Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

Quando Rômulo entrou no quarto, Bah estava deitada de perfil, com as pernas encolhidas e de costas para a porta. Ele ouviu fungadas provindas de um choro que insistia em continuar e se sentou na cama, passando as mãos nas costas dela.
–– quer me contar? –– ele perguntou apertando os lábios.
–– não quero te encher –– ela disse se assustando com ele ali.
–– ah Bah. Não fica assim... O que foi, hein?! –– Rômulo perguntou estalando os lábios.
–– eu sou uma burra, Rômulo –– ela disse se deitando de barriga pra cima e passando a mão nos olhos –– eu achei que ele gostasse de mim. 
–– ele quem? –– o garoto ergueu as sobrancelhas.
–– o Rick, droga! –– ela resmungou.
–– e não gosta? –– ele perguntou confuso.
–– ele ta ficando com a Melissa tem duas semanas –– Bah respondeu o fitando e o garoto ficou surpreso –– e eu achando que ele ainda tava a fim... 
–– e porque vocês não estavam juntos? –– Rômulo perguntou ficando cada vez mais confuso.
–– é complicado –– ela respondeu dando uma longa suspirada.
–– mas vocês estavam juntos quando foram lá pra casa, né? –– ele perguntou pensativo.

–– estávamos –– assentiu e o viu ergueu as sobrancelhas –– nós ficávamos enquanto eu namorava –– ela explicou rolando os olhos.
–– nossa... –– Rômulo ficou surpreso e deu uma risada incrédula –– e teu namorado? –– ele perguntou.
–– não sabia, obvio –– Bah disse como fosse evidente –– quer saber de tudo? –– o olhou e ele assentiu.
–– posso deitar aqui? –– ele perguntou indicando a cama.
–– pode –– ela deu de ombros e se afastou, deixando espaço para ele.

O garoto se deitou ao seu lado e se pôs a ouvir tudo o que ela contava. Por inúmeras vezes ela voltou a chorar e Rômulo começou a entender o drama que se passava ali. Quando terminou de contar, ele permaneceu de testa franzindo, encarando o teto.
–– agora me diz uma coisa –– ele perguntou a olhando –– porque você voltou com teu ex mesmo sabendo das traições?
–– não sei –– ela revirou os olhos –– eu achava que daria certo como sempre deu. Achava que eu gostava dele, que ele iria mudar, não sei, Rômulo...

–– garotos não mudam, Bah –– ele disse cerrando os olhos –– eles se apaixonam e ficam com medo de perder a guria. Aí mudam suas atitudes, mas no fundo sempre serão as mesmas pessoas.
–– descobri isso com o Tuti –– ela entortou os lábios –– acho que foi minha maior burrice.
–– ter voltado com ele ou não ter falado com o Rick? –– ele perguntou virando o rosto e lhe olhando.
–– os dois –– ela suspirou.
–– e porque você não falou ao Rick que gosta dele e que tava solteira? –– ele perguntou intrigado.
–– não sei... –– ela bufou.
–– caralho de menina que não sabe de nada! –– Rômulo disse rindo e Bah acabou rindo também.
–– ah Rômulo, eu tava com medo –– ela disse entortando os lábios.
–– de que, pelo amor de deus? –– Rômulo perguntou rindo incrédulo –– não te entendo mesmo Barbara.
–– eu fui burra! –– ela admitiu choramingando –– eu sou muito burra.
–– foi mesmo –– ele concordou –– você achou que ele fosse ficar sozinho por quanto tempo? A vida toda? –– arqueou as sobrancelhas.

–– para, Rômulo –– ela murmurou e se deitou de costas pra ele –– acho que não era pra ser...
–– claro que não era pra ser. Duas pessoas burras assim não devem ficar juntas –– ele disse rindo e ela revirou os olhos.
–– vou dormir –– ela disse mal humorada.
–– ta. Desculpa –– ele apertou os lábios –– vou pro meu quarto. Boa noite –– disse se levantando da cama –– e vê se para de chorar.

