Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

Rick havia terminado de vestir uma blusa pólo, junto com seu tênis e uma calça jeans  escura. Passava perfume quando a irmã mais nova, Lara, de doze anos bateu na porta.
–– vai sair, mano? –– ela perguntou se escorando ali.
–– vou pra uma boate –– ele sorriu pra ela –– to bonito? –– perguntou abrindo os braços e dando uma volta.
–– você é o irmão mais lindo de todos –– ela sorriu cínica.
–– eu sou teu único irmão –– Rick revirou os olhos se divertindo com a irmã.
–– mas é o mais lindo de todos os irmãos das minhas amigas –– Lara deu de ombros e entrou no quarto, se sentando em sua cama.
–– e desde quando vocês têm idade pra ficar achando homem bonito, dona Lara? –– ele perguntou se fingindo de bravo.
–– ah, mano, faz parte da pré-adolescência, né? –– ela deu de ombros enquanto estava distraída, abrindo a gaveta.
–– pré-adolescência? –– ele franziu a testa –– você tome vergonha na cara. Vá brincar de Barbie que você não tem idade pra esse tipo de coisa –– disse bravo.
–– relaxa –– ela gargalhou –– eu ainda nem beijei na boca –– disse fitando o irmão.

–– e nem vai beijar até os trinta anos –– ele disse cerrando os olhos e pegou um perfume no guarda roupas.
–– porque não? –– Lara perguntou rindo incrédula –– você beijou a Bah com doze anos –– ela disse cheia de si.
–– por isso que ela é desvirtuada –– ele disse sério e Lara riu –– não siga o exemplo dela.
–– ela não é isso que você falou, ela é legal. Somos amigas –– ela deu de ombros e se levantou.
–– meus amores –– Alda, mãe de Rick, disse pondo a cabeça na porta –– estou indo pro meu plantão. Estou atrasada. Beijos, beijos.
–– beijos mãe –– Lara disse abraçando a mãe.
–– se comporte mocinha, sua babá já está chegando –– ela disse para a filha.
–– babá não, mãe –– a garota revirou os olhos –– ela é minha acompanhante.
–– é babá mesmo –– Rick cerrou os olhos –– você ainda é criança. Beijos mãe.
–– e você cuidado com essa moto, viu?! –– Alda falou dando um beijo no filho –– e não vá beber e dirigir.
–– nunca, mãe –– ele assentiu e os dois viram a mãe sair.
–– sabia que eu sei que você já pegou a Sara? –– Lara disse segurando o riso, se referindo a babá.
–– quem te falou isso? –– ele perguntou surpreso.
–– a Bah comentou comigo que não gostava da Sara porque ela dava pra você... Algo assim –– ela disse pensativa –– eu também não devo gostar da Sara? –– perguntou em duvidas –– Sara é legal, mas eu não quero que ela roube você da Bah.
–– eu não pego a Sara –– ele disse franzindo a testa e se divertindo –– Bah ta ficando doida. Não tenho nada com a Sara e nem com a Bah, somos só amigos, ok? –– ele apertou os lábios e bufou –– vou indo, meu amor. Comporte-se, viu? –– ele lhe deu um beijo na testa.
–– ta bom, vou vê se a Sara quer comer alguma coisa e depois vamos ver um filme –– a garota disse sorrindo e indo até seu quarto todo rosa.

Ele apenas sorriu quando a viu entrar ali. Lara era o seu xodó. E de Bah também. Desde quando seu pai faleceu, mais ou menos na época em que os pais de Bárbara se separaram, um deu força para o outro, os aproximando mais ainda e fazendo Lara ser tão apegada a Bah. Alda e Lidia eram amigas desde a adolescência e também companheiras de trabalho. Ambas trabalhavam como enfermeiras em dois hospitais para consegui sustentar as famílias sozinhas. Apesar de Lidia receber a pensão do marido, com quem até se relacionava bem, já que a separação foi pacifica, ela fazia questão de ter e dar um conforto, relativamente de custo elevado, para a única filha. Alda também recebia a aposentadoria do marido falecido, mas via no trabalho uma forma de se distrair. Gostava do fazia e fazia questão de viver daquela forma. Adorava aquilo. 

[...]

Rick foi até a cozinha pegar seu capacete que estava em algum canto dali e viu Sara encostada a pia preparando algo.
–– oi Sarinha –– ele disse no ouvido dela, que se assustou.
–– nossa, Ricardo –– ela se virou e pôs a mão no coração –– quase me mata de susto.
–– desculpa –– ele riu e foi até a geladeira para pegar uma caixinha de toddynho –– dá próxima vez eu te mato de prazer –– ele piscou e a viu revirar os olhos.
–– não tem próxima vez –– ela disse sorrindo e revirando os olhos –– eu já disse que não acho legal você ficar me beijando aqui. É meu local de trabalho –– a garota o repreendeu.
–– você que sabe –– ele deu de ombros.

