Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

Tenho sobrevivido durante três dias sem Christopher, e é meu primeiro dia de trabalho. Tem sido uma boa distração o tempo voou por entre uma névoa de caras novas, trabalho a fazer. Sr. Derrick James... ele sorri para mim, com seus olhos azuis cintilantes, enquanto se inclina contra a minha mesa.

Derrick:  Excelente trabalho, Dulce. Eu acho que nós vamos fazer uma grande equipe. – De alguma forma, eu consegui erguer a cabeça para curvar meus lábios em uma tentativa de um sorriso.

Dulce:  Eu estou indo para casa, se estiver tudo bem com você.

Derrick:  Claro, é cinco e meia. Vejo você amanhã.

Dulce:  Boa noite, Derrick.

Derrick:  Boa noite, Dulce.

Pegando a minha bolsa, eu encolho os ombros no meu casaco e saio. Para o ar do início da noite em Seattle, eu respiro fundo. Ele não consegue preencher o vazio no meu peito, um vazio que está presente desde sábado de manhã, uma lembrança dolorosa e oca, da minha perda. Eu ando em direção ao ponto de ônibus com a cabeça baixa, olhando para meus pés, meio triste por estar sem minha amada Wanda, me velho Fusca... ou o Audi. Eu fecho imediatamente a porta desse pensamento. Não, não posso pensar nele. Claro, eu posso comprar um carro, um carro novo, agradável. Eu suspeito que ele foi muito generoso em seu pagamento, e o pensamento me deixa com um gosto amargo na boca, mas eu o rejeitei e devo manter a minha mente fechada e mais vazia possível. Eu não posso pensar nele. Eu não quero começar a chorar de novo, não na rua.

O apartamento está vazio. Tenho saudades de Annie, e eu a imagino deitada em uma praia em Barbados, bebericando um coquetel gelado. Ligo a televisão, mais para ter algum ruído do que para preencher o vácuo e proporcionar uma aparência de companhia, mas eu não ouço ou assisto. Eu sento e olho fixamente para a parede de tijolos. Estou dormente. Eu não sinto nada, apenas dor. Quanto tempo eu vou suportar isso? A campainha me tira da minha angústia e meu coração salta. Quem poderia ser? Eu aperto o interfone.

– Entrega para a Srta. Saviñón. – Uma voz cansada e entediada responde, e a decepção me atravessa. Eu desço as escadas com indiferença, para encontrar um jovem mascando chiclete ruidosamente, segurando uma caixa de papelão grande, e me inclino contra a porta da frente. Eu assino o recebimento do pacote e o levo para cima, comigo. A caixa é enorme e surpreendentemente leve. Dentro estão duas dúzias de rosas brancas, e um cartão.

Parabéns pelo seu primeiro dia de trabalho.

Espero que tudo tenha ocorrido bem.

E obrigado pelo planador. Isso foi muito atencioso.

Eu o tenho com orgulho sobre a minha mesa.

Christopher

Olho para o cartão digitado, e o buraco no meu peito se expande. Sem dúvida, sua assistente enviou esta mensagem. Christopher, provavelmente, tem muito pouco a ver com isso. É doloroso demais só de pensar. Examino as rosas, elas são lindas, e eu não posso jogá-las no lixo. Obedientemente, eu vou para a cozinha, para procurar um vaso.