Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

   O anoitecer tem nos seguido desde Seattle, é uma noite claro e nítida, e as luzes de Portland cintilam e piscam nos acolhendo, enquanto Christopher maneja o helicóptero para baixo no heliporto. Estamos no topo de um edifício comum, uma construção de tijolos marrons, de onde saímos a menos de três semanas atrás. Jesus, nós nos conhecemos há tão pouco tempo. No entanto, eu sinto como se o conhecesse por toda a vida. Ele desliga o Charlie Tango, apertando vários botões para parar os motores e, finalmente, tudo o que ouço é a minha própria respiração através dos fones. Christopher desafivela seus cintos e se inclina para desfazer os meus.

Christopher:  Boa viagem, Srta. Saviñón? – Sua voz é suave, e seus olhos brilham.

Dulce: Sim, obrigada, Sr. Uckermann. – Respondo educadamente.

Christopher: Bem, vamos ver as fotos do menino. – Ele estende a sua mão para mim e eu pego para sair do Charlie Tango. Um homem de cabelos grisalhos, com uma barba, caminha em nossa direção, com um largo sorriso, e eu reconheço-o como o senhor da última vez que estivemos aqui. – Joe. – Christopher sorri e solta minha mão, para apertar a mão de Joe calorosamente. – Mantenha-a segura para Stephan. Ele vai estar aqui em torno de oito ou nove.

Joe: Vou fazer, Sr. Uckermann. Senhora. – Diz acenando para mim. – No andar de baixo seu carro o espera, senhor. Oh, e o elevador está em manutenção, vão ter que usar as escadas.

Christopher:  Obrigado, Joe. – Ele pega minha mão, e vamos para as escadas de emergência. – É bom para você que são só três andares, com estes saltos. – Resmunga para mim, com desaprovação. Não é brincadeira.

Dulce:  Você não gosta de botas?

Christopher:  Eu gosto muito delas, Dulce. – Seu olhar escurece e acredito que ia dizer outra coisa, mas ele se detém. – Venha. Vamos com calma. Não quero que você caia e quebre o pescoço.

Nos sentamos em silêncio, enquanto nosso motorista nos leva para a galeria. Minha ansiedade voltou com força total, e eu percebo que o nosso tempo no Charlie Tango foi o olho da tempestade. Christopher está bem quieto, pensativo... apreensivo inclusive, o nosso bom humor de antes, se foi. Há tanta coisa que eu quero dizer, mas está viagem é muito curta. Christopher olha pensativo para fora da janela.

Dulce:  José é apenas um amigo. – Ele me olha, seus olhos estão escuros e alertas, não transparecendo nada. Sua boca, ah, sua boca é uma distração espontânea. Me lembro dela em mim, em todos os lugares. Minha pele aquece. Ele se move em seu acento e franze a testa.

Christopher:  Esses olhos tão lindos estão muito grandes em seu rosto, Dulce. Por favor, diga que você vai comer.

Dulce:  Sim, Christopher, eu vou comer. – Eu respondo automaticamente.

Christopher:  Eu estou falando sério.

Dulce:  Você está? – Eu não posso manter o desprezo fora da minha voz. Honestamente, a ousadia deste homem, este homem me colocou no inferno ao longo dos últimos dias. Não, isso está errado. Eu me coloquei no inferno. Não. Foi ele. Sacudo a cabeça, confusa.

Christopher:  Eu não quero brigar com você, Dulce. Eu quero você de volta, e eu quero você saudável. – Ele diz em voz baixa. O quê? O que isso significa?

Dulce:  Mas nada mudou. – Você ainda tem Cinquenta Tons ruins.

Christopher:  Vamos falar sobre isso no caminho de volta. Nós chegamos. – O carro estaciona em frente a galeria, e Christopher sai, me deixando sem palavras. Ele abre a porta do carro para mim, e eu saio.

Dulce:  Por que você faz isso? – Minha voz é mais alta do que eu esperava.

Christopher:  Faço o quê? – Diz surpreendido.

Dulce:  Dizer algo como isso e depois parar.

Christopher:  Dulce, nós chegamos. Você não queria estar aqui? Vamos fazer isso e depois conversamos. Eu particularmente não quero uma cena na rua. – Eu fico passada e olho ao redor. Ele está certo. É muito público. Eu pressiono meus lábios e ele olha para mim.

Dulce:  Ok. – Eu resmungo de mau humor. Pegando minha mão, ele me leva para dentro do prédio.

Estamos em um armazén, com paredes de tijolos, piso de madeira escura, teto branco e pilastras brancas. É moderno e arejado, e há várias pessoas que andam por todo o salão da galeria, bebendo vinho e admirando o trabalho de José. Por um momento, meus problemas desaparecem, quando eu entendo que José realizou o seu sonho. Um caminho a percorrer, José!

– Boa noite e bem vindos a amostra de José Rodriguez. – Uma jovem mulher, vestida de preto, com cabelo castanho muito curto, batom vermelho brilhante e grandes brincos de argola, nos cumprimenta. Ela olha rapidamente para mim. Então observa Christopher, muito mais tempo do que é estritamente necessário,  então ela se vira para mim, piscando enquanto cora. Minha testa enruga. Ele é meu ou era. Tento não fazer careta para ela. Quando seus olhos recuperam seu foco, ela pisca novamente.