Ela cruzou os braços e o fitou. O garoto pegou seu capacete no chão da cozinha, abriu a caixa de toddynho e quando passou por ela, lhe deu um beijo no canto da boca.
–– tchau, Sarinha –– ele piscou e saiu da cozinha rindo.
–– safado! –– ela sussurrou, balançando a cabeça negativamente –– e gostoso! –– suspirou e voltou a preparar um copo de Nescau com biscoito que levaria para Lara lanchar. 

Assim que terminou de tomar o liquido, Rick o jogou no lixo, pôs seu capacete na cabeça e outro prendeu na moto, como sempre fazia. Saiu dali rumo a boate onde sempre ia com os amigo e que já eram conhecido. A famosa Disc.

[...]

Assim que Artur e Bah chegaram à balada, o garoto fora logo de encontro com seus amigos. Ele alegou a ela que tinha alguns negócios para resolver, mas como sempre não especificou a namorada do que se tratava. Bárbara foi à procura de suas amigas de escola, que disseram estar por ali. Mandou uma mensagem para Michele, a procurando e logo as duas se encontraram.
–– cadê as meninas? –– Bah perguntou a ela lhe dando um abraço.
–– na pista. Vamos? –– Michele a chamou.
–– vou só pegar uma bebida –– a morena saiu puxando a ruiva dali até o bar.
–– está sozinha aqui? –– a amiga perguntou já que não viu Artur por perto.
–– to com o Tuti, né? –– disse como se fosse obvio –– ele ta por ai com aqueles amigos dele.
–– bem que eu vi o Rogério por aqui –– Michele disse se referindo ao primo de Rick, por quem ela tinha uma paixão mal resolvida.
–– devem estar juntos –– Bah deu de ombros –– não sei nem por onde ele foi, mas contanto que não venha me encher o saco.
–– e o Rick, não vem? –– ela perguntou quando recebeu do garçom duas ices.
–– deve vim. Se os meninos estão aqui, ele deve ta –– a garota respondeu –– agora vamos porque eu to a fim de dançar muito hoje –– disse animada.

As duas entraram na pista de dança, se juntando com as demais amigas de escola e dançaram em torno de meia hora enquanto bebiam ice e batida de frutas. Rick chegou à boate e logo avistou Bah na pista. Deu um sorriso satisfeito e fora até lá. Chegou abraçando a menina por trás, que levou um susto.
–– Rick... –– ela o repreendeu falando em um tom de voz que daria para ele escutar mesmo com o alto som da boate.
–– oi vida, como você sabe que sou eu? –– ele disse rindo no ouvido dela enquanto tinha as mãos em volta de sua cintura.
–– eu conheço o teu cheiro e o teu toque sob qualquer hipótese –– Bah disse cheia de si e se virou de frente para ele que sorria maliciosamente.
–– cadê o sócio? –– ele perguntou passando o olho em volta e dando um sorriso para Michele e as outras garotas que estavam ali –– tudo bom Mi? –– ele a cumprimentou com dois beijos e assim o fez com as demais.
–– ta com o Rogério por aí –– ela rolou os olhos.
–– então podíamos dançar um pouco, né? –– ele disse mordendo o lábio e a fitando.
–– não começa –– Bah riu e pôs as mãos sobre os ombros dele.

Nesse minuto Artur voltou para a pista da boate acompanhado de Rogério, já que os demais amigos foram à procura de garotas. Ele chegou por trás da namorada e a segurou pelo braço. 
–– vamos Bah –– ele disse virando-a de frente para ele.
–– pra onde? –– ela perguntou franzindo a testa.
–– ué, ficar comigo, amor –– ele disse como se fosse obvio –– vai ficar aqui na pista até que horas? –– perguntou impaciente.
–– ah Tuti, queria dançar mais um pouco –– ela disse com manha e ele envolveu um braço em sua cintura.
–– depois você dança, vem –– ele deu um passo enquanto ela bufava irritada.