Quando ele rodou a maçaneta da porta, ouviu-a lhe chamar.
–– Rômulo... –– ela disse se virando para ele –– dorme aqui? –– pediu manhosa.
–– hã... Dormir aí? –– ele fechou a porta e indicou a cama com a cabeça.
–– é... Não queria ficar só –– ela fez cara de dó e o garoto coçou a nuca.
–– eu ouvi você falando pra Michele que queria ficar só... –– ele disse franzindo a testa.
–– ela só iria ficar aqui me criticando por não ter ido falar com ele antes e eu nem poderia xingar a Melissa, porque é prima dela –– Bah fez bico e ele deu uma risada, se aproximando da cama.
–– ta certo –– ele assentiu e se sentou ali –– mas não me culpe se eu acordar excitado de manhã.
–– affe –– Bah revirou os olhos –– você estava tão legal sem essas safadezas.

–– não posso fazer nada Bah –– ele disse como se fosse obvio –– você é gostosa pra caralho. Com esse baby doll ou sei lá como vocês chamam, fica mais gostosa ainda... Não é culpa minha.
–– sempre safado –– ela disse entediada –– vai se comportar? –– arqueou as sobrancelhas.
–– eu vou, mas ele eu já não sei –– Rômulo disse indicando seu membro.
–– é sério Rômulo –– ela choramingou –– não quero ficar sozinha aqui. Fica quietinho, fica.
–– ta, eu fico –– ele revirou os olhos –– mas tira essa bunda de perto de mim –– ele disse fazendo bico.

Ela, que estava de costas para ele e com as pernas dobradas, virou-se deitando de frente. O garoto deitava de barriga pra cima e tinha as mãos embaixo da cabeça. Ela bufou e deitou com a cabeça sobre o peitoral dele.
–– nem se encosta em mim –– ela disse emburrando a cara e passou o braço em volta da cintura dele.
–– ta foda... –– ele murmurou ao vê-la ali.

A menina ficou em silencio e mantinha os olhos fechados. Rômulo estava agoniado por estar naquela posição e não poder tocá-la. Ele deu um suspiro e remexeu de leve seu corpo, fazendo-a abrir os olhos.
–– posso comentar algo? –– ele disse pensativo.
–– diz –– ela disse com desdém.
–– sou fã desse Rick –– ele disse bufando com tédio –– quando na minha vida eu iria conseguir pegar duas gostosas como você e a Melissa –– ele estalou os lábios –– enquanto isso ele tem as duas. Mundo injusto.

–– ah, Rômulo –– Bah revirou os olhos e depois riu –– você é idiota, viu? E eu pensando que era coisa séria.
–– isso é sério –– ele disse indignado –– olha minha situação... Eu to aqui super a fim de ficar contigo há meses e o único jeito de encostar-me a você é porque você ta chorando no meu ombro por conta de outro garoto e não quer ficar sozinha –– ele riu debochadamente.
–– não fico contigo porque eu gosto do Rick –– ela disse entortando os lábios –– não é por você, é por mim... Entende, né?
–– tenho que entender, ué –– ele fez uma careta entortando a boca e Bah deu uma risada.

Os dois se calaram novamente e o quarto ficou em silencio. Ele pôs a mão sobre o cabelo dela e passou a acariciá-lo, fazendo com que a garota pegasse no sono. Não demorou muito para que ele puxasse o edredom e os cobrisse, dormindo em seguida.

[...]

Assim que amanheceu, Rômulo despertou, abrindo seus olhos lentamente. Passou o olhar pelo quarto e só então se deu conta de onde estava: com Bah em seus braços. Ele estava dormindo de conchinha com a garota, mantendo seus corpos completamente colados. Seu braço estava em volta da cintura dela, segurando em sua mão e seu rosto próximo ao pescoço. Ele deu uma suspirada forte e tentou se afastar para sair dali, mas ela se mexeu, puxando mais seu braço e fazendo com que o garoto afundasse o rosto no pescoço dela. Rômulo deu uma fungada em seu pescoço e em seguida, dois beijos molhados naquela região. Bah abriu um largo sorriso, mas manteve os olhos fechados.
–– hum... –– ela murmurou –– fica aqui comigo, Rick. Não saí daqui, vai... –– ela disse em um tom de voz suave.
–– hã... –– Rômulo apertou os lábios e franziu a testa, se afastando da garota imediatamente –– não é o Rick. Sou eu, Rômulo –– ele disse se pondo de pé.
–– Rômulo? –– ela disse se virando de frente a ele –– desculpa, é que... –– ela passou a mão sobre os cabelos, envergonhada –– nossa. Foi mal.

