Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Ucker narrando.

Nessa vida, uma das boas lições que aprendi foi aceitar perder as pessoas. Desde cedo, meu pai sempre me dizia que não devíamos nos apegar, até porque as relações humanas são passageiras e por mais que desejamos que a pessoa fique em nossas vidas, ela acaba indo. Eu sempre achei isso uma babaquice dele e nunca tinha entendido o real significado do que ele queria dizer. Hoje, eu entendia.

Perder Dulce era uma das coisas mais difíceis que estava acontecendo comigo. Eu nunca imaginei sofrer tanto por abrir mão de uma pessoa, e por mais egoísta que fosse, não podia fazê-la sofrer. Que todo o sofrimento se resumisse a mim, era meu desejo. Eu não queria apagar aquele sorriso perfeito na face da minha menina.

- Não vá. – Ouvi seu sussurro assim que ela arfou. – Não vá embora!

Era difícil quando ela dizia aquelas coisas. Na verdade, era fo/da lidar com aquele choro dela. Eu só queria abraçar Dul, ajeitá-la em meu peito e ninar a mesma até que ela dormisse junto a mim.

- Por favor. – Pediu, entredentes, soluçando. – Por favor, fica comigo. É uma escolha minha. Eu não quero perder você, eu escolho ficar com você e esquecer tudo que está acontecendo. Eu estava falando sério, Ucker. Eu quero você.

Fechei os olhos e paralisei, suspirando alto.

- Não me deixe, Ucker. – Pediu Dul com a voz embargada e fraquinha. – Não agora. Eu preciso de você.

Ouvi seus passos rápidos correrem até onde eu estava e meu coração se quebrou assim que senti seus braços envolverem meu tronco. Ela me abraçou por trás, pressionando o corpo contra mim e afundando seu rosto na parte de trás de minha camisa. Abri os olhos e olhei para o céu, sentindo as lágrimas caírem pelas bochechas. Seus bracinhos me envolviam com tanto carinho.

- Fala comigo. – Pediu, soluçando alto.

Virei-me de frente, tomando seu rosto entre minhas mãos. Beijei suas bochechas com afeto e senti o gosto das lágrimas que caíam de seus belos olhos salgarem meus lábios.

- Não chora, amor. – Pedi, tentando ao máximo manter a voz firme.

- Como não quer que eu chore? – Ela me encarou séria e agora seus olhos expressavam um pouco de raiva. – Não quer mais ficar comigo.

- Você sabe que não é isso. – Rebati, quase de imediato. – Eu só quero o melhor pra você, e o melhor pra você infelizmente não sou eu.

- Não venha com esse discurso decorado, porque não cola comigo. – Ela parecia determinada em suas convicções. – EU escolho o que quero pra minha vida, EU decido o melhor pra mim. Não você. Minhas decisões só dizem respeito a mim e você não pode fazer nada que vá mudar isso.

Engoli em seco e ela continuou:

- Se afastar de mim não vai mudar o que eu sinto por você. Agir como um maconheiro estúpido não vai diminuir o meu sentimento, Ucker. Você pode tentar, achar que vai dar certo, mas não vai! Isso é muito mais forte do que nós dois. – As lágrimas caíam enquanto Dul soltava as palavras emboladas. – E por mais idiota, besta e insensato que pareça, tudo isso só serve pra aumentar, pra intensificar esse amor que eu sinto! Eu já te perdoo antes mesmo de você cometer suas burradas, porque não dá pra pensar em um segundo sequer da minha vida que você não esteja!

Dulce secou as lágrimas e puxou o ar do fim de seus pulmões.

- Eu te amo, seu babaca. Você é um grande filho da pu/ta, um idiota bipolar e meio maluco, mas eu te amo. – A ruiva abaixou os olhos enquanto eu me sentia completamente paralisado. Tudo em mim se contorcia num misto de sensações novas que eu não podia explicar. Meu ar faltava, meu chão também. – Mas você me trata como um jogo, onde pode decidir as regras e quando não quer mais jogar.

Precisei de alguns segundos pra me lembrar como falava, respirava, como se vivia.

- Não fala isso, Dul. – Fechei os olhos. – Eu só quero que você entenda que eu não posso ficar com você. Tudo em você brilha, mas tudo perto de mim se apaga. Somos como a nova versão de “A Bela e a Fera”, dessa vez não mais pra crianças. Parece um belo contraste, mas isso não funciona tão direitinho na prática.

Ela assentiu, apertando os lábios de uma forma que parecia não crer em minhas palavras.

- Só quero te pedir uma coisa, faça esse favor pra mim. – Murmurou Dul, direcionando suas pérolas castanhas na minha direção. – Olhe bem no fundo da sua alma, que eu sei que tem, e diga se o que sente por mim é verdadeiro. Ou se é um jogo. Se for real, daremos um jeito. – Dulce abaixou o rosto e suspirou. – Mas se não é... Então, por favor, Ucker, deixe-me ir.

Umedeci meus lábios e soltei um pigarro. Ela aguardava minha resposta.

- É um jogo. – Respondi, naturalmente e cruzei os braços.

Dul apenas assentiu de leve e virou-se, dando o primeiro passo em seu caminho de ida.

- É tão jogo que eu penso em estar com a mesma pessoa a cada droga de segundo. É um jogo tão bem feito que, cara/lho, eu sonho todas as noites com uma mulher perfeita e sei que ela é real, que vai estar lá quando eu acordar. Po/rra, eu sou muito apaixonado por essa mulher, eu sou completamente e eternamente louco por ela. Isso tudo é um jogo e eu sou maluco, doido de pedra, porque eu quero casar com ela hoje e nesse momento pra nunca mais sentir o medo tosco que eu tenho todas as noites dela me deixar. Eu quero essa mulher pra mim. E essa mulher é você, Dul. Sempre foi você antes de eu saber e antes mesmo de você sorrir pra mim pela primeira vez. – Tudo isso eu tinha dito para suas costas, porém ela virou-se lentamente a me encarar com os olhos lacrimejados. – Claro que não é um jogo, sempre foi real, sempre foi verdadeiro. E eu me odeio muito, tenho muita, muita, muita raiva de ser esse cara todo errado e não o príncipe que você merece. Eu te amo, po/rra. Do fundo do meu coração e do fundo da minha alma, eu te amo. Ainda que eu seja esse grande filho da pu/ta, um idiota bipolar e meio maluco, eu amo você demais. Você não é um jogo, Dulce Maria. Você é o amor da minha vida.

As lágrimas jorravam dos olhos dela, e Dulce levou as mãos até a boca assim que me escutou pela primeira vez dizer que a amava. Nós sabíamos a força daquele sentimento, mas ouví-lo formulado em palavras tornava tudo tão real. Seus braços então envolveram meu pescoço enquanto sua boca desesperada encontrava com a minha. Prendi meus dedos em seu cabelo, apertando com força seu corpo contra o meu, querendo fazer com que nós dois fôssemos um só.

Éramos um só. Uma só alma e um só coração em dois corpos separados. 

Chorei escrevendo, gente :`)

Espero que amem como eu amei... Beijinhos e comentem <3