Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

Sábado à noite Bah iria sair com Michele, Tuti e Rogério. Os quatro iriam ao cinema e depois para alguma boate onde Tuti tinha negócios. A ruiva e a morena se arrumaram e próximo às nove da noite Artur apareceu ali. Michele tentou se fazer de difícil durante boa parte do filme, mas não resistiu muito e cedeu à Rogério. Os dois passaram quse uma hora trocando beijos calorosos dentro do cinema, assim como Tuti e Bah, e mal prestaram atenção no filme. Um tempo depois de lanchar pela praça de alimentação, os dois casais foram direto para a Disc. Quando os garotos sumiram para um sala, onde disseram tratar de negócios, Bah e Michele foram até o bar.
–– Tuti ta super carinhoso contigo, hein? –– a ruiva comentou dando um gole na bebida.
–– ta mesmo. Um docinho –– Bah sorriu sem demonstrar animo e continuou a fitar a pista.
–– o que foi Bah? –– Michele revirou os olhos –– você reclamou que ele não tinha tempo pra ti, que tinha te traído e agora que ele ta arrependido, você ta aí toda avoada.
–– ah, Mi... –– Bah suspirou –– é o Rick, sabe? –– ela fez bico.
–– sabia! –– a amiga riu e fez uma careta –– você não me disse que não sentia nada por ele? –– arqueou a sobrancelha.
–– e não sinto –– Bah disse indignada –– só que eu o amo como amigo, sabe?

–– sei, sei bem... –– Michele disse irônica e riu –– mas fala aí o que foi agora.
–– então... Ontem tive que dormir lá por causa do plantão da mamãe –– ela começou a contar se ajeitando no banquinho –– e você acredita que ele pediu pra Sara dormir no quarto dele e me deixou no quarto da Lara? –– Bah perguntou indignada.
–– e o que tem nisso? –– Michele arqueou a sobrancelha.
–– tenho certeza que ele comeu aquela loira vadia –– Bah falou irritada –– oferecida do jeito que ela é... E ele não dispensa uma periguete, aí já viu, né? Que ódio! –– bufou.
–– mas qual o problema, Bah? –– ela revirou os olhos rindo da amiga.
–– o problema é que tem uma semana que ele se declarou pra mim e aí agora já leva a primeira oferecida pra cama –– Bah disse irritada –– como ele quer que eu acredite nele desse jeito?
–– que diferença faz? –– Michele ergueu as sobrancelhas –– não se esqueça que você deu um fora nele e pelo o que eu fiquei sabendo, você disse que amava o Tuti. Não reclame, amiga –– ela deu outro gole na bebida.
–– você é minha amiga ou amiga dele? –– Bah perguntou cerrando os olhos pra amiga que sorriu.

–– Bah, se você não quer nada com o Rick, deixe-o em paz –– Michele suspirou –– você não iria querer que ele parasse a vida dele por isso, né? Entende que homem não sofre por amor... E outra, você não iria querer vê-lo daquele jeito que ele tava a semana toda na escola, né?
–– claro que não –– Bah bufou –– ele parecia tão triste, abatido, cabisbaixo... –– ela fez bico –– se bem que ontem ele também tava assim, mas o modo como ele me tratou... Não sei, ele nunca me tratou daquela forma –– disse com pesar.
–– deve ta sendo difícil pra ele... –– Michele mordeu o lábio –– depois da minha ultima conversa com o Peter, que ele também me tratou super mal, eu fiquei ruim pra caramba.
–– mas você vacilou com o Peter –– Bah a advertiu –– e parece que nem ta ligando pra isso, você ta toda de bem com o Rogério –– ela falou franzindo a testa e rindo.
–– não to bem, só que eu meio que não resisto ao Roger –– Michele disse entortando os lábios –– eu sinto falta dele, não sei.
–– sei como é –– Bah sorriu fraco.
–– ta sentindo saudades do Rick? –– Michele perguntou olhando de lado pra amiga.

–– não... –– Bah disse franzindo a testa e negando com a cabeça –– era só sexo... –– ela revirou os olhos.

