Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Os dias passaram conforme Deus quis. Eu não colocava minha cara na rua por motivo nenhum que não fosse estritamente necessário, como ir pra faculdade e trabalhar. Estava tão difícil dormir à noite, que algumas vezes Henry me aconchegava em sua cama, me abraçava apertado e dormíamos juntos. Porém eu nunca amanhecia lá, na esperança inútil que Ucker pudesse vir a me procurar nas madrugadas, invadindo meu quarto e me fazendo feliz. Por isso, fugia do quarto de meu irmão mais velho e passava o resto da noite esperando o que não tinha certeza se viria. E realmente, ele não veio.

Nas duas provas que fiz, tirei notas baixas e isso começou a preocupar algumas pessoas a minha volta. Porém, meus ouvidos estavam mais concentrados em qualquer outra coisa que não fosse os conselhos clichês de todo mundo. Até Adam eu estava evitando e só Deus sabe quantas vezes já tinha apertado o botão “ignorar chamada” no celular.

- E foi assim que Ian Somerhalder disse que queria casar comigo enquanto passava aquela língua pela minha barriga, descendo cada vez mais. – Foi a primeira frase que ouvi ao voltar a mente para meu quarto. Annie estava passando pó compacto no rosto em frente ao espelho, enquanto me contava algum sonho erótico com algum famoso.

- Quem é Ian Somerhalder? – Perguntei, franzindo a testa e unindo as sobrancelhas.

- Cê tá brincando? – A loira escancarou a boca num pequeno “o” e virou-se para mim. – Aquele gostoso de olhos azuis do Damon Salvatore! Esqueceu? Assistimos a todas as temporadas, cabeça de vento.

Assenti sem querer continuar com o assunto e passei os dedos pelo cabelo que Annie tinha se empenhado uma hora para manter liso e alinhado como estava.

- Não posso mesmo ficar em casa? – Pedi pela última vez e ela suspirou, balançando o vidro do rímel.

- Você prometeu. É sábado, cara. A festa é longe, qual é a chance de você encontrar com o você-sabe-quem por lá? – Annie inclinou o corpo em seu minúsculo vestido prata, se aproximando do espelho para passar o rímel nos cílios.

- Então anda, já fazem vinte minutos que eu estou aqui, mofando... – Murmurei, fechando a cara.

- Nem todo mundo nasce tão bela naturalmente, alguns meros mortais necessitavam de retoques. – A loira piscou e sorriu.

Cruzei os braços e continuei a aguardar. De pura pirraça, estava indo a festa de legging preta, blusão jeans e meu salto preto básico. Na maquiagem, nada além de um básico delineador e batom rosa bebê. Foi satisfatório ver a cara de reprovação de Annie sem poder se intrometer, afinal, uma das condições para que saísse com ela incluía escolher minha própria roupa sem suas interferências.

Chegamos na festa que já parecia ter começado há dias, a julgar pela quantidade de bêbados naquele local. Entrelacei o braço em Annie a fim de não perdê-la e ficar solitária, porém não bastaram dez segundos dentro do local para que a mesma fosse buscar nossas bebidas e me deixasse num canto da festa. É claro que ela ia fazer alguma outra coisa, só de ver um moreno alto que a seguiu apertando a bun/da de Annie, eu já tinha sacado tudo. Maravilha.

Corri os olhos pelo ambiente, torcendo encontrar qualquer conhecido que no mínimo, ficasse ao meu lado. Não tinha nada mais vergonhoso do que ficar no cantinho da festa sozinho e com cara de idiota.

Só encontrei casais dançando e se pegando, bêbados idiotas, cheiro de bebidas batizadas, fumaça pra tudo que é lado e um sofá que deveria ser o centro da perdição. Com certeza garotas sairíam dali grávidas e uma principalmente, pois já dançava só de saia cintura alta e sutiã. No escuro, a garota mexia o corpo como uma minhoca, sem a menor noção do que é realmente uma dança sensual, mas parecia mexer com o homem sentado à sua frente assistindo. Os olhos dele estavam tão presos no corpo dela que parecia hipnotizado... Eu não sabia porque estava olhando tanto para o casal, mas algo dentro de mim me dizia para não desviar os olhos. E eu só fui entender o porquê quando no pisca-pisca das luzes da festa, ouve um rápido clarão de luz branca e o rosto do homem sentado no sofá a assistir a garota seminua dançar pra ele foi revelado.

- Ucker? – Gritei, porém o som alto abafou minha voz. Incrivelmente, como se ele tivesse sido capaz de escutar meu grito apesar da distância, os olhos de Ucker encontraram os meus enquanto ele já levantava do sofá, deixando a garota pra trás.

Ao ver o mesmo caminhar em minha direção, virei de costas e quase corri pra fora da festa. Meu objetivo era correr até poder chorar na minha cama, mas assim que saí na calçada deserta em frente a mansão, a mão forte de Ucker me segurou pelo braço violentamente.

- Ou, garota! Espera! – Gritou ele, me puxando pra perto, porém empurrei seu peito com as mãos e quando tive sua resistência como resposta, soltei alguns socos em seu peito e ele nem se defendeu. Apenas tragou um cigarro que tinha na boca e estreitou seu olhar pra mim.

- Eu odeio você! ODEIO! – Gritei, tentando me soltar e soltando mais socos.

- Para de graça, amor, qual foi? – Ucker soprou a fumaça pro alto e me segurou pela cintura na maior normalidade. – Sem drama, sem show, por favor.

- Me solta, Ucker, me solta! – Rosnei, porém ele me apertou ainda mais contra ele. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e eu podia sentir o cheiro de álcool e cigarro colado nele. – Não tem o direito de encostar em mim, não tem! Nessa festa com uma vagabunda dançando pra você! Maconha, bebida, pu/taria! ME ESQUECEU BEM RÁPIDO, NÉ?

- Eu nunca vou esquecer você, princesa. – Sua voz estava bem tranquila, ele tragou o cigarro pela última vez e jogou no chão. Soprou a fumaça pro alto e acariciou meu rosto de leve.

- Sai! Eu tô pu/ta contigo! – Empurrei com força dessa vez, porém ele segurou meus pulsos e aproximou nossos corpos. Ucker colou a testa na minha, fazendo nossos rostos ficarem a míseros centímetros de distância. Me olhando nos olhos profundamente, sua voz rouca invadiu meu corpo inteiro.

- Não mereço você, princesa. – Suspirou ele, pesadamente e fechou os olhos. – Tu é do tipo que se machuca por qualquer besteira. E eu sou do tipo que faço muitas besteiras. Não ro/la, por mais que a gente tente. – Ucker abriu seus olhos impenetráveis que agora pareciam tão vulneráveis diante de mim. Eles estavam repletos de lágrimas, Ucker parecia a ponto de chorar. – Acabou, Dul. Cê tá livre, meu amor.

Suas mãos então soltaram meus pulsos e a primeira lágrima caiu de seu rosto. Ele secou e olhou pra mim por um último instante, antes de virar de costas e tomar seu caminho de cabeça baixa.

Demoraram alguns segundos e algumas lágrimas para que eu percebesse que o limite da dor era ali. Era o fim para o que eu nunca esperava ter dado início. 

sher_vondy: Me manda uma mensagem flor, dizendo especificamente onde quer adaptar, o casal, se vai mudar alguma coisa na história... Essas coisas. Beijos ;)

Gente, muito obrigada por estarem aqui, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que o fim nos separe ;)

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