Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

Barbara vestiu um short jeans curto e desfiado na barra, com uma blusinha de alças finas, sem sutiã. Ela riu pensando que se Rômulo tivesse ali, iria fazer algum comentário maldoso sobre aquele fato. Lidia abriu a porta do quarto quando ela penteava os cabelos e chamou a filha.
–– a sra tem certeza, mãe? –– Bah murmurou com a voz fraca.
–– ta vendo, Barbara –– Lidia bufou e amoleceu os ombros –– é por isso que nós não queríamos que vocês se envolvessem. Eu não vou deixar de ir almoçar na Alda porque você não quer ver o Ricardo –– disse ela irritada –– e eu não estou pedindo pra você ir, estou mandando! –– ela gritou do corredor.
–– merda! –– a garota resmungou e prendeu o cabelo longo em um rabo de cavalo.

Ao adentrar a casa, Alda cumprimentou a garota com dois beijos e um abraço. Logo seguiram para a cozinha, já que se passava de meio dia e o almoço não estava totalmente pronto. Era comum que aos domingos,= cujo as duas não tiravam plantão no sábado anterior, elas se reunissem na casa de Alda para almoçar. Bah entrou na cozinha, onde ficou sentada a mesa ouvindo sua mãe e Alda conversarem sobre fofocas do hospital. 
–– e como foi na casa do teu pai, Barbara? –– Alda perguntou se virando para ela.

–– do mesmo jeito de sempre tia Alda –– Bah disse sem animo –– agora a ridícula inventou de engravidar –– disse rindo incrédula.
–– tua mãe comentou comigo –– ela sorriu fraco e se virou de frente ao fogão novamente –– mas e teu pai está feliz com essa situação?
–– ele parece querer tanto quanto ela –– a menina fez uma careta –– viajei só pra me estressar. Nem deveria ter ido...
–– eu achei que você fosse acampar com os garotos –– Alda deu de ombros.
–– eu queria muito tia –– Bah sorriu com tristeza e encarou a mãe que estava escorada na pia, de frente para ela –– mas já tinha prometido ao meu pai e seria aquele caos se eu não fosse...
–– ele ficaria chateado, filha –– Lidia disse a repreendendo –– você já havia prometido que iria, né?
–– mas eu fui só pra ficar enfurnada em casa, mãe –– Bah choramingou –– ele se quer me dá atenção. Eu teria me divertido mais indo acampar com meus amigos... –– disse emburrada –– o Rick estava super animado pra ir.
–– sério? –– Alda a olhou e franziu a testa –– ele pareceu bem desanimado no dia em que saíram daqui –– disse confusa.

–– bom, no dia da festa do Ronald, ele tava bem empolgado –– ela disse fingindo não saber de nada e olhou para sua mãe de novo, que apertou os lábios, mantendo os braços cruzados.
–– então aconteceu alguma coisa, porque no dia seguinte ele chegou em casa de péssimo humor –– Alda entortou os lábios e ficou pensativa –– ele deve ter brigado com aquela namoradinha dele. Sei lá –– ela deu de ombros.
–– dia seguinte? –– Barbara sorriu confusa, franzindo a testa –– que namoradinha tia?
–– aquela loirinha, bem bonitinha, sabe? –– ela disse encarando Bah, que engolia a seco.
–– mas eles estão namorando, Alda? –– Lidia perguntou sorrindo, estando também confusa.
–– você sabe como são esses jovens, Lidia –– Alda deu de ombros –– eles só “ficam” –– ela disse rindo –– sei que ele dormiu na casa dela um dia desses e viajou com ela pro tal acampamento. Se não estão namorando sério, não sei como isso se chama...

Lidia apertou os lábios e levou uma mão sobre os cabelos, preocupada pela reação que a filha esboçava. Ela estava inerte, pálida e mantinha o olhar fixo no balcão da pia.
–– tia, a Lara ta aí? –– Bah perguntou com a voz engasgada.
–– não, querida... –– Alda disse sem olhá-la.
–– vou lá no quarto dela, vê um pouco de TV –– a garota disse se levantando –– depois a sra me chama, mãe –– ela olhou a mulher que suspirava pesado, sabendo o quão magoada a filha deveria estar.
–– tudo bem –– Lidia assentiu preocupada.

Assim que passou pelo arco que ligava a cozinha ao corredor para a sala, Barbara ouviu a porta da sala fechar e logo avistou Ricardo vindo em sua direção. Os dois fixaram seus olhares no outro e as respirações ficaram pesadas.
–– oi –– ele balbuciou para ela, que se quer piscava os olhos.