Ricardo balançou a cabeça negativamente ao ver aquela situação e deu alguns passos indo cumprimentar Rogério que estava ao lado de Michele.
–– fala moleque! –– ele lhe fez um cumprimento com a mão.
–– e aí Rick?! –– o primo sorriu –– chegou agora?
–– agorinha –– ele sorriu –– e onde você tava? A Bah disse que você tinha sumido com o idiota.
–– ah –– Rogério riu do jeito que o primo chamou Artur –– estávamos resolvendo umas paradas lá trás, sabe? Com o dono –– ele apertou os lábios.
–– entendo –– Rick assentiu sabendo do que se tratava –– e como sempre deixou a Bah sozinha aqui –– ele riu incrédulo.
–– deixa a namorada do cara em paz, Rick –– o primo disse lhe dando um tapa na barriga.
–– Bah é minha melhor amiga, Rogério –– ele disse entortando os lábios –– não quero que nada de ruim aconteça a ela.
–– e não vai acontecer se ela não se meter –– o outro avisou.
–– ela não sabe dessas coisas que o Artur faz –– Rick disse balançando a cabeça negativamente –– mas eu não a quero envolvida nisso.
–– você fala como se fosse o certinho, né? –– o garoto riu ironicamente –– não se mete no namoro deles. Ele já não te suporta...
–– ele que se foda! –– Rick disse irritado –– eu a conheço há muito, muito mais tempo que ele. To pouco me fodendo pra o que ele acha ou deixa de achar de mim. Eu só não quero que ele envolva “minha vida” nessas armações dele... To pra falar pra ela aquele lance que...
–– você não vai falar nada –– Rogério o interrompeu e lhe segurou pelo braço, lhe arrastando até um canto da pista.
–– aquela não foi a primeira vez, né? –– ele cruzou os braços e fitou o garoto com um sorriso nos lábios.  

–– eu nunca mais te levo naquele tipo de festinha –– o primo o avisou.
–– fala sério –– Rick rolou os olhos –– o idiota estava chapado demais pra saber que eu estava ali –– disse sarcástico –– ele não sabe que eu sei.
–– Rick, seguinte –– o primo respirou pesado –– você é meu primo e o Tuti meu amigão, não quero brigar com nenhum de vocês, mas não se mete na vida e nos negócios dele, falô? –– disse irritado –– o cara sabe daquele teu lance e você sabe do lance dele...
–– lances –– Rick cruzou os braços e sorriu cheio de si –– sei mais do que deveria até.
–– é, mas ele pode foder com a tua vida se contar pra Bah ou pra tia Alda –– Rogério disse erguendo as sobrancelhas –– se liga, cara. Fica fora das coisas do Tuti.
–– beleza –– o garoto bufou –– enquanto ele não estiver fazendo a Bah sofrer, eu vou ficar na minha... Vou dá uma volta por aí –– disse cerrando os olhos para o primo e saiu dali.

Algumas horas depois, Rick, que já tinha ficado com pelo menos umas quatro garotas, avistou Bah sozinha no balcão do bar. A garota bebia uma batida vermelha pelo canudinho e estava sobre o banquinho de pernas cruzadas. Ele deu um sorriso malicioso e foi até lá.
–– oi minha vida –– ele sorriu parando ao seu lado e dando-lhe um beijo no rosto.
–– já pegou quantas? –– ela lhe olhou de lado.
–– uma –– ele deu de ombro, cínico.
–– uma? –– ela ergueu a sobrancelha e lhe encarou.
–– umas quatro... –– ele revirou os olhos –– porque se importa?
–– não me importo, só estou perguntando –– ela deu de ombros e voltou a beber a bebida dela –– te vi conversando com Rogério mais cedo, parecia sério. Brigaram?
–– ah não, só os rolos dele mesmo –– Rick desconversou –– cadê o sócio? –– perguntou irônico.
–– sei lá, veio um amigo dele aqui o chamar e eles subiram –– ela disse olhando para o andar de cima –– pediu pra eu esperar aqui.
–– ah, vai nada, vem comigo –– ele disse segurando em sua mão e a puxando dali.

Assim que deram três passos, Artur apareceu na frente deles.
–– não posso te deixar um minuto sozinha –– ele disse cerrando os olhos para os dois –– já ia sumir pra onde?
–– não ia sumir, amor –– ela revirou os olhos –– vou dançar com o Rick.
–– de novo, Bah? –– ele perguntou em um tom chateado e entortou os lábios.
–– deixa a garota se divertir um pouco, pô –– Rick disse se metendo e Artur o olhou de cara feia.
–– já não basta ter passado a tarde toda com minha namorada, ainda quer ficar colado nela a noite também? –– ele disse sorrindo cínico para Rick.
–– nunca é tempo demais ao lado da minha Best –– Rick disse em tom de ironia e Artur bufou se irritando –– Tuti –– ele completou, o chamando pelo apelido e deu um beijo na bochecha de Bah –– te vejo depois, minha vida.

