Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

Eu olho para fora da janela enquanto seguimos em direção à Aspen. As árvores são verdes, mas um sussurro do outono que está chegando é evidente aqui e ali nas pontas amareladas das folhas. O céu é de um azul claro, apesar de haver nuvens escurecidas ao oeste. Ao nosso redor, ao horizonte se encontram as Rochosas, o pico mais alto diretamente a frente. Elas são exuberantes e verdes, e as mais altas estão cobertas por neve e parece uma montanha desenhada por criança.

Estamos no parque de diversão dos ricos e famosos. E eu tenho uma casa aqui. Eu mal posso acreditar. E de dentro da minha psique, o mal-estar familiar que sempre está presente quando eu tento entender a riqueza do Christopher aparece e me persegue, fazendo me sentir culpada. O que eu fiz para merecer esse estilo de vida...? Eu não fiz nada; nada, exceto me apaixonar.

Christian:  Já esteve em Aspen antes, Dul? — Ele se vira e pergunta arrastando-me para fora do meu devaneio.

Dulce:  Não, primeira vez. Você?

Christian:   Annie e eu costumávamos vir aqui bastante quando nós éramos adolescentes. O papai é um esquiador nato. A mamãe nem tanto.

Dulce:  Estou esperando que o meu marido me ensine como esquiar. — Eu olho para o meu homem.

Christopher:  Não aposte nisso. — Ele murmura.

Dulce:  Eu não serei tão ruim!

Christopher:  Você pode quebrar o seu pescoço. — O sorriso dele some. Oh. Eu não quero discutir e azedar o bom humor dele, então eu mudo de assunto.

Dulce:  Há quanto tempo você é dono desse lugar?

Christopher:   Quase dois anos. É seu agora, também, Sra. Uckermann. — Ele diz suavemente.

Dulce:  Eu sei. — Eu sussurro. Mas de alguma forma eu não me sinto encorajada das minhas convicções. Inclinando-me, eu beijo sua mandíbula e me acomodo mais uma vez ao lado dele escutando-o rir e brincar com Christian e Poncho. Maite dá opinião ocasionalmente, mas Annie está quieta, e eu me pergunto se ela está emburrada por causa do Derrick James... ou alguma outra coisa.

Então eu me lembro. Aspen... a casa de Christopher aqui foi remodelada pela Gia Matteo e reconstruída por Poncho. Eu me pergunto se é isso que está preocupando a Annie. Eu não posso perguntar para ela na frente do Poncho, dada sua história com a Gia. A Annie sabe da conexão da Gia com a casa? Eu franzo a sobrancelha me perguntando o que poderia estar incomodando-a e resolvo perguntar para ela quando nós estivermos sozinhas.

Nós dirigimos pelo centro de Aspen e o meu humor melhora enquanto eu absorvo a cidade. Há edifícios quadrados de tijolo vermelho na maioria dos lugares, chalés de estilo suíço, e numerosas casinhas de virada do século pintadas com cores divertidas. Vários bancos e lojas de grife, também, traindo a afluência de população local. Claro que o Christopher combina com isso aqui.

Dulce:  Por que você escolheu Aspen? — Eu pergunto para ele.

Christopher:   O quê? — Ele me olha intrigado.

Dulce:  Para comprar um lugar.

Christopher:   Mamãe e papai costumavam nos trazer aqui quando nós éramos crianças. Eu aprendi a esquiar aqui, e eu gosto do lugar. Eu espero que você goste, também... do contrário nós venderemos a casa e escolhemos outro

lugar. — Ah! Simples assim. Ele enfia uma mecha solta do meu cabelo atrás da minha orelha. — Você está adorável hoje. — Ele murmura.

Minhas bochechas esquentam. Eu estou apenas usando a minha roupa de viagem; jeans e camiseta com uma jaqueta azul leve. Droga? Porque ele sempre me deixa tímida? Ele se inclina e me beija, um beijo amoroso, terno e doce. Taylor nos leva para fora da cidade, e nós começamos a subir o outro lado do vale, retorcendo ao longo de uma estrada na montanha. Quanto mais alto nós vamos, mais excitada eu fico, e Christopher fica tenso ao meu lado.

Dulce:  O que está errado? — Eu pergunto quando nós viramos uma curva.

Christopher:  Eu espero que você goste. — Ele diz baixinho. — Nós chegamos. — Taylor desacelera e contorna através de um portão de acesso feito de pedras cinzas, beges e vermelhas. Ele segue pela entrada e finalmente encosta do lado de fora da impressionante casa. Uma fachada dupla com telhado alto e construído com madeira escura e as mesmas pedras misturadas da entrada de acesso... é impressionante. Moderna e austera, bem do estilo do Christopher. — Casa. — Ele balbucia para mim enquanto nossos convidados começam a sair da van.

Dulce:  É bonita.

Christopher:  Venha. Veja. — Ele diz, um brilho excitando, apesar de ansioso em seus olhos... como se ele estivesse prestes a me mostrar o seu projeto de ciências, ou algo assim. Maite corre pelos degraus para onde uma mulher está

de pé na entrada da porta. Ela é pequena e seu cabelo negro possui mechas cinza. Maite coloca os braços ao redor de seu pescoço e a abraça apertadamente.

Dulce:  Quem é essa? — Eu pergunto enquanto Christopher me ajuda a sair da van.

Christopher:  Sra. Bentley. Ela vive aqui com seu marido. Eles tomam conta do lugar. — Meu Deus... mais gente? Maite está fazendo as apresentações... Christian, então Annie. Poncho, também, abraça a Sra. Bentley. Enquanto Taylor descarrega a van, Christopher pega a minha mão e me leva para a porta da frente.

Sra. Bentley:  Bem-vindo novamente, Sr. Uckermann. — Sra. Bentley sorri.

Christopher:  Carmella, esta é minha esposa, Dulce. — Ele diz orgulhosamente. Sua língua acaricia meu nome, fazendo o meu coração vacilar.

Sra. Bentley:  Sra. Uckermann — Ela faz um aceno respeitoso. Eu estendo minha mão e nós nos cumprimentamos. Não é surpresa para mim que ela é bem mais formal com o Christopher do que com o resto da família.