Barbara começou a balançar a cabeça negativamente, o olhando com desaprovação enquanto isso Ricardo franziu a testa e de repente a viu passar com tudo ao seu lado, lhe empurrando pelo tórax.
–– Barbara? –– ele perguntou confuso e largou sua mochila no corredor para ir atrás dela, mas ouviu Alda gritar.
–– Rick? –– sua mãe perguntou em voz alta e um sorriso largo.
–– oi mãe –– ele disse em um tom de voz relativamente alto.
–– nem te ouvi entrar, amor –– Alda apareceu ali no corredor, enquanto Rick ficava em duvida se ia até a cozinha ou se seguia Bah até o quarto.
–– acabei de chegar mãe –– ele sorriu fraco e andou com as mãos nos bolsos até a porta de entrada –– oi tia Lidia –– ele disse ao vê-la encostada a pia, sorrindo fraco pra ele.
–– oi querido –– Lidia respondeu não muito contente.
–– a Bah ta lá no quarto da Lara –– Alda falou indo até ele e lhe dando um abraço.

–– ah sim, falo com ela depois –– Rick disse no ouvido da mãe durante o abraço, mas notou que Lidia balançava negativamente e sussurrava “não” para ele.
–– e como foi lá? Se divertiu muito –– a mãe perguntou passando a mão pelo seu rosto ao afastar seus corpos.
–– foi tedioso, mãe –– ele sorriu fraco –– fiquei segurando vela pro Roger e pro Pepinho –– arqueou as sobrancelhas, fazendo cara de dó.
–– mas a loirinha não foi com você? –– ela perguntou franzindo a testa.
–– não tenho nada com a Melissa, mãe –– Ricardo deu um riso cansado –– entende isso. Não temos nada, ok?
–– tanto faz como vocês chamam esse relacionamento de vocês –– Alda revirou os olhos e fora de volta para a pia –– vai tomar um banho pra vir almoçar. Aposto que só comeram besteira lá...
–– ta mãe, ta –– ele respondeu sem nenhuma paciência e virou-se rumo ao corredor.

Alda viu o filho sair e olhou para Lidia que já tinha virado de frente para Apia e lavava alfaces para a salada.
–– esse menino ta estranho... –– ela comentou.
–– deve ta cansado da praia –– Lidia respondeu sem olhá-la –– deixe-o descansar.
–– pode ser... –– Alda deu de ombros –– queria que ele sossegasse, sabe Lidia? –– ela estalou os lábios –– acho tão bonito garoto que namora sério e traz a namorada em casa, pra jantar, almoçar, fazer programa de família... –– ela deu de ombros, sustentando um sorriso bobo.
–– logo essa hora vai chegar, ele é novo ainda –– a amiga disse apertando os lábios.
–– e você conseguiu arrancar algo a mais sobre aquela historia dele com a Bah? –– Alda perguntou de repente, e Lidia assustou-se.
–– hã? –– perguntou surpresa –– quer dizer, não, nada. Acho que era mentira ou invenção do ex da Barbara mesmo... 
–– ainda bem, né? –– ela sorriu como se aquilo fosse um alivio e Lidia sorriu sem graça.

[...]

Rick entrou em seu quarto e jogou suas coisas sobre a cama, indo para o banheiro em seguida, abriu a porta sem bater e olhou à procura de Bah, mas logo se lembrou que sua mãe dissera que ela estaria no quarto de Lara. O garoto adentrou o cômodo apressado e viu a morena deitada na cama, de costas para a porta e com as pernas dobradas, encostadas à sua barriga.
–– Bah? –– ele perguntou fechando a porta atrás de si –– oi. Ta tudo bem? –– continuou a perguntar e se aproximou, sentando na beirada da cama, às suas costas.
–– não toca em mim, Ricardo –– ela disse friamente, quando ele pôs uma mão sobre os cabelos dela que caiam sobre os ombros –– sai.
–– hã? –– ele perguntou incrédulo –– o que foi? 
–– sinceramente? –– Barbara disse se virando de barriga pra cima e fitando o teto –– não quero mais você perto de mim. Chega, ok? 
–– hum? Não quer o que? –– Rick perguntou rindo, totalmente confuso.
–– foi o que você ouviu, não se faz de idiota –– ela resmungou.
–– eu ouvi, mas não entendi –– ele franziu a sobrancelha –– não quer porque, Barbara? –– perguntou atordoado –– o que aconteceu?
–– acho que você quem deveria me responder o que aconteceu, né? –– ela disse irônica, o fitando e ergueu seu corpo, sentando-se e indo até a beirada da cama ao lado dele.

–– não aconteceu nada por aqui –– ele deu de ombros, ainda franzindo a testa –– do que você está falando?
–– você pode me deixar sozinha? –– ela perguntou bufando e revirando os olhos.
–– não antes de saber do que você está falando –– Rick deu um riso e negou com a cabeça –– quando você saiu daqui, nós tínhamos brigado porque eu não queria que você tivesse ido. Nós dois estávamos de cabeça quente, falamos coisas idiotas para o outro, mas mesmo assim eu esperei que você fosse voltar e nós fossemos conversar e ficar tudo bem –– ele explicava um tanto desesperado enquanto ela revirava os olhos lentamente, entediada com aquilo.
–– você é tão previsível, Ricardo –– ela disse com um riso irônico nos lábios.
–– aconteceu alguma coisa lá? –– Rick perguntou engolindo a seco aquela idéia, mas ela permaneceu calada, sorrindo ironicamente –– você não tava falando sério quando disse que não queria mais, né? –– perguntou o garoto, agora arqueando as sobrancelhas.