O garoto manteve o sorriso irônico no rosto e saiu dali sumindo na pista de dança. Artur segurou no braço de Bah e a levou até a mesa que pegaram quando chegaram ali. Ele se sentou e a puxou para o colo dele.
–– vai ficar emburrada comigo? –– ele perguntou a olhando fazer bico.
–– você me larga sozinha aqui e não quer que eu vá nem dançar –– ela resmungou e cruzou os braços.
–– só não gosto de você sozinha no meio da pista rebolando pra todo mundo ver –– Artur bufou e a agarrou pela cintura –– cadê as meninas? –– perguntou em seu ouvido.
–– estão rebolando no meio da pista –– ela disse irônica e o fitou.
–– por favor, Bah –– Artur suspirou –– não gosto de te ver colada nesse garoto. Você sabe disso.
–– e você sabe que ele é meu melhor amigo, né? –– ela ergueu as sobrancelhas –– você sabe que somos amigos há onze anos. 
–– não começa –– ele entortou os lábios –– não quero brigar com meu amorzinho –– disse meloso e lhe deu um selinho.
–– tudo bem –– ela sorriu de lado.

Artur abraçou-a pela cintura e virou seu corpo de frente para o dele. A sua mão foi para a nuca da garota e iniciaram um beijo tranqüilo. Bah sentiu Artur encerrar o beijo quando um garoto lhe cutucou no ombro.
–– opa, foi mal interromper –– o garoto disse sorrindo sem graça e Bah revirou os olhos, irritada –– tem um cara querendo falar contigo ali em cima –– disse para Artur.
–– ta, diga que eu já vou –– ele assentiu e o garoto saiu dali –– amor...
–– eu já sei, Tuti –– ela se levantou e bufou –– não demora. Se demorar, eu vou sozinha pra casa, viu? –– ameaçou e sentou-se na cadeira ao lado.
–– não demoro –– Tuti sorriu e lhe deu um selinho. 

Bah cruzou as pernas e os braços, olhando em volta da pista. As meninas haviam saído dali e ela não sabia onde estavam. Em seguida avistou Rick em um canto aos beijos com uma garota qualquer. Ela revirou os olhos e bufou. Por mais que tentasse não sentir ciúmes de Ricardo, sabia que aquilo era difícil, mas pelo menos tentava não demonstrar. Bah fora apaixonada por ele desde os seus treze anos, mas o amigo não lhe correspondia. Naquela época, como ainda é hoje, Ricardo só queria saber de sair e se divertir com inúmeras garotas. Sempre fora safado e pegador. Não escondia isso de ninguém e nem iludia nenhuma delas, que não passavam de diversão em sua mão. Já Bah sempre fora apaixonada e sentimental. Sofreu por ele durante um ano inteiro, quando se deu conta de que o garoto realmente não iria querer acabar com a amizade por conta de alguns beijos. Não que ela não fosse interessante, pelo contrário, Rick teve que se segurar várias vezes para não fazer besteira, mas até então, preferiu dar mais valor a amizade que ele não queria destruir. Porém um ano depois de tê-lo esquecido, em uma viagem de excursão da escola, um clima acabou rolando entre os dois e fora inevitável o que aconteceu. Nessa época ela já conhecia Artur, mas não tinham nada sério. Quando começaram a namorar, ela e Rick estavam com a amizade balançada devido o ocorrido, o que demorou em torno de mais um ano para se restabelecer. Ela já estava há dois anos junto de Artur e quase um ano que ficava com Rick. Não achava certo, muito menos justo o que fazia com Tuti, porém não conseguia se desvencilhar do amigo. Jurava que não havia sentimento. Era algo carnal que ela não conseguia viver sem. Aliás, até conseguia, mas Rick não a deixava. O garoto, que também dizia ser apenas atração, não ficava um dia se quer longe da amiga e no máximo três dias sem beijá-la. Um havia se tornado o vício do outro e quando estavam juntos, ninguém mais ao redor importava. 

Os pensamentos de Bah foram interrompidos por Rogério que sentou ali.
–– ta na terra, Bah? –– o garoto estalou os dedos em sua frente.
–– opa, desculpa –– ela sorriu fraco –– estava pensando em umas coisas.
–– as meninas estavam perguntando por você lá fora –– ele informou.
–– hum, o Tuti não volta –– ela olhou para a área de cima da boate e não encontrou o namorado –– sabe dele?
–– ele tava falando com um garoto da faculdade –– Rogério mentiu.
–– sei... –– ela suspirou, desconfiada –– pois quando ele voltar, diga que eu já fui –– ela se levantou dali, sem deixar que ele falasse alguma coisa.

