Fanfic: Cilada!!!!! | Tema: web novela

Sábado pela manhã, Alda estava estressada. Já se passava das dez horas da manhã quando Rick chegou em casa. Trajava as mesmas roupas do dia anterior, mas com uma cara de quem mal havia dormido. Alda e Lidia haviam saído para ir fazer compras e guardava-as na cozinha quando ele chegou.
— Ricardo, onde você estava, pelo amor de Deus?! — Alda disse em tom de voz elevado indo de encontro a ele na sala.
— oi mãe — Rick disse com a voz cansada — oi tia Lidia — sorriu para ela que vinha mais atrás
— oi querido — Lidia disse apertando os lábios.
— Ricardo, você me ouviu? — Alda falou grosseiramente, irritada.
— ouvi mãe — ele disse entediado — eu estava em uma festa.
— festa? Até essa hora? — ela o questionou cruzando os braços.
— o que tem demais, mãe? — ele perguntou se jogando no sofá e fechando os olhos. Sua aparência estava visivelmente cansada.
— meu filho, eu acordei e não te encontrei aqui, seu celular ninguém atendia, eu fiquei preocupada — Alda começou a falar exaltada e gesticulava nervosa — liguei pro Peter, liguei pra Lidia, liguei pro Roger e ninguém sabia de você! –– gritou por fim.

— desculpa, não vi meu celular tocando — Rick falou sem nem olha-la — agora posso ir dormir? To morto...
— morto? — ela falou em um tom elevado, porém havia sinais de indignação em sua voz — você quase me mata de preocupação e vem me dizer que ta cansado? 
— já pedi desculpa, mãe — Rick abriu os olhos e lhe encarou — foi mal, foi péssimo, me perdoa, de verdade — falou manhoso e a mãe bufou.
— onde você estava? — ela perguntou respirando fundo.

Nesse momento Lara entrou na sala e abraçou Lidia. A garota detestava ver a mãe e o irmão brigando e havia ficado nervosa.
— eu saí com uma garota e dormi no apto dela — Rick disse constrangido — não tinha porque se preocupar tanto.

— eu aqui preocupada e você com uma garota por aí — ela disse rindo incrédula — meu deus... Vai pro seu quarto, Rick. Vai — disse impaciente.
— desculpa, mãe — ele falou cabisbaixo e deu um abraço na mãe, que retribuiu após uns segundos.

Depois de o garoto ter entrado no quarto, Alda lançou um olhar preocupado a Lidia e Lara saiu dali sem falar nada.
— não sei o que fazer com esse menino — Alda disse suspirando — vira e mexe ele dá uns perdidos desses...
— Alda — Lidia a chamou sorrindo fraco — o Ricardo é menino e eles só querem se divertir. Não vai adiantar prende-lo em casa... Vai ser pior.
— só me resta conversar sobre as atitudes dele... — Alda disse lamentando.

[...]

Em torno das cinco da tarde, o celular de Melissa começou a tocar insistentemente. A loira largou os livros por alguns instantes e pegou o aparelho com toda a calma do mundo, porém estremeceu ao ver que o número no visor, vinha acompanhado do nome de Artur. Sua respiração falhou nesse momento e suas mãos passaram a tremer. Confusa, porém animada, a garota atendeu a ligação.
— alo — disse com a voz falhando.
— oi, Melissa — Tuti disse com a voz doce, fazendo-a notar que ele sorria — tudo bom, minha linda?
— oi Artur — ela sorriu desconsertada — eu to bem e você?
— to com saudades de você, loirinha — ele falhou manhoso e Melissa deu um riso, o imaginando fazendo bico naquele momento.

— mas é bobo mesmo — ela disse envergonhada.
— tava fazendo o que? — ele perguntou apenas pra ter um assunto.
— estudando — ela fez uma careta e olhou para seus livros espalhados sobre a cama — e você?
— eu estava pensando em você — ele falou cheio de si.
— ah, Artur, para — ela disse sorrindo largo.
— já posso até vê essa tua carinha linda, vermelhinha de vergonha — ele falou rindo, e dessa vez, sendo sincero.
— realmente, você está conseguindo me deixar mais envergonha do que eu já sou — ela falou rindo nervosa.
— então, prometo não te deixar mais assim — ele falou arranhando a garganta, fingindo seriedade — to te ligando porque eu to morrendo de saudades e queria te ver...
— eu também to com um pouquinho de saudades — Melissa mordeu o lábio inferior e se deitou na cama, fechando os olhos.
— posso ir te buscar pra gente lanchar? — Tuti perguntou esperançoso.
— agora? — ela suspirou.
— vou te atrapalhar muito? Você tem outro compromisso? — ele perguntou franzindo a testa, não costumava levar foras.

