Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

Eu estou sobrecarregada. . . meu corpo está tenso até o limite, a minha mente em branco, e minhas emoções espalhadas ao vento. Ele se ergue comigo, retira o lençol de cetim da cama de dossel e me cobre. Os lençóis frescos parecem estranhos e indesejáveis contra a minha pele sensibilizada. Ele coloca os braços em volta de mim, me abraçando perto, embalando-me gentilmente para trás e para frente.

Christopher:  Sinto muito. Sinto muito. — Ele fala, com um sopro de voz. Ele beija meu cabelo mais e outra vez. — Dul, me perdoe, por favor. — Virando meu rosto em seu pescoço, eu continuo a chorar, e é uma liberação brusca. Tanta coisa aconteceu nos últimos dias, o incêndio na sala de informática, perseguições de carro, carreiras planejadas para mim, uma arquiteta ninfomaníaca, lunáticos armados no apartamento, as discussões, sua ira e Christopher esteve fora. Eu odeio Christopher partindo. . . Eu uso o canto do lençol para limpar meu nariz e, gradualmente, me torno ciente de que os tons clínicos de Bach ainda estão ecoando pela sala.

Dulce:  Por favor, muda a música. — Eu fungo.

Christopher:  Sim, claro. — Christopher se move, não me soltando, tira o controle remoto do bolso de trás. Ele aperta um botão e a música de piano finaliza, sendo substituída por minhas respirações estremecidas. — Melhor?, — Pergunta ele. Concordo com a cabeça, meus soluços diminuem. Christopher enxuga minhas lágrimas suavemente com o polegar. — Você não gosta das Variações Goldberg de Bach? — Ele pergunta.

Dulce:  Não. — Ele olha para mim, tentando e não conseguindo esconder a vergonha em seus olhos.

Christopher:  Sinto muito. — Ele diz novamente.

Dulce:   Por que você fez isso? — Minha voz é quase inaudível, quando eu tento processar os meus pensamentos e sentimentos mexidos. Ele balança a cabeça tristemente e fecha os olhos.

Christopher:  Eu me perdi no momento. — Ele diz de forma pouco convincente. Eu faço uma carranca para ele, e ele suspira. — Dul, a negação do orgasmo é uma ferramenta padrão de...— Ele para. Eu me mexo em seu colo, e ele estremece. Oh. Eu coro.

Dulce:   Desculpe. — Eu murmuro. Ele revira os olhos, então se inclina para trás, de repente, me levando com ele, de modo que nós ficamos deitados na cama, eu em seus braços. Meu sutiã está desconfortável, e eu os ajusto.

Christopher:  Precisa de uma mão? — Pergunta ele calmamente. Sacudo a cabeça. Eu não quero que ele toque meus seios. Ele se move, então ele está olhando para mim, e timidamente levantando a mão, ele acaricia seus dedos suavemente pelo meu rosto. Meus olhos se enchem de lágrimas novamente. Como ele pode ser um minuto tão insensível e tão terno no próximo? — Por favor, não chore. — Ele sussurra.

Estou atordoada e confusa por este homem. Minha raiva me abandona na minha hora de necessidade. . . Eu me sinto entorpecida. Eu quero me enrolar em uma bola e me retirar. Eu pisco, tentando conter as lágrimas quando olho em seus olhos sofridos. Eu respiro estremecendo, não tirando meus olhos dele. O que eu vou fazer com este homem controlador? Aprender a ser controlada? Acho que não. . .

Dulce:   Eu nunca o quê? — Peço

Christopher:  Faz o que te dizem. Você mudou de ideia, você não me disse onde você estava. Dul, eu estava em Nova York, impotente e lívido. Se eu estivesse em Seattle eu viria para casa.

Dulce:   Então você está me punindo? — Ele engole, em seguida, fecha os olhos. Ele não tem que responder, e eu sei que me punir era sua intenção exata. — Você tem que parar de fazer isso. — Murmuro. Sua testa franze. — Para começar, você só acaba sentindo-se um merda depois. — Ele bufa.

Christopher:   Isso é verdade. — Ele resmunga. — Eu não gosto de ver você assim.

Dulce:   E eu não gosto de me sentir assim. Você disse no Fair Lady que você não tinha se casado com uma submissa.

Christopher:   Eu sei. Eu sei. — Sua voz é suave e cru.

Dulce:   Bem, pare de me tratar como uma. Desculpe-me por eu não te ligar. Eu não vou ser tão egoísta novamente. Eu sei que você se preocupa comigo. — Ele olha para mim, examinando-me atentamente, seus olhos tristes e ansiosos.

Christopher:   Ok. Bom. — Ele diz, eventualmente. Ele se inclina para baixo, mas faz uma pausa antes de tocar os lábios nos meus, silenciosamente perguntando se é permitido. Eu levanto o meu rosto para o dele, e ele me beija com ternura. — Seus lábios são sempre tão suaves até mesmo quando você está chorando. — Ele murmura.

Dulce:   Eu nunca prometi obedecer-lhe, Christopher. — Eu sussurro.

Christopher:   Eu sei.

Dulce:   Lide com isso, por favor. Por nós. E eu vou tentar ser mais atenciosa com a sua. . .tendência em controlar. —  Ele parece perdido e vulnerável, completamente no mar.

Christopher:   Eu vou tentar. — Ele murmura, sua voz ardente com sinceridade. Eu suspiro, um suspiro longo estremecido.

Dulce:   Por favor, não. Além disso, se eu estivesse aqui. . .

Christopher:  Eu sei. — Ele diz e empalidece. Inclinando-se para trás, ele coloca seu braço livre sobre seu rosto. Eu me enrolo nele e coloco minha cabeça em seu peito. Nós dois ficamos em silêncio por alguns momentos. Sua mão se

move para o fim da minha trança. Tira a presilha dela, liberando o meu cabelo, e gentilmente, ritmicamente penteia seus dedos através dele. Isto é realmente sobre seu medo. . . seu medo irracional por minhasegurança. A imagem de Derrick James caído no chão do meu apartamento com uma Glock vem à mente. . . bem, talvez não tão irracional, isso me lembra...

Dulce:   O que quis dizer antes, quando você disse ou? — Eu pergunto.

Christopher:  Ou?

Dulce:   Algo sobre Derrick. — Ele olha para mim.