Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

Na quinta–feira, os dois não haviam se falado, apenas trocaram olhares e sorrisos em segredo, apesar de Rick já ter colocado Peter a par de toda a situação. Barbara ainda não havia comentado com ninguém, mesmo com Michele lhe perguntando a todo momento o que ela e Rick haviam conversado no dia anterior. 

Na sexta pela tarde, a aula do cursinho havia acabado mais cedo e antes das seis horas Bah já estava em casa. Rick havia mandado uma mensagem para ela, dizendo que iria na casa de Melissa para conversar sobre o fim do relacionamento deles naquele dia e que sábado iria lá para decidir como eles iriam fazer com suas mães. Bah estava na cozinha preparando um sanduíche para jantar, já que naquele dia sua mãe estava de plantão, quando a campainha tocou. Estranhando o horário, ela olhou pelo olho mágico antes de atender, mas abriu a porta tranqüila quando viu que se ratava de Rômulo.

–– oi –– ela disse quase cantando.
–– oi felicidade, quando você chegou nesse corpo? –– ele perguntou irônico enquanto adentrava a sala.
–– eu sempre fui feliz, ta? –– ela fez uma careta pra ele e seguiu pelo corredor rumo à cozinha –– quer comer? –– ela gritou de lá.
–– a toda hora... –– Rômulo disse maliciosamente e fora até ela, já ouvindo sua gargalhada.
–– achei que você fosse parar depois de ter conseguido o que queria –– Bah cerrou os olhos pra ele enquanto preparava outro sanduíche.
–– ah, vai que dá certo né?! –– ele deu de ombros e se escorou no balcão ao lado dela –– bem que queria repetir aquela noite, só que agora vai ser quase impossível... –– murmurou ele, sorrindo ironicamente.
–– quase impossível? –– ela arqueou a sobrancelha e o olhou curiosa –– ta insinuando o que?

–– você sabe... –– Rômulo soltou um riso e rolou os olhos.
–– sei o que mesmo? –– Bah perguntou franzindo a testa.
–– ah Bah, eu te vi com ele, ta? –– ele estalou os lábios e cruzou os braços –– nem adianta negar, porque eu vi vocês se beijando no carro quando ele veio te deixar.
–– eu não estou negando, ué –– ela disse surpresa com aquilo –– é só que não achei que você tivesse visto –– deu de ombros.
–– é, eu te vi –– disse o garoto ainda mais irônico –– vocês deveriam ter cuidado onde se beijam, porque parece que ele tem uma namorada, né?
–– não começa... –– Bah murmurou emburrada e se afastou dele, indo até a geladeira.
–– eu não vou começar nada –– Rômulo disse com desdém –– e nem vou falar pra não ficar repetitivo, mas saiba que eu vou estar aqui quando você vier pros meus braços chorando por ele.

–– acho que da última vez eu não te perturbei por isso, né? –– ela cerrou os olhos pra ele e pegou uma folha de alface, fechando a geladeira.
–– você nunca me perturba, só que é ruim te ver sofrendo de novo e de novo –– falou entediado, mantendo os braços cruzados.
–– juro que tomarei cuidado dessa vez... –– ela sorriu falso para Rômulo e voltou a mexer com o sanduíche.
–– o que ele te prometeu dessa vez? –– ele perguntou arqueando a sobrancelha.
–– Rômulo... –– murmurou ela, de forma impaciente.
–– só acho que você merece outro cara, Bah –– bufou o menino.

–– mas eu não quero outra pessoa! –– Bah falou emburrada –– já te falei que eu prefiro ficar sozinha, do que com alguém aleatório. E você sabe também que entre a gente só iria rolar aquela vez.
–– não é por mim –– Rômulo negou com a cabeça, sorrindo fraco –– é só que... –– ele deu um riso indignado enquanto ela lhe fitava –– percebe que é só você estar bem, que ele vem atrás, que ele pede desculpas, que faz de tudo pra ficar com você.
–– Rômulo... –– ela murmurou chocada –– eu, hã... Eu só... 
–– Ele faz isso quando se dá conta que ta pra te perder, Barbara –– ele falou mais indignado ainda e ela virou o rosto para o lado oposto do dele, ainda boquiaberta, sem conseguir dizer algo –– você sabe que é difícil pra mim, ter que falar essas coisas pra você.