Bah caminhou até a calçada da boate e avistou Michele ali com outras duas colegas.
–– oi Mi –– ela sorriu e parou ao lado –– já vão?
–– oi Bah, já sim –– a amiga fez uma careta –– quatro da manhã já.
–– é, eu to pensando ir também –– Bah suspirou.
–– e cadê o Tuti? –– Michele perguntou olhando para os lados.
–– resolvendo umas coisas –– ela bufou –– como sempre me deixa sozinha –– rolou os olhos.
–– oi meus amores –– Rick apareceu ali, passando o braço por cima do ombro de Bah.
–– oi Rick –– Michele sorriu e viu sua amiga lhe chamar para o táxi –– ah gente, já vou. Beijinhos pra vocês –– ela acenou e correu até a rua.
–– tchau Mi –– os dois disseram juntos.
–– já vai também? –– Rick perguntou olhando para ela.
–– vou pegar um táxi –– ela bufou –– Tuti sumiu de novo e eu não to paciência pra ficar esperando hoje –– disse entediada.
–– eu te levo –– ele disse imediatamente.
–– não precisa, Rick –– Bah sorriu de lado –– vai lá com aquela morena que você tava pegando –– ela tirou o braço dele de cima de seu ombro e lhe deu um beijo no rosto –– vou pegar um táxi.
–– deixa de graça, Bárbara –– ele disse rindo –– eu deixei aquela morena gostosa pra*******lá dentro pra vim aqui atrás de você, porque o Rogério falou que você tava irritada com o idiota.
–– não precisava deixar, vai lá –– ela disse dando de ombros.
–– sem chance –– ele revirou os olhos e segurou em sua mão –– vem.

Rick saiu puxando-a pela mão até o estacionamento e desligou o alarme de sua moto. O garoto se abaixou, soltou os capacetes que ficavam presos  ali e entregou um a ela e pondo o outro em si. Tirou sua jaqueta e também lhe deu. Bah já estava acostumada com a forma como Rick cuidava dela, então aquilo já era normal. Ele subiu na moro e ligou. Bárbara vestiu a jaqueta, pôs o capacete e subiu na moto, agarrando-o pela cintura. Ricardo abriu um sorriso de satisfação e saiu chutado pelas ruas. Ele dirigia apenas com uma mão no guidão enquanto a outra alisava a perna desnuda de Bah, que já estava arrepiada, tanto pelo frio, quanto pelo toque da pele dele. Ela encostou o capacete nas costas do garoto e lhe apertou mais ainda na cintura, se sentindo bem com aquela situação. Os dois chegaram a casa dele e ela desceu para abrir e fechar o portão enquanto ele guardava a moto na garagem. Entraram para o quarto dele na ponta dos pés para não acordar Lara, que dormia em seu quarto junto com a babá. Assim que entrou, Bah mal teve tempo de tirar os sapatos, Rick já trancou a porta do quarto na chave e a abraçou por trás, fungando em seu pescoço. 
–– acho que agora você tem tempo pra mim, vida –– ele disse no ouvido dela enquanto ela sorria feito boba.
–– você só deixou aquela morena lá, porque sabia que eu viria fácil pra sua casa, né? –– ela disse irônica e se virou de frente pra ele, pondo os braços em volta de seu pescoço.
–– não sei nem de que morena você ta falando –– ele disse sorrindo com ironia.  

–– mentiroso –– ela o acusou, rindo da cara de*****dele –– e safado.
–– você sabe que eu largaria qualquer pessoa pra te ajudar –– Rick disse ficando sério. 
–– sei –– ela sorriu fraco e suspirou –– e eu faria o mesmo por você.
–– você é a pessoa mais importante que eu tenho –– ele sorriu pra ela e lhe deu um abraço forte, pondo a cabeça em seu pescoço –– né minha vida?
–– é. Você também é muito importante pra mim –– ela o abraçou e deu um largo sorriso, pois sabia que aquilo era sincero e recíproco –– vou ir tomar um banho agora, ta? –– ela disse se soltando dos braços dele.
–– posso ir? –– ele perguntou cheio de malicia.
–– claro que não –– Bah deu uma risada e se afastou indo até o guarda roupa.
–– poxa, Bah –– ele coçou a nuca e fez uma careta ao fitar o corpo dela de costas para ele –– to com saudades de você.
–– não Rick –– ela o olhou cerrando os olhos –– já pensou se a tia Alda chega?
–– ela ta no plantão com a tia Lidia, você sabe disse –– ele revirou os olhos e se aproximou mais dela –– a Larinha ta dormindo –– mordeu o lábio inferior e pôs a mão na cintura dela.
–– hum... –– ela entortou os lábios e ficou pensativa, já que tinha medo de ser pega.
–– ah, mas a Sara deve ta acordada –– ele disse com um sorriso nos lábios.
–– então vai lá ficar com ela –– Bah deu de ombros e saiu do quarto.
–– vida... –– ele resmungou manhoso e deu uma risada do suposto ciúme dela.