–– eu senti tua falta cada dia que eu estive lá –– Barbara por fim falou, com a voz baixa, fitando o chão e entrelaçando os próprios dedos.
–– eu também senti –– Ricardo sorriu apertando os lábios, mais animado.
–– não parece... –– ela murmurou, sem olhá-lo.
–– ok –– ele suspirou forte e se virou de frente a ela, sentando com uma perna dobrada sobre a cama e outra para fora –– você vai me dizer o que aconteceu? –– perguntou pacientemente e logo levou uma mão até o rosto dela, acariciando ali.

Ela, por sua vez, virou o rosto, tirando sua mão do alcance dela.
–– você é cínico! –– ela disse sarcasticamente, se colocando de pé e o olhando com reprovação.
–– Barbara, você ta testando minha paciência ou algo do tipo? –– ele perguntou rindo confuso –– porque eu ainda não to entendendo sobre o que você ta falando –– balançou os ombros –– foi por causa da discussão antes da viagem?

–– você me pede pra ser sincera contigo, mas não é comigo –– ela falou com a voz quase falhando e o viu fechar os olhos e suspirar forte –– e essa não é a primeira vez...
–– sério que você quer de novo discutir esse assunto? –– Rick perguntou ainda de olhos fechado e os ombros amolecidos, demonstrando impaciência para falhar mais uma vez sobre o lance das drogas.
–– não, Rick, não é sobre o Tuti ou as drogas –– Bah falou apertando os lábios e cruzando os braços sobre os peitos –– é sobre confiança e sinceridade. Isso sempre vai está interligado, mas dessa vez não é sobre isso.
–– e sobre o que é dessa vez, Barbara? –– ele perguntou lhe encarando, cansado de mais uma discussão –– que eu me lembre, foi você quem mentiu pra mim, omitindo o fato da viagem com Rômulo.
–– e por isso, você vai e fica com aquela... Aquela... –– Bah rosnou, cerrando os dentes e virou-se de costas para ele, contendo a raiva.
–– como? –– Rick se pôs de pé, rindo e se aproximou dela, parando em suas costas –– com quem eu fiquei, vida? –– ele perguntou incrédulo, colocando uma mão em seu ombro, mas ela se afastou novamente.

–– espero que dessa vez você tenha certeza do que está fazendo! –– ela disse irritada e caminhou até o outro lado do quarto.
–– você ta falando do acampamento? –– ele arqueou a sobrancelha –– porque eu realmente fui acampar com os meninos e...
–– e com ela! –– Bah resmungou, cruzando os braços novamente e bufou –– não bastava ter ficado em segredo, achando que ninguém fosse saber, aí você vai e viaja com a vadia e junto com nossos amigos!
–– como é, Barbara? –– Ricardo perguntou mais incrédulo ainda, rindo –– que absurdo você ta falando?
–– não adianta, Rick. Você mente muito mal e faz tuas merdas pior ainda! –– ela falou aumentando o tom de voz –– você reclamou que eu estava te tirando da minha vida, mas é você que não pode ter uma vagabunda qualquer em cima de ti que... –– ela falava alterada, quando a gargalhada de Rick lhe interrompeu e ele se aproximou dela.
–– o que a Sara foi te contar, hein? –– ele perguntou se divertindo e parando em sua frente.
–– eu não falei com a Sara, nem com a Michele, mas eu não quero nem ouvir o que elas têm a dizer –– Bah falou, mais calma e com a voz mais baixa, desviando o olhar dele.

Nesse momento a porta se entreabriu e Alda pôs a cabeça lá. Os dois se afastaram e viraram para ela, assustados enquanto a mulher sorria para ambos.
–– eu sabia que vocês estariam juntos... Vamos comer? –– ela perguntou adentrando mais o quarto, sorrindo.

–– ah, claro, mãe –– Rick tentou sorrir, mesmo que soando falsamente.
–– eu, hã, eu to sem fome –– Barbara murmurou, dando um suspiro no final e viu Lidia entrar após Alda. Ela tinha um olhar preocupado, já que não conseguira evitar que a amiga fosse atrás dos dois.
–– ta tudo bem com você, amorzinho? –– Alda virou-se totalmente para Bah, levando uma mão até seu rosto –– to te achando tão pra baixo. Não é Lidia? –– ela virou o rosto para a mãe da garota que agora parava ao seu lado –– estávamos comentando sobre isso.
–– eu já te falei, Alda –– Lidia sorriu fraco e foi para o lado da filha –– toda vez que a Barbara vai pra casa do pai dela, ela volta assim.
–– eu não gosto de ir pra lá –– Bah murmurou, olhando para Ricardo e depois desviando o olhar –– essa é uma das coisas que eu deveria cortar da minha vida. Isso e outras coisas que têm me feito muito mal...
–– você não pode evitar teu pai, Barbara... –– Lidia murmurou, a olhando e depois desviou o olhar para Rick, os reprovando com o olhar.

