Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

Deitaram na cama, ela com a cabeça sobre o peitoral dele enquanto via um filme qualquer na TV a cabo e comiam morangos com leite condensado. Brincavam, melando o outro e lambendo depois. Trocaram mais inúmeros beijos e abraços até realmente pegarem no sono e dormirem abraçados. Logo pela manhã Lara entrou no quarto do irmão já imaginando que Bah estaria ali, pois não dormiu em seu quarto como fazia quando a mãe estava em casa. A garota fora até a cama e cutucou Rick devagar.
–– mano, já são quase sete horas –– ela disse baixinho.
–– hum... –– Rick murmurou e olhou Lara –– dormimos vendo filme –– ele mentiu.
–– acredito –– Lara disse apertando os lábios para não rir –– vou pôr o café pra fazer enquanto você tomam banho juntos –– ela disse irônica e riu. 
–– vaza, Lara –– Rick revirou os olhos e se sentou na cama vendo a irmã sair dali.

Ele observou Bah dormindo por alguns segundos e depois acariciou o rosto dela, que não se mexeu. Pegou uma toalha e fora para o banho. Quando saiu, a garota estava se espreguiçando na cama com um sorriso nos lábios.
–– bom dia –– Rick disse sorrindo e jogou seu corpo, apenas enrolado em uma toalha, sobre o dela.
–– bom dia –– ela sorriu largo e lhe abraçou forte –– obrigada por me fazer esquecer tudo ontem, ta?
–– por você, tudo. Lembra? –– Rick disse sorrindo de lado e beijou-lhe o pescoço.
–– gente, o café. Vamos nos atrasar –– Lara disse parada na porta revirando os olhos –– bom dia amiga –– ela sorriu para Bah.
–– hã, bom dia Best –– Bah disse sorrindo para Lara que abriu mais ainda o sorriso.
–– vou te esperar na mesa, Best –– Lara disse feliz em como Bah havia lhe chamado –– mas preferia te chamar de cunhada –– ela piscou e saiu dali.

Bah e Rick se entreolharam e deram uma risada. O garoto fora se vestir enquanto ela fora tomar banho. Durante o dia na escola na da fora do comum aconteceu. Bah manteve o celular desligado, pois não queria falar com Tuti enquanto Rick confirmava o encontro dele com Paloma para a noite. Quando o sinal anunciou o fim das aulas, os quatros amigos foram caminhando para frente da escola. O pai de Peter já o esperava, assim como a irmã mais velha de Michele também estava com o carro estacionado ali. Bah e Rick conversavam sobre coisas bobas quando Artur apareceu ali. 

O garoto estava bem vestido, já que vinha do trabalho, e usava óculos escuros. Ele parou entre Rick e Bah e levantou os óculos, fitando a garota.
–– podemos conversar? –– ele pediu sério e Bah desfez o sorriso que tinha nos lábios, encarando Rick por alguns segundos.
–– hã... Tuti –– ela disse surpresa –– o que... Hã...
–– eu vou indo, vida –– Rick disse apertando os lábios e a fitando –– fica bem, viu? Qualquer coisa me liga –– ele deu um sorriso e um beijo no rosto da amiga, saindo em seguida para a sua moto.
–– você não me recebe em casa, não me atende, agora o celular só dá desligado, deixo recado e você não retorna –– Tuti falava com a testa franzida e gesticulando nervoso –– eu vim na escola na terça, na quarta, fui à academia e nada de você, Barbara. O que ta acontecendo? –– ele perguntou impaciente.
–– vamos sair daqui, ta? –– ela disse revirando os olhos e foi andando em direção ao carro dele que estava do outro lado da rua.

Assim que entraram no carro, Tuti pôs as mãos sobre o volante e respirou fundo. Bah sentava com a mochila sobre seu colo e mexia nas unhas. O garoto pôs o óculo escuro na cabeça e a fitou.
–– o que aconteceu amor? É alguma coisa comigo ou realmente tem algo com teu pai? –– ele questionou.