Bárbara entrou no banheiro, que ficava entre o quarto de Rick e de Lara. Ela tirou a roupa e entrou no chuveiro, molhando-se por completo. Enquanto lavava seus cabelos ouviu a porta do box abrindo. A garota se virou imediatamente e viu Rick escorado ali, de braços cruzados, vestindo apenas uma cueca box e com um sorriso travesso nos lábios.
–– você precisa parar com essa idéia de usar o banheiro sem trancar a porta –– ele disse passando os olhos sobre o corpo que conhecia muito bem.
–– mania –– ela deu de ombros –– lá em casa somos apenas eu e a mamãe, não tem necessidade.
–– aqui também não tem necessidade não –– ele balançou a cabeça sorrindo com malicia e já a puxou pela cintura.

Sem ao menos falar alguma coisa, o garoto já fora beijando com volúpia. Sua mão foi para a nuca dela enquanto a outra estava em sua cintura. Bah não negava nada a Rick. O beijo foi ficando enlouquecedor e o garoto lhe imprensou na parede. Sua mão saiu da cintura dela e fora indo direto para o sexo. Bah deu um gemido abafado quando ele lhe penetrou alguns dedos e logo em seguida fora descendo os lábios pelo queixo e pescoço dela. Quando chegou aos seios, ele os sugou com vontade por um tempo e se ajoelhou no chão enquanto ia lambendo sua barriga. Ela segurou em seus cabelos, puxando-os de leve e fechou os olhos, jogando a cabeça para trás quando Rick passou a língua em seu sexo. Ele entreabriu as pernas dela, sugando seu clitóris em seguida. A garota estava ofegante e não conseguia conter o tesão naquele momento. Ricardo se divertia fazendo aquilo e vendo-a delirar com ele. Em certo momento, ele beijou sua virilha, depois mordiscou as coxas e subiu beijando novamente a barriga de Bah. Ela o olhou ofegante e com um sorriso nos lábios, que fora retribuído por ele. O garoto abaixou sua cueca e a viu fazer o mesmo em seu membro, mas poucos minutos fora suficiente para ele estar satisfeito. Rick não agüentaria esperar por mais. Estava há dias sem ter Bah daquela forma e garota nenhuma que pegasse estava sendo o suficiente para suprir a necessidade que tinha pela garota. Mas admitir isso para ela era algo fora de cogitação. Ele a puxou para cima e já a virou de costas. Ela pôs as duas mãos escoradas à parede e sentiu-o penetrar-lhe com urgência. Bah deu um gemido agudo e inclinou o quadril para trás, deixando-o mais excitado. Rick abraçava-lhe pela cintura e sussurrava coisas em seu ouvido, que fazia Bah manter sempre um largo sorriso em seus lábios. Quando chegou no auge, o garoto desceu sua mão para o sexo dela, lhe masturbando. Conhecia seus pontos fracos muito bem e sabia que aquilo lhe levaria a loucura, juntamente com um beijo no pescoço. Depois de lhe dar um chupão ali e estimular seu clitóris, Ricardo sentiu o sexo da garota contraindo-se ao seu enquanto a respiração falhava e ela emitia gemidos vorazes. Em questão de segundos fora a vez dele, que grunhiu em seu ouvido, deixando o liquido escorrer pelas pernas da garota. Ele a virou de frente, pressionando seu corpo na parede e lhe beijou mesmo ambos arquejando. Quando os lábios descolaram, trocaram um sorriso e ela o abraçou, enfiando o rosto em seu pescoço.
–– eu precisava disso –– ele sussurrou enquanto passava a mão nos cabelos molhados dela.
–– tava com saudades mesmo, hein?! –– ela disse sorrindo e alisando suas costas.

De repente ouviram a maçaneta da porta rodando e olharam imediatamente para lá, porém estava trancada. Os dois fitaram-se e suspiraram aliviados, terminando o banho que nem haviam começado. Rick abriu apenas uma brecha da porta e verificou que não havia ninguém ali, deixando então que Bah passasse para o quarto. A garota correu enrolada em uma toalha e fechou a porta. Ele saiu dali também com uma toalha amarrada em sua cintura e os cabelos molhados, indo em direção à cozinha. Abriu a porta da geladeira procurando algo para comer, pegou uma fatia de melancia que havia ali e sentou-se a mesa. Estava distraído, cortando a fruta em pequenos pedaços enquanto comia, quando Sara adentrou o local. Ela usava um pijama confortável e tinha os cabelos presos. Sorriu assim que o viu ali.  

