Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

   Uckermann: Você está muito quieta, e nem mesmo está corada. A verdade é que  nunca te vi tão pálida, Dulce. Está com fome? – Neguei com a cabeça. 

   Dulce: Que casa grande. – Ele admitiu com um olhar divertido. – Sabe tocar? – Perguntei apontando para o piano. – Ele concorda com a cabeça. – Claro, claro que toca. Há algo que não faça bem?

   Uckermann: Sim.. umas duas ou três coisas. – Tomou um gole de vinho e sem tirar os olhos de mim. – Quer se sentar? – Concordei com a cabeça, agarrou minha mão e me levou ao grande sofá. E sem me dar conta estava mordendo o lábio. – Dulce, pare de morder o lábio, por favor. Me desconcentra. 

   Dulce: Por que estou aqui? – Franziu o cenho.

   Uckermann: Sim. Com lincença um momento? – Desapareceu por uma grande porta e voltou em dois minutos com uns papéis nas mãos. – Isto é um acordo de confidencialidade. – Encolheu os ombros e pareceu um pouco incomodado. – Meu advogado insistiu. – Me estendeu os pápeis. – Se quiser continuar terá que assiná-los.

   Dulce: O que implica este acordo? 

   Uckermann: Implica que não pode contar nada do que aconteça entre nós. Nada a ninguém. – Merda, parece ser ruim. Ruim de verdade. Assenti e quando ia assinar. – Nem sequer vai ler?

   Dulce: Não. – Franziu o cenho. Sim, eu sou curiosa.

   Uckermann: Dulce, sempre se deve ler o que assina.

   Dulce: Christopher, o que não entende é que em nenhum caso falaria sobre nós a ninguém. Nem sequer com Anahi. Assim dá no mesmo assinar lendo ou não. Se for tão importante para você e para o seu advogado. Assinarei. – Me observou e assentiu sério. Assinei as duas cópias e lhe devolvi uma. – Quer dizer com isso que vai fazer amor comigo esta noite, Christopher? – Merda, eu disse isso em voz alta?

   Uckermann: Não, Dulce, não quer dizer isso. Em primeiro lugar, eu não faço amor. Eu fodo... duro. Em segundo lugar, temos muito mais papelada para arrumar. E em terceiro lugar, ainda não sabe do que se trata. Ainda poderia sair correndo. Vem, quero te mostrar meu quarto de jogos. – Fiquei boquiaberta. Levantou-se e me estendeu a mão. Deixei que me levasse de volta para o corredor. Subimos para o andar de cima e viramos à direita, retirou uma chave do bolsinho, virou a fechadura de outra porta e respirou fundo. – Pode partir em qualquer momento. O helicóptero está preparado para te levar aonde queira. Pode passar a noite aqui e partir amanhã pela manhã. O que disser, para mim, estará bem. 

   Dulce: Abre esta maldita porta de uma vez, Christopher. – Abriu a porta e se afastou a um lado para que eu entrasse primeiro. Voltei a olhá-lo. Queria saber o que havia ali dentro. Parei e entrei. P/uta merda, me senti como na época da Inquisição espanhola.

   A primeira coisa que notei foi o cheiro: couro, madeira e cera com um ligeiro aroma de limão. A luz é sutil, sai de algum lugar do teto e resplandece o ambiente. As paredes e o teto eram de cor vinho escuro, o chão era de madeira envernizada muito velha. Na parede de frente a porta, havia um grande X de madeira muito brilhante, com argolas nos extremos para ficar seguro. Por cima havia uma grande grade de ferro suspensa no teto, com no mínimo de dois metros quadrados, da qual se penduravam todo o tipo de cordas e algemas brilhantes. Perto da porta, dois grandes postes reluzentes e enfeitados, pendurados ao longo da parede como cortinas. Deles pendiam uma impressionante coleção de varas, chicotes e curiosos instrumentos com plumas. Junto a porta havia um móvel de madeira maciça com gavetas muito estreitas, no canto do fundo vejo um banco acolchoado de couro de cor vermelha, e junto à parede, uma estante de madeira onde continha varas de diversos tamanhos e grossura. No canto oposto havia uma sólida mesa de quase dois metros de largura, de madeira brilhante com pernas talhadas e debaixo, dois tamboretes combinando. 

   Mas o que dominava no quarto era uma cama. Era enorme, com mais correntes e algemas reluzentes. Não havia roupa de cama, apenas um colchão coberto com um lençol vermelho e várias almofadas de seda vermelha em um extremo. A uns metros dos pés da cama havia um sofá. Levantei os olhos e observei o teto, estava cheio de mosquetões, a intervalos irregulares. Fiquei me perguntando para que aquilo estava ali. Era isso então que o Christopher entendia por doçura e romantismo. Girei e ele me olhava fixamente com uma expressão impenetrável, avancei pela sala e me seguiu. As plumas tinham me intrigado, decidi tocá-las. Era como um pequeno gato de nove rabos, porém mais grosso e com pequenas bolas de plástico nos extremos.

  Uckermann: É um chicote de tiras. – Disse em uma voz baixa e doce. Nossa, acredito que estou em estado de choque. Estou paralisada. Qual é a reação adequada quando se descobre que seu possível amante é um sádico ou um masoquista total? Medo... essa parece ser a sensação principal. Mas não medo dele, não acredito que ele me machucaria. Bom, não sem meu consentimento. Aproximei-me da cama e passei a mão por um dos postes, era grosso. – Diga algo. – Pediu com um tom enganosamente doce.