Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

[duas semanas depois]

Domingo passou rápido e entediante para todos. O decorrer das duas semanas também fora assim, sem nenhuma novidade torrencial naquele grupo de amigos. 

Sara voltou da casa de seus parentes ainda mais apaixonada por Peter, que estava louco de saudades. Os dois conversaram na terça feira à noite sobre como e quando tomariam a decisão de anunciar o “namoro” aos pais da loira e aos pais do garoto também. 

Roger permanecia firme e forte com Michele. A promessa que fizera de não ter relação sexual entre eles já estava lhe afetando um tanto o humor, pois não imaginava o quão ruim era ficar sem sexo, ainda mais tendo um tipo de relacionamento com alguém tão sensual quanto Michele. A ruiva parecia não se importar em provoca-lo usando saias, shorts e vestidos tanto curtos, quanto justos, nas vezes em que se encontraram ao decorrer dessas duas semanas. Sem contar nos amassos mais quentes que davam quanto estavam a sós. Apesar disso, Rogério estava se mantendo firme no que se dizia a promessa feita, tanto com a ruiva, quanto com qualquer outra garota, ele andava um pouco estressado e às vezes se xingava mentalmente por ter proposto aquilo, mas mantinha-se fiel quando saia com Tuti sozinhos. 

Já Tuti continuava a correr atrás de Melissa. Dizia para Roger e tentava convencer a si mesmo que aquilo era puramente por conta da vingança que se propôs a fazer a Rick. Segundo ele, o garoto engasgava de raiva e ciúme ao vê-lo com a loira em algumas vezes que saíram em publico. Porém, o que ninguém sabia era as vezes em que o moreno visitava Melissa durante a tarde ou antes de sair para algum “trabalho”, já que a loira não tinha liberdade de sair todos os dias da semana. Sem contar as mensagens e telefonemas diários e sequenciais que Tuti fazia a ela, muitas das vezes até inconsciente do motivo por ta ligando. Mas como nem tudo é perfeito, bem diferente de Roger, ele não prezava fidelidade, até porque não tinha compromisso algum com a loira. Todavia não deixou de sair com qualquer garota que lhe interessasse nas boates em que ia fazer a entrega de suas mercadorias. Melissa estava cada vez mais encantada com ele. Telefonemas, mensagens, conversas de internet e bate papo no celular. Tudo era motivo para que Artur despejasse o seu romantismo sobre a garota, mesmo que aquilo não fosse tão verdadeiro. Era o que ELE tentava enganar a todos e a si mesmo.

Bah, bom, Barbara não estava tão bem quanto aos demais. Pelos longos e difíceis quinze dias que passara, a garota cada vez mais se isolava em casa. Saia apenas para a escola e vez ou outra, ia para a academia, de preferência em um horário cujo sabia não encontrar Rick ali. Na escola ela entrava na sala somente no horário da aula, onde procurava se quer olhar para o moreno. Uma vez que até o lugar onde sentava, ela trocou. Michele não foi muito de acordo, mas preferiu deixar a amiga à vontade. Bah sentava na primeira cadeira, da fileira inicial da sala e procurava concentrar-se nas matérias dadas pelos professores a fim de esquecer o garoto que estava sentado ao fundo da sala. Em casa sua única distração era Rômulo. O garoto alvo não havia desistido de tentar conseguir pelo menos um beijo que fosse de Bah, mas no momento, ao perceber o estado a qual ela se encontrava – de tristeza intensa – havia decidido ser mais um amigo, do que incomodá-la com cantadas e insinuadas inconvenientes.

