Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

Dulce:  Você está tentando me assustar? — Murmuro ofegante, deliberadamente tentando desviá-lo. Isto funciona. Ele tranquiliza e engole seco.
Christopher:  Esta não era minha intenção. — Ele franze a testa. Mal consigo respirar. Se ele me tocar, vou sucumbir. Sei o poder que ele exerce sobre mim e sobre meu corpo traidor. Eu sei. Seguro-me em minha raiva. — Eu tomei uma bebida com alguém que costumava ser próxima. Para clarear a mente. Não vou vê-la novamente.
Dulce:  Você a procurou?
Christopher:   No começo não. Tentei ver Flynn. Mas encontrei-a no bar.
Dulce:   E você espera que eu acredite que você não vai vê-la novamente? — Não posso conter a minha fúria quando silvo para ele. — E sobre a próxima vez que eu cruzar alguma linha imaginária? Este é o mesmo argumento que temos repetidas vezes. Se eu foder tudo de novo, você vai correr de volta para ela?
Christopher:   Eu não vou vê-la novamente. — Ele diz com uma indiferença fria.— Ela finalmente entendeu como me sinto. — Eu pisco para ele.
Dulce:   O que significa isso? — Ele endireita-se e passa a mão pelos cabelos, irritado, furioso e mudo. Eu tento uma abordagem diferente. — Por que você pode conversar com ela e não comigo?
Christopher:   Eu estava com raiva de você. Como estou agora.
Dulce:   Não diga! — Eu disparo. — Bem, estou com raiva de você também. Com raiva de você, por ter sido tão frio e insensível ontem, quando precisei de você. Brava com você por dizer que fiquei grávida de propósito, quando não foi assim. Com raiva por me trair. — Eu consigo reprimir um soluço. Seu queixo cai em estado de choque, e ele fecha os olhos brevemente, como se eu tivesse lhe dado um tapa. Eu engulo. Fique calma, Dulce. — Eu deveria ter controlado melhor minhas injeções. Mas não fiz isso de propósito. Esta gravidez é um choque para mim, também. — Eu murmuro, tentando ter um mínimo de civilidade. — Pode ser que a injeção falhou. — Ele olha-me, em silêncio. — Você realmente fodeu tudo ontem. — Sussurro, minha raiva fervendo. — Eu tive um monte de coisa para lidar nas últimas semanas.
Christopher:   Você realmente fodeu tudo a três ou quatro semanas atrás. Ou quando esqueceu de tomar sua injeção.
Dulce:   Bem, Deus me livre de ser perfeita como você! — Oh pare, pare, pare. Estamos encarando um ao outro.
Christopher:   Isto é um desempenho bastante notável, Sra. Uckermann. — Ele sussurra.
Dulce:  Bem, estou contente que mesmo grávida sou divertida. — Ele olha para mim sem entender.
Christopher:   Eu preciso de um banho.
Dulce:  E já forneci o suficiente para um show.
Christopher:   Este foi um show extremamente bom. — Ele sussurra. Dando um passo a frente, e eu recuo novamente.
Dulce:  Não.
Christopher:  Eu odeio que você não me deixe tocá-la.
Dulce:  Irônico, não? — Seus olhos estreitam mais uma vez.
Christopher:  Nós não esclarecemos nada, não é?
Dulce:  Eu acho que não. Só que estou saindo deste quarto. — Seus os olhos queimam e alargam brevemente.
Christopher:  Ela não significa nada para mim.
Dulce:  Exceto quando você precisa dela.
Christopher:  Eu não preciso dela. Eu preciso de você.
Dulce:  Você não precisou ontem. Essa mulher é um limite difícil para mim, Christopher.
Christopher:  Ela está fora da minha vida.
Dulce:  Eu gostaria de poder acreditar em você.
Christopher:  Pelo amor de Deus, Dul.
Dulce:  Por favor, me deixe me vestir. — Ele suspira e passa a mão pelos cabelos, mais uma vez.
Christopher:  Te vejo esta noite. — Ele diz, com a voz sombria e desprovida de sentimentos. E por um breve momento quero pegá-lo em meus braços e acalmá-lo... mas resisto, porque estou muito brava. Ele se vira e vai para o banheiro. Fico congelada até que ouço a porta fechar.
Eu cambaleio para a cama e caio pesadamente sobre a mesma. Minha deusa interior e meu subconsciente estão me dando uma grande salva de pé. Não recorro às lágrimas, gritos, ou assassinato, nem sucumbo à sua experiência. Eu mereço uma medalha de Honra do Congresso, mas me sinto tão deprimida. Merda. Nós não resolvemos nada. Estamos à beira de um precipício. É o nosso casamento que está em jogo aqui? Por que ele não pode ver o completo idiota que ele foi, correndo para aquela mulher? E o que ele quis dizer quando disse que nunca mais vai vê-la novamente? Como na terra vou acreditar nisso? Olho para o alarme do rádio relógio, oito e meia. Merda! Eu não quero chegar atrasada. Respiro fundo.
Dulce:  O segundo round foi um empate, Pequeno Blip. — Sussurro, acariciando minha barriga. — Papai pode ser uma causa perdida, mas espero que não. Por que, oh por que, você veio tão cedo Pequeno Blip? As coisas estavam apenas começando a ficar bem. — Meu lábio tremula, mas eu tomo uma profunda respiração purificante e trago minhas emoções desenfreadas sob controle. — Vamos lá. Vamos arrasar no trabalho.
Não digo adeus a Christopher. Ele ainda está no chuveiro, quando Sawyer e eu saímos. Quando olho para fora das janelas escurecidas do SUV, a compostura escorrega e meus olhos lacrimejam. Meu humor é refletido no céu cinza, triste e sinto uma estranha sensação de mau agouro. Nós realmente não discutimos sobre o bebê. Tive pelo menos vinte e quatro horas para assimilar a notícia do Pequeno Blip. Christopher teve ainda menos tempo.
Dulce:  Ele nem sequer sabe seu nome. — Eu acaricio minha barriga e enxugo as lágrimas do meu rosto.