–– oi Rick –– ela disse quando entrou.
–– oi Sarinha –– ele piscou pra ela e colocou outro pedaço na boca.
–– chegou agora? –– perguntou indo até o bebedouro e pegando um copo d’água –– não ouvi barulho da tua moto.
–– tem um tempinho já que eu cheguei –– ele respondeu olhando-a de lado.
–– ah ta –– ela assentiu e deu um gole no liquido.
–– e você sabe disso porque foi ao banheiro e eu estava tomando banho –– ele falou irônico e se levantou dali, jogando a casca da melancia no lixo.
–– é que geralmente você chega e já cai na cama, nem toma banho –– ela deu uma risadinha –– ta com alguém aí, né? –– ela perguntou.
–– não sei, to?! –– ele perguntou com ironia e parou em sua frente, cruzando os braços.
–– ta –– ela sorriu –– e deve ser a tua amiguinha. Primeiro porque é a única que dorme aqui e segundo porque você não foi me tentar no quarto da Lara quando chegou –– ela disse revirando os olhos, mas sorrindo. 
–– você se faz de difícil. Isso cansa –– ele deu de ombros e a fitou.
–– porque você não presta –– ela cerrou os olhos e balançou a cabeça negativamente.
–– você se fazendo de difícil, eu não vou passar a prestar –– ele riu debochado e saiu de sua frente indo até a porta.
–– eu ouvi os gemidos –– Sara bufou –– da próxima vez, pede pra ela gemer mais baixo, ok?
–– ela geme na altura que quiser, Sara –– ele revirou os olhos, pois não gostava de como as duas se tratavam –– a casa é minha e eu não estou incomodado com isso... –– virou-se pra sair –– Aliás, você deveria aprender com ela. Homens gostam dessas coisas –– ele sorriu cínico e virou-se para sair dali.
–– Rick, venha cá –– ela o chamou e ele virou de frente a ela –– eu queria saber uma coisa –– ela falou pensativa enquanto ele caminhava para perto dela.
–– o que? –– ele ergueu as sobrancelhas e a garota rodeou seu corpo, parando atrás dele e distribuindo beijos em seu pescoço –– hum... –– ele murmurou sentindo seu corpo arrepiar.
–– queria saber o que a tia Alda iria dizer se soubesse disso –– ela disse em um tom desafiador, tirando o sorriso que ele tinha nos lábios. 
–– queria saber o que a tia –– ela disse com voz de nojo –– LOURDES –– exaltou o nome –– iria dizer se soubesse que a filhinha virgem dela, dá pro Rick quando vem pra cá cuidar da Lara. –– Bárbara falou aparecendo atrás deles, adentrando a cozinha –– boa noite Sara! –– sorriu cínica –– e você, vaza pro quarto –– ele disse autoritária pra Rick que apenas apertou os lábios e saiu dali sem dizer nada.
–– oi Bárbara –– Sara sorriu cínica enquanto a outra tinha a cara feia e braços cruzados –– minha mãe sabe que eu não sou mais virgem –– ela deu de ombros.
–– tem certeza? –– ela ergueu apenas uma sobrancelha, lhe desafiando –– pois não foi isso que ela contou para minha mãe quando esteve lá em casa semana passada.
–– hum... –– Sara apertou os lábios e murmurou –– vou dormir porque já tenho que levantar cedo pra fazer café pra Lara –– ela disse emburrada e saiu dali para o quarto.

Bah suspirou e saiu da cozinha apagando a luz. Não que sentisse ciúmes de Rick, mas não suportava Sara. A garota era dois anos mais velha que Bah e se conheciam desde pequenas. As mães dos três eram amigas desde a época da faculdade e como Lourdes também trabalhava em escala de plantões, deixou que a filha trabalhasse como babá de Lara nos dias em que Alda também fosse trabalhar. Primeiro para não ficar em casa sozinha e segundo para ganhar o seu próprio dinheiro, já que ela apenas cursava faculdade no turno da tarde e alguns dias à noite. 

Bah entrou no quarto e Rick estava deitado na cama, enrolado no edredom. Ela fechou a porta e bufou, indo até ele e puxando a bi cama. Segurou em seu edredom e o puxou para a cama de baixo. Quando o garoto caiu, levantou-se rapidamente e a encarou.
–– o que foi, Bah? –– ele perguntou confuso.
–– vou dormir na sua cama sozinha –– ela disse irritada e se deitou, ficando de costas para ele.
–– me deixa dormir contigo, vida –– ele falou manhoso se deitando atrás dela.
–– saí Ricardo –– ela o empurrou de leve.
–– vai ficar brabinha porque eu estava falando com a Sara? –– ele perguntou rindo.
–– claro que não –– a garota revirou os olhos e riu debochada.
–– eu não tava fazendo nada, Bah –– ele disse indignado diante deboche dela –– fui só comer melancia.
–– sabia que tem coisas essa hora que dão indigestão? –– Bárbara falou cheia de sarcasmo e sorriu cínica para ele.
–– ah, falando em indigestão, o idiota ligou –– ele disse lembrando-se.
–– o que você disse? –– ela deitou-se de barriga pra cima e o olhou surpreso.
–– que você não podia atender porque estava me chupando –– ele falou sorrindo mais cínico ainda e sentiu a garota lhe dar um tapa no peito ––********, Bah. Isso dói! –– ele reclamou.
–– você não disse isso! –– ela falou irritada.
–– bem que eu queria, mas eu não atendi –– ele revirou os olhos.
–– vou ligar pra avisar que vou dormir aqui, senão ele vai ficar me procurando –– ela disse procurando o celular pelo quarto.

