Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

No dia seguinte, logo cedo da manhã, Bah abriu seus olhos, se espreguiçando ao mesmo tempo, sem se dar conta de que estava nos braços de Rômulo desde a noite passada. A morena o olhou dormindo e deixou um sorriso bobo escapar de seus lábios. Voltou a se deitar nos braços dele, passando o braço por cima do abdômen, o abraçando, enquanto acomodava o rosto em seu pescoço. Rômulo se mexeu no edredom e virou o corpo um pouco mais de lado, passando o braço por cima do quadril de Bah, apoiando a mão ali. Ela fechou os olhos enquanto mordiscava o lábio inferior, confusa com aquela situação. Rick não saia de seu pensamento e estava aflita pela mensagem que havia enviado para Michele na noite anterior, perguntando se ele estava com alguém na boate, mas a amiga não havia respondido.
–– ta agoniada com o que? –– Rômulo murmurou ainda de olhos fechados.
— então você ta acordado, é? — Bah disse revirando os olhos.
— acordei agora que você se mexeu — ele disse sorrindo sem mostrar os dentes.
— claro, e não estava se aproveitando de mim, né? –– ela falou irônico.

–– jamais –– ele deu um riso e acariciou o bumbum dela por cima do pijama — tua pele é macia demais e teu cheiro... — disse fungando em seu pescoço — teu cheiro é mais gostoso que você — ele abriu os olhos e sustentou o sorriso.
–– aí Rômulo, tira a mão –– Bah revirou os olhos e se deitou de barriga pra cima, pronta para se levantar.
–– fica aqui, poxa –– ele resmungou e a puxou de volta.
–– sem chances –– ela disse rindo e foi se levantar do chão, quando ele a puxou.
–– prometo não fazer nada –– Rômulo falou fazendo bico e a abraçou por trás, apoiando o queixo em seu ombro.
–– tudo bem –– Bah bufou e deitou de costas a ele, deixando que o garoto lhe envolvesse com o braço, pela cintura — mas sem gracinhas.
— sem gracinha... — Rômulo murmurou com a boca próxima ao ouvido de Bah, que se arrepiou — assim é realmente sem nenhuma graça — disse agora rindo, arrancando um sorriso dela involuntariamente.
— você é ridículo, Rômulo — ela falou fingindo indignação.
— ah Bah, não mente, vai — ele falou rolando os olhos — você gosta da minha companhia que eu sei...
— é — deu de ombros — você é legal.
— só isso? — o garoto perguntou franzindo o nariz em um careta enquanto sua mão passou a acariciar a cintura dela, indo em direção a barriga e voltando.

— eu já te falei, não vou ficar inflando teu ego — ela falou entediada — e cuidado com essa mão aí — falou segurando a mão dele sobre sua barriga, o impedindo de movimentar ali.
— não estou fazendo nada demais, Bah — Rômulo estalou os lábios, fingindo estar chateado — para de ser chata, é só carinho, poxa...

Bah fechou os olhos e suspirou forte, tirando a mão dele cima de si. A verdade era que a distância que ela mantinha dele, não queria dizer que ela não o queria, pelo contrario, era justamente para não cair em tentação. Havia prometido a si mesma que não ficaria com nenhum outro garoto para esquecer Rick e se enrolar mais ainda. Queria dar um tempo sozinha para ver o quanto realmente Rick faria falta em sua vida e se ele iria tomar um jeito, tirando da sua cabeça a ideia de que aquilo era apenas uma fase na vida do garoto baladeiro. Seus pensamentos foram despertos quando a boca de Rômulo, juntamente com seu halito quente, aproximou-se na pele de Bah. 
–– pensando no que, Bahzinha? –– ele perguntou ao perceber sua distração.
–– hã, nada –– ela piscou rapidamente, estando perdida.
–– sei bem esse “nada” –– Rômulo falou irônico e revirou os olhos.

