Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

 [6 meses depois]

Eram férias do meio do ano seguinte. Ricardo estava sentado na sala da casa de Bah, impaciente pelo fato de a namorada ainda está enchendo uma mala com roupas que ela sequer usaria nos sete dias em que ficariam na casa de seu pai, na serra. Rick tinha apenas quinze dias de férias da faculdade de engenharia e Bah apenas essa semana de férias do cursinho, uma vez que nem ela e nem Michele haviam conseguido passar no vestibular do ano passado. As duas ainda se preparavam para prestar a prova no mês de agosto e dessa vez, estudavam com mais estimulo, pois Peter e Rick foram os únicos aprovados dentre o grupo. Roger já estava no terceiro ano da faculdade e no próximo semestre teria que ajudar Artur com as matérias atrasadas, já que após quatro meses preso, ele havia sido solto e perdido algumas provas finais do semestre anterior. Mas nada que atrapalhasse o curso da faculdade dele, pois atrasou apenas um semestre.

Ele e Melissa, agora, estavam juntos de verdade. Depois de tudo que passou na cadeia, o jovem havia saído de lá com outra mentalidade. Sua mãe também estava lhe dando o maior apoio, ajudando com o apartamento, cuja ela visitava a cada quinze dias, organizando suas coisas, controlando se ele freqüentava tanto seu trabalho na emissora, que graças aos contatos de seu pai, ele não havia perdido, assim como as sessões com uma psicóloga, que fora muito importante assim que ela havia sido solto. Outra coisa que a mãe de Artur também teve que cuidar, fora de seu namoro com Melissa. A mulher havia se identificado tanto com a loira, que fora junto de Tuti em sua casa, conversar com a mãe da menina, que se recusava que a filha se envolvesse com alguém daquele tipo. Mas após três meses de toda essa confusão, o casal estava melhor impossível. Ele havia abandonado as noites de farra, bebidas e drogas. Não vendia, muito menos consumia. Além do trabalho e da faculdade, seu foco agora era manter o que estava construindo com Mel, por quem estava perdidamente apaixonado.

Alda e Lidia foram as primeiras a descerem do carro, enquanto Ricardo puxava a enorme mala de Barbara e sua bolsa pequena para a plataforma da rodoviária. Depois de beijos e abraços, o casal entrou no ônibus e por algumas horas cochilaram até chegar à cidade serrana do pai da garota. Emerson os recepcionou emocionado. Seus olhos estavam avermelhados e no primeiro abraçado que dera na filha, as lágrimas de ambos desmoronaram por suas faces. Durante o trajeto até em casa, ele apenas queria saber sobre as novidades a respeito da filha. Começando pelo namoro, surpresa para ele, entre ela e Rick, além do vestibular que ela prestaria. Bah não estava mais tão magoada com o pai depois de sua ligação no ano novo.

Final de janeiro do ano seguinte, quando houve a formatura da escola, ele estava presente na platéia, assim como na festa, tirando fotos ao lado da menina e de sua mãe. Tereza não havia ido, segundo ela, julgou aquele momento particular demais para os dois. Atitude que vinha amadurecendo com aquela gravidez. Ela, assim como Barbara, havia se dado conta de que ocupavam espaços diferentes na vida de Emerson, não precisando mais competir e sim conviver pacificamente. João Pedro, que havia nascido há um mês estava em casa, no colo da mulher, quando os três adentraram a porta da sala. Ricardo abriu um sorriso largo, se aproximando dela, enquanto Emerson estava parado ao lado de Barbara, ainda na porta. O garoto cumprimentou Tereza e em seguida tirou graça com o bebe, mas Bah continuava inerte, apenas piscando seus olhos freneticamente. Logo uma lágrima escorreu em seu rosto e sua boca entreabriu, porém nenhuma palavra saia.

–– pode se aproximar Bah –– Tereza disse dando um passo à frente, receosa pela reação dela.
–– ele é muito parecido comigo –– engoliu seco, focando seus olhos no bebe.
–– parece sim –– Emerson sorriu e olhou Tereza, ainda apreensiva.
–– Tereza, ele é muito lindo –– Bah disse abrindo um sorriso e se inclinando em cima do bebe –– muito mesmo –– ela deixou mais uma lágrima escorrer, e limpou com as costas da mão –– né Rick?
–– é sim, vida –– o menino sorriu e ergueu o olhar para Emerson, que não continha o sorriso largo.
–– eu quero tomar um banho –– ela disse rapidamente, com urgência –– quero poder carregar ele no colo, mas eu to suja e... –– dizia atrapalhada, indo até Rick e pegando sua mala.
–– você pode ir ao meu quarto depois então, Bah –– Tereza falou –– eu vou me deitar um pouco com ele.
–– é? –– Bah questionou, olhando para o pai que assentiu –– então vou guardar minhas coisas e vou lá, ta?
–– vamos te esperar –– a mulher assentiu e deu-lhes um sorriso, saindo em seguida.