Era sábado. Vinte e três horas. Bah se maquiava a contra gosto, esfumando a sombra preta que compunha sua maquiagem, combinando com um short jeans folgadinho, de cor preto e com taxinhas, de comprimento curto. Bem curto. Uma regata branca, justa, e uma jaqueta laranja, curta, terminavam de combinar o visual juntamente um sneaker preto nos pés. Michele, que usava um vestido azul, justo e com alças finas, passava um batom vermelho nos lábios, sentada na cama da amiga enquanto tagarelava em o quanto aquela noite seria boa. A ruiva já tinha conversado com Roger, e informado que não poderia lhe dar muita atenção, pois havia proposto a Rômulo que ficaria ao lado de Bah naquela noite. Logo Rômulo deu duas batidas na porta avisando-lhes que estava pronto. De nada adiantou, elas não se apressariam de nenhuma forma. Ainda mais Bah, que pensava em os amigos desistirem de sua companhia aquela noite. Sua mãe, Lidia, também iria sair naquela noite. Iria para um barzinho de carona com Alda, portanto o carro ficaria na garagem. Bah já havia combinado com Michele de pedir o carro da mãe, pois previa não ficar muito tempo naquela boate e não queria depender da carona de ninguém, como costumava ser.

Rômulo já havia se jogado no sofá da sala, vendo televisão, a espera das meninas, que sabia que demorariam. Ele trajava uma calça jeans saruel de lavagem clara, tênis e uma blusa de cor escura e gola “v”. Na cabeça usava o seu boné de aba reta, como era de costume. Lidia saiu no corredor quando a campainha tocou, mas deparou-se com o menino sentado lá.
–– castigo, meu filho? –– ela perguntou com um leve sorriso nos lábios.
–– a sra conhece bem a filha que tem –– ele falou descontraído e a viu parar segurando a maçaneta da porta.
–– sei bem o quanto ela demora pra se arrumar, ainda mais junta de Michele –– Lidia revirou os olhos e abriu a porta –– oi Alda –– disse cumprimentando a amiga com dois beijos.
–– oi Lidia. Pronta? –– perguntou e olhou para o garoto no sofá –– oi Rômulo.
–– oi dona Alda –– ele se levantou e cumprimentou a outra

–– nossa, que menino perfumado –– Alda disse sorrindo.
–– até demais pro meu gosto –– Bah disse chegando ali e falando com a voz entediada.
–– Barbara! –– a mãe lhe repreendeu — que implicância com o garoto. Ele realmente está cheiroso... Aliás — Lidia sorriu largo — está sempre bem perfumado.
–– isso é ser bom –– Alda comentou olhando para Bah de forma cínica –– as meninas gostam de homens cheirosos. Ou pelo menos deveriam gostar...
–– justamente –– Lidia concordou.
–– eu sei disso –– Rômulo concordou sem graça enquanto mantinha as mãos dentro dos bolsos da calça –– menos a sua filha, dona Lidia –– disse olhando a menina que revirava os olhos –– ela não suporta o meu perfume.
–– é insuportável mesmo –– Bah falou fazendo cara de nojo.
–– deve ser porque é bom demais e aí incomoda, sabe? –– Michele falou cheia de sarcasmo, fazendo Bah rosnar pra ela e Rômulo morder o lábio contendo o sorriso.
–– Michele, cala a boca, vai... –– Bah disse entre os dentes –– mãe, a gente já vai indo, ta?

–– tudo bem. Eu vou passar um batom e vou também –– Lidia comentou com Alda –– vamos lá dentro, Alda.
–– ah mãe –– Bah a chamou quando saiam pelo corredor –– a sra podia me emprestar o carro hoje, né?
–– meu carro? –– Lidia entortou os lábios e Bah assentiu –– você nem dirige, Barbara.
–– mas o Rômulo dirige –– ela disse imediatamente e viu o garoto se assustar.
–– achei que íamos de táxi –– Rômulo disse surpreso.
–– é caro e perigoso –– Michele completou.
–– hã, tudo bem. Eu acho –– Lidia falou olhando pra Alda que assentiu, concordando com a amiga.
–– mas sem beber, crianças –– Alda os advertiu.
–– pode deixar –– Rômulo assentiu sorrindo.
–– obrigada mãe –– Bah disse sorrindo largo.