–– desculpa se não consigo lidar com isso, mãe –– ela disse cabisbaixa e se afastou deles, sentando na ponta da cama –– se vocês não se importam, eu quero deitar um pouco...
–– eu fiz panquecas –– Alda a olhou tentando animá-la com um sorriso –– eu sei que você adora. Vamos? –– esticou a mão para a garota, que levou seu olhar até sua mãe, suspirando e balançando a cabeça negativamente.
–– tudo bem, tia –– Bah se deu por vencida e segurou na mão da mulher, que lhe abraçou de lado e saiu do quarto, sendo seguidas por Rick e Lidia.

Antes de passarem pela porta, Lidia segurou no braço de Rick, fazendo o garoto parar e lhe olhar.
–– vocês estavam discutindo? –– ela perguntou.
–– a Barbara cismou que eu fiz alguma coisa que não fiz, tia –– ele disse decepcionado.
–– Rick, meu filho –– Lidia suspirou e olhou para fora, verificando que Alda não estivesse por perto –– eu não aprovo essa relação de vocês pelo único fato de não querer afastar nossas famílias quando vocês não estiverem mais juntos. Eu não quero ter que interferir na amizade com a Alda, que é quase uma irmã pra mim, por causa de vocês... 
–– isso não vai acontecer, tia –– Rick lhe interrompeu.

–– vai meu filho, vai sim... –– ela assentiu entristecida –– vai, porque eu vou ficar ao lado da minha filha enquanto a Alda vai ficar do seu lado, independente de quem esteja certo ou errado.
–– entendo –– ele suspirou e passou a mão nos cabelos –– mas eu quero ficar com a Barbara. Muito, tia. Eu a amo desde que me entendo por gente e a sra não imagina quanto tempo eu levei pra conseguir que ela ficasse comigo e acreditasse no que sinto por ela.
–– talvez eu acredite, mas vocês são novos demais pra uma relação desse tipo, Rick –– Lidia disse com pesar –– vocês têm muito que curtir suas vidas ainda, sabe? Não sei se estariam prontos para firmarem um relacionamento tão sério e cheio de compromissos e fidelidade...
–– oi? Ta acontecendo alguma coisa? –– Alda apareceu ali, interrompendo-os e fazendo Lidia se calar.
–– nada –– ela sorriu –– apenas aconselhando o Rick com umas coisas da vida. Né amor? –– Lidia olhou para o garoto que assentiu, com semblante sério. 
–– vamos almoçar, porque to morrendo de vontade de comer comida –– Rick falou fitando sua mãe e sustentando agora um sorriso fraco, totalmente forçado.

Ao sentar-se a mesa, Rick lançou um olhar para Barbara, que ainda mantinha seu semblante sério. O de Rick agora também estava assim após a rápida conversa com a mãe da garota. Ele não conseguia entender exatamente o que tinha acontecido, por qual motivo Lidia havia dito daquelas coisas e muito menos pelas atitudes de Barbara. Na verdade, pra ele era obvio que tinha Melissa envolvida nessa historia, mas não daria tempo de Sara ou até Michele ter contado para ela que ele teria dormido esses dias na mesma barraca da loira, mesmo que não tenha feito nada. Durante toda a refeição os dois se mantiveram em silêncio, encarando-se friamente apenas. Logo quando encerraram o almoço, Lidia e Alda saíram em direção aos quarto para conversar, como sempre faziam, e deixaram a louça para os dois lavaram. Bah escorou-se na pia, após pôr tudo que estava sujo lá dentro.
–– então, posso saber o que aconteceu? –– Rick perguntou parando ao seu lado, encostando-se também a pia.
–– você faz as coisas e eu que tenho que te contar? –– ela perguntou irônica, sem nem olhá-lo.
–– o que eu fiz, Barbara? –– ele apoiou as mãos sobre o balcão da pia e fechou os olhos, bufando –– me diz por que eu ainda não to sabendo...

–– ok, Ricardo. Ok! –– ela desligou a torneira após enxaguar suas mãos. Respirando fundo, a morena se virou de frente pra ele –– tua mãe me contou que você dormiu na casa da Melissa no dia do aniversário do Ronald. No dia em que discutimos por causa da minha viagem. Justamente no dia em que você me mandou aproveitar a viagem com o Rômulo e provavelmente foi aproveitar a merda da tua noite com aquela loira vagabunda! –– Bah disse aumentando gradativamente o tom de voz e terminou aos gritos –– e ainda por cima viaja com ela pra praia junto com os meus amigos! Mal terminamos e você vai atrás daquela vadia... 

