Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

Ele me leva para um restaurante, pequeno e íntimo.

Christopher:  Este lugar vai ter que servir. – Resmunga. – Nós não temos muito tempo.

O restaurante me parece muito bom. Cadeiras de madeira, toalhas de linho, e as paredes da mesma cor da sala de jogos de Christopher, vermelho profundo, com pequenos espelhos colocados aleatoriamente, velas brancas e pequenos vasos de rosas brancas. Uma música toca suavemente no fundo, muito romântico. O garçom nos leva a uma mesa para dois em uma pequena sala, e eu me sento, apreensiva e imaginando o que ele vai dizer.

Christopher:  Nós não temos tempo. – Diz ao garçom enquanto nos sentamos. – Então, vamos querer bife de lombo de vaca mal passado, com molho béarnaise, se você tiver, batatas fritas e legumes verdes, o que o chefe tiver, e me traga a carta de vinhos.

– Certamente, senhor. – O garçom foi embora, surpreendido com a eficiência de Christopher, frio e calmo. Christopher coloca seu BlackBerry na mesa. Caramba, eu não tenho escolha?

Dulce:  E se eu não gostar de bife? – Ele suspira.

Christopher:  Não comece, Dulce.

Dulce:  Eu não sou criança, Christopher.

Christopher:  Bem, então pare de agir como uma. – Foi como se ele me desse um tapa. Eu pisco para ele. Então é assim que será, uma conversa agitada e tensa, embora estejamos em um ambiente muito romântico, mas certamente sem “corações e flores”.

Dulce:  Eu sou uma criança, por que não gosto de bife? – Murmuro tentando esconder minha dor.

Christopher:  Você resolve me fazer sentir ciúmes. É uma atitude infantil. Você não tem respeito pelos sentimentos do seu amigo, agindo daquela fora? – Aperta os lábios em uma linha fina e está com cara feia quando o garçom retorna com a carta de vinhos. Eu coro, eu não tinha pensado nisso. Pobre José, eu certamente não quero encorajá-lo. De repente, eu estou entorpecida. Christopher tem razão, foi uma coisa impensada o que fiz. Ele olha para a lista de vinhos. – Você gostaria de escolher o vinho? – Pergunta ele, erguendo as sobrancelhas para mim com expectativa, a arrogância em pessoa. Ele sabe que eu não sei nada sobre vinhos.

Dulce:  Você escolhe. – Eu respondo, chateada, me sentindo castigada.

Christopher:  Dois copos de Barossa Valley Shiraz, por favor.

– Érr... nós só vendemos o vinho em garrafa, senhor.

Christopher: Uma garrafa então. – Dispara.

–Sim, senhor. – Garçom se retira, dominado, e eu não o culpo. Eu franzo a testa para Cinquenta. O que está acontecendo com ele? Oh, em algum lugar nas profundezas da minha mente, a minha deusa interior, provavelmente ainda sonolenta, se alonga e sorri. Ela esteve adormecida por um tempo.

Dulce:  Você está muito mal-humorado. – Ele olha para mim, impassível.

Christopher:  Eu me pergunto por que será?

Dulce:  Bom, seria bom escolher o tom adequado para uma discussão animada e honesta sobre o futuro, não acha? – Eu sorrio docemente. Ele pressiona sua boca em uma linha dura, mas depois, quase a contragosto, eleva os lábios, e eu sei que ele está tentando abafar um sorriso.

Christopher:  Sinto muito.

Dulce:  Desculpas aceitas, e tenho o prazer de informá-lo que eu não estou decidida a me tornar vegetariana desde a última vez que comi.

Christopher: A última vez que você comeu, eu acho que isso já é um ponto discutível.

Dulce:  Oh não, essa palavra de novo, discutível.

Christopher:  Discutível. – Sua boca e seus olhos suavizam com humor. Ele passa a mão pelos cabelos, e ele está sério de novo. – Dulce, a última vez que conversamos, você me deixou. Estou um pouco nervoso. Eu disse a você, eu quero você de volta, e você não disse... nada. – Seu olhar é intenso e cheio de expectativa, sua franqueza é totalmente desarmante. O que diabos eu falo sobre isso?

Dulce:  Eu senti sua falta... realmente, senti sua falta, Christopher. Os últimos dias têm sido... difícies. – Eu engulo, e um nó na minha garganta se forma, quando eu lembro da minha desesperada angústia porque o deixei. Esta última semana foi a pior da minha vida, a dor que eu senti é quase indescritível. Nada se compara com isso. Mas a realidade me atinge novamente, sinto-a me envolver. – Nada mudou. Eu não posso ser o que você quer que eu seja. – Eu consigo exprimir estas palavras após o nó na garganta.