–– e você sabe que é difícil pra mim, esquecer uma pessoa que eu gosto desde que era criança? –– ela falou indignada, o encarando –– você sabe o que é gostar de alguém? Sabe o que é amar alguém como você ama teus pais? Sabe o que é só conseguir se satisfazer e se feliz com uma única pessoa? –– disse aumentando o tom de voz.
–– bom... –– ele exalou o ar e desviou o olhar dela –– eu não sei o que é amar uma mulher... –– disse ele rolando os olhos –– você sabe que eu nunca gostei de uma garota a ponto de me apaixonar.
–– então não fala do que você não sabe! –– disse Bah alterada –– não é fácil. Você pode não concordar, mas...
–– tudo bem. Desculpa! –– Rômulo falou incrédulo com a atitude dela –– eu só queria ajudar... Eu sempre te quis bem, nunca pensei em te prejudicar por isso e...

–– ok, ok –– ela pediu, o interrompendo –– desculpa por ter gritado –– suspirou forte e pôs as mãos no rosto –– desculpa mesmo Rômulo.
–– hum –– ele murmurou –– hã, ta. Sem problemas... –– o garoto respirou fundo e arqueou as sobrancelhas ao se lembrar do motivo de estar ali –– ah, eu vim aqui te chamar pra lanchar porque queria comemorar... –– ele falou cauteloso.
–– comemorar? –– perguntou ela, surpresa –– o que?
–– teu pai já te ligou? –– ele perguntou confuso.
–– não, não ligou –– Bah respondeu da mesma forma –– alias, nem sei onde deixei meu celular –– disse olhando em volta da cozinha. 
–– então deixa que ele te liga, aí a gente se fala, ok? –– ele sorriu fraco e se virou indo em direção à porta da cozinha –– vou indo...
–– não, volta aqui Rômulo –– ela largou as coisas sobre o balcão e se aproximou dele –– o que aconteceu? Foi algo com ele?

–– hã, não exatamente... –– ele falou franzindo a testa –– é uma noticia boa.
–– que noticia? Fala! –– Bah perguntou agoniada.
–– não diz a ele que eu te contei, viu? –– Rômulo cerrou os olhos.
–– ta, ta –– pediu ela curiosa.
–– a Tereza ta grávida, cara –– ele falou com um sorriso largo no rosto –– eu vou tio! Acredita nisso? –– perguntou empolgado enquanto ela estava boquiaberta e inerte –– Bah? –– a chamou.
–– eu, hã, eu... Você pode... –– ela falou atordoada, indicando a sala com a mão.
–– quer um copo de água? –– Rômulo perguntou preocupado e a segurou pelo braço indo em direção à cadeira.

A garota se sentou, fitando o chão enquanto procurava ar para se recuperar. Sua cabeça estava zonza com a noticia e ela não conseguia acreditar na noticia que ouvira.

–– quando você descobriu isso? –– perguntou a ele que enchia um copo com água.
–– hã, a Tereza me ligou –– ele respondeu apertando os lábios.
–– e como eles estão com a noticia? –– Bah engoliu seco e piscou varias vezes esperando que ele respondesse.
–– mais feliz impossível, né? –– disse Rômulo sem conter o largo sorriso –– era o sonho dela, Bah. Ela queria ser mãe... 
–– meu pai deve ter adorado isso –– a garota deu um sorriso irônico e sentiu seus olhos queimando e prestes a escorrer pela sua face.
–– ele ta bobo –– ele disse a olhando assustado quando viu seus olhos avermelhados –– eu imagino que você não tenha ficado muito feliz com isso, né?

–– por que eu não ficaria? –– ela ergueu o olhar e o encarou sorrindo falso, mas as lagrimas haviam começado a descer –– já que ele não liga muito pra mim, ele vai ter outro filho pra dá total atenção, né? Não tem o por que se preocupar comigo... –– falou chorosa.
–– Bah –– o garoto estalou os lábios e se abaixou em frente a garota, que limpava as lágrimas com as mãos.
–– você pode me deixar sozinha? –– perguntou ela fungando.
–– você vai ficar bem? –– Rômulo perguntou preocupado e ela apenas assentiu –– Ta. Eu já vou então... –– disse se pondo de pé –– mas olha, eu sei que você não gosta muito da minha irmã, só que imaginei que fosse ficar feliz pelo teu pai.
–– eu só... –– Bah apertou os olhos e respirou fundo –– quero ficar só.

–– ok, ok, me chama se precisar de qualquer coisa –– ele falou ao se afastar pelo corredor.

