Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Primeiro capítulo que não é narrado nem por Dulce, nem por Ucker... Espero que gostem, chicas ;)

Jennifer narrando.

Meus olhos acompanhavam as ruas escuras e desertas de Compton, sentindo um estranho pesar sobre mim. Ainda sentia o cheiro de shampoo que meu cabelo úmido exalava e usei o longo banho como um momento de reflexão, querendo pensar exatamente o que dizer a Dulce. Eu gostava dela, de verdade. Achava que finalmente, Ucker tinha encontrado uma garota que daria o devido valor a ele. E era isso que eu mais queria, que Ucker encontrasse uma garota perfeita pra sua vida. Ele merecia isso mais do que ninguém.

Tá legal, era um grande sacrifício dizer isso e oferecer o melhor cara que eu já tinha conhecido pra outra. Ou pior, dar uma “ajudinha” no relacionamento dos dois. Não que eu estivesse sendo falsa sobre ajudar Ucker e Dulce, apenas... Ah, enfim, era um pu/ta sacrifício.

Porém, eu tinha meu porém. Já tinha tido minha chance com Ucker e magoado ele seriamente. Por mais que o mesmo use essa capa gostosa de durão e que isso excite muito, eu sabia muito bem o que tinha acontecido. Não tinha mais o direito de interferir na sua vida de forma amorosa. Dulce sim, ela era a garota que ele merecia e bom, eu achava eles dois um casal muito fofinho.

Coloquei as mãos no bolso do casaco assim que virei a esquina e encontrar a casa de Dulce foi extremamente fácil. Na verdade, Christian tinho me dado uma bela descrição e isso facilitou, apesar do escuro.

- Aonde pensa que vai, bonitinha? – Uma voz grossa murmurou atrás de mim e me era muito familiar. Foi fácil virar e ver Adam, parado de braços cruzados a me encarar. Seu rosto estava escondido com uma toca puxada até as sobrancelhas, moletom grosso e preto, jeans escuro. Parecia alguém de luto.

- O que você tá fazendo aqui, Adam? – Também cruzei os braços e ergui as sobrancelhas, ele deu um passo em minha direção.

O corpo alto parou a minha frente e sorriu, escorregando sua mão gelada pelo meu ombro. Olhei desconfiada seu toque, então Adam colocou meu cabelo atrás da orelha.

- Você cresceu, hein. Tava sumida. – Ele riu maldosamente.

- Você sabe onde eu estava, não foi me procurar porque não quis. – Rebati, sorrindo falsa e depois tirando sua mão de mim.

- Eu deveria? Depois de tudo, Jenny? – Adam fechou seu sorriso. – Você é uma bela traidora, não merece minha confiança.

- Você que é o traidor, sabe muito bem disso. – Acusei, entredentes. – Entregou o Victor, entregou o Ucker... Ele já tinha que ter dado um fim à sua vida.

- Como ele matou o Jeremy? – Rebateu ele. Meu coração palpitou. Então era Jeremy o Blue que Ucker tinha matado? Era a ele quem Ucker se referia?

- Jeremy não era flor que se cheira, assim como você. – Por mais que eu não gostasse em nada de dizer algo do tipo, era a verdade. – Nós dois sempre soubemos o futuro que o aguardava. Ele só colheu o que plantou e se não fosse pela mão do Ucker, seria por outra, em breve. Não se entra numa vida dessa esperando morrer velhinho, certo?

- Belo discurso. – Adam umedeceu os lábios e riu. – Chega a ser lindo ver você defendendo esse assassino. Como você consegue ser tola, quase tão tola como Dulce. É bonitinho toda essa ingenuidade vindo dela, mas de você eu realmente esperava mais perspicácia, querida.

- O que você tem a ver com Dulce? – Cerrei os olhos e ele deu de ombros.

- Sabe como é, somos amigos... – Adam mordeu o lábio inferior. – Por enquanto. – Completou e eu gelei.

- Se afasta dela, Adam... Se afasta dela, ou eu juro por Deus... – Ameacei seriamente, aproximando o rosto dele, porém Adam segurou meu rosto com uma das mãos, apertando e me jogando contra o muro da casa de Dulce. Ele manteve seus olhos a centímetros do meu e sorriu perversamente.

- Ou o quê? Completa a frase, meu amor. Eu quero ouvir você me ameaçando, sua ingrata. Como pode ser tão filha da pu/ta a ponto de fazer isso? – Adam cuspia suas palavras emboladas, claramente com raiva. – Como, Jenny, me explica! Depois do que Victor fez com eles, você conseguiu beijar e transar com Uckermann, sua vadiazinha?

- O que Ucker tem a ver com isso? – Rebati, sentindo os olhos marejarem, porém ergui o rosto. Sentia a mandíbula doer com o aperto forte de seus dedos.

- TUDO! – Gritou ele. – Você não consegue perceber que Victor não tem nenhum ponto fraco, a não ser o filho? E eu passei anos pensando em como acabar com a vida do Ucker sem ter que puxar um gatilho e não encontrava nada que afetasse de verdade aquele filho da pu/ta miserável! Mas agora? Agora Dulce caiu perfeitamente. Ela veio pra me salvar, literalmente. Uckermann não tinha um ponto fraco. Agora tem.

- Não vou deixar você fazer nada com eles dois! TÁ ME OUVINDO? – Empurrei Adam pra longe, ele riu e assentiu.

- Quanta coragem. – Disse, batendo palmas ironicamente. – Realmente, você cresceu. Mas eu quero ver se consegue me impedir.

- Pode ter certeza que eu vou. – Sorri perversamente.

- Eu não estava brincando quando prometi a meu pai que me vingaria dos Uckermann’s. – Adam colocou as mãos nos bolsos do casaco e chutou uma pedrinha no chão, antes de me encarar novamente. – Eu realmente não estava brincando, querida.

Ele caminhou calmamente até mim e eu já estava na defensiva esperando algo ruim dele.

- Devia fazer o mesmo. – Sussurrou, acariciando meu rosto exatamente como os psicopatas fazem nos filmes. – Afinal, não se pode negar o sangue, não é o que dizem? Não seja ingrata. Eles te deram tudo, Jenny. Você era a queridinha, sempre foi. Nossos pais morreram, Jennifer Hamilton Brooke.

Ele passou por mim, abrindo o portão da casa de Dulce e entrando.

- Agora deixe-me continuar com o meu papel de mocinho. – Ele fez um barulho com a boca, virei para assistí-lo entrar. – Nem pense em me entregar, bonitinha. Não esqueça que somos gêmeos. Se eu morrer, pode ter certeza que você vai junto. Eu sei exatamente como acabar com você, irmãzinha. Você sabe muito bem que eu posso.

Cerrei os dentes, sentindo a raiva fervilhar em meu corpo. Infelizmente, não se escolhe família. Eu não esperava que meu pequeno irmãozinho, que dormia na mesma cama que eu quando éramos criancinhas fosse se transformar nisso. Adam agora não tinha mais humanidade. Eu realmente temia por isso. 

Alguém aí surpresa? Acabei com as dúvidas de vocês sobre em quem confiar... Bom, comentem. Beijos <3