Rômulo pegou a chave do carro sobre a mesinha da sala e abriu a porta, dando passagem para as duas meninas. Já saindo da garagem do prédio, Michele estava animada. Havia convencido Bah colocar uma música agitada e se remexia dentro do carro. 
–– essa hoje ta acesa –– Rômulo comentou balançando a cabeça negativamente –– tenho até pena do Roger.
–– ta com um fogo, desde cedo –– Bah comentou rindo da amiga.
–– eita! –– a ruiva exclamou –– só estou feliz porque minha amiga vai sair conosco hoje, vocês só pensam bobagem.
–– até parece –– Bah revirou os olhos –– se você soubesse a animação que eu to aqui...
–– da pra perceber –– Rômulo falou fazendo cara de nojo e lhe olhando –– dá pra vê que você ta transbordando empolgação –– disse irônico.
–– cala a boca e dirigi, vai –– Bah disse mal humorada, lhe dando um tapa no braço.
–– Bah ta selvagem hoje –– Michele falou divertida, sentando entre o banco dos dois –– aproveita, Rômulo –– ela piscou para o garoto pelo retrovisor.

–– ah meu deus –– a garota revirou os olhos e Rômulo riu –– não dá ideia, Mi. Não ilude esse infeliz, por favor.
–– capaz ela me algemar na cama e me esquecer lá por uns três dias –– ele disse fazendo uma careta.
–– três dias é pouco –– Bah falou dando de ombros com desdém.
–– aí eu te desamarro –– Michele falou fazendo careta para a morena –– coitado, Bah. Você poderia se divertir um pouquinho só com ele... — falou quase em um sussurro para a morena, mas sabendo que Rômulo ouvira.
–– ele ta ouvindo, amiga –– a morena disse entediada.
— eu sei — Michele deu de ombros e estalou os lábios — só uns beijos pra animar tua vida.
— não to com cabeça pra isso — Bah disse estalando os lábios e revirando os olhos.
–– não precisa de cabeça, não é algo difícil... –– Michele falou animada — é só juntar os lábios e... — falava com certa malicia e um sorriso no canto dos lábios.
–– Michele! –– Bah exclamou para a ruiva, que fez um bico e jogou as costas contra o banco de trás do carro.
–– ok, ok, só queria ajudar –– disse emburrada.

–– desiste Michele, eu já cansei de ser chutado –– Rômulo falou sorrindo fraco e lhe fitando pelo retrovisor –– investimento demais pra pouco retorno, sabe?
–– está investindo no ramo errado, meu amigo –– Bah falou suspirando.

O silencio de instalou por alguns minutos ali dentro. Bah tinha o cotovelo apoiado na janela do carro e a cabeça escorada no vidro. Michele estava praticamente deitada sobre o banco traseiro e Rômulo dirigia calado. 
–– gente, desculpa se fui grosso –– Bah falou após algum tempo –– eu não to com clima pra esse tipo de coisa — disse com a voz fraca — desculpem mesmo.
–– eu acho, mas só acho, que você deveria parar de sofrer pelo Rick –– Michele disse com desdém.
–– você acha e eu tenho certeza –– Rômulo falou sério, fitando a direção, mas percebeu que Bah lhe encarava.
–– não é fácil como vocês dizem –– Bah disse seca.
–– eu sei como não é fácil –– Michele falou séria, se sentando entre os dois novamente –– você viu o tanto que eu sofri com o Pepinho. Só que uma hora eu consegui superar. Tive que superar...

–– só que eu não consigo, Mi –– Bah disse indignada –– é um sentimento de raiva, misturado com dor e saudade. Algo que eu não sei como me livrar... –– ela suspirou forte e estalou os lábios.
–– na minha opinião você não quer se livrar desse sentimento... –– Rômulo falou ainda sem olhá-la e sorriu fraco para si.
–– eu só não quero ficar confusa –– Bah falou mordendo o lábio inferior –– não quero me enrolar e magoar os outros.
–– ficar confusa com o que? –– Michele perguntou perdida no papo enquanto Bah tinha os olhos fixos em Rômulo, que apenas dirigia, sustentando o sorriso fraco nos lábios –– vocês estão falando de vocês? –– ela franziu a testa.
–– não é novidade nenhuma que eu tenho uma queda por ela, né? –– Rômulo disse olhando para Michele pelo retrovisor e Bah desviou o olhar para a janela.
–– não –– Michele assentiu sorrindo –– e acho que ela deveria aproveitar isso e curtir o momento...
–– não precisaria se envolver sentimentalmente comigo –– ele deu de ombros e fez beiço –– meu coraçãozinho não é fácil de ser ferido –– disse manhoso e Bah riu indignada.
–– muito fazido mesmo! –– Bah o acusou enquanto ria.
–– confesso que esse aí é bom de lábia! –– Michele disse se divertindo com a situação.

