Fanfic: O príncipe vagabundo (Vondy) | Tema: Hot + Romance

Dulce narrando.

Chequei pela última vez se tudo o que precisava estava dentro de bolsa. Me olhei no espelho sorrindo, modéstia parte, tava bem gata. Com um micro short jeans rasgadinho, uma regata branca toda de renda, rasteirinha indiana e o cabelo solto em ondas até a cintura.

Assim que cheguei na sala, Henry estava assistindo aos desenhos clássicos que passam nas manhãs de domingo, com uma enorme tigela de cereais apoiada na barriga. Ele me olhou de cima a baixo e ergueu as sobrancelhas.

- Vai pra praia? – Perguntou, colocando uma colher dentro da boca.

- Vou. Tô bonita? – Dei um voltinha e ele assentiu.

- Vai com quem? – Henry estava mais focado na minha companhia.

- Com o Ucker. – Respondi hesitante, passando a mão pelo cabelo. Antes que seu discurso se iniciasse, inclinei o corpo e depositei um beijo carinhoso em sua testa. – Preciso ir, não sei que horas volto. Viu minha chave?

- Acho que tava na cozinha. – Murmurou meu irmão, assenti e fui até o cômodo indicado a procura de minhas chaves. Tateei pela mesa de jantar e assim que achei, ouvi buzinas altas do lado de fora. Franzi a testa e o motorista, além de impaciente, parecia estar estacionado bem na frente de minha casa. Mas quem seria?

- Uou! – Ouvi meu irmão exclamar. Fui até a sala, Henry estava escorado na janela, os olhos arregalados ao observar algo lá fora. – Por que tem um Camaro ZL1 conversível na nossa porta? Deu um pé no Ucker e arrumou um ricaço?

Uni as sobrancelhas em sinal de confusão e abri a porta, comprovando que meu irmão não estava mentindo. Um lindo carro cinza, que brilhava na luz do sol estava diante de meus olhos. Eu sempre achei lindo carros conversíveis, todo aquele lance de sol direto na cabeça, vento no rosto e jogar as mãos pro alto a toda velocidade... Toda vez que eu assistia esse tipo de cena em algum filme, achava que tinha que fazer isso um dia.

- Tá gostosa, hein. – Murmurou uma voz e só aí que fui ver Ucker parado encostado no capô, de braços cruzados. A beleza de Ucker contrastando com a do carro estava resultando em uma combinação perfeita e estonteante. Meu namorado vestia uma camisa cinza desenhada, bermuda tactel preta, óculos escuros Ray Ban Wayfarer, boné cinza virado pra trás e chinelo de dedo branco. Parecia um moleque, mas era um homem. Um homem e tanto e ninguém mais do que eu sabia disso.

Seus passos foram largos até mim e ele envolveu um braço na minha cintura, me dando um selinho rápido.

- E aí, cunhado! – Brincou Ucker rindo, enquanto olhava por cima de meu ombro.

Ouvi meu irmão bufar atrás de mim e depois resmungar.

- Gosto do seu carro. Mas não gosto de você. – Henry disse, mas incrivelmente havia uma pitada de humor em seu tom.

- Tudo bem, acho que posso viver com isso. – Ucker deu de ombros, rindo.

- Dulce, se você demorar, coloco a polícia de Los Angeles atrás de você, ouviu? – Meu irmão tentou realmente soar ameaçador, como se aquilo fosse uma promessa, porém não levei a sério. É claro que ia fingir que tinha levado, só pra passar segurança pra ele.

- Tudo bem, entendi. – Suspirei e ele se despediu rapidamente antes de fechar a porta.

- Quando ele vai parar de ser ciumento desse jeito? – Ucker riu de leve, entrelaçando seus dedos em minha mão enquanto caminhávamos em direção ao Camaro.

- Acho que é porque você nunca pediu formalmente. – Respondi, sentindo as bochechas corarem por aquilo soar tão antigo. Tratei logo de desviar o assunto. – De onde saiu esse carro?

- Essa belezinha aqui é do meu pai. – Ucker bateu a mão sobre o capô. – Pelo menos o coroa tem bom gosto pra carros. É o bebê dele.

- E ele te emprestou? – Perguntei, erguendo de leve as sobrancelhas. Eu sabia o quanto homens podiam ser ciumentos quanto a carros, até eu seria se tivesse uma máquina daquelas na minha garagem.

- Quase isso. – O jeito que ele disse me fez ter a impressão que não tinha sido um empréstimo da forma convencional. Sua risada soou travessa demais. – Relaxa, eu dirijo bem. Vai voltar sem nenhum arranhão.

Assenti e Ucker abriu a porta pra mim. Entrei no carro e senti meu corpo descansar naquele banco macio de uma forma gostosa, nunca tinha me sentindo tão confortável em um um banco de carro. Ucker deu a volta pela frente e apoiou as mãos na porta, dando um impulso e pulando pra dentro do Camaro. Pareceu aquelas cenas de filme e eu tive a impressão que ele tinha feito isso diversas vezes na vida, todas escondidas de Victor.

- Tudo bem irmos para Long Beach? – Perguntou, girando a chave e ligando o motor, que roncou de início e depois soou baixo, como uma fera pronta pra atacar.

- É minha praia preferida. – Assumi, enquanto Ucker saía de ré e contornava pelo início da rua com muita habilidade.

- Por que tanta coisa nessa bolsa? – Ele perguntou, levando a mão até o som do carro.

- Necessidades femininas, não pergunte. – Respondi sorrindo, então ele parou numa música e sorriu. Não tinha certeza, mas a música parecia ser cantada pelo Linkin Park.

- Espero que seu biquíni não seja fio-dental, ou teremos um problema. – Brincou ele, esperando obviamente uma resposta negativa minha. Porém, quando um sorrisinho sapeca surgiu em meus lábios, o dele sumiu imediatamente. Não pude evitar gargalhar de sua expressão.