— não, claro que não — Melissa falou imediatamente, com um certo desespero para que ele não entendesse aquilo como um fora — só que eu, hã, to terminando um trabalho, se você puder esperar uns vinte minutos... — ela apertou os lábios diante o silêncio que ele ficara.
— ah, ta — Tuti riu — sem problema, amor. 
— então ta — ela sorriu aliviada — te espero às... Hã — ela olhou no relógio — as cinco e quarenta, ok?
— com certeza — Artur disse animado — beijos, loira.

Melissa desligou o aparelho com um sorriso que ultrapassava suas orelhas, tamanha felicidade. Ter um cara bonito e tão gentil quanto Artur praticamente correndo atrás de si, era algo que devolvia a autoestima que estava abalada após ver Rick pegando todos os tipos de garotas naquela balada, inclusive meninas com beleza inferior a dela. Após concluir suas atividades da escola, a loira fora tomar um banho, relativamente, demorado, se lambuzando de cremes e secando o cabelo de forma rápida, apenas para dar um volume melhor. Vestiu um short bege, curto, com uma blusinha tomara que caia laranjada e um cinto marrom. Nós pés calçou uma sapatilha quase da cor do cinto e pouquíssima maquiagem. Quando estava colocando algumas coisas dentro de uma bolsinha de lado, ouviu seu celular vibrar com uma mensagem dele. Correu para avisar a mãe que iria sair e fora até o portão, já o vendo escorado em seu carro, na calçada.

— oi — ela disse ao chegar à calçada.
— nossa... — Artur disse surpreso ao vê-la vestida simples, porém tão linda — você ta mais linda ainda... — ele suspirou abobalhado.
— não começa — ela falou envergonhada e já sentiu seu rosto corar, parando em frente a ele.
— tudo bem, prometo tentar me comportar — Tuti mordeu o lábio inferior ainda a olhando enquanto ela lhe fitava.
— então, pra onde vamos? — Melissa perguntou arqueando as sobrancelhas.
— vamos tomar um sorvete na praia e passear um pouco por lá — ele explicou aproximando o rosto do dela e abaixando a voz — depois eu pensei em te levar na orla, pra gente ficar um pouco sozinhos... 
— sozinhos, é? — ela murmurou enquanto mordia o próprio lábio inferior.
— hurum — ele assentiu e deu-lhe um selinho rápido, mas ela se afastou, corada.
— Artur! — Melissa exclamou surpresa.
— ah, vai dizer que você não quer — ele falou malicioso e a viu revirar os olhos, sorrindo.

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ele colocou uma mão em volta de sua cintura, juntando seus corpos e mordeu o lábio inferior dela, sem soltá-los.

Em seguida, o moreno emendou um beijo calmo e suave, sentindo-a se entregar aos poucos quando colocou as duas mãos em seus ombros. Logo ele encerrou com selinhos, a encarando, mas ela manteve os olhos fechados enquanto passava a língua em volta dos lábios, apreciando o gosto de Artur que ainda estava em sua boca.
— você não queria? — ele perguntou retoricamente. 
— queria, claro — Mel sussurrou abrindo os olhos e sorrindo para ele — só fiquei surpresa...
— uma surpresa boa? — Tuti perguntou arqueando as sobrancelhas.
— hurum — ela respondeu deixando sua mão subir até o rosto dele, alisando a lateral.
— então espero que eu te surpreenda mais ainda — ele piscou para a loira enquanto sorria e lhe deu um selinho — vamos antes que anoiteça.

[...]

Logo depois do almoço, Bah e Rômulo recolheram os pratos e lavaram toda a louça enquanto Lidia limpava a cozinha. Era comum aquela cena quase