–– eu entendo –– ele sorriu de lado e cruzou os braços –– ta melhor?
–– ah, to sim –– ela deu de ombros –– pelo menos por enquanto, mas...
–– Bah, amorzinho, vem tomar café comigo porque... –– Lídia disse abrindo a porta do quarto.
–– mãe –– Bah murmurou assustada.
–– puta merda! –– Rômulo disse arregalando os olhos.
–– Rômulo? –– Lidia disse surpresa –– o que você ta fazendo aqui? –– ela disse olhando para ele e depois para Bah –– aliás, o que vocês estavam fazendo? Vocês dormiram juntos? –– ela perguntou incrédula.

Rômulo e Bah se olhavam sem saber o que falar. A garota tinha mantinha a boca aberta e ele a testa franzida. Lidia entrou no quarto e fechou a porta atrás de si.
–– e ai, alguém me explica? –– ela perguntou irritada.
–– mãe... –– Bah disse se sentando na cama e a mãe lhe olhou assustada e se aproximou.

–– seus olhos estão vermelhos, Bah. O que houve? –– ela perguntou abismada.
–– mãe, para, que cena ridícula –– Bah revirou os olhos.
–– eu vim ver como ela tava, dona Lidia –– Rômulo disse entortando os lábios
–– eu só quero entender o que ta acontecendo –– Lidia disse como se fosse obvio.
–– mãe, eu preciso ir ao banheiro e também escovar os dentes –– Bah disse se levantando –– Rômulo, eu to ótima, agora sai do meu quarto –– ela ergueu as sobrancelhas e apontou para a porta.
–– tudo bem... –– ele disse sorrindo de lado e saiu.

Bah apenas pegou a sua toalha e saiu em seguida indo para o banheiro. Lidia saiu de lá e encontrou Rômulo na cozinha. Ele estava sentado, tomando café com leite e algumas bolachas. A mulher se encostou a pia e cruzou os braços, o encarando.
–– desculpa dona Lidia, eu não deveria ter ido lá –– ele falou quando a notou lhe observando.
–– não devia mesmo, Rômulo –– ela negou com a cabeça –– eu não gosto desse tipo de coisa. Preservo a privacidade da minha filha e também o respeito nessa casa, seja lá o que vocês estavam tendo.

–– não houve nada –– ele disse indignado –– ela... Hã... –– ele se levantou e foi até o corredor, checar se Bah estava lá –– então, ela já contou pra sra sobre o tal Artur? –– ele perguntou cerrando os olhos.
–– o que tem o namorado dela? –– Lidia deu de ombros, confusa.
–– aí que ta o problema –– ele apertou os lábios –– eles terminaram.
–– como terminaram e ela não me falou? –– a mulher disse chocada e puxou uma cadeira, se sentando ali.
–– pois é –– ele assentiu –– ai ontem na boate, ele tava com outra garota e a Bah saiu de lá arrasada. Chorou a noite toda... Então agora de manhã eu fui dar uma olhada. Sei lá, fiquei preocupado em como ela ficou, sabe?
–– coitada da minha filha –– a mulher disse preocupada.
–– espero que ela fique bem –– ele balançou a cabeça concordando –– e agora se a sra me der licença, vou arrumar minhas coisas pra amanhã –– ele disse se afastando dali.
–– Rômulo –– ela o chamou e o garoto se virou –– me desculpe. Eu achei que tava rolando alguma coisa lá... Não sei –– ela deu de ombros.
–– tudo bem, dona Lidia –– ele sorriu fraco –– se a sra precisar de ajuda pro almoço, me chame.
–– obrigada, querido –– ela retribuiu ao sorriso.

Um tempo depois Bah chegou ali na cozinha e com o questionamento da mãe, acabou concordando com a história que Rômulo contara. Não que fosse mentira, era apenas diferente do que havia acontecido, mas os sentimentos eram verídicos. 

[...]