–– não tem nada, Tuti. Só pedi pra ficar sozinha e realmente eu achava que você tinha entendido –– ela disse sem olhá-lo.
–– olha pra mim –– ele pediu e ela o encarou –– você mudou de repente comigo. Ta me tratando mal, ta fria, seca, sumiu, desligou o celular, não quer me ver... Quero saber o que ta acontecendo contigo, Bah –– ele pediu agoniado.
–– eu já expliquei, você que não quer entender –– ela falou seca.
–– engraçado que pro Rick você estava disponível. Conversando e rindo animada com ele –– Tuti disse ironicamente.
–– deixa o Rick fora disso –– Bah falou se irritando –– não vem começar com tuas coisas.
–– que coisas, Bah? –– ele perguntou indignado –– você sabe que eu não o suporto, que não gosto de você andando com um cara como ele, que não aprovo essa amizade de vocês...
–– como ele? –– ela perguntou incrédula –– um cara como ele, Tuti? Como ele é? –– ela riu irônica.
–– ela não vale nada, amor! –– Artur falou revirando os olhos –– todo mundo sabe que não presta, todo mundo conhece a fama dele.
–– ele não presta pra vocês, mas presta pra mim! –– ela falou se alterando –– do mesmo jeito que nenhum dos teus amigos vale nada –– disse rindo debochadamente.

–– não venha me comparar com esse otário, porque eu sou bem diferente dele, Barbara –– Tuti falou bravo, com a respiração ofegante.
–– o sujo falando do mal lavado –– ela continuou a rir.
–– você não sabe o quanto eu to cansado de ouvir piadinha sobre você e teu “melhor amigo” –– ele disse com voz de nojo –– sobre a má fama dele, sobre como eu agüento isso, como eu suporto...
–– não to nem aí pros outros, Artur –– ela disse franzindo a testa indignada –– eles falam o que querem. Eu conheço o Rick desde criança e de uma forma que garoto algum vai substituí-lo na minha vida. Ele é mais que um irmão.

Tuti pôs a mãos no rosto e abaixou a cabeça escorando no volante. Bufou, extremamente irritado e depois a olhou.
–– sinceramente Bah? Eu não agüento mais esse imbecil na tua vida –– ele disse calmo, porém irritado.
–– e eu não agüento mais discutir por causa disso –– ela falou fechando os olhos e jogando a cabeça pra trás –– se eu soubesse que iríamos brigar por isso, nem tinha entrado aqui.
–– se você não tivesse sumido não iríamos brigar –– ele respondeu como se fosse obvio.

Ela não respondeu e um silêncio se instalou no carro. Tuti acelerou, pois ainda estava em frente à escola e saiu em direção à casa da garota.
–– você vai quando vê teu pai? –– ele perguntou por curiosidade.
–– amanhã –– ela disse desviando o olhar do dele e fitando a rua à frente.
–– que horas? À noite? –– ele perguntou a olhando.
–– à tarde –– Bah disse apertando os lábios, apreensiva quando dissesse com quem iria.
–– eu te levo na rodoviária –– Tuti falou pondo uma mão na nuca dela e acariciando –– você almoça comigo, te trago em casa pra pegar a mala e depois te levo lá.
–– não precisa –– ela falou receosa –– nós vamos com minha mãe.
–– nós quem? –– ele franziu a testa e a fitou de repente.
–– presta atenção na esquina –– ela apontou para rua e o garoto diminuiu a velocidade.
–– nós quem, Barbara? –– perguntou ficando apreensivo.
–– o Rick vai comigo –– ela disse com a voz fraca.

–– ah não –– ele riu ironicamente –– não to acreditando nisso! O que esse babaca vai fazer lá? Você não vai pra visitar teu pai? Pra que ele vai viajar contigo? –– perguntou alterado, freando o carro na esquina da quadra da casa de Bah.
–– primeiro, não grita comigo! –– ela disse incrédula ao ver a reação dele.
–– desculpa... –– Tuti bufou e abaixou a cabeça.
–– ele se ofereceu pra ir comigo porque eu não quero ter que ficar sozinha quando eu discuti com a Tereza –– Bah explicou tentando manter a calma enquanto Tuti parecia nervoso ainda.
–– e porque não me chamou? –– perguntou indignado.
–– porque você não iria ir, Tuti –– ela disse com se fosse obvio –– você iria?
–– não, né Barbara –– ele revirou os olhos –– eu trabalho no final de semana, você sabe disso. Não posso simplesmente largar minhas coisas aqui...
–– pois é, mas o Rick abriu mão do final de semana dele pra me acompanhar. Eu não pedi, ele que se ofereceu –– ela disse dando de ombros.
–– ofereceu... Sei –– ele riu e fechou os olhos –– eu não quero que ele vá contigo. Pronto. É isso. Não quero.

