Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

Dulce:  Sim. — Disparo. — Meu marido e eu temos várias contas aqui. Seu nome é Christopher Uckermann. — Seus olhos se arregalam em segundos e a falsidade dá lugar ao choque. Seus olhos me varrem de cima a baixo mais uma vez, com uma combinação de incredulidade e espanto.
— Por aqui senhora. — Ela sussurra e me leva a um escritório pequeno, com pouca mobília, com mais vidro verde-gravado. — Por favor, sente-se. — Ela aponta para uma cadeira de couro preto perto de uma mesa de vidro com um computador e telefone. — Quanto você vai retirar hoje Sra. Uckermann? — Ela pergunta agradavelmente.
Dulce:  Cinco milhões de dólares. — Eu olho diretamente em seus olhos como se eu pedisse essa quantidade de dinheiro todos os dias. Ela fica branca.
— Entendo. Vou buscar o gerente. Oh, me perdoe por perguntar, mas você tem identidade?
Dulce:  Eu tenho. Mas eu gostaria de falar com o gerente.
— Claro, Sra. Uckermann. — Ela sai apressada da sala. Eu afundo no assento e uma onda de náusea me lava enquanto a arma pressiona desconfortavelmente minhas costas. Agora não. Eu não posso ficar doente agora. Eu respiro profundamente e a onda passa. Nervosa, eu verifico o meu relógio. 02:25.
Um homem de meia-idade entra na sala. Ele é calvo e está usando um terno caro e bem talhado com uma gravata combinando. Ele estende a mão.
— Sra. Grey. Eu sou Troy Whelan. — Ele sorri, apertamos as mãos e ele senta-se à mesa à minha frente. — Minha colega me disse que a senhora gostaria de retirar uma quantidade grande de dinheiro.
Dulce:  Correto. Cinco milhões de dólares. — Ele se vira para o seu computador elegante e digita alguns números.
Whelan:  Nós normalmente pedimos um aviso prévio para grandes quantidades de dinheiro. — Ele faz uma pausa e me lança um sorriso tranquilizador, mas arrogante. — Felizmente, porém, temos a reserva de caixa para todo o Noroeste do Pacífico. — Ele se gaba. Caramba, ele está tentando me impressionar?
Dulce:  Sr. Whelan, eu estou com pressa. O que eu preciso fazer? Eu tenho minha carteira de motorista, talão de cheques de nossa conta conjunta. Eu devo preencher o cheque?
Whelan:  Vamos por parte, Sra. Uckermann. Posso ver sua identidade? — Ele muda de jovial para um banqueiro sério.
Dulce:  Aqui. — Eu entrego a minha identidade.
Whelan:  Sra. Uckermann... Aqui diz Dulce Maria Saviñón. — Oh merda.
Dulce:  Oh... Sim. Hummm.
Whelan:  Vou ligar o Sr. Uckermann.
Dulce:  Oh não, isso não será necessário. — Merda! — Eu devo ter alguma coisa com o meu nome de casada. — Eu reviro minha bolsa. O que eu tenho com o meu nome nele? Eu puxo a minha carteira, abro e encontro uma fotografia de Christopher e eu, na cama da cabine do Totalmente Lady. Eu não posso mostrar-lhe isso! Eu pego meu cartão do America Express. — Aqui.
Whelan:  Sra. Dulce Maria Uckermann. — Whelan lê. — Sim, isto serve. — Ele franze a testa. — Isto é altamente irregular, Sra. Uckermann.
Dulce:  Você quer deixar que meu marido saiba que o seu banco não foi cooperativo? — Eu endireito meus ombros e lhe dou meu olhar mais ameaçador. Ele faz uma pausa, momentaneamente me reavaliando, eu acho.
Whelan:  A senhora precisa fazer um cheque, Sra. Uckermann.
Dulce:  Claro. Para esta conta? — Eu lhe mostro a minha carteira, tentando acalmar meu coração disparado.
Whelan:  Sim, esta mesma. Eu também preciso que a senhora preencha alguns papeis. A senhora pode me dar um momento? — Concordo com a cabeça. Ele levanta e sai do escritório. Mais uma vez, eu solto a minha respiração presa. Eu não tinha ideia de que seria tão difícil.
Desajeitadamente, eu abro o meu talão de cheques e puxo uma caneta da minha bolsa. Eu preencho para sacar? Eu não tenho ideia. Com dedos trêmulos eu escrevo: Cinco milhões de dólares. Oh Deus, eu espero que eu esteja fazendo a coisa certa. Maite, pense em Maite. Eu não posso contar a ninguém. Pensar em Derrick me causa arrepios, suas palavras repugnantes me assombram. “Não diga a ninguém ou eu vou transar com ela antes de matá-la.”
Whelan retorna pálido e acanhado.
Whelan:  Sra. Uckermann? Seu marido quer falar com você. — Ele murmura e aponta para o telefone na mesa de vidro entre nós. O quê? Não. — Ele está na linha. Basta pressionar o botão. Eu vou ficar lá fora. — Ele tem a graça de olhar envergonhado. Whelan não tem nada de Benedict Arnold. Eu fecho a cara para ele, sentindo meu sangue sendo drenado do meu rosto enquanto ele sai atrapalhado do escritório.
Merda! Merda! Merda! O que eu vou dizer ao Christopher? Ele vai saber. Ele vai intervir. Ele é um perigo para a sua irmã. Minha mão está tremendo quando eu pego o telefone. Eu o seguro contra o meu ouvido, tentando acalmar minha respiração irregular e pressiono o botão para uma linha.
Dulce:  Oi. — Murmuro, tentando em vão acalmar meus nervos.
Christopher:  Você está me deixando? — As palavras de Christopher são um sussurro agoniado, sem fôlego. O quê?
Dulce:  Não! — Minha agonia espelha a sua. Ah, não. Ah, não. Ah, não. Como ele pode pensar assim? Pelo dinheiro? Ele acha que eu vou embora por causa do dinheiro? E num momento de clareza horrível, eu percebo que a única maneira para manter Christopher fora de perigo e para salvar sua irmã... É mentir. — Sim. — Eu sussurro. E abrasadoras chamas de dor passam através de mim, as lágrimas brotando dos meus olhos. Ele suspira, quase um soluço.