Ricardo a encarava boquiaberto diante todas as acusações, enquanto variava seu olhar entre a garota e porta, com receio de que sua mãe escutasse os gritos.
–– ei, ei –– ele fez sinal para ela abaixar o tom de voz, mas percebeu o quanto nervosa Barbara estava, já que suas mãos se tremiam –– não precisa gritar. Vamos lá pro quarto...
–– eu não vou pra nenhum lugar com você! –– ela falou apontando o dedo para ele, ainda irritada –– eu não quero nem mais falar contigo, Ricardo. Você não presta...
–– ei, para de me acusar sem saber da verdade. Para, caramba! –– Rick arqueou as sobrancelhas, tentando manter a calma.

–– se fosse qualquer outra pessoa me contando, eu até duvidaria, mas tua mãe não tem porque mentir pra mim... –– ela negou com a cabeça, rindo indignada.
–– eu realmente dormir na casa da Melissa –– ele disse suspirando forte e a viu sorrir –– mas eu apenas dormi na casa dela e não com ela! –– ele enfatizou o final da frase –– eu bebi demais e apaguei lá. Mas eu não fiquei com ela, não transei, eu se quer toquei na garota.
–– e tua mãe acha que vocês estão namorando por quê? –– Bah continuou negando com a cabeça, sem acreditar naquilo.
–– porque ela ta que nem você, Barbara –– ele disse rindo indignado –– só presta atenção no que lhe convém. Eu disse várias vezes pra ela que eu apenas dormi lá porque não queria dirigir bêbado, mas ela não capta toda a mensagem... –– murmurou suspirando, como se tivesse cansado daquilo.
–– não sei se acredito nisso... –– Bah balançou a cabeça negativamente, enquanto seus membros inferiores ainda tremiam –– você bêbado, com a garota que é apaixonada por você, no mesmo quarto, ou sozinhos, sei lá, depois na praia... –– ela falava aquelas palavras com dor, vendo um filme passar em sua mente sobre os dois juntos.
–– eu não fiquei com ela, Barbara –– Ricardo murmurou quase incrédulo e viu a menina engolir a seco, sem mudar a expressão de dor –– você costumava confiar mais em mim –– disse deixando sua voz falhar.

–– e você costumava me respeitar mais –– ela retrucou quase imediatamente, fazendo-o franzir a testa.
–– quando eu te desrespeitei, Barbara? –– ele perguntou surpreso.
–– você dormiu com aquela garota, Rick. Acha isso pouco? –– a morena fungou e levou uma mão até a cabeça, passando pelo cabelo –– você sabe o quanto ela é louca por você e vai dormir com a menina... –– ela murmurou mais para si do que para ele enquanto se pôs a andar pela cozinha.
–– você viajou com o Rômulo e escondeu isso de mim até subir na merda daquele ônibus e eu que te desrespeitei? –– Rick perguntou aquilo irritado, apertando os punhos –– e não venha com esse papo de que vocês são só amigos, porque do mesmo jeito que eu já fiquei com a Melissa, você também já ficou com ele. Então não me venha com hipocrisia ou qualquer coisa do tipo, porque estamos na mesma situação. 
–– mas eu apenas sentei ao lado dele no ônibus! –– ela disse cerrando os dentes e se controlando para não gritar –– eu não dormi na mesma cama que ele, eu não fiquei bêbada com ele cuidando de mim, muito menos rolou alguma coisa entre nós... 
–– e não rolou entre mim e a Melissa. Que merda! –– Ricardo berrou –– para com isso Barbara. Para. Se você não quer mais ficar comigo, me fala logo, mas para de ficar inventando coisa na tua cabeça e colocando em mim a culpa de coisas que eu não fiz –– ele disse alterado.

Barbara não conseguiu falar nada por alguns segundos, então o silencio se instalou. Após uns dois minutos ela suspirou forte, procurando forças para que sua voz não saísse falhada, já que seu corpo tremia mais ainda agora.
–– eu não consigo confiar em você –– ela murmurou –– você estava bêbado, com raiva de mim, com raiva por achar que eu pudesse ficar com o Rômulo na viagem e ela estava ali, pronta pra você... –– Bah engoliu a seco as próprias palavras –– não é uma questão de querer confiar, é uma questão de poder. Eu não sei se posso mais, Rick. Não sei se consigo suportar mais isso, você já me traiu com ela uma vez e...
–– entende uma coisa –– ele se aproximou dela abruptamente, lhe segurando pelo braço e olhando nos olhos –– eu, felizmente ou infelizmente, não consigo se quer olhar para outra pessoa que não seja você, Barbara. Não consigo pensar em mais ninguém, beijar mais ninguém, muito menos transar com qualquer garota que seja... Tem meses que eu não toco em alguém que não seja você... –– Rick murmurou a última frase com a voz falhando e fechou os olhos suspirando fundo –– mas se você não quer, ou melhor, não pode confiar em mim, ta na hora de eu tomar um rumo na minha vida...