–– vou tomar um banho –– Bah suspirou e se sentou no chão.
–– fica aqui um pouco mais –– ele falou colocando a mão nos cabelos de Bah e afagando a extensão que descia pelas suas costas.
–– daqui a pouco a mamãe acorda e vem aqui –– ela explicou virando o rosto para trás e lhe olhando.
–– ainda são seis horas –– Rômulo disse olhando em seu relógio de pulso –– relaxa –– piscou pra ela, que virou-se pegando o controle da tv no chão e ligando.
–– desenho –– Bah fez uma careta.
–– eu gosto –– ele exclamou animado enquanto enrolava a ponta do dedo nos cabelos dela.
–– eu não gosto –– ela revirou os olhos e se deitou ao seu lado, com a cabeça em seu braço –– quero carinho –– falou manhosa, mas sem tirar os olhos da televisão.

Rômulo deu uma risada e pôs a mão sobre os cabelos da morena, acarinhando-os rente a cabeça. Não demorou muito para que ela virasse de lado e lhe abraçasse pela cintura, se acomodando ali. Ele abriu um sorriso, mantendo por um bom tempo enquanto a menina havia pegado no sono. Quando despertou, havia passado em torno de uma hora ou até mais e Rômulo ainda assistia desenho animado na televisão, rindo sozinho. Ela abriu os olhos e esticou o corpo.
–– te acordei? –– ele perguntou ao vê-la despertar.
–– não, não –– Bah sorriu fraco –– vou tomar um banho e depois tomar café.
–– hã, ok então –– ele falou contrariado –– deixa que eu arrumo isso –– falou se referindo ao edredom e copos que estavam no chão.

Bah se pôs de pé e pegou sua toalha atrás da porta e fora para o banheiro. Tomou um banho e fez sua higiene rapidamente, saindo dali apenas de toalha enrolada no corpo. No meio do corredor esbarrou em Rômulo, que mordeu o lábio inferior, fazendo cara de safado ao vê-la. A morena revirou os olhos enquanto sorria e passou direito por ele, trancando a porta na chave. Rômulo deu uma risadinha diante o medo dela e rodou a maçaneta apenas para implicar com a garota. 
–– Bah... –– ele murmurou manhoso, escorando-se a porta e continuou rindo.

–– chatinho –– Bah resmungou escorada a porta também enquanto mordia o lábio inferior, contendo o riso.
— opa, Rômulo, bom dia — Lídia disse franzindo a testa quando foi até a parede pegar o telefone que tocava.
–– bom dia dona Lídia –– ele disse desconsertado e se afastou da porta, coçando a nuca.
–– o que estava fazendo ai? –– ela perguntou segurando o telefone e fez sinal com a mão para que ele esperasse –– alô? –– falou ao telefone — hurum, certo Alda. Até logo — disse e desligou — estava onde? –– perguntou agora encarando Rômulo que adentrou a cozinha.
— ah, eu fui ao banheiro — ele apontou para o corredor, indicando o banheiro, tentando parecer natural.
— hum, e sabe se a Bah já acordou? — a mulher perguntou indo até a pia.
— não sei, dona Lídia — ele falou passando por ela — dei uma batida na porta dela, mas ela não abriu –– deu de ombros –– bom, vou me trocar, com licença.
— tudo bem — ela assentiu e o viu passar até o quarto.

[...]

Após acordar com Alda lhes chamando, Rick e Pepinho levantaram morrendo de dor de cabeça. Peter pela ressaca da noite anterior de bebedeira e Rick pela noite mal dormida, já que havia ficado boa parte dela, chorando. Um por vez fora até o banheiro tomar banho e quando Rick voltou, já trajando um short de elástico e com cabelos molhados, Lara estava sentada na cadeira da escrivaninha, mexendo no notebook enquanto Peter estava jogado na cama, de olhos fechados.
–– morreu? –– ele perguntou a Pepinho e se sentou ao seu lado.
–– parece que fui atropelado –– ele resmungou sem abrir os olhos –– nunca mais bebo desse jeito.
–– espero que tenha aprendido a lição mesmo –– Lara falou séria, virando a cadeira de frente para eles.
–– e que isso sirva de lição pra você também –– Rick falou fitando a irmã de olhos cerrados.
–– eu não quero beber nunca –– Lara disse empinando o nariz e fazendo cara de nojo.
–– fala isso agora... –– Peter murmurou –– mas quando crescer...
–– cala a boca –– Ricardo revirou os olhos e estalou os lábios –– não beba mesmo não, é a melhor coisa que você faz –– disse para a irmã.

