Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

Os três primeiros tempos passaram lentamente, entediando os alunos. Durante o intervalo também não tivera nenhuma novidade. Rick estava cabisbaixo demais até para conversar com qualquer pessoa que não fosse Pepinho, que também não estava de bom humor. Bah e Michele estavam tão desanimadas que sentaram em uma mesa qualquer e apenas lancharam, voltando pra sala em seguida. Na hora da saída Tuti estava à espera de Bah na porta do colégio. Ele e Rick trocaram olhares ferozes, mas Artur mantinha um sorriso um tanto cínico e vitorioso, já que não viu a namorada com o melhor amigo, ou melhor, com o ex melhor amigo. Ela entrou no carro e permaneceu calada uma boa parte do trajeto.
–– o que foi, princesinha? –– Tuti perguntou acariciando o rosto dela.
–– nada –– Bah disse olhando para o namorado entediada.
–– ta tristinha amor –– ele sorriu para ela –– ainda ta sem falar com o Ricardo?
–– sim –– ela disse seca –– não tivemos tempo de conversar –– respondeu irritando-se.
–– porque não conversaram na escola? –– ele arqueou a sobrancelha a fim de que a namorada contasse algo.
–– porque vou pra escola pra estudar, Artur –– ela respondeu grosseira –– não pra resolver meus problemas pessoais.

–– uou, calma aí –– Tuti disse indignado, franzindo a testa.
–– desculpa... –– ela disse mal criada e virou o rosto pro lado da janela, bufando em seguida –– não estou em um bom dia.
–– não vem descontar em mim sua raiva pelo Rick, não –– Tuti disse rindo ironicamente –– se quiser conversar, namorar, carinho, beijos, amor, conselhos... Eu to aqui pra você, amor, mas não me dá patada.
–– eu só estou a fim de ficar sozinha –– ela fechou os olhos e encostou a cabeça na parte traseira do banco.

Tuti diminuiu a velocidade e parou com o carro em um acostamento.
–– e eu estou a fim de ir almoçar com a minha namorada linda que chegou de viagem ontem e me deixou cheio de saudades –– Artur falou docemente e pôs uma mão na nuca de Bah, acariciando ali.

Ainda de olhos fechados, ela deu um sorriso sem mostrar os dentes e um suspiro seguido. Sorriu ao ouvir o que o namorado dissera e abriu os olhos lhe fitando. Ele também tinha a cabeça apoiada no assento do banco e a fitava. Então ela se deu conta o quão carinhoso Tuti estava tentando ser, lhe compreendendo naquele momento cujo nada teria a ver, já que nem suportar Rick, ele suportava.
–– não queria falar essas coisas –– Bah disse sorrindo de lado –– só estou com dor de cabeça, amor.
–– vamos comer alguma coisa e eu te levo pra casa antes de ir pra faculdade, certo? –– Tuti disse carinhoso e selou os lábios de forma demorada.
–– claro –– ela assentiu.
–– vai malhar? –– ele perguntou ao ligar o carro.
–– não. Acho que essa semana não –– Bah disse pensativa ao lembrar que encontraria Rick na academia.
–– eu avisei que tanto contato com o Ricardo não iria acabar bem –– o namorado disse erguendo a sobrancelha –– agora você vai ter que conviver com ele na escola, academia e ainda quando tua mãe tiver de plantão e quiser que você durma lá.
–– eu não estou nem aí pra ele –– ela deu de ombros fingida –– só estou magoada com a briga.

–– por vocês brigaram, hein? –– Tuti perguntou franzindo a testa curioso.
–– não quero falar sobre isso, amor. Pode entender? –– ela pediu calmamente.
–– ta certo –– ele bufou e continuou a dirigir até um restaurante no centro da cidade –– você ainda não me falou como ta seu pai e a relação com a tua madrasta.

Bah sorriu ao lembrar-se de seu e começou a falar em como tudo estava por lá. Omitiu as partes de Rick e Rômulo para evitar confusão. Desceram no estacionamento e prosseguiram com a conversa durante o almoço todo.

[...]

Michele saíra do pátio da escola após Bah ir embora com Tuti, e fora em direção ao portão. Ela falava ao celular com sua prima, se informando de todas as novidades do primeiro dia de aula da loira, enquanto esperava por sua mãe. Minutos depois a ruiva desligou e antes que pudesse guardar o celular na bolsa, avistou Pepinho despedindo-se de um garoto cujo conversava e ficando sozinho. Ela mais que rapidamente fora até lá em passos ligeiros.
–– Pepinho... –– ela o chamou em tom de voz baixo.
–– oi –– ele disse virando-se ainda sorrindo, mas fez o sorriso desaparecer quando viu quem era –– ah, Michele. Fala.
–– tudo bom? –– ela perguntou sorrindo fraco e apertando os lábios enquanto o garoto apenas assentiu com a cabeça –– então... –– ela suspirou tomando coragem –– ta chateado comigo, né? –– perguntou sem graça.
–– o que você esperava? –– ele disse pondo a outra alça da mochila nas costas e cruzou os braços, erguendo a sobrancelha.
–– que estivesse mesmo –– a ruiva soltou a respiração de forma impaciente –– me desculpa mesmo Pepinho, eu gosto pra caramba de ficar com você. Você é lindo, é fofo, teu beijo é muito bom –– ela revirou os olhos sorrindo e ele deu uma risadinha sarcástica –– e tua companhia também...