Ricardo soltou o braço dela e se virou em direção à porta da cozinha, mas se deparou com Lidia e Alda ali, os olhando. Sua mãe estava assustada, mal piscava enquanto Lidia suspirava forte, vendo a filha com os olhos cheios de água e suas mãos tremendo.
–– vocês... –– Alda murmurou, mas Rick passou por ela como um furacão.

–– agora não, mãe –– ele disse antes de sumir em seu quarto, fechando a porta em um estrondo.
–– Barbara, vocês... –– a mãe dele deu alguns em direção a morena, mas fora interrompida pela mão de Lidia em seu ombro.
–– Alda, acho que eles não estão em condições de conversar nesse momento... –– ela disse calmamente, vendo o estado em que a filha estava. Prestes a desabar.
–– você sabia, né? –– Alda sorriu fraco quando se virou para a amiga, que assentiu.
–– semana passada eu os vi juntos, mas pelo visto isso não vai adiante depois do que acabamos de assistir –– Lidia explicou suspirando forte –– não brigue com ele. Eles não precisam de broncas agora, só de apoio.
–– certo –– a amiga assentiu atordoada –– mas então era verdade... 
–– desculpa não te contar, eu queria dá um tempo pra eles resolverem tudo –– ela disse antes de abraçar Barbara, que ainda estava nervosa –– melhor, eu levá-la pra casa.
–– tudo bem –– Alda assentiu e se aproximou, dando um beijo no rosto da morena e em seguida um meio abraço em Lidia –– fica bem, meu amorzinho...
–– desculpa tia –– Bah murmurou e saiu andando na frente das duas.

Ao entrar no carro, a morena foi em silencio durante todo o trajeto e sua mãe respeitou aquele momento dela. Chegando em casa, as duas ouviram um barulho na cozinha e luzes acesas do corredor, apesar de ainda ser em torno de dezessete horas, indicando que Rômulo já havia chegado.
–– Rômulo? –– Lidia perguntou em voz alta.
–– opa, to aqui –– ele gritou da cozinha –– cheguei há poucos minutos, to faminto...
–– estávamos na casa da Alda. Fomos almoçar lá e... –– ela fora explicando pelo corredor quando ouviu a porta do quarto de Barbara bater com força –– nossa... –– ela apertou os lábios e fez uma careta ao entrar na cozinha.
–– o que houve? –– ele perguntou franzindo a testa.
–– ela e o Rick tiveram uma discussão daquela lá na casa dele... –– Lidia explicou sentando-se na cadeira enquanto o garoto preparava sanduíches.
–– discussão por quê? –– o garoto questionou curioso –– ainda por ela ter viajado comigo?

–– não exatamente... –– ela entortou os lábios –– algo a ver com ele ter dormido na casa de uma garota e depois ter ido pra praia com ela... 
–– a Melissa –– Rômulo murmurou pensativo e em seguida balançou a cabeça negativamente –– esse Ricardo é um bosta mesmo! –– rosnou e depois olhou a mulher em sua frente –– desculpa –– apertou os lábios.
–– tudo bem... –– ela deu de ombros –– eu não sei quem ta certo nessa historia, mas lógico que não quero ver minha filha sofrendo...
–– digamos que o Ricardo tem vacilado um tanto com a Bah esse ano... –– Rômulo disse entortando os lábios –– mas sei também que ela não é santa. 
–– a Alda me falou que ele dormiu na casa dessa garota aí que você citou, mas ele diz que não teve nada –– Lidia se levantou –– não sei nem o que dizer pra Barbara. Vou lá dar um apoio... Sei lá –– ela deu de ombros.
–– a sra –– ele deu um passo a frente dela, antes da mulher entrar no corredor –– a sra me permitiria ir falar com a Bah? –– perguntou sem jeito e a viu lhe encarar confusa –– não é a primeira vez que eles brigam, nem que ela fica mal, muito menos que eu a consolo... 

–– certo... –– a mãe cerrou um dos olhos e franziu os lábios –– acho que você ta mais por dentro que eu, então vá lá... –– disse ela o vendo assentir –– vou para meu quarto.

Rômulo esperou que ela entrasse em seu quarto e foi até a porta do quarto de Barbara, que estava apenas encostada. Ele deu uma batida e a abriu, notando a garota sentada em sua cama, com o notebook no colo. Não havia lagrimas, nem olhos vermelhos, muito menos a cena dramática que ele estava acostumado a presenciar.
–– olá –– ele acenou ainda confuso com a situação –– você está bem? –– pôs as mãos dentro dos bolsos e parou em frente à cama dela.
–– estou e você? Como foi a viagem? –– ela perguntou erguendo a cabeça para olhá-lo, totalmente normal.
–– ok, me fala o que ta acontecendo –– Rômulo pediu cruzando os braços sobre o peitoral.
–– você fica mais bonito de boné –– ela comentou o analisando, já que ele vestia apenas uma blusa regata e uma bermuda de elástico na cintura e bolsos dos lados.