Ele se dirigiu até a porta da sala e assim que ouviu o garoto sair, Bah saiu da cozinha e entrou no quarto atordoada, procurou seu celular, que estava dentro da mochila e avistou duas ligações do seu pai. Sem pensar em retornar, ela procurou o numero de Rick na agenda e discou, pedindo que o menino fosse com urgência pra lá.

[...]

Melissa já havia ligado três vezes para o celular de Rick, depois de ele ligar avisando que passaria lá pra conversarem, mas como o garoto estava tomando banho, não havia ouvido seu celular tocando. Quando pegou o aparelho, abriu a mensagem de texto que ela também havia enviado.“Podemos sair com a Mi e o Roger hoje?”. Rick deu um riso incrédulo e rolou os olhos, sem nem retornar ou responda-la, pois iria lá naquele momento. Enquanto se vestia, seu celular voltou a tocar, mas como o toque era diferenciado, ele já sabia de quem se trava. Barbara.

–– oi –– ele disse com um sorriso largo no rosto.
–– oi Rick –– a garota disse fungando –– ta ocupado?
–– tava no banho... –– Rick disse franzindo a testa –– você ta chorando?
–– você vai fazer alguma coisa importante agora? –– Bah mordeu o lábio inferior, para conter o choro.
–– Barbara, você está chorando? –– o garoto perguntou mais sério e ela engoliu seco –– vida?
–– eu preciso de você aqui em casa, Rick –– ela disse enfim soltando o choro que estava preso.
–– aconteceu alguma coisa? –– ele franziu a testa enquanto pegava sua carteira e chaves da moto sobre a cômoda do quarto.
–– eu... Eu... –– ela dizia soluçando –– eu só quero você comigo, por favor.
–– to já chegando aí, me espera –– Ricardo disse agoniado e desligou o telefone, indo diretamente para sua moto.

Após estacionar em frente ao prédio, ele subiu correndo até o apartamento de Bah e tocou a campainha. A garota abriu a porta e já abraçou Rick com urgência. Ele agarrou seu corpo junto ao dele e beijou o topo de sua cabeça esperando que ela se acalmasse. Quando a garota enfim parou de chorar, ele passou a afagar seus cabelos, acariciando pela longa extensão.
–– ta melhor, vida? –– ele perguntou preocupado.
–– hurum –– a garota assentiu em um murmúrio.
–– quer me contar o que aconteceu? –– Rick perguntou afastando-se dela para olhar-lhe.
–– meu pai... –– Bah murmurou de cabeça baixa.
–– o que houve com ele? –– o garoto arqueou as sobrancelhas, a fitando.

Bah fungou e afastou-se de Rick, dando um passo para trás. Ela passou os próprios braços em torno de si e manteve a cabeça baixa.
–– o que foi, Bah? –– Rick permaneceu com as sobrancelhas erguidas –– to começando a ficar mais preocupado ainda. Fala logo...
–– a Tereza ta grávida –– Bah choramingou sem fitá-lo.
–– grávida? –– ele perguntou surpreso e inerte, mas logo deixou um sorriso brotar em seus lábios –– você vai ter um irmãozinho? –– perguntou agora já sorrindo –– ou irmãzinha, né? –– encolheu os ombros enquanto Bah erguia o rosto para lhe encarar, indignada.
–– Rick! –– ela exclamou.
–– ah vida, o que? –– ele perguntou incrédulo –– você vai ter um irmão, qual o problema disso?
–– o problema é que aquela mulher só fez isso pra me afastar mais ainda do meu pai! –– a garota resmungou emburrada e soltou os braços ao lado do corpo.

–– claro que não, Barbara –– ele exclamou incrédulo por ela pensar naquilo –– teu pai só ta seguindo a vida dele. A Tereza é nova e seria obvio que ela iria querer ter filhos já que está casada, né?
–– exatamente Rick, ela é nova. Nova até demais –– Bah disse irritada e virou-se de costas indo pelo corredor até seu quarto.
–– meu deus, Bah, para com isso –– Rick disse em voz alta, seguindo-a até lá. Parou na porta do quarto da garota, que se sentava na cama e fitava o chão –– pensa na felicidade do teu pai pelo menos, já que você não gosta da Tereza.
–– ela não gosta de mim e o que puder fazer pra afastar meu pai, ela vai fazer –– Bah disse em um longo suspiro e viu Rick se aproximar e agachar-se em sua frente.
–– ei –– ele ergueu seu rosto pelo queixo –– vocês só têm ciúmes uma da outra –– disse sorrindo –– eu já te disse isso, mas vou repetir: vocês não precisam competir pelo amor do tio Emerson. Ela é a mulher dele e você a filha. São amores diferentes.