Nesse momento Tuti e Roger aproximaram-se das duas e cada um parou em frente a sua garota, trocando carinhos. No final da noite, Tuti deixou Rogério em sua casa junto com Michele e fora para casa de Bah. No caminho o silêncio predominou, já que Bah estava pensativa e Tuti apenas a observava. Assim que estacionou em frente ao seu prédio, ele pôs a mão no rosto dela e acariciou. A garota deu um fraco sorriso enquanto ele se aproximava para lhe beijar. Aos poucos o beijo foi ficando mais intenso e Artur descera a mão alisando a cintura dela até os quadris e subiu por dentro da blusa. Não demorou muito para que ele a puxasse para o seu colo. Mesmo hesitante, Bah deixou-se levar e pôs uma perna para cada lado do corpo do namorado, sentando em seu colo. As mãos dela estavam em sua nuca, mas parecia não ter vida. A garota estava um tanto quanto desanimada e se quer prestando atenção no que fazia, ela estava. O beijo intenso fora perdendo ritmo, e as mãos de Artur que estava por dentro da blusa da garota, saíram de imediato quando ele se tocou de que ela não correspondia aquilo.
–– ei –– ele a chamou e pôs as mãos sobre o rosto dela –– o que aconteceu? Ta triste, amor? –– ele perguntou e ela sorriu fraco.

–– sono, cansaço, a bebida também me deixou lerda. Nada demais –– disse Bah o olhando.
–– hum... Você parecia, hã, distante –– ele disse confuso.
–– não. Impressão sua –– ela desconversou e lhe deu um selinho.
–– se você tiver com qualquer problema, pode contar comigo, amor. Você sabe, né? To aqui pra tudo –– ele disse lhe dando outro selinho e iniciou um beijo lento.
–– eu sei que posso, mas não tenho nada, ta? –– Bah disse durante o beijo, que agora ganhou um ritmo maior.
–– tua mãe ta em casa? –– perguntou mordendo o lábio inferior enquanto olhava de lado para o prédio.
–– ta –– ela olhou também e depois o fitou.
–– então, quer ir lá pra casa? –– ele disse manhoso, enquanto passava a mão pelo ombro dela, descendo a alça da blusa que a garota usava.
–– hum... –– ela entortou os lábios e olhou no relógio do namorado –– já são três da manhã, Tuti.
–– e daí, amor? –– ele perguntou confuso –– você já dormiu lá em casa várias vezes e eu te deixei bem cedinho aqui –– ele falou acariciando os cabelos dela.
–– ah, mas hoje não, ta? –– Bah fez uma careta e saiu do colo de Tuti, indo para o banco do passageiro.
–– certo, Barbara –– Tuti revirou os olhos e bufou impaciente.
–– vai ficar com raiva porque eu não quero ir pra tua casa? –– Bah perguntou incrédula diante aquilo.
–– só to a fim de namorar um pouco, qual o problema nisso? –– ele falou grosseiramente e Bah deu uma risadinha nervosa.
–– já vai começar outra briga sem nexo... –– ela murmurou inconformada –– melhor eu ir pra casa mesmo...
–– espera –– ele segurou em seu punho quando ela destravou a porta do carro.
–– o que foi agora Tuti? –– ela perguntou em tom de voz elevado, irritadíssima.
–– ô, calma! –– ele franziu a testa e ela revirou os olhos –– não precisa explodir comigo.

–– ta, ta –– Bah revirou os olhos de forma entediada e Tuti suspirou forte –– posso ir pra casa? –– ela perguntou impaciente.
–– Bah, me diz o que você quer que eu faça. Vai. Fala pra mim o que falta eu fazer por você? –– Tuti perguntou se virando de frente a ela.
–– nada, Tuti. Só quero que você respeite quando eu estiver a fim de ficar sozinha –– Bah falou bufando –– não dá pra entender isso?
–– não, Bah, não dá pra entender como minha namorada quer ficar mais sozinha do que comigo –– ele disse indignado.
–– não é dessa forma que você está pondo... –– ela riu balançando a cabeça negativamente de forma rápida –– agora, me deixa entrar, porque se não eu vamos acabar brigando mais ainda...
–– beleza... –– ele assentiu sorrindo irônico –– quando você estiver de cabeça fria, a gente se vê, certo? 
–– certo –– ela bufou e desceu do carro.

Tuti ficou olhando aquela cena, abismado, já que nem um selinho de despedida, Bah lhe deu. Arrancou com o carro dali, irritado com toda a situação. Pegou seu celular e ligou para Roger que não atendeu.

[...]