Bah se calou enquanto os dois permaneceram fazendo piadinhas sobre a garota. Além da falta de vontade que estava de sair, o seu maior medo era encarar a realidade do momento. Rick pegando todas como antigamente. Em épocas passadas a garota não ligaria tanto. Não nutria por ele tal sentimento atual e além do mais, namorava Artur. O que acabava desfocada totalmente de Rick. Quando Rômulo estacionou na boate, Michele já pôde ver Roger com Pepinho, Sara e Rick perto da porta de entrada. Ela encarou Bah, que fixou os olhos no grupo de amigos, sentindo um calafrio percorrer o seu corpo ao se deparar com a figura de Rick ali. 
–– se quiser posso avisar pro Roger me encontrar lá dentro –– ela murmurou pra amiga.
–– não, tudo bem –– Bah disse suspirando forte.
–– ta tudo bem mesmo? –– Rômulo perguntou passando o braço por cima dos ombros dela.
–– eu o vejo todo dia na escola –– a morena revirou os olhos –– a presença dele não é problema pra mim –– disse dando de ombros.
–– mas você senta na frente, se quer o olhar e ainda some durante o intervalo todo –– Michele a advertiu –– tem dia que eu duvido que você se quer o vê na escola.

–– uma hora eu vou ter que voltar a conviver com ele, né? –– Bah falou erguendo o rosto, tentando mostrar confiança –– e eu já to pronta pra isso.
–– ta, ta tão pronta que evita a presença dele na escola todo dia e ainda parou a academia só pra não encontrá-lo –– Rômulo disse irônico e lhe fitou de cara feia.
–– não se mete, ta? –– ela disse cerrando os olhos para o garoto que lhe deu um beijo na testa.
–– vamos então? –– a ruiva apertou os lábios.
–– vamos –– Bah assentiu –– vamos beber e dançar — disse suspirando forte, como se tivesse tomando coragem para aquilo.
— é fácil, é só fingir que ele não existe e que eu sou o único homem aqui — Rômulo disse sussurrando em seu ouvido enquanto andavam e Bah deu uma risada.
— nem que você fosse o último da face da terra –– Bah deu de ombros e apressou o passo, saindo dos braços dele.
–– porra cara, a Barbara acaba com a minha auto estima –– ele murmurou emburrado e Michele riu enquanto apertava os lábios.
–– coitado –– ela disse o zoando.
–– vou precisar de várias garotas pra eu conseguir me erguer moralmente –– ele falou alcançando Bah novamente e lhe puxando pelo braço.

–– você não é doido de me deixar sozinha aqui pra ficar com alguém –– a morena se virou e lhe olhou de testa franzida.

Rômulo deu uma risada irônica e foi aproximando o rosto da garota, que estava parada. Michele se divertia com os dois, mas continuou a andar, os deixando sozinhos. Ela parou na roda de amigos, abraçando Roger por trás. Rick sorriu para a ruiva enquanto Roger lhe dava um selinho e os demais a cumprimentavam, mas logo viu a figura de Bah parada pouco antes deles, com Rômulo em sua frente. Os dois tinham uma das mãos dadas. 
–– se você ficar comigo, eu não vou precisar ficar com ninguém –– Rômulo sussurrou aproximando sua boca da de Bah, que estava inerte.
–– eu não vou ficar com você –– ela disse apreensiva, mas não conseguia se mover. Seus olhos estavam fixos –– desiste –– murmurou.