–– mas ele prefere está com ela do que comigo –– Bah choramingou.
–– mentira, é você que não gosta de ir pra lá –– ele lhe advertiu com um olhar.
–– por que eu vou pra lá e ele não faz esforço nenhum pra ficar comigo –– ela disse fazendo beiço e Rick deu um riso.
–– que tal conversar isso com ele? –– o garoto ergueu a sobrancelha e Bah rolou os olhos –– o que você falou pra ele sobre a gravidez?
–– não falei. Não atendi quando ele ligou –– ela respondeu exalando o ar.
–– e como soube? –– Rick franziu a testa.
–– Rômulo veio me contar... –– Bah murmurou apertando os lábios em seguida quando o garoto se pôs de pé.
–– ele continua vindo aqui? –– ele perguntou sorrindo irônico enquanto coçava a nuca, desconfiado.
–– ele é meu amigo, Rick –– a garota rolou os olhos entediada.

–– tão teu amigo que... –– ele se calou ao vê-la se levantar e passar por ele para sair do quarto –– ei, desculpa –– ele se virou e fora atrás dela.
–– achei que não fossemos mais brigar –– ela comentou ao chegar na cozinha e encher um copo com água.
–– posso sentir ciúme do cara que levou a garota que eu amo pra cama alguns dias atrás? –– Rick ergueu a sobrancelha e perguntou irônico.
–– eu não vou ficar com ele de novo –– Bah respondeu após dar um gole na água e fez um bico para o garoto –– e prometo que vou tentar não ficar tão próxima também... Eu sei que você não gosta dele.

–– que bom –– ele sorriu de lado e se aproximou dela –– agora quanto ao teu pai –– ele respirou fundo e parou em sua frente, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha da menina –– acho que você deveria conversar com ele, Bah. Se você soubesse a falta que o meu faz... –– Rick negou com a cabeça e apertou os olhos –– eu preferiria que o meu estivesse com outra família do que morto.
–– eu sei o quanto teu pai te faz falta –– Barbara apertou os lábios e acariciou a lateral do rosto dele –– e eu amo meu pai, só que ele se afastou tanto de mim desde que foi morar com a Tereza longe daqui.
–– é só por que você o tinha o tempo todo aqui te mimando e quando ele foi pra lá, além da distancia, você teve que dividir a atenção dele com ela –– Rick explicou de forma delicada e percebeu que ela já lagrimava.

–– e agora eu o perdi de vez por conta dessa gravidez –– ela fungou e limpou uma lagrima que escorria pela sua face.
–– você não o perdeu, Barbara! –– ele exclamou indignado e suspirou forte –– para de falar isso. Pega o celular e liga pra ele, deixa de ser infantil, poxa...
–– eu não estou sendo infantil, Rick –– Bah respondeu com a mesma indignação que ele –– eu só to... To... Sei lá, chateada, droga! –– ela estalou os lábios.
–– ok, chora o que tem pra chorar que eu vou ta aqui pra te ajudar, mas depois que tua irritação passar, liga pra ele –– Rick pediu carinhoso e se inclinou em sua frente, passando seus lábios nos dela –– ele deve ta feliz e vai ficar mais feliz ainda sabendo que você vai apoiá-lo. 

–– tudo bem... –– a morena suspirou e levou seus braços até o pescoço dele, depositando um selinho nos lábios que ele roçava.
–– me promete que não vai ficar de gracinhas com o Rômulo e que vai ligar pro teu pai? –– ele pediu.
–– quando você vai terminar com a Melissa? –– Bah perguntou o encarando séria.
–– eu ia hoje, mas você me ligou e eu fiquei preocupado –– ele explicou –– acho que vou amanha lá na casa dela.
–– já que eu tive que prometer coisas, você me promete uma? –– ela perguntou preocupada e ele assentiu –– mesmo que ela chore e suplique, você me jura que vai terminar com ela? –– pediu apertando os lábios –– eu não sei o que seria capaz de fazer se não desse certo entre a gente dessa vez... –– disse chateada –– é inevitável sofrer toda vez que acontece algo entre a gente, Rick... 