–– hum –– ele arqueou as sobrancelhas e deu um riso, se sentando ao lado dela na cama –– apesar de ser bonito de qualquer jeito, te garanto que todas me preferem nu na cama delas –– ele piscou para Bah que ainda mantinha os olhos nos seus.
–– por mim você pode está nu, mas pode continuar de boné? –– ela perguntou séria e o notou quase entreabrir a boca.
–– que merda é essa? –– ele perguntou surpreso –– que tipo de reação que você ta tendo? Pirou? –– continuou a perguntar boquiaberto enquanto ela sorria fraco e desviava o olhar para o notebook.
–– você preferia que eu estivesse aos prantos aqui por causa dele? –– Bah perguntou fitando sua tela, onde o facebook estava aberto.
–– não –– ele deu de ombros –– quer dizer, eu sei que você ta triste...
–– to com raiva –– ela o corrigiu, ainda sem lhe olhar –– dele e de mim por ter sido tão idiota e acreditar que só porque ele me ama, não ficaria com ninguém. Ele é homem e tem desejos e não pensa com a cabeça de cima e... –– ela suspirou, se calando com tristeza.
–– você tem certeza que eles ficaram? –– Rômulo apertou os lábios e a viu lhe olhar séria.
–– não –– Bah respondeu –– mas não quero ter certeza de nada, já aconteceu. Não estamos mais juntos e to farta desse assunto.
–– com certeza está –– ele concordou sorrindo –– podemos continuar a falar sobre eu está nu e de boné na tua cama? –– perguntou fingindo está pensativo e sentiu um tapa em seu braço –– ai caralho!

–– quando você se muda? –– ela perguntou ignorando o outro assunto.
–– sábado eu já to com a chave –– Rômulo abriu um sorriso, mas não a viu sorrir –– vou te dar uma cópia.
–– vou poder levar gatinhos pra lá? –– Bah abriu um sorriso falso e piscou um dos olhos, vendo Rômulo cerrar os seus.
–– você vai poder me ajudar com a mudança –– ele respondeu ainda de olhos cerrados –– e dormir lá quando quiser. Comigo –– enfatizou enquanto ela gargalhava.
–– claro que seria com você –– a morena disse achando graça –– isso é quase que obvio.
–– é porque só vai ter uma cama, não tem nada demais nisso –– Rômulo deu de ombros, cínico.
–– nadinha... –– Bah assentiu, prendendo o riso ao pressionar os lábios, mas fora interrompida por seu celular tocando sobre a cômoda –– Michele... –– ela murmurou ao reconhecer o toque.

Enquanto se levantava para ir pegar o aparelho, Rômulo percebeu a alça da blusa da garota deslizar pelo ombro e mostrar que ela estava sem sutiã. Ele mordeu o lábio inferior, fazendo cara de desejo ao olhar pra ela, que riu já imaginando do que se tratava. 
–– oi Mi –– Bah disse ao atender.
–– oi Bah, como foi a viagem? –– a ruiva perguntou.
–– chata como sempre... –– ela rolou os olhos –– meu pai cismou em ter um filho, acredita? –– riu desaprovando aquilo.
–– putz –– Michele estalou os lábios –– e como você reagiu a isso?
–– preciso responder? –– Bah perguntou irônica –– não quero falar sobre isso... –– murmurou.
–– ok então –– a ruiva disse assentindo rapidamente –– e o Rômulo? Deu trabalho? –– disse com um riso no final.
–– Rômulo? –– Bah virou-se de frente a ele, que mexia em seu notebook e obteve a atenção dele –– fez nada. Já ouviu dizer que cão que ladra não morde? –– ela disse prendendo o riso e o viu se arrastar pela cama para se levantar.
–– ele ta ai perto, né? –– ela perguntou rindo –– não provoca, cara...
–– ai Rômulo! –– Barbara berrou quando ele correu até ela e lhe prendeu contra o armário, beijando seu pescoço –– para, caramba! –– exclamou lhe empurrando pelo peitoral.

