Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

Duas horas mais tarde, Taylor me ajuda a sair da lancha a motor para as escadas até o convés. Gaston está ajudando o marinheiro com o Jet Ski. Christopher está longe de ser visto, e eu corro até a nossa cabine para embrulhar o seu presente, com uma sensação infantil de prazer.

Christopher: Você demorou. — Ele me surpreende, quando estou aplicando o último pedaço de fita. Me viro para encontrá-lo em pé na porta de entrada da cabine, me observando atentamente. Pu/ta merda! Eu ainda estou com problemas sobre o Jet Ski? Ou é o fogo em seu escritório?

Dulce: Tudo sob controle em seu escritório? — Eu pergunto.

Christopher:  Mais ou menos. — Ele diz, uma carranca surge irritada em seu rosto.

Dulce: Eu fiz algumas compras.— Murmuro na esperança de aliviar seu humor, e rezando para o seu aborrecimento não ser dirigido a mim. Ele sorri calorosamente, e eu sei que estamos bem.

Christopher:   O que você comprou?

Dulce:  Isso. — Eu coloco meu pé na cama e lhe mostro a minha corrente de tornozelo.

Christopher:  Muito bom. — Ele diz. Ele se aproxima de mim e acaricia os pequenos sinos para que eles tilintam docemente em volta do meu tornozelo. Franze a testa de novo e passa os dedos levemente ao longo da marca, enviando um formigamento até minha perna.

Dulce:  E isso. — Eu estendo a caixa, esperando distraí-lo.

Christopher:  Para mim? — Ele pergunta, surpreso. Concordo com a cabeça timidamente. Ele pega a caixa e balança suavemente. Ele sorri seu sorriso de menino, deslumbrante e se senta ao meu lado na cama. Debruçando-se, ele agarra meu queixo e me beija. — Obrigado. — Ele diz com prazer tímido.

Dulce:   Você não abriu ainda.

Christopher:  Eu vou amá-lo, seja o que for. — Ele olha para mim, seus olhos brilham. — Não recebo muitos presentes.

Dulce:   É difícil comprar-lhe coisas. Você tem tudo.

Christopher:  Eu tenho você.

Dulce:   Você tem. — Sorrio para ele. Oh, como você tem, Christopher. Ele facilita o trabalho, rasgando o papel de embrulho.

Christopher:  Uma Nikon? — Ele olha para mim, perplexo.

Dulce:  Eu sei que você tem sua câmera digital compacta, mas isto é para... hum... retratos e afins. Ele vem com duas lentes. — Ele pisca para mim, ainda sem entender. — Hoje, na galeria, você gostou das fotos de Florence D`elle. E eu me lembro do que você disse no Louvre. E, claro, havia aquelas outras fotografias. — Engoli, tentando o meu melhor para não recordar as imagens que encontrei em seu armário. Ele para de respirar, arregalando os olhos quando, finalmente, entende, e continuo falando de forma atropelada antes que eu perca minha coragem. — Achei que você poderia, hum... gostar de tirar fotos de... de mim.

Christopher:  Fotos. De você? — Ele me olha de boca aberta, ignorando a caixa que tem no colo.

Concordo com a cabeça, tentando desesperadamente avaliar a sua  reação. Finalmente, ele olha de volta para a caixa, com os dedos acariciando a ilustração da câmera na frente, com reverência fascinada.

O que ele está pensando? Ah, essa não é a reação que eu estava esperando, e meu subconsciente me olha como se eu fosse um animal de fazenda domesticado. Christopher nunca reage da maneira que espero. Ele olha para cima, seus olhos se encheram com o que, dor?

Christopher:   Por que você acha que eu quero isso? — Ele pergunta, confuso. Não, não, não! Você disse que iria amá-lo...

Dulce:  Não gostou? — Pergunto, me recusando a reconhecer o meu subconsciente que está questionando por que alguém iria querer fotografias eróticas de mim. Christopher traga saliva e passa a mão pelos cabelos. Parece tão perdido, tão confuso. Inspira profundamente.

Christopher:   Para mim, fotos como aquelas eram como uma apólice de seguro, Dul. Eu converti as mulheres em objetos durante muito tempo. — Faz uma pausa incômoda.

Dulce:  E você acha que tirar fotos de mim é... converter-me em um objeto também? — Todo o ar saiu do meu corpo, e o sangue desaparece de meu rosto. Ele aperta os olhos.

Christopher:    Estou tão confuso. — Ele sussurra. Quando abre os olhos novamente, eles estão arregalados e desconfiados, cheios de alguma emoção crua.

Merda. Isso é por minha culpa? Minhas perguntas sobre sua mãe, antes do nascimento? O incêndio no seu escritório?

Dulce:   Por que você diz isso? — Sussurro, com o pânico crescendo na minha garganta. Eu pensei que ele estava feliz.

Pensei que nós éramos felizes. Pensei que o faria feliz. Não quero confundi-lo. Ou sim? Minha mente começa a funcionar a toda velocidade. Ele não viu Flynn em quase três semanas. É isso? É essa a razão que ele esteja assim? Merda, deveria chamar Flynn? E em um momento, possivelmente único, de extraordinária profundidade e clareza, consigo lhe entender: o fogo, Charlie Tango, o Jet Ski... Ele está com medo, ele está com medo por mim, e vendo essas marcas na minha pele só piorou. Ficou todo o dia olhando para elas, sentindo-se mal, e não está acostumado a se sentir incomodado sobre sua forma de infligir dor. Só de pensar nisso me provoca um calafrio.

Ele encolhe os ombros e uma vez mais os seus olhos se movem para baixo para o meu pulso, onde a pulseira que me comprou esta tarde costumava estar. Bingo!