Fanfic: Belo Desastre | Tema: Romance
Alasca confirmou com um sinal de cabeça e ele negou com outro.
— Você é uma garota inteligente, Eve. Estou te avisando. Se você
cair no papo dele e depois acabar ficando brava, não venha descontar em
mim e na Alasca, certo?
Eu sorri e disse:
— Não vou cair na dele, Caleb. Você acha que eu pareço uma
daquelas Barbies gêmeas?
— Ela não vai cair na dele — Alasca confirmou, tranquilizando
Caleb e encostando no braço dele.
— Não é a primeira vez que passo por uma dessas, Alasca. Você sabe
quantas vezes ele ferrou as coisas pro meu lado por causa de transas de uma noite com a melhor amiga da minha namorada? De repente, vira conflito de
interesse sair comigo, porque seria confraternizar com o inimigo! Estou te
falando, Eve — ele olhou para mim. — Não venha me dizer depois que a
Alasca não pode ir no meu apartamento nem ser minha namorada porque
você caiu no papo do Cam. Considere-se avisada.
— Desnecessário, mas obrigada — respondi.
Tentei tranquilizar Caleb com um sorriso, mas o pessimismo dele
era resultado de muitos anos de prejuízo por causa do Cam.
Alasca se despediu de mim com um aceno, saindo com Caleb
enquanto eu seguia para a aula da tarde. Apertei os olhos para enxergar sob
o sol brilhante, segurando com força as tiras da mochila. A Eastern era
exatamente o que eu esperava, desde as salas de aula menores até os rostos
desconhecidos. Era um novo começo para mim. Finalmente eu podia andar
em algum lugar sem os sussurros daqueles que sabiam — ou achavam que
sabiam — alguma coisa do meu passado. Eu era tão comum quanto qualquer
outra caloura ingênua e estudiosa, sem ninguém para me encarar, sem
boatos, nada de pena ou julgamento. Apenas a ilusão do que eu queria que
vissem: a Eve Jonhson que vestia cashmere sem nenhum resquício de
insensatez.
Coloquei a mochila no chão e desabei na cadeira, me curvando para
pegar o laptop na mochila. Quando ergui a cabeça para colocá-lo na mesa,
Cam se sentou sorrateiramente na carteira ao lado.
— Que bom. Você pode tomar notas pra mim — disse ele, mordendo
uma caneta e sorrindo, sem dúvida com o máximo de seu charme.
Meu olhar para ele foi de desprezo.
— Você nem está matriculado nessa aula...
— Claro que estou! Geralmente eu sento lá — disse ele, apontando
com a cabeça para a última fileira.
Um pequeno grupo de garotas estava me encarando, e percebi que
havia uma cadeira vazia bem no meio delas.
— Não vou anotar nada pra você — eu disse, ligando o computador.
Cam se inclinou tão perto de mim que eu podia sentir sua respiração na
minha bochecha.
— Me desculpa... Ofendi você de alguma maneira?
Soltei um suspiro e fiz que não com a cabeça.
— Então qual é o problema?
Mantive o tom de voz baixo.
— Não vou transar com você. Pode desistir.
Um lento sorriso se formou em seu rosto antes de ele se pronunciar.
— Não pedi para você transar comigo — pensativo, os olhos dele se
voltaram para o teto —, ou pedi?
— Não sou uma dessas Barbies gêmeas nem uma de suas fãs ali —
respondi, olhando de relance para as garotas atrás de nós. — Não estou
impressionada com as suas tatuagens, nem com o seu charme de garotinho,
nem com a sua indiferença forçada, então pode parar com as gracinhas, ok?
— Ok, Beija-Flor.
Ele ficou impassível diante da minha atitude rude, de um jeito que
me enfureceu.
— Por que você não passa lá no meu apê com a Alasca hoje à noite?
Olhei com desdém para ele, que se aproximou ainda mais.
— Não estou tentando te comer. Só quero passar um tempo com
você.
— Me comer? Como você consegue fazer sexo falando assim?
Cam caiu na gargalhada, balançando a cabeça.
— Só vem, tá? Não vou nem te paquerar, prometo.
— Vou pensar
O professor Chaney entrou a passos largos, e Cam voltou à atenção
para frente da sala. Resquícios de um sorriso permaneciam em seu rosto,
tomando mais nítida a covinha da bochecha. Quanto mais ele sorria, mais eu
queria odiá-lo, e no entanto era esse o motivo pelo qual odiá-lo era
impossível.
— Quem sabe me dizer que presidente teve uma esposa vesga e feia
de doer? — perguntou Chaney.
— Anota isso — sussurrou Cam. — Vou precisar saber disso pra usar
nas entrevistas de emprego.
— Shhh — falei, digitando cada palavra dita pelo professor.
Cam abriu um largo sorriso e relaxou na cadeira. Conforme a hora
passava, ele alternava entre bocejar e se apoiar no meu braço para dar uma
olhada no monitor do meu laptop. Eu me concentrei, me esforcei para
ignorá-lo, mas a proximidade dele e aqueles músculos saltando de seu braço
tornavam a tarefa difícil. Ele ficou mexendo na faixa de couro preta que
tinha em volta do pulso até que Chaney nos dispensou.
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Autor(a): may_hana
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Eu me apressei porta afora e atravessei o corredor. Justo quando tive certeza de que estava a uma distância segura, Cam apareceu ao meu lado. — Já pensou no assunto? — ele quis saber, colocando os óculos de sol. Uma morena baixinha parou à nossa frente, ingênua e cheia de esperança. — Oi, Cam — ela disse e ...
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