Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

Taylor:  Senhorita Saviñón. – Diz com formalidade, mas detecto um traço risonho em seus intensos olhos marrons. Tão impecável como sempre.

Dulce:  Já te conheço, Taylor, não precisava de cartaz. Além disso, agradeceria se me chamasse de Dulce.

Taylor:  Dulce. Permita que eu leve sua bagagem?

Dulce:  Não, eu mesma posso levar. Obrigada. – Aperta os lábios visivelmente. – Mas se você ficar mais tranquilo levando-a... pegue.

Taylor: Obrigado. – Ele pega a mochila e a mala recém comprada que minha mãe me deu de presente. – Por aqui, senhora.

Suspiro. É tão educado... Lembro de algo que queria apagar da minha memória, que este homem comprou roupas íntimas para mim. Isso me inquieta, foi o único homem que me comprou roupas íntimas. Nem sequer Ray teve que passar por esse apuro. Caminhamos em silêncio até o Audi negro que esperava lá fora, ele abre a porta para mim. Enquanto entro, me pergunto se foi uma boa ideia ter colocado uma saia tão curta. Na Geórgia me parecia elegante e apropriada, aqui me sinto nua. Assim que Taylor coloca minha bagagem no porta-malas, saímos. Avançamos devagar, apanhados pela hora do tráfego intenso. Taylor não tira os olhos da estrada e não suportando mais o silêncio, decido perguntar.

Dulce:  Como vai Christopher, Taylor?

Taylor:  O senhor Uckermann está preocupado, senhorita Saviñón. – Sim, deve estar se referindo ao “problema”. Achei uma fonte de ouro.

Dulce:  Preocupado?

Taylor:  Sim, senhora. – Olho carrancuda para Taylor e ele me devolve olhar pelo retrovisor, nossos olhos se encontram. Não vai me contar mais. Droga, é tão fechado quanto o controlador obsessivo.

Dulce:  Ele está bem?

Taylor:  Acredito que sim, senhora.

Dulce:  Se sente mais cômodo me chamando de senhorita Saviñón?

Taylor:  Sim, senhora.

Dulce:  Ah, bem. – Isso acaba por completo com a nossa conversa, assim seguimos em silêncio. Começo a pensar no recente deslize de Taylor, quando me disse que Christopher estava de mau humor, foi uma distração. Ou melhor se envergonhava de ter comentado, ele se preocupa por ter sido desleal. O silêncio me deixa asfixiada. – Poderia pôr música, por favor?

Taylor:  Certamente, senhora. O que gosta de ouvir?

Dulce:  Algo relaxante.

Taylor:  Algo relaxante. – Vejo desenhar um sorriso em seus lábios quando nossos olhares voltam  a se cruzar brevemente no retrovisor. – Sim, senhora. – Aperta uns botões no painel e alguns suavens acordes inundam o espaço que nos separa. Oh, sim...era isso que me estava fazendo falta.

Dulce:  Obrigada. – Me encosto no assento enquanto entramos em Seattle, a um ritmo lento mas constante.

Taylor:  Vamos senhora. – Me diz, abrindo a porta. – Agora vou subir a bagagem. – Sua expressão era calma, afetuosa inclusive, como um tio querido. Isso... Tio Taylor, boa ideia.

Dulce:  Obrigada por ir me buscar.

Taylor:  Um prazer, senhorita Saviñón. – Sorri e eu entro no edifício. O porteiro me saúda com a cabeça e com a mão.