Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

   Me dirigo para o andar de baixo, olho para a sala grande, pensando em como em apenas algumas horas antes eu tinha descansado minha cabeça no ombro dele enquanto ele tocava o piano. Tanta coisa acontece desde então. Eu tive meus olhos abertos e vi a extensão da sua depravação, e agora eu sei que ele não é capaz de amar, de dar e receber amor. Meu piores medos tinham sido realizados. E estranhamente, é muito libertador. A dor é tanta que recuso tomar conhecimento disso. Eu me sinto entorpecida. De alguma forma escapei do meu corpo e sou agora uma observadora casual do desenrolar dessa tragédia. Eu me banho rapidamente, pensando somente em cada segundo na minha frente. Todas as ações simples, que exigem apenas pensamentos mecânicos. Eu termino meu banho, e como não lavei o cabelo, posso me secar rapidamente. Eu me visto no banheiro, tirando o jeans e camiseta da minha pequena mala. Minha calça jeans irrita meu traseiro, mas francamente, é uma dor que eu dou boas-vindas para distrair minha mente do que está acontecendo com o meu quebrado coração. Eu me curvo para fechar a mala, e a sacola contendo o presente para Christopher me chama a atenção, um kit de modelagem planador, algo para ele construir. As lágrimas ameaçam. Oh não... tempos mais felizes, quando havia esperança de mais. Eu tiro da bolsa, sabendo que eu preciso dar isso a ele. Rapidamente, rasgo um pedaço de papel do meu caderno, rabiscando apressadamente uma nota para ele, e a deixo no topo da caixa.

Lembrança de um tempo feliz.

Obrigada.

Dulce

Eu me olho no espelho. Um assombrado fantasma pálido me olha de volta. Eu escovo meu cabelo em um rabo de cavalo e ignoro como as minhas pálpebras estão inchadas de chorar. Meu subconsciente concorda em aprovação. Mesmo ele sabe que não deve ser sarcástico agora. Eu não posso acreditar que meu mundo está desmoronando ao meu redor em uma pilha de cinzas, todas as minhas esperanças e sonhos cruelmente frustados. Não, não pense sobre isso. Não agora, não ainda. Respirando fundo, eu pego minha bolsa, e depois de colocar o kit planador e minha nota em seu travesseiro, me dirijo para a grande sala. Christopher está no telefone. Ele está vestindo calças pretas e camiseta, seus pés estão descalços.

Christopher:  Ele disse o que? – Ele grita, me fazendo pular. – Bem, ele poderia ter nos dito a por/ra da verdade. Qual é o número dele? Eu preciso ligar para ele... cara/lho, isso está realmente fodido. – Ele olha para cima e não tira seus olhos escuros e silenciosos de mim. – Encontre-a. – Ele estala e pressiona o telefone.

Eu ando até o sofá e pego minha mochila, fazendo o meu melhor para ignorá-lo. Tiro o notebook para fora e ando de volta em direção a cozinha, colocando-o cuidadosamente na mesa, junto com o BlackBerry e a chave do carro. Quando me viro para encará-lo, ele está me olhando, imóvel, com horror.

Dulce:  Eu preciso do dinheiro que Taylor deu pelo meu fusca. – Minha voz é clara e calma, desprovida de emoção... extraordinário.

Christopher:  Dulce, eu não quero essas coisas, elas são suas. – Ele diz incrédulo. – Por favor, leve-as.

Dulce:  Não Christopher, eu só as aceitei sob submissão, e eu não as quero mais.

Christopher:  Dul, seja razoável. – Me censura, mesmo agora.

Dulce:  Eu não quero nada que me lembre de você. Eu só preciso do dinheiro que Taylor deu pelo meu carro. – Minha voz está muito monótona. Ele suspira.

Christopher:  Você está realmente tentando me ferir?

Dulce:  Não. – Eu franzo a testa olhado para ele. Claro que não... eu amo você. – Eu não estou. Estou tentando me proteger. – Eu sussurro. – Porque você não me quer da forma que eu quero você.

Christopher:  Por favor, Dulce, leve as coisas.

Dulce:  Christopher, eu não quero brigar, eu só preciso do dinheiro. – Ele aperta os olhos, mas não estou mais intimidada por ele. Bem, só um pouco. Eu olho impassivelmente de volta, sem piscar ou recuar.

Christopher:  Você vai levar um cheque? – Diz acidamente?

Dulce:  Sim. Eu acho que está bom.