Michele e Rogério entraram na casa do garoto na ponta dos pés, já que naquela noite sua mãe dormia em casa. A ruiva entrou indo direto para o quarto dele sem formalidades. Adentrou o ambiente enquanto Roger trancava a porta da sala e se jogou na cama, deixando seus sapatos no chão. Assim que o moreno entrou no ambiente, deparou-se com ela esparramada em sua cama, com as pernas cruzadas, deixando amostra suas coxas desnudas devido curto vestido. Ele fechou a porta do quarto atrás de si, mas assim que o viu ali, Michele se levantou.
–– opa, opa... –– ele falou malicioso e parou em sua frente, lhe prendendo entre os braços.
–– oi Rogério... –– Michele disse entediada, mas ria.
–– já disse que você está uma delicia hoje? –– ele perguntou rindo de um jeito safado e passou a depositar beijos pelo pescoço da ruiva.

Ela inclinou a cabeça levemente para trás e suspirou forte, deixando aquilo acontecer por um curto período de tempo, já que em seguida o segurou pelo rosto e lhe beijou calorosamente na boca. O clima estava ficando bem quente quando ela pôs as mãos no tórax dele e o empurrou.
–– aí Roger, para –– Michele disse suspirando e foi para o outro lado do quarto mexendo no cabelo.
–– ou, o que foi? –– Roger perguntou franzindo a testa, confuso.
–– nada, to com sede –– ela deu de ombros e fez um bico.
–– sede? –– o moreno arqueou a sobrancelha e bufou –– certo...

Ela sorriu mordendo o lábio inferior e fora atrás de Rogério que ia para a cozinha. Ele lhe entregou um copo d’água e se escorou à mesa, cruzando os braços, impaciente. Michele bebia água vagarosamente, fazendo charme, mas Roger já estava ficando irritado com o charminho que a ruiva fazia naquela noite. Ele tinha pressa e queria aquilo o mais rápido possível. Michele virou-se de costas, escorando-se na borda pia da cozinha, e o garoto não demorou para lhe abraçar por trás. Ela fingiu nem ligar e ele passou a beijar seu pescoço e tinha as mãos subindo pelas suas coxas, erguendo o vestido. O garoto já se encontrava em ponto de excitação e ela mantinha os olhos fechados enquanto mordia os próprios lábios de tanto tesão, porém havia decidido que não iria ceder às vontades do moreno. Não depois da ultima vez e da forma como ele lhe tratou. Ela pôs o copo dentro da pia e retirou as mãos dele de sua cintura.
–– sai Roger... –– disse a contra gosto –– me leva pra casa. Vamos –– caminhou até a porta da cozinha.
–– como? –– ele perguntou surpreso, erguendo a sobrancelha.
–– isso mesmo –– ela falou autoritária –– me leve pra casa. Está super tarde.
–– claro que não, gatinha –– ele riu de lado –– viemos pra cá pra ficarmos mais à vontade. Se fosse pra te levar pra casa logo, o Tuti teria te levado –– falou se aproximando dela.
–– nada disso, Roger –– ela balançou o dedo negativamente e fez bico –– pra fazer a mesma coisa que você fez no final de semana passado? –– ela riu irônica –– nem pensar.
–– fala sério, Michele –– Rogério revirou os olhos de forma entediada –– agora vai ficar fazendo doce pra mim? –– ele perguntou pondo as mãos no peitoral ––Você nunca foi disso...

–– não estou fazendo doce, só que hoje não quero –– ela arqueou a sobrancelha e se impôs.
–– era só o que faltava... –– ele resmungou irritado e passou por ela às pressas.
–– o que foi, Roger? –– Michele perguntou indignada indo atrás do garoto.
–– o que foi? –– ele perguntou falando mais alto e abriu a porta da sala –– e ainda pergunta o que foi...

O garoto saiu irritado com a chave do carro em mãos indo até a garagem e Michele fora atrás. Ele abriu o portão com o controle e entrou no carro, esperando por ela que encostava a porta da sala. Assim que a ruiva se sentou, Roger deu a ré no carro, sem trocar qualquer palavra.
–– vai ficar com raiva de mim, moreno? –– Michele perguntou manhosa.
–– claro, né Michele –– ele disse sem olhá-la –– você passa a noite toda me provocando e agora fica de frescurinha aí. Não suporto menina com doce.
–– quer dizer que só porque eu fiquei contigo, eu tenho que dá pra você? É isso? –– ela perguntou incrédula.
–– hum... –– Roger bufou e passou a mão pelo cabelo.
–– hein Rogério? –– Michele permanecia de sobrancelhas arqueadas.