–– eu não vou ficar com você –– ela disse apreensiva, mas não conseguia se mover. Seus olhos estavam fixos –– desiste –– murmurou.
–– você é engraçadinha, né? –– ele franziu o nariz em uma careta –– não fica comigo e não me deixa ficar com outras.
–– engraçadinho é você que me traz pra uma boate e me larga pelo primeiro rabo de saia que aparece –– ela resmungou emburrada.
–– meu deus, nem entramos na boate ainda e você já ta me acusando de coisas que nem pensei em fazer! –– ele disse incrédulo e gargalhou –– você é uma chatinha, hein?! –– falou revirando os olhos e se afastou dela, lhe puxando pela mão para andar.
–– uma chata que você ta doido pra pegar, né? –– ela arqueou a sobrancelha e parou de andar, cruzando os braços enquanto sorria.
–– a enjoada mais bonita que eu conheço –– Rômulo falou mordendo o lábio, fazendo Bah corar.
–– ridículo –– ela resmungou e ameaçou dar um passo, mas fora interrompida por um selinho de Rômulo –– garoto! –– ela exclamou surpresa enquanto ele ainda ria — você não tem jeito mesmo.

— então dá um jeito em mim — Rômulo falou enquanto sustentava um sorriso malicioso nos lábios, fazendo Bah sorrir.
— mas não sabe mesmo o que é um não, hein?! — ela balançou a cabeça negativamente.
— eu sei levar um não quando ele é verdade — o garoto falou dando de ombros.
— e eu estou mentindo, por acaso? — Bah perguntou indignada.
— claro que está, porque eu sei que você me quer — ele disse descontraído e puxou a garota que estava — vamos entrar logo, vai...

Rick sustentava o olhar fixo naquela direção desde aquele primeiro momento e engoliu a seco quando deparou-se com o selinho que Rômulo havia dado nela. Logo que Melissa e Ronald se aproximaram do grupo de amigos, o garoto desviou o olhar para cumprimenta-los, a Melissa com um clima bem estranho, e em seguida, ao perceber que Bah e Rômulo vinham naquela direção, ele tratou de entrar na boate.
— ué, o que foi que deu nele? — Roger perguntou confuso quando viu o primo sair do grupo de repente.

Michele, Peter e Sara se entreolharam nesse momento, sabendo que o motivo pelo o qual Rick havia saído dali se dava pela aproximação de Bah juntamente com Rômulo. Ronald não percebera a presença da garota e Melissa logo imaginou que se tratava de sua presença. Confusa, a loira puxou a prima pela mão, praticamente a arrastando dali, mas parou quando trombou em Tuti.
— ai Melissa! — Michele resmungou.
— oi Melissa — Artur disse sorrindo para ela e depois fitou a ruiva — oi Michele, tudo bom? — sorriu cinicamente.
— oi Artur — disse fazendo cara de nojo enquanto a prima o olhava abobalhada — então Mel, depois a gente se fala — disse revirando os olhos diante o cinismo dele.
— ta — a loira assentiu lhe olhando rapidamente e se virou de frente a Artur — oi — disse já corada.
— tudo bom, linda? — ele acariciou lateral do rosto dela.
— ta, tudo bem sim — ela concordou imediatamente — e contigo?
— melhor agora, obvio — Tuti disse mantendo um sorriso.
— Mel, vamos entrar — Ronald disse encostando atrás da irmã — opa, oi — sorriu de leve para Tuti.
— e aí?! — Artur fez um gesto de “ok” com o dedo polegar — bom, vou entrar só daqui a pouco, então a gente se esbarra por lá — ele piscou para a loira e deu meia volta indo rumo outros garotos.

— quem é esse? — Ronald perguntou quando se puseram a andar.
— um conhecido — Melissa disse com desdém.
— hum, sei... — o irmão murmurou incrédulo.
— o que foi? — ela perguntou indignada, porem rindo.
— ué, nada, Mel — ele deu de ombros — você tava cheia de sorrisos pro conhecido aí... 

