Fanfic:  A escrava | Tema: vondy

   Meu coração está disparado, assim que as portas se abrem no térreo saio tropeçando mais uma vez, mas felizmente não caindo de bruços no chão. Eu corro até as largas portas de vidro e por fim estou livre, levanto meu rosto dando boas-vindas a fresca chuva. Fecho meus olhos e respiro fundo, tentando recuperar o restante do meu equilíbrio. Nenhum homem me afetou como Christopher Uckermann fez, e não entendo o porquê. É sua aparência? sua civilidade? sua riqueza? seu poder? Eu não entendo minha reação irracional. Dou um longo suspiro e alívio, me enclinando contra umas das colunas do edifício e tento me acalmar e juntar meus pensamentos. Agito minha cabeça e meu coração estabiliza, voltando a bater regularmente, e eu posso respirar normalmente de novo. Ando até meu carro, quando deixo os limites da cidade começo a me sentir tolar e envergonhada ao reproduzir a entrevista em minha mente. Certamente, estou reagindo a algo que está em minha imaginação. Certo, então ele é muito atraente, confiante, autoritário, à vontade consigo mesmo, mas por outro lado é arrogante, e por todos os seus modos impecáveis, ele é ditador e frio. Bem, pelo menos a primeira vista. 

   Um arrepio involuntário percorre minha espinha. Ele pode ser arrogante mas ele tem o direito de ser, conseguiu tanto tão jovem. Ele não suporta imbecis, mas por que ele deveria? Estou novamente irritada com Annie por não me dar uma breve biografia dele. Minha mente começa a vagar enquanto dirigo, estou perplexa por existir pessoas tão empenhadas em triunfar, também pelas perguntas de Anahi, que vergonha ainda não acredito que disse aquilo, só de lembrar já estremeço e coro. Maldita Anahi Portilla! Observo que estou andando mais devagar, e logo a lembraça daquele olhar e a voz dura me dizendo para dirigir com cautela invadem minha mente. Esqueça isso Dul, falo para mim mesma, mas chego a conclusão que foi uma experiência interessante mas não devo insistir pois não o verei novamente. Esse pensamento me alegra imediatamente, ligo o som bem alto, me encosto e piso no acelerador. Percebo que posso dirigir como eu quero.

   Chego a pequena comunidade de apartamentos dúplex que dividimos e sei que Anahi vai querer saber de tudo, ainda bem que tem o gravador e espero que não tenha que elaborar nada além do que foi dito na entrevista.

   Anahi: Dul! Você chegou. - estava sentada na sala cercada por livros. Estava estudando, levanta e pula em cima de mim, me abraçando forte. - Estava ficando preocupada, você demorou. 

   Dulce: Acho que compensei o tempo considerando que a entrevista funcionou. - mostrei o gravador pra ela.

   Anahi: Dul, muito obrigada por fazer isto. Fico te devendo, eu sei. Como foi? Como ele era? - Oh não, lá vamos nós ao interrogatório. Luto para responder, mas o que eu posso dizer?

   Dulce: Estou feliz que terminei e que não vou voltar a vê-lo. Ele era bastante intimidante, sabe. - Encolho os ombros. - Bastante focado, intenso até, e jovem. Realmente jovem. - Anahi me olha com ingenuidade e eu franzo a testa. - Não se faça de inocente, por que não me deu uma biografia? Ele me fez sentir como uma idiota por me restringir as perguntas básicas. - Anahi aperta uma mão em sua boca.

   Anahi: Deus, Dul eu sinto muito, eu não pensei. - Seu comentário me faz bufar.

   Dulce: Na maior parte do tempo ele foi educado, formal, ligeiramente sufocante, como se tivesse envelhecido antes do tempo. Ele não conversa como um homem da idade dele. Afinal, quantos anos ele tem?

   Anahi: Vinte e sete. Dul, eu sinto muito. Eu deveria ter te informado, mas eu estava em pânico. Deixa eu pegar o gravador e começar a transcrever a entrevista.

   Dulce: Você parece melhor. Comeu a sopa? - Pergunto, querendo mudar de assunto.

   Anahi: Sim, e estava ótima como sempre. Estou me sentindo bem melhor. - Ela sorri com gratidão e verifico meu relógio.

   Dulce: Tenho que correr e ainda fazer meu turno na loja.

   Anahi: Dul, você está exausta.

   Dulce: Estarei bem, te vejo mais tarde.