–– não quer? –– ela arqueou as sobrancelhas e abriu um sorriso –– não perguntei se você quer ou não. Eu apenas te informei que ele vai comigo.
–– mas eu não vou deixar Barbara. Simples –– ele balançou a cabeça negativamente e riu dando de ombros.
–– você não manda em mim –– ela cerrou os olhos –– não to acreditando que to ouvindo isso.
–– posso não mandar, mas você tem que respeitar minha vontade, amor –– Tuti falou segurando-a pelo rosto –– eu não gosto dele e não quero que ele viaje com você. Você pode respeitar isso? –– ele pediu.
–– você não tem direito de me pedir nada –– ela falou com os olhos marejados.
–– droga! –– ele bufou e deu um soco no volante.
–– vai ser bom ficarmos esses dias afastados –– Bah falou respirando fundo –– vamos colocar a cabeça no lugar e vê se isso ta valendo à pena.
–– eu concordo –– ele assentiu –– mas não vejo necessidade do Ricardo ir com você.
–– Tuti, para de drama, que eu sei que você vai aproveitar já que eu não vou ta na cidade mesmo –– ela disse se cansando daquilo.
–– aproveitar o que Bah? –– ele perguntou confuso –– se for sair, você sabe que eu vou trabalhar.

–– claro... –– ela sorriu irônica.
–– ta insinuando o que? –– ele cerrou os olhos.
–– eu sei que você me trai –– ela disse a voz tremula e Tuti a encarou assustado.
–– o que você ta falando? –– ele perguntou em um sussurro.
–– eu sei que você me trai, Tuti –– ela repetiu e suspirou, abaixando a cabeça.
–– o que ele te falou? –– perguntou alisando o rosto dela –– o que o Ricardo inventou pra você? 
–– ele não me disse nada... Eu vi –– Bah fitou o tapete do carro e deixou uma lágrima escorrer –– o Rick não tem nada a ver com isso.
–– você viu o que? –– ele perguntou nervoso –– você não tem nada pra ver, amor.
–– tinha camisinha usada no teu banheiro –– ela murmurou –– você poderia ter mais cuidado com os vestígios, né? –– disse sorrindo fraco, de forma irônica.
–– não é meu –– ele mentiu –– eu empresto o apto pro Rogério às vezes. Com certeza foi ele, Bah.
–– não precisa mentir, Tuti –– ela riu e balançou a cabeça negativamente –– algumas pessoas comentaram que já te viram com meninas em festas que eu não estava. 
–– quem? –– ele perguntou assustado.

–– meninas do colégio que não sabem que nós namoramos –– ela inventou.
–– amor, isso não é verdade... –– ele disse segurando em sua mão.
–– não importa, Tuti. Agora não importa mais –– ela ergueu o olhar e lhe fitou –– eu gosto de você. Eu te amo. Mas nunca pus a mão no fogo por homem nenhum, Artur. Eu confiava em você, não cegamente, só confiava, não sei. Eu sempre te achei um namorado perfeito, sempre me tratou bem, com carinho, com respeito...
–– você não vai querer terminar por causa dessa mentira, né? –– ele perguntou agoniado enquanto tinha os olhos marejados.
–– não, Tuti. Não to terminando contigo –– ela o encarou –– só não to legal com isso. Preciso ir.

A garota puxou as mãos da dele e abriu a porta do carro.
–– Barbara... –– ele murmurou –– amor, é mentira. Eu posso pedir pro Rogério te contar que foi ele quem deixou aquilo no lixo.
–– não tem necessidade de você pedir pra outra pessoa mentir por você –– ela sorriu irônica –– quando eu voltar da casa do papai, eu te ligo e a gente conversa de novo.

Ela saiu andando pelo quarteirão até chegar em casa. Tuti havia ido de carro e ficado esperando-a lá. Conversaram mais um pouco antes de ela subir para o apto enquanto ele insistia que aquilo era mentira.

[...]