A loira revirou os olhos e adentrou a boate seguida pelo irmão. Caminharam em direção as mesas dispostas nas laterais da boate e logo viram Sara, Peter, Michele, Roger e Bah sentados, bebericando alguma coisa. Apesar de se sentir incomodada, Melissa sentou-se à mesa juntamente com seu irmão. Minutos depois Michele levantou-se dali com Roger, indo para a pista de dança. Bah conversava intimamente com Sara enquanto Peter, Ronald e Rômulo falavam sobre carros. Melissa estava à toa, com o olhar perdido pela pista de dançar quando avistou Rick um pouco mais afastado dali, lhe olhando. Na verdade, ela sabia que ele olhava para Bah, mas como se sentia totalmente deslocada, resolveu levantar-se e ir até lá. Escorou-se ao lado de Rick e pediu uma bebida. O garoto virou o rosto lhe observando e os dois se encararam. Em seguida Rick deu um suspiro, virou-se para frente novamente, abaixado a cabeça.
— oi Rick — ela disse ainda lhe olhando.

— oi Melissa — ele respondeu sorrindo fraco enquanto fitava a cerveja em sua mão — tudo bom?
— hã, comigo ta tudo bem sim — a loira disse apertando os lábios e contigo? — to ótimo — Rick deu um sorriso um tanto irônico enquanto balançava seus ombros.
— Rick, você está chateado comigo? — ela perguntou de imediato, intrigada.
— porque estaria? — Rick virou o rosto para fitá-la, ainda havendo ironia em sua voz.
— sei lá, você não falou comigo quando eu cheguei e está estranho... — a loira deu de ombros — obrigada — agradeceu ao garçom que lhe entregou uma bebida.
— achei que o Artur não iria te deixar falar comigo — ele respondeu sorrindo cínico e ela deu um riso incrédulo.
— de onde você tirou isso, Rick? — Melissa perguntou franzindo a testa.
— ué, vocês estavam bem demais na praia naquele final de semana — Rick deu de ombros e um gole na cerveja que segurava — estão ficando ainda? — perguntou lhe encarando novamente.

— às vezes — ela respondeu receosa e diante a risada e balançada negativa da cabeça de Rick, mordendo o lábio inferior — o que? — perguntou curiosa, já que em sua cabeça Rick estaria enciumado.
— nem acredito que você ta dando bola pra um cara como aquele... — disse ele ainda balançando a cabeça.
— como aquele? — ela perguntou confusa, franzindo a testa.
— ele não presta, Melissa — Rick disse como se fosse obvio — eu to te falando isso desde aquela primeira vez aqui mesmo na boate, mas você parece que não entende — disse irritado.
— Rick, eu sei que vocês não se dão bem... — Melissa começou a explicar enquanto sorria.
— você gosta dele? — o garoto a interrompeu.
— hã... Ah, porque essa pergunta? — ela o questionou confusa.
— se não quer falar, não precisa — Rick falou se levantando do banquinho — foi apenas uma pergunta — disse dando um passo a frente.
— ei, calma — a loira franziu a testa e segurou em seu braço — Rick, eu te fiz alguma coisa? — perguntou intrigada — não entendo porque você está me tratando assim...

— desculpa — Rick bufou e abaixou a cabeça — eu só to um pouco irritado com umas coisas e aí quando eu te vejo, me lembro de você com o Artur e isso me tira mais ainda do sério — ele disse visivelmente chateado e ergueu a cabeça olhando para a loira.
— não entendo qual o problema com isso... — Melissa falou sorrindo, porém confusa.
— esse cara não presta — Rick disse suspirando impaciente.
— você já disse isso, Rick, mas não explica porque, então ta difícil de... — a loira começou a falar aquilo incrédula das palavras de Rick
— se afasta dele que é o melhor que você faz — Rick a interrompeu novamente, lhe olhando firme.
— não entendo porque essa tua implicância com ele — ela franziu a testa.
— não existe implicância nenhuma — o garoto falou negando com a cabeça e amoleceu os braços, perdendo o tom rígido que tinha ate a pouco — ele não é uma boa pessoa, Mel. Se você souber nas coisas em que o Artur é metido, você não ficaria com ele...
— não sei de onde você tirou isso, Rick — ela disse indignada — eu saí sim com o Artur algumas vezes e ele ta bem longe do que você diz dele...

[...]