–– você não vai sofrer –– ele disse agarrando sua cintura e colando os corpos –– não por mim, ta? –– ele falou e a viu assentir –– tua mãe ta de plantão?
–– hurum –– Bah assentiu.

Rick aproveitou para colar seus lábios em um beijo envolvente, que ela logo se entregou, mas em seguida, a garota recordou-se do que havia dito anteriormente e afastou seus lábios, os apertando.
–– o que foi? –– Rick perguntou confuso.
–– você ainda tem namorada –– disse irônica e deu de ombros indo pelo corredor.

–– ah vida... –– murmurou ele estalando os lábios e seguiu atrás dela.
–– não quero ser a outra –– Bah cerrou os olhos para e se virou de frente, jogando-se na cama na cama.
–– eu fui o outro por muito tempo e confesso que não foi tão ruim –– ele deu de ombros enquanto se encostava no arco da porto de seu quarto.
–– sinto falta daquela época –– a garota deu um sorrio fraco e passou a fitar o teto, lembrando-se daquilo.
–– saudades do Tuti? –– ele arqueou as sobrancelhas e perguntou debochadamente.
–– credo, não! –– ela exclamou fazendo uma careta –– naquela época você ficava com várias, mas nenhuma era especial pra você... 
–– só você era –– ele desencostou da porta e foi em sua direção.
–– era bom por que você não tinha conhecido a Melissa ainda... –– Bah suspirou e entortou os lábios.

–– eu nunca senti pela melissa o que eu sinto por você Bah –– ele rolou os olhos e se sentou na beirada da cama –– não sei por que toda essa preocupação.
–– não sabe, Rick? –– ela ergueu suas costas e se apoiou nos cotovelos que estavam sobre a cama, por de trás de seu corpo –– eu te digo: aquela vadia não tinha que ter se metido entre a gente! –– disse irritada.
–– não a chame de vadia, Bah –– ele rolou os olhos mantendo um sorriso fraco nos lábios –– ela nunca fez nada pra nos separar, só se apaixonou por mim –– deu de ombros.
–– ela deveria ter mais amor próprio, sempre soube que você gostava de mim e mesmo assim fica atrás de você –– Barbara disse rolando os olhos e Rick apertou os lábios, sabendo que era verdade.

–– Rômulo a mesma coisa –– ele disse entediado e se deitou ao seu lado.

Bah afastou o corpo e quando ele se aconchegou ao seu lado, a menina escorou a cabeça em seu peitoral, passando o braço por sua barriga. Em silêncio os dois permaneceram durante um tempo, com Rick fazendo carinho em seus cabelos. De repente ele sentiu um soluço vindo dela e abaixou o olhar, lhe encarando. Bah chorava novamente.
–– o que foi, vida? –– ele perguntou preocupado.
–– ele já deve amar aquela criança mais do que eu –– choramingou a menina novamente, sobre a gravidez de Tereza.
–– claro que não –– Rick deu um riso e rolou os olhos –– ele ama as duas crianças dele por igual. Tenho certeza.
–– duas crianças? –– ela ergueu o olhar para ele, confusa.

–– você e o bebe que está vindo –– o garoto sorriu e apertou o nariz dela com as pontas dos dedos –– bobinha. 
–– boboca –– ela resmungou e emburrou a cara.
–– quando você quiser, a gente vai lá pra visitá–los –– ele continuou a falar enquanto ela voltava a deitar sobre seu peitoral –– pode ser quando o bebe nasceu ou antes... Você quem sabe.
–– pode ser nunca? –– ela disse com birra.
–– não! –– ele gargalhou –– você vai ter que ir... E também tem outra coisa que quero fazer lá.
–– o que? –– Bah perguntou curiosa, mas não queria olhá–lo para não denunciar mais lagrimas.
–– transar com você de novo na cachoeira –– Rick falou baixinho e ela ergueu o olhar para ele, fingindo surpresa.

–– safado! –– ela o acusou.
–– como se você não quisesse –– Rick deu de ombros, mantendo um sorriso nos lábios –– e para de chorar, vai. Por favor...

Ele pediu limpando as lágrimas da face dela, mas novamente ela voltou a abaixar o olhar, agarrada nele. Por mais algum tempo a garota chorava a cada vez que pensava na gravidez de Tereza, mas Rick resolveu não reclamar mais. Deixou que ela levasse seu tempo para pode aceitar aquilo, que aparentemente era uma coisa normal para ele, e que pra ela era quase o fim do mundo.

[...]