–– não Michele. Só que, porra, você me deixa excitadão e fica de onda comigo... –– ele disse com a voz mais amolecida –– não gosto dessas paradas de só provocar e pular fora. Comigo isso não cola. 
–– sei –– ela riu irônica e olhou pela janela –– se você soubesse que eu não ia pra cama contigo, teria ficado com outra, né?
–– seria mais fácil –– ele falou e sorriu cínico.
–– idiota! –– Michele o olhou incrédulo e acertou um tapa no ombro de Rogério.
–– idiota o que? –– ele perguntou indignado –– eu sou sincero...
–– e um safado –– ela completou, o interrompendo.
–– fala sério, Michele –– Roger revirou os olhos e bufou impaciente –– até parece que você não me conheceu assim, né?
–– antes você era mais sutil –– Michele sorriu cínica e quando prestou atenção, Roger diminuía a velocidade.
–– blitz –– Roger resmungou e parou com o carro no local que o agente do DETRAN indicava.

Ele baixou o vidro e olhou para o homem com um fraco sorriso nos lábios.
–– boa noite –– ele disse.
–– boa noite senhores. Documento do carro e habilitação, por favor –– o agente pediu abaixando na frente da janela.
–– só um instante –– Roger assentiu e se inclinou, pegando o documento do carro no porta-luvas –– aqui.
–– e habilitação –– ele disse saindo dali e indo conferir a placa do carro.

Roger retirou a carteira do bolso e a abriu, não achando o documento ali.
–– que droga, onde eu pus minha habilitação –– ele falava em voz baixa, preocupado.

Michele, que tinha a cabeça escorada no assento do banco de olhos fechado, os abriu e olhou para o garoto de forma desesperada. O agente voltou até a janela e ficou esperando o documento.
–– Sr. eu juro que tenho habilitação e que está aqui –– ele dizia revirando a carteira –– mas não sei exatamente onde.
–– desçam do veiculo –– o homem pediu sério.

–– mas... Droga! Onde eu pus essa merda? –– Rogério murmurava para si mesmo.
–– Roger... –– Michele sussurrou antes de descer –– eu peguei tua carteira.
–– como? –– ele a olhou assustado.
–– naquele dia que eu dormi na tua casa, que você me mandou ir de táxi pra casa. Aí eu peguei o documento e deixei em casa –– ela fez uma careta e ele fechou os olhos, jogando a cabeça pra trás.
–– Michele, você tem merda na cabeça, é? –– ele gritou com ela quando já estavam fora do carro.
–– desculpa, mas eu tava com ódio de você –– ela dizia enquanto caiam lágrimas em seu rosto.
–– Sr. policial, deixa-me lhe explicar –– Roger falou indo até o agente de transito.

Alguns minutos e muitas explicações depois, o carro de Roger fora apreendido e ele recebeu uma multa. Não houve papo que fizesse os agentes do DETRAN deixá-los sair com o carro dali. Enquanto caminhavam a pé pelo acostamento, Michele fungava e Roger andava na frente, sem nem querer olhar para cara da ruiva. Ele mexia no celular, enquanto ligava para Rick e Tuti, mas nenhum deles atendia.
–– caralho! –– Rogério gritou colocando o celular no bolso.
–– Roger... –– Michele disse ao correr para alcançá-lo.

–– não fala comigo, garota! –– ele disse entre os dentes.
–– deixa de coisa. A culpa toda é tua –– ela revirou os olhos entediada.
–– minha culpa? –– ele se virou imediatamente e pôs as duas mãos sobre o peitoral.
–– claro, Rogério –– ela disse indignada –– presta atenção em como você tem me tratado ultimamente... Eu só to servindo pra sexo e nada mais...
–– mas você sabe que eu não to a fim de namoro, Michele –– ele a interrompeu e riu ironicamente –– você sempre soube disso. Eu gosto de ficar contigo, mas não levo ninguém a sério.
–– eu sei e também não me interessa, mas não é só porque não vamos ter um lance sério, que você precisa ser assim –– ela falou irritada –– antes você me tratava bem, com carinho... E agora... –– ela riu de forma debochada –– agora só quer me usar. Você mudou muito, Roger...
–– mudei? –– ele arqueou as sobrancelhas e percebeu que seu celular vibrava em seu bolso –– até que fim –– ele murmurou ao olhar no visor.