[...]

Mais tarde naquele dia, depois de ficar no quarto com Tereza pelo resto da tarde, Rick conseguiu tirar Bah de perto do irmãozinho e levá-la para dar uma volta pela cidade. Após comer uma pizza e dar uma volta na praça, trocando alguns beijos, os dois voltaram para casa caminhando e combinando em fazer um piquenique amanhã na cachoeira.

Barbara acordou em torno das nove horas da manhã, indo direto para o banheiro. Após sua higienização correu até o quarto onde Rick estava dormindo, mas não o encontrou ali. Fora então em direção à cozinha, mas assim que entrou no corredor, ouviu a porta da sala se abrindo e resolveu ir até lá, porém deparou-se com Rômulo entrando. Seus olhares se encontraram e ele deu um sorriso malicioso ao vê-la apenas de baby doll. Rolando os olhos, a morena deu meia volta pelo corredor e seguiu para a cozinha, encontrando Tereza a mesa tomando café, com João dormindo em seu carrinho de bebê.
–– bom dia –– ela disse com um meio sorriso –– como foi sua noite?
–– bom dia Tereza –– Bah murmurou após um bocejo –– ainda to com sono...
–– e por que não dorme mais? –– a mulher perguntou simpática.
–– ah, o Rick quer ir fazer um piquenique –– a morena explicou e se inclinou sobre o carrinho do irmão –– oi amorzinho... –– disse sorrindo largo –– o Rick saiu? Não o achei no quarto.
–– ele estava lá fora com teu pai. Iam colocar umas coisas no carro e sair pra ver outras coisas por aí... –– ela explicou dando de ombros e se levantou para ir a pia.

–– bom dia família linda –– Rômulo disse animado ao entrar ali.
–– oi Rômulo –– Tereza abriu um sorriso largo e fora até o irmão, lhe abraçando e dando-lhe um beijo.
–– tudo bom maninha? –– ele perguntou ao se afastar e desviou seu olhar para Barbara, que estava inclinando sobre o carrinho de João.
–– ei! –– a irmã murmurou lhe cerrando os olhos quando notou o que ele olhava –– o Ricardo ta aí... –– disse em um sussurro.
–– to ciente disso... –– o garoto rolou os olhos, entediado –– olá Barbara –– disse fingindo cordialidade.
–– oi Rômulo –– Bah ergueu seu corpo e deu dois beijos no menino –– chegou quando?
–– faz dias que eu to por aqui –– ele falou com desdém –– acho que pelo menos umas duas semanas... E você?
–– cheguei essa semana –– ela disse erguendo seu tronco e indo até a geladeira para procurar algo o que comer –– e eu e o Rick –– falou.
–– é, eu o vi lá fora quando cheguei... –– Rômulo falou fazendo uma careta.
–– vestir uma roupa em vez do pijama seria bom, né vida? –– Ricardo adentrou a cozinha com o semblante sério e viu Bah se virar de frente a ele, jogando seus braços em volta de seu pescoço.
–– bom dia, meu dengo –– Bah disse manhosa, depositando um beijo em seus lábios.

–– bom dia, amor –– Rick disse emburrado –– vamos trocar esse pijama, pois temos visita.
–– desde quando eu sou visita? –– Rômulo perguntou indignado, enquanto pegava João no colo.
–– gente, vão discutir mesmo? –– Tereza perguntou entediada e ninguém respondeu –– bom, eu vou toma um banho. Rômulo você pode olhar o João pra mim?
–– claro –– ele assentiu, já embalando o bebê.
–– e eu vou me vestir, né? –– Bah disse irônica.
–– melhor mesmo –– Rômulo disse sorrindo falso –– antes que teu namorado dê outro piti à toa... –– disse apertando os lábios agora para prender o riso.
–– engraçado, você fica secando minha namorada e eu to dando piti à toa? –– Rick perguntou incrédulo.
–– deixa amor –– ela deu de ombros e puxou o namorado pela mão –– o Rômulo olha, mas só quem pega é você... –– disse provocadora, enquanto cerrava os olhos para o outro.
–– Barbara! –– Ricardo exclamou emburrado.
–– ué, é a verdade mesmo –– ela rolou os olhos.
–– infelizmente... –– Rômulo fez uma careta enquanto os via sair da cozinha.
–– ei –– ele o chamou quando já estavam no corredor.
–– sem brigas –– Bah disse dando–lhe um olhar repreensor, mas um sorriso doce –– vamos nos preparar para o piquenique?
–– tudo bem... –– ele bufou –– só não gosto desse cara te olhando assim.
–– você nunca gostou dele mesmo –– ela disse com desdém –– e ele sempre olhou e sempre vai olhar. Lembra o que eu te pedi? –– arqueou uma sobrancelha.
–– ok, vou relevar esse idiota... –– Rick disse franzindo os lábios em uma careta.