–– mesmo assim você preferiu o Rogério, né? –– ele perguntou mantendo o sorriso –– parece que não sou tão bom assim.
–– eu não o preferi –– ela disse indignada.
–– não foi isso que pareceu... –– ele arqueou as sobrancelhas de forma sugestiva e deu uma risadinha em seguida.
–– ele me beijou Pepinho, que culpa... –– Michele começou a se defender.
–– eu estava no carro com teus primos quando você ligou dizendo que tinha dormido com ele, Michele –– Peter a interrompeu e falou de forma rude.

A ruiva ficou em choque quando ouvira aquilo e não conseguia falar nada. Sua boca abria e fechava, mas palavras não saiam. 
–– como que a Mel foi capaz de te contar isso? –– ela perguntou indignada.
–– tava no viva voz, eu ouvi. Foi sem querer –– ele disse mentindo para não complicar a loira.
–– mesmo assim, Peter –– ela deu de ombros ficando sem graça –– nós não temos compromisso algum...
–– não tínhamos –– ele a corrigiu –– não tínhamos e nem vamos ter –– disse emburrado –– sei que você não devia nenhuma satisfação a mim, ruiva, mas não precisava ter ficado com o cara na minha frente. Nós ficamos outras vezes, mas nenhuma delas eu apenas te dei um beijo e sumi ou apareci com outra. Quando ficávamos, era a noite toda ou até enquanto estivéssemos no mesmo lugar. 
–– eu sei... –– ela fez uma careta de dó.
–– pois não parecia que sabia –– ele a advertiu, irritado –– você poderia tê-lo empurrado, negado ou não retribuído ao beijo dele, se sua intenção era ficar comigo, mas não, você retribuiu, foi atrás dele no final da festa e ainda dormiu com o cara depois –– ele disse indignado –– ai vem me pedir desculpa, Michele? Palhaçada, né?
–– que merda, Peter! –– ela choramingou –– eu errei, me desculpa, mas eu não quero me afastar de você.
–– tarde demais –– ele sorriu cínico –– a minha amizade você vai ter, mas é só isso também. Eu estava gostando de você, Michele. Gostando de estar sentindo algo legal, sabe? Não era a toa que eu investia em você. Não era a toa que eu te beijava na escola, não era a toa que eu dava em cima de você em todas as festas que nós íamos...
–– mas não perdeu a oportunidade de sair com aquela loira vadia na semana passada, né? –– ela disse o interrompendo de forma brusca.
–– eu sou solteiro e não estava com você –– ele respondeu calmamente –– se eu tivesse ido ou combinado contigo, eu jamais sairia com ela.
–– me diz uma coisa –– ela pediu cruzando os braços –– vocês transaram?

–– acho que isso não te diz respeito –– Peter disse abaixando a cabeça e rindo enquanto coçava o queixo.
–– ah Pepinho, qual é! –– Michele falou irritada –– rolou entre vocês?
–– não vou falar da minha intimidade com uma garota que se quer te conhece, Michele –– ele revirou os olhos.
–– oi Pepe –– Paloma disse ao aparecer ali com um papel entre os dedos.

Ela e Michele trocaram olhares furiosos e cara de nojo, mas a ruiva não saiu dali. Paloma parou entre os dois, ficando de costas para Michele.
–– oi Paloma –– Peter sorriu sem jeito pra ela.
–– aqui, ô –– ela disse balançando o papel –– o numero do celular da minha prima.
–– ah sim, valeu –– ele pegou o papel e tirou o celular do bolso, copiando o numero em seguida –– vou ligar pra ela.
–– ligue mesmo, porque ela está esperando –– a loira disse empolgada e virou-se para Michele.
–– garota, se você não percebeu, estávamos conversando e você atrapalhou –– Michele falou revirando os olhos impaciente.
–– é mesmo? –– ela fingiu surpresa –– me desculpa ruiva, nem percebi. Podem voltar a conversar. Já vou indo –– se virou de frente pra Peter e sorriu, lhe dando um beijo no rosto depois –– não esquece, viu? Ela ta ansiosa pra repetir a dose –– ela piscou e saiu dali sorrindo.

Michele cerrou os olhos, irritada com aquela cena e puxou o papel da mão de Peter, amassando em seguida.
–– ridícula! –– ela disse jogando o papel amassado no chão.
–– não faz isso, Michele –– Peter disse entediado e pegou o papel no chão –– olha o meio ambiente –– disse pondo na lixeira da rua de forma irônica.
–– droga, Pepinho –– ela resmungou –– você vai mesmo sair com ela de novo?
–– qual o problema, ruiva? –– ele perguntou confuso –– você não ta saindo com o outro lá? Então pronto.
–– mas... Mas... –– ela suspirou e ficou sem saber o que falar.
–– você ta com ciúmes de mim? –– Peter ergueu a sobrancelha –– sério que você ta interessada?
–– claro que não –– ela rolou os olhos –– só que...
–– meu pai chegou –– ele disse ao avistar o carro –– vou indo. Falou –– ele pôs a mão no ombro dela e depois foi rumo ao carro.

A garota fechou os olhos e bateu o pé no chão, extremamente irritada. Olhou para trás e viu Paloma conversando com suas amigas e olhando de lado para ela. Logo em seguida a mãe da garota chegou ali e ela fora para casa sem trocar uma palavra.

[...]