Depois de poucos minutos, Roger desligou e guardou o celular em seu bolso, parando de andar ao chegar em uma parada de ônibus.
–– esse teu amigo vai demorar? –– ela perguntou olhando as horas no celular.
–– não, ele vem rápido... –– Roger disse virando o rosto para o lado oposto.
–– ótimo –– ela cruzou os braços e suspirou forte.
–– o que deu na tua cabeça pra roubar minha habilitação, Michele? –– ele questionou sorrindo irônico.
–– raiva –– deu de ombros.
–– que idéia idiota, viu? –– ele disse cerrando os olhos de forma reprovadora.
–– eu já pedi desculpas! Que porcaria –– ela respondeu no mesmo tom.
–– mas tuas desculpas não vão resolver o meu problema –– Roger falou irônico e se sentou.
–– e você que se quer me pediu desculpas pelo modo como me tratou outro dia –– ela falou chorosa e ele revirou os olhos.
–– me desculpa então... –– ele disse fitando o chão a frente enquanto mantinha os cotovelos apoiados sobre os joelhos –– se é que pra você isso vai adiantar alguma coisa.

–– não to acreditando que ouvi isso –– ela engoliu a seco e limpou as lágrimas que começavam a cair.
–– você quer que eu faça o que? –– ele questionou de forma confusa –– já aconteceu. Naquele dia eu estava cansado e achei que você fosse dormir lá em casa... 
–– e depois diz que não mudou –– ela balançou a cabeça, incrédula.
–– eu não mudei –– ele falou rindo irônico –– sou o mesmo de sempre. Agora se você quer um cara romântico, cavalheiro e que possa ser teu futuro namorado, realmente, esse não sou eu –– falou grosseiramente.
–– engraçado... –– ela riu irônica –– naquele dia que eu estava na boate com o Pepinho, você foi lá e me roubou um beijo do nada. Aposto que foi só pra provocar o Peter.
–– provocar o pirralho? –– ele a olhou e riu –– pra que eu faria isso, Michele? Meu interesse é só em você e não nele... To pouco me fodendo pro amigo do Rick.

–– falando no Peter... Possa ser que você não tenha mudado mesmo –– ela disse provocando –– talvez eu que tenha me relacionado com homens e em de moleques e aí me desacostumei –– ela disse cerrando os olhos e tentando segurar as lágrimas.
–– pois se não ta bom pra você, pula fora, Michele –– ele disse incrédulo no mesmo instante em que o amigo buzinou, parando o carro ali –– e pode ter certeza que no dia em que eu quiser um relacionamento sério, vou atrás de uma mulher e não uma pirralha.
–– eu sou pirralha? –– ela questionou rindo debochadamente –– você que é imaturo.
–– beleza então... –– ele assentiu rindo e bufou se levantando.
–– idiota... –– ela sussurrou enquanto chorava e sentou-se na parada de ônibus, pondo as mãos no rosto.
–– vamos logo –– ele pediu.
–– não vou –– ela disse irritada.

–– não vou te deixar sozinha aí –– ele revirou os olhos –– vem logo, Michele.
–– NÃO! –– ela gritou.
–– para de coisa garota –– ele se aproximou dela e se agachou em sua frente.
–– saí, Rogério –– ela falou empurrando as mãos dele que estão em sua perna –– some da minha frente.
–– Michele, vem comigo. Eu te deixo em casa e aí eu sumo da tua vida –– ele falou suspirando –– ta tarde. Ta frio. Ta perigoso. Vamos.
–– não –– ela cerrou os olhos e limpou as lágrimas.
–– meu amigo não vai ficar esperando... –– ele arqueou as sobrancelhas.
–– vão embora então. Meu primo vem me buscar –– ela falou ainda irritada.
–– ok, to cansando disso... –– ele suspirou e se pôs de pé –– quer ficar sozinha. Ótimo. Só toma cuidado, viu? –– falou com pesar –– e quando eu puder, vou na sua casa pegar minha habilitação –– disse antes de sair dali –– ou melhor, manda pela Bah que ela entrega pro Tuti.
–– se eu não tiver queimado antes –– Michele o olhou irritada e sorriu cínica.
–– como você é infantil... –– ele suspirou e passou a mão no rosto, bufando.

Assim que ele entrou no carro, a garota se pôs de pé e entrou em seguida. Rogério deu uma risadinha, balançando a cabeça negativamente, mas se manteve calado o trajeto todo. Michele murmurou apenas um obrigada para o amigo de Rogério ao descer em sua casa. 

[...]