Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

É entardecer, quando eu acordo. Inundações de luz rosa pálido iluminam a sala. Christopher está sentado na poltrona, me observando, seus olhos castanhos luminosos, na luz ambiente. Ele está segurando alguns papéis. Seu rosto está pálido.
Caramba!
Dulce: O que aconteceu de errado? — Eu pergunto imediatamente, sentando-me e ignorando minhas costelas.
Christopher: Welch acabou de sair.
Oh merda.
Dulce: E?
Christopher: Eu vivia com o filho da pu/ta. — Ele sussurra.
Dulce: Vivia? Com Derrick? — Ele acena com a cabeça, os olhos arregalados. — Vocês são parentes?
Christopher: Não. Bom Deus, não.
Eu me sento na cama e puxo o edredom, convidando-o para a cama ao meu lado e, para minha surpresa, ele não hesita. Ele arranca os sapatos e desliza ao meu lado. Ele passa um braço ao meu redor e se enrola em mim, descansando a cabeça no meu colo. Estou atordoada. O que é isso?
Dulce: Eu não entendo. — Murmuro, correndo os dedos por seus cabelos e olhando para ele. Christopher fecha os olhos e franze a testa. Ele está se esforçando para lembrar.
Christopher:  Depois que fui encontrado com a prostituta, antes de eu ir viver com Victor e Alexandra, eu estava sob os cuidados do estado de Michigan. Eu vivia em um lar adotivo. Mas eu não consigo lembrar nada sobre esse tempo. — Minha mente rebobina. Um lar adotivo? Esta é uma novidade para nós dois.
Dulce:  Por quanto tempo? — Eu sussurro.
Christopher:   Dois meses mais ou menos. Eu não tenho lembrança.
Dulce:  Você falou com sua mãe e seu pai sobre isso?
Christopher:   Não.
Dulce:  Talvez você deva. Talvez eles possam preencher as lacunas. — Ele me abraça firmemente.
Christopher:   Aqui. — Ele me entrega os papéis, que acabam por serem duas fotografias. Eu chego mais perto e ligo a luz de cabeceira para que eu possa examiná-los em detalhe.

A primeira foto é de uma casa pobre com uma porta amarela e uma grande janela no telhado. Tem uma varanda e um jardim pequeno. É uma casa normal.
A segunda foto é de um olhar familiar. Num primeiro momento, uma simples família operária, um homem, sua esposa, eu acho, e seus filhos. Os adultos estão vestidos com deselegância, mas camisetas azuis bem lavadas. Eles devem estar em seus quarenta anos. A mulher tem cabelos loiros e o homem um cabelo bem raspado, mas ambos estão sorrindo calorosamente para a câmera. O homem tem a mão estendida sobre os ombros de uma menina adolescente mal-humorada. Eu olho para cada um dos filhos: dois meninos, gêmeos idênticos, cerca de 12 anos, ambos com cabelos loiros areia, sorrindo amplamente para a câmera; há outro menino, que é menor, com cabelo loiro-avermelhado, carrancudo, se escondendo atrás dele, um menino de cabelos cor de cobre e olhos castanhos. Com os olhos arregalados e assustado, vestido com roupas que não combinam e segurando um cobertor sujo de criança.
Cara/lho.

Dulce:  Este é você. — Eu sussurro, meu coração cambaleando em minha garganta. Eu sei que Christopher tinha quatro anos quando sua mãe morreu. Mas esta criança parece muito mais jovem. Ele devia estar severamente desnutrido. Eu sufoco um soluço, enquanto as lágrimas vêm para os meus olhos. Oh, meu doce Cinquenta.
Christopher concorda.
Christopher:   Sou eu.
Dulce:   Welch trouxe essas fotos?
Christopher:   Sim. Não me lembro de nada disso. — Sua voz é neutra e sem vida.
Dulce:  Lembrar-se de estar com os pais adotivos? Por que deveria? Christopher, foi há muito tempo. É isso que está preocupando você?
Christopher:  Lembro-me de outras coisas, de antes e depois. Quando eu conheci a minha mãe e meu pai. Mas isto... É como se houvesse um abismo enorme.
Meu coração se contorce e entendimento chega. Meu querido controlador gosta de tudo em seu lugar e agora ele aprendeu que ele é a parte que falta de um quebra-cabeça.
Dulce:  É Derrick nessa foto?
Christopher:  Sim, ele é o filho mais velho. — Os olhos de Christopher ainda estão bem fechados e ele está se agarrando a mim como se eu fosse um bote salva vidas.
Corro os dedos por seus cabelos enquanto eu olho para o menino mais velho que olha gritantemente desafiador e arrogante, para a câmera. Eu posso ver que é Derrick. Mas ele é apenas um garoto, um triste garoto com oito ou nove anos de idade, escondendo seu medo por trás de sua hostilidade. Um pensamento me ocorre.
Dulce: Quando Derrick me ligou para dizer que ele tinha Maite, disse que se as coisas tivessem sido diferentes, poderia ter sido ele. — Christopher fecha os olhos e treme.
Christopher:  Filho da pu/ta!
Dulce: Você acha que ele fez tudo isso porque os Uckermanns adotaram você no lugar dele?
Christopher:  Quem sabe? — Seu tom é amargo. — Eu não dou a mínima para ele.
Dulce:  Talvez ele soubesse que estávamos vendo um ao outro quando eu fui para aquela entrevista de emprego. Talvez ele planejasse me seduzir o tempo todo. — A bile subiu na minha garganta.