Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

Com um suspiro pesado e um último olhar para as luzes de Seattle que se espalham como panos de ouro aos meus pés, eu decido ligar para Ray. Eu não falei com ele por um tempo. É uma conversa breve, como de costume, mas eu sei que ele está bem e que eu estou interrompendo uma partida de futebol importante.

Ray:   Espero que tudo esteja bem com Christopher. – Ele diz casualmente, e eu sei que ele está tentando pescar alguma informação, mas realmente não quer ber.

Dulce:  Sim. Nós estamos bem. – Mais ou menos, e estou indo morar com ele. Embora não tenhamos discutido uma data. – Te amo, papai.

Ray:   Te amo, muito, Dul.

Eu desligo e verifico meu relógio. São apenas dez horas. Por causa da nossa discussão, eu estou me sentindo estranhamente inervante e inquieta. Tomo banho rapidamente, e de volta no quarto, decido usar uma das camisolas de Caroline Acton adquiridas por mim a partir de Neiman Marcus. Christopher está sempre gemendo sobre as minhas camisetas. Existem três. Eu escolho a rosa pálido e a coloco. O tecido desliza em toda a minha pele, acariciando e me agarrando à medida que cai em torno do meu corpo. É uma sensação de luxo, o melhor cetim, o mais fino. Caramba. No espelho, me vejo como uma estrela de cinema de 1930. É longa, elegante e muito eu.

Eu pego o roupão combinando e decido caçar um livro na biblioteca. Eu podia ler no meu iPad, mas agora, eu quero o conforto e a segurança de um livro físico. Vou deixar Christopher sozinho. Talvez ele vá recuperar o seu bom humor, uma vez que ele termine de trabalhar.

Existem tantos livros na biblioteca de Christopher. Olhar cada título vai demorar uma eternidade. Olho acidentalmente na mesa de bilhar e coro ao meu lembrar da nossa noite anterior. Eu sorrio quando vejo que a régua ainda está no chão. Pego-a e golpeio a minha palma. Ai! Machuca. Por que não posso aguentar um pouco mais de dor pelo meu homem? Desconsolada, eu a coloco sobre a mesa e continuo minha busca por uma boa leitura. A maioria dos livros são as primeiras edições. Como ele pode ter acumulado uma coleção com essa em tão pouco tempo? Talvez a descrição de trabalho de Taylor inclua a compra de livros. Eu escolho Rebecca de Daphne Du Maurier. Faz tempo que eu não o leio. Sorrio quando me enrolo em uma das poltronas estofadas e leio a primeira linhda:

Na noite passada eu sonhei que fui a Manderley novamente...

Acordo quando Christopher me empurra para me levantar em seus braços.

Christopher:  Hey. – Ele murmura. – Você caiu no sono. Eu não conseguia encontrá-la. – Ele cheira meu cabelo. Sonolenta, coloco meus braços em volta do seu pescoço e respiro o seu perfume, oh, ele cheira tão bem enquanto ele me leva de volta para o quarto. Ele me coloca na cama e me cobre. – Durma, bebê. – Ele sussurra e pressiona os lábios contra a minha testa.

Eu acordo de repente de um sonho perturbador e estou momentaneamente desorientada. Me encontro ansiosamente verificando o final da cama, mas não há ninguém lá. Vem da grande sala um som fraco de uma complexa melodia de piano. Que horas são? Eu verifico o despertador, e são duas da manhã. Christopher ainda não veio dormir? Eu desembaraço as pernas do meu roupão, que eu ainda estou usando, e saiu da cama. Na sala grande, eu estou nas sombras, escutando. Christopher está perdido na música. Ele parece seguro e protegido em sua bolha de luz. E a canção que ele interpreta tem uma melodia rítmica, partes da qual o som é familiar, mas tão elaborado. Caramba, ele é bom. Por que isso sempre me pega de surpresa?

A cena inteira é diferente de alguma forma, e eu percebo que a tampa do piano está abaixada, me dando uma visão sem obstáculos. Ele olha para cima e nossos olhos se encontram, na cinza e suave luz luminosa da lâmpada. Ele continua a tocar, não hesitando em nada, enquanto eu caminho até ele. Seus olhos me seguem, me bebem, queimando mais brilhante. Quando eu o alcanço, ele para.

Dulce: Por que você parou? Estava maravilhoso.

Christopher:  Você tem alguma ideia de como está desejável no momento? – Ele diz, sua voz suave. Oh.

Dulce: Venha para a cama. – Eu sussurro e seus olhos se aquecem enquanto ele estende a mão. Quando eu a pego, ele me puxa inesperadamente para que eu caia em seu colo. Ele coloca os braços em volta de mim e cheira meu pescoço, atrás da minha orelha, provocando arrepios na minha espinha.

Christopher:  Por que nós brigamos? – Ele sussurra, com os seus dentes passando pela minha orelha. Macacos me mordam. Meu coração salta em uma batida, em seguida, começa a bater, correndo um calor em todo o meu corpo.

Dulce: Porque nós estamos nos conhecendo, você é teimoso, rabugento, mal-humorado e difícil. – Sussurro sem fôlego, tombando minha cabeça para dar-lhe um melhor acesso à minha garganta. Ele corre o nariz pelo meu pescoço, e eu sinto o seu sorriso.