–– pode deixar que eu sei me cuidar –– ela disse marrenta e Rick bufou –– e você ta com essa cara aí porque? –– perguntou ao irmão.
–– só cansado –– Rick deu de ombros –– não dormi direito.
–– eu vi mesmo –– Peter falou abrindo os olhos e fitando o amigo que lhe olhou surpreso –– você passou a noite se virando na cama... –– completou despistando do assunto.
–– é, não sei por que não consegui pregar os olhos –– Rick respondeu com a voz fraca –– bom, eu vou procurar o que comer –– disse se pondo de pé.
–– o almoço ta quase pronto –– Lara respondeu –– vamos lá ajudar a mamãe –– ela esticou a mão ao irmão que lhe puxou, abraçando de lado.
–– eu vou ficar por aqui –– Peter fez uma careta e tampou a cara com um travesseiro, mas nesse momento seu celular tocou.
–– é a sara –– Lara disse olhando no visor, já que o aparelho estava sobre a escrivaninha.
–– que vergonha de ontem, meu deus... –– Pepinho disse apertando os lábios e se sentou na cama quando Lara jogou o celular para ele.
–– boa sorte –– Rick deu um riso e saiu dali com Lara.

Peter pegou o celular e suspirou forte antes de atender a ligação da loira.

–– alo –– disse temeroso.
–– oi Pê –– Sara disse normalmente –– como você ta?
–– to bem e você? –– ele perguntou ainda receoso.
–– eu to bem, só não aguento mais ficar aqui sem fazer nada –– ela falou fazendo uma careta –– quero voltar logo, to com saudade de você –– disse manhosa.
–– eu também to morrendo de saudades de você –– Peter sorriu fraco e ela se calou.
–– você ta estranho, Peter –– Sara comentou após uns segundos em silêncio.
–– to não, só dor de cabeça mesmo –– ele falou imediato.
–– certeza? –– ela arqueou uma sobrancelha –– não quer me contar se aconteceu algo ontem?
–– não aconteceu nada –– Peter respondeu rolando os olhos e rindo –– só que eu vomitei no banheiro do Rick e me afoguei no chuveiro... –– disse sem graça e ela gargalhou.
–– ta de ressaca, amor? É isso? –– ela perguntou se divertindo.
–– na verdade, eu to morrendo de vergonha de você por ontem –– ele resolveu falar, envergonhado.
–– ah, Pê, não precisa –– Sara sorriu largo –– só tenho uma coisa pra te perguntar...
–– diga –– ele pediu.
–– hã, é verdade o que você disse quando ligou? –– ela apertou os lábios.
–– não lembro muito do que falei ontem –– Peter franziu o nariz, mais envergonhado ainda por aquilo.
–– que, hã, você disse que me amava... –– ela suspirou forte e mordeu o lábio inferior, ansiosa pela resposta.
–– ah, isso... –– ele deu um riso sem jeito –– é –– falou envergonhado –– desculpa se é precipitado, mas eu acho que já te amo...