–– vai começar... –– Michele rolou os olhos –– te ligo mais tarde.
–– não! –– ela gritou agora com a amiga –– desliga não, Mi. Saí Rômulo, vai pra lá... –– resmungou pra ele, que se afastou e se jogou novamente na cama.
–– eu posso ligar depois –– a ruiva continuou a falar enquanto rolava os olhos.
–– pronto, pronto, pronto... –– Bah disse sorrindo –– e como você ta com o Roger? E a praia?
–– Bah, você ta bem? –– a amiga perguntou confusa diante a animação dela –– quer dizer, tipo, pela noticia que você me deu do teu pai, achei que não fosse ta bem... E ainda tem a briga com o Rick antes da viagem e...
–– eu to bem –– Bah a interrompeu –– o lance com meu pai só me resta ignorar. Ele vai ter outro filho e enfim me esquecer, o que vai ser um grande alivio –– ela deu de ombros.
–– sei... –– Michele murmurou mesmo que com desaprovação –– e com Rick?
–– quem? –– ela arqueou a sobrancelha e caminhou até a cama, olhando o que Rômulo fazia.
–– ainda não fizeram as pazes? –– a ruiva deu um riso –– quando vocês vão conversar?
–– nunca mais –– Barbara disse emburrada enquanto analisava Rômulo conversar com algumas garotas pelo facebook que ele havia aberto –– e nem quero mais ouvir o nome dele e na escola, se você puder se manter longe, eu agradeço, caso contrario passarei o intervalo sozinha.

–– opa, calma aí... –– Michele franziu a testa e riu –– perdi alguma coisa?
–– a tia Alda me contou, sem saber, que ele dormiu na casa da Melissa naquele dia da nossa briga e que também viajou com ela pra praia –– Bah falou com a voz um tanto cabisbaixa.
–– não Bah, ele não dormiu com ela –– a amiga disse rindo –– eles realmente viajaram conosco, mas ela passava a noite com o pessoal e o Rick só aproveitou mesmo um dia, os outros ele ficava na barraca... Eles não ficaram. Certeza disso.
–– eu não tenho tanta certeza –– Bah murmurou –– mas enfim, deixa pra lá.
–– você conversou com ele pelo menos? –– a ruiva perguntou cerrando os olhos.
–– nós brigamos hoje. Eu tava na casa dele quando ele chegou e acabamos discutindo, a tia Alda ouviu e agora ela também sabe que tivemos algo, mas já não temos mais, eu acabei dizendo que não queria mais e ele concordou... –– a morena falava rápido e angustiada e sentiu as mãos de Rômulo em seu cabelo, querendo lhe consolar.
–– aí Barbara, como vocês são idiotas... –– ela revirou os olhos –– ele não ficou com a Mel e você não ficou com o Rômulo, mas vão terminar por ciúmes do outro? –– perguntou indignada.
–– Michele, eu preciso desligar, ta? –– Bah disse suspirando forte –– até amanhã.
–– tudo bem –– a outra bufou –– tchau amiga.

Barbara desligou sem se quer se despedir e jogou o celular sobre o canto da cama. Seu corpo caiu na parte desocupada no colchão e Rômulo continuou a lhe olhar enquanto fazia cafuné.
–– você quer... –– ele começou a falar, colocando o notebook ao seu lado.
–– não quero falar sobre isso. Apenas quero esquecê-lo –– Bah disse impaciente –– quero seguir minha vida e fazer qualquer coisa que seja pra não ter mais que conviver com ele...
–– você sabe que isso não é possível, né? –– Rômulo esticou as pernas e a puxou para cima dele, colocando sua cabeça sobre as coxas –– tua mãe vai continuar a freqüentar a casa da Alda, vocês estudam juntos, malham juntos e...
–– e a partir de hoje, o quanto eu puder evitar, melhor, mas se não puder, vou ser totalmente indiferente com ele... –– Bah disse tentando ser firme –– não chorei e não vou chorar por ele. 

–– então ta –– ele arqueou as sobrancelhas –– quer fazer alguma coisa agora à noite?
–– vou ler um livro –– ela deu de ombros e ele rolou os olhos.
–– patético... –– murmurou –– eu preciso terminar uns projetos do estagio. Você se importa se...
–– não. Tudo bem –– Bah sorriu fraco –– preciso mesmo ficar sozinha.

Ele desceu da cama, dando um beijo sobre sua testa e saiu do quarto. Após ler boa parte de um livro, Bah trocou de roupa e fora dormir. Sabia que a semana que se seguia não seria nada fácil tendo que conviver com Ricardo na escola.

[...]

No decorrer da semana Ricardo e Barbara tentaram ao máximo se evitar. Ele estava visivelmente abalado, já que havia chorado e mal tinha pregado os olhos por umas três noites, enquanto Bah desfilava pela escola o mais arrumada possível. Cabelos sempre arrumados, uma calça jeans justa com a blusa da escola e uma boa maquiagem escondiam a decepção e o sofrimento que havia em seu peito. Ela mal podia olhar para Rick daquele jeito que sentia mais tristeza ainda. Não pela forma como ele estava, pois ela jurava para Michele e Peter que não tava nem ai para o fato de ele estar mal, mas pela decepção que sentia ao pensar que ele teria realmente lhe traído. Ou não. Àquela altura não importava mais a verdade, ela já não queria mais. Seria uma pagina virada em sua vida.

[...]