Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

José: Você quer chamar a sua mãe ou seu pai? – Ele pergunta gentilmente.

Não! Eu sacudo a cabeça e José segura a minha mão. Eu não posso falar, eu sei que vou desmoronar se eu o fizer, mas o calor e o aperto gentil da sua mão, não me oferece nenhum consolo. Oh, mamãe. Meu lábio treme ao pensar em minha mãe. Devo chamá-la? Não. Eu não poderia lidar com a reação dela. Talvez Ray, ele não iria se emocionar, ele nunca se emociona, nem mesmo quando os Mariners perdem. Alexandra sobe para se juntar aos meninos, me distraindo. Este deve ser o mais longo tempo que ela ficou sentada. Maite chega para sentar ao meu lado e agarra a outra mão.

Maite:  Ele vai voltar. – Ela diz, sua voz inicialmente determinada, mas rachando na última palavra. Seus olhos estão arregalados e avermelhados, o seu rosto está pálido e deprimido pela falta de sono.

Eu olho para Poncho, que está assistindo Maite e Christian e tem seus braços em volta de Alexandra. Olho para o relógio. Bem depois das onze horas, quase meia-noite. Maldito tempo! A cada hora que passa, o vazio se expande, me consumindo, me sufocando. Eu sei que lá no fundo, eu estou me preparando, me preparando para o pior. Eu fecho meus olhos e ofereço outra oração silenciosa, apertando tanto a mão de Maite, quanto a mão de José. Abrindo-os novamente, eu olho para as chamas mais uma vez. Eu posso ver seu sorriso tímido, a minha favorita de todas as suas expressões, um vislumbre do verdadeiro Christopher, o meu verdadeiro Christopher. Para muitas pessoas ele é: maníaco controlador, CEO, espreitador, deus do sexo, dominador, e ao mesmo tempo, um menino com seus brinquedos. Eu sorrio. Seu carro, seu barco, seu avião... Charlie Tango... não... não... o eu menino perdido, verdadeiramente perdido agora. Meu sorriso desaparece e a dor me atravessa. Me lembro dele no chuveiro, limpando as marcas de batom. Eu não sou nada, Dulce. Eu sou uma casca de um homem. Eu não tenho um coração.

O nó na garganta se expande. Oh, Christopher, você tem, você tem um coração e é meu. Eu quero amá-lo para sempre. Mesmo que ele seja tão complexo e difícil, eu o amo. Eu sempre o amarei. Nunca haverá mais ninguém. Nunca. Me lembro de estar sentada na Starbucks, pesando os meus prós e contras com Christopher. Todos os contras, mesmo aquelas fotografias que eu encontrei hoje de manhã, derretem na insignificância, agora. O importante é somente ele e se ele vai voltar. Oh, por favor, Senhor, traga-o de volta, por favor, deixe-o ficar bem. Eu vou à igreja... Eu faria qualquer coisa. Oh, se eu o tiver de volta, vou aproveitar o dia. Sua voz ecoa em volta da minha cabeça mas uma vez: Carpe diem, Dul. Eu olho mais uma vez para o fogo, as chamas ainda estão lambendo e ondulando em torno de si, brilhando intensamente. Então ouço os gritos de Alexandra e tudo fica em câmera lenta.

Alexandra:  Christopher!

Eu viro a minha cabeça a tempo de ver Alexandra movimentar-se velozmente para o outro lado da sala grande, de onde ela havia estado andando, em algum lugar atrás de mim, e na entrada está um Christopher desanimado. Ele está vestido apenas com a camisa e a calça do terno, e ele está segurando o paletó azul-marinho, sapatos e meias. Ele parece cansado, sujo e absolutamente lindo. Pu/ta merda... Christopher. Ele está vido. Eu olho entorpecida para ele, tentando descobrir se eu estou alucinando ou se ele está realmente aqui. Sua expressão é um absoluto espanto. Ele deposita o paletó e os sapatos no chão a tempo de pegar Alexandra, que joga seus braços ao redor de seu pescoço e o beija duro na bochecha.

Christopher:  Mãe? – Ele olha para ele, completamente perdido.

Alexandra:  Eu pensei que nunca iria vê-lo novamente. – Sussurra, expressando o medo coletivo.

Christopher:  Mãe, eu estou aqui. – Eu ouço a tristeza em sua voz.

Alexandra:  Eu morri mil mortes hoje. – Ela sussurra, sua voz quase inaudível, ecoando os meus pensamentos. Ela suspira e soluça, não consegue mais segurar as lágrimas. Christopher fez uma careta, horrorizado ou mortificado, não sei qual, depois de um momento, envolve-a em um abraço enorme, segurando-a perto. – Oh, Christopher. – Ela engasga, envolvendo os braços em volta dele, chorando em seu pescoço, sem autocontenção e esquecendo que Christopher não gosta de ser tocado. Ele só a abraça, balançando para lá e para cá, confortando-a. Uma piscina de lágrimas quentes se forma em meus olhos. Victor grita do corredor.

Victor:  Ele está vivo! Merda, você está aqui! – Ele aparece da sala de Taylor, segurando o celular, e abraça os dois, de olhos fechados em um doce alívio.

Christopher:  Pai? – Maite grita algo que não compreendo do meu lado, então corre, juntando-se a seus pais, abraçando todos eles, também. Finalmente, as lágrimas começam cair em cascata pelas minhas bochechas. Ele está aqui, ele está bem. Mas não posso me mover. Victor é o primeiro a afastar-se, enxugando os olhos e dando palmadinhas no ombros de Christopher. Maite libera-os e Alexandra dá uns passos para trás.

Alexandra:  Desculpe.