Rick deitou-se na sua cama e ficou lá, esperando que ela voltasse. Quando a garota achou seu aparelho pelo quarto, não o conseguia ligar.
–– será que descarregou? –– ela perguntou confusa.
–– deve ter sido –– ele deu de ombros.
–– estranho, tava carregado –– ela franziu a testa –– esse aparelho ta leve –– ela disse pensativa e abriu a capinha de trás –– Ricardo –– ela o chamou de forma rude –– cadê a bateria do meu celular?
–– bateria? –– ela perguntou cínico –– não sei. Porque eu saberia? –– sorriu largo e piscou os olhos repetidamente.
–– me devolve, Rick –– ela cerrou os olhos indo ate ele.  

–– deixa esse trouxa te procurar, Bah –– ele falou sério –– porra, o cara vive cheio de segredos, sumindo e te deixando sozinha, aí quando quer, te liga e tu vai correndo pra ele.
–– talvez porque ele seja meu namorado e eu devo alguma satisfação pra ele? –– ela falou como se fosse obvio.
–– e ele não deve pra você? –– Rick arqueou as sobrancelhas.
–– fala sério –– ela bufou e colocou o aparelho em cima da cômoda de qualquer forma –– vou dormir, mais tarde eu ligo pra ele.
–– to falando sério, vida –– ele disse a fitando enquanto ela se aconchegava ali ao seu lado –– não corre atrás dele não. Não vale a pena.
–– eu não corro atrás dele, Rick –– ela suspirou.
–– mas você sempre que ta com raiva dele e ele te procura, você cede –– ele completou cheio de razão.
–– eu deveria parar era de ceder a você –– ela disse cerrando os olhos e viu o garoto mudar de expressão rapidamente.
–– você não seria capaz –– ele disse deitando de frente a ela e segurando em seu rosto.
–– ué, por quê? –– ela disse sorrindo.
–– diz que você ta brincando –– ele pediu ainda sério e a encarando.
–– o que foi Rick? –– perguntou confusa.
–– nada Bárbara –– ele disse seco e pôs o travesseiro na cara, fechando os olhos em seguida –– vai dormir.
–– mas o que... –– ela perguntou rindo sem entender nada –– Rick, eu tenho namorado. É mais que errado o que eu faço com ele e eu pretendo parar. Sei lá. Não dá pra eu continuar namorando o Tuti se eu estou ficando contigo. 
–– Bah, eu não to pedindo pra você largar aquele idiota... –– ele falou tirando o travesseiro da cara e revirou os olhos.
–– e eu não vou largar –– ela disse como se fosse obvio –– eu não vou terminar com ele pra ficar com você enquanto você pega a cidade inteira, Rick. O que******entre a gente não passa de atração, tesão, desejo, sei lá... –– ela deu de ombros –– não tem sentimento.
–– certo –– ele disse mal humorado e virou-se de costas para ela.
–– vai ficar emburrado? –– ela perguntou incrédula –– ah não Rick!
––******** Bárbara! –– ele disse grosseiramente –– você faz o que quiser da tua vida. Se não quer mais, eu não vou ficar correndo atrás de ti. Tenho a mulher que eu quiser, na hora que eu quiser. Que saco! –– esbravejou –– agora me deixa dormir porque quando a mamãe chegar do plantão, vai querer que eu vá tomar café com ela. E vá dormir também porque ela vai te querer na mesa.

Bárbara sentiu seu rosto queimar de raiva ao escutar o que Rick havia falado. Sua respiração ficou acelerada e ela desceu da cama indo se deitar na bi cama logo ali embaixo. A garota se cobriu completamente com o edredom, enfiando a cara no travesseiro. Eram poucas às vezes em que ela e Rick brigavam, mas detestava quando o garoto falava como se ela fosse apenas mais uma garota que ele levava pra cama. Rick colocou a mão pra trás e percebeu que não havia ninguém ali. Discretamente ele olhou para baixo e a viu deitada. Apertou os olhos, sentindo-se idiota por ter lhe falado aquelas coisas, mas no momento de raiva fora inevitável. Ele sentia um ciúme absurdo de Bah, que estava cada dia mais difícil de controlar. Aquela situação que já se alastrava por quase um ano, estava totalmente fora do seu controle. O que era pra ser apenas um beijo em uma noite onde os dois haviam bebido demais, acabou se tornando um caso. E nesse caso, da parte dele, era um caso de amor. 

[...]