Sara sentiu sua respiração travar naquele momento enquanto um largo sorriso brotava em seu rosto. Ela se calou diante tal declaração e Peter ficou com medo daquela reação.
–– Sara? –– ela o chamou –– oi? Olha, eu não queria ter te falado desse jeito, mas é que...
–– eu também –– ela falou em um sussurro.
–– hum? –– ele perguntou surpreso.
–– eu acho que também te amo –– ela disse fungando –– e acho que nunca senti isso por alguém.
–– eu também acho que não –– Peter falou agora sorrindo, aliviado –– dói? –– perguntou confuso.
–– se o amor dói? –– ela perguntou limpando as lágrimas, mas sem entender onde ele queria chegar.
–– a tua saudade dói? –– ele perguntou novamente –– porque a minha ta de uma forma insuportável.
–– dói sim... –– ela respondeu sustentando o largo sorriso e foi quando ouviu sua mãe lhe chamar –– amor, preciso desligar. Vamos almoçar na minha avó.
–– tudo bem –– ele assentiu –– vou ir comer também.
–– mais tarde a gente se fala, ta? –– Sara disse manhosa.
–– com certeza, minha loira –– ele disse animado –– e quando você voltar... Hã, eu quero conversar com os teus pais –– disse ao se lembrar de Michele cheia de ironias quanto ao namoro escondido.
–– você tem certeza disso? –– ela perguntou surpresa.
–– tenho –– ele assentiu –– agora vai lá, beijos.
–– beijos –– a loira se despediu feliz.

Peter sorriu mais largo ainda e pôs o celular sobre a cama, indo até a cozinha para almoçar. Sentou-se a mesa e comeu conversando com a família de Rick, que estava pensativo. Quando sua mãe e Lara saíram da mesa para os seus quartos, Peter arranhou a garganta, chamando a atenção do amigo.
–– o que você tem? –– ele perguntou em voz baixa.
–– to preocupado –– Rick bufou e passou a fitar o prato, onde quase não havia comido.
–– com? –– Peter arqueou a sobrancelha.
–– melissa –– Rick suspirou forte e ergueu o olhar –– ela tava com o Artur ontem. 
–– você não acha que ela é bem grandinha pra saber se cuidar? –– o amigo disse sorrindo e ainda arqueando as sobrancelhas.
–– ela não conhece o Artur, não sabe das merdas que ele faz, Peter –– Rick disse chateado –– to pensando em ir conversar com ela, contar quem ele é...

–– bom –– ele disse pensativo –– você ir falar com ela, dizer quem ele é, avisá-la do que pode estar por vim, tudo bem. Você fará isso como um amigo, mas... — Peter deixou a frase no ar.
–– mas o que? –– Rick rolou os olhos — fala.
–– mas toma cuidado pra não iludir a menina, Rick –– ele disse preocupado –– vai que ela fica achando que você ta com ciúmes ou algo assim? 
–– mas não é ciúme! –– Rick disse indignado –– faria do mesmo jeito se fosse a Sara ou a Michele, cara... Faria o mesmo.
–– tem certeza? –– Peter perguntou irônico.
–– o que você ta sugerindo? –– Rick perguntou confuso.
–– que você ta assim porque é o Tuti –– Pepinho explicou –– não por ele ser um cafajeste ou por se envolver com coisa errada, mas sim porque você já perdeu a Bah pra ele uma vez e agora que ele ta atrás da Melissa...
–– nada a ver –– Rick deu uma risada incrédula e cruzou os braços, desviando o olhar.
–– bom, se você diz –– o amigo deu de ombros –– só toma cuidado em como você vai falar com ela.
–– é nisso que eu to pensando –– Rick apertou os lábios.

–– me deixa em casa? –– ele perguntou franzindo o nariz em uma careta, cortando o assunto.
–– tudo bem –– Rick assentiu e se levantou –– no caminho eu ligo e vejo se posso conversar com a Mel.

Peter não respondeu nada. Não concordava com a decisão do amigo e nem com a atitude que ele iria tomar, mas não quis interferir mais. Levou os pratos até a pia e os lavou enquanto Rick ia vestir uma roupa. Não demorou muito e ele estava parando em frente de sua casa. Despediu-se do amigo com um toque de mão e viu Rick seguir rumo à casa de Melissa, mas não teve coragem de ir falar com ela. Após a noite passada, cujo tentou impedir que a loira ficasse com Tuti e ela não lhe deu bola, Rick pensou bem e achou melhor não procurá-la. Não por enquanto. Ainda estava nervoso com a situação e achou que isso pudesse ser pior. Voltou para casa em seguida, onde jantou com a Alda e Lara e mais tarde chamou qualquer garota que estava lhe dando bola pelo facebook, para sair.

[...]