei da toalha sem me preocupar com o frio, colocando apenas uma cueca feminina de renda rosa e deixando o resto do corpo exposto, inclusive os seios. Escovei os dentes, passei hidrante e já sentia os olhos pesados quando dei uma rápida secada nos cabelos para não dormir com os mesmos úmidos.

Corri para a cama, deixando as pantufas na beira e me jogando no meio do edredom. Quando meu corpo entrou em contato com o lençol gelado embaixo de mim, comecei a esfregar as pernas para que o atrito esquentasse e aos poucos, fui me sentindo aquecida debaixo do tecido grosso. Quando isso finalmente aconteceu, trazendo-me um incrível momento de relaxamento, o sono me pegou.

A incrível sensação de estar sendo observada pode ser percebida até dormindo. No meio de meus sonhos, senti meu corpo se revirar na cama enquanto murmurava alguma coisa, mas o medo me impediu de abrir os olhos para ver o que me observava. Não queria acreditar nisso, então suspirei com os olhos fechados e tentei voltar para o sono. Porém, a cada segundo, sentia-me mais acordada. “Corajosa”, pensei, então abri um olho só.

Meu coração simplesmente parou. Acho que se nesse momento eu estivesse ligada a um aparelho de batimentos cardíacos, teria ouvido aquele som que só se escuta nos filmes quando as pessoas morrem... Piiiii...

MEU DEUS. Uma sombra parada diante de mim me encarava, enquanto eu tentava focar meus olhos embaçados e pesados antes de gritar. Abri a boca e imediatamente a sombra se curvou.

- Ei, ei. Calma, sou eu. – Disse a sombra e abaixou-se diante de mim, abafando minha boca com sua mão. Abri os olhos desesperados, até perceber que quem estava diante de mim, era nada mais, nada menos que Ucker. – Você fica linda dormindo, namorada. Aliás, fica mais linda ainda nas noites em que dorme nos meus braços. E essa, é uma noite dessas, princesa. 

Genteee, obrigada. O que seria de mim sem vocês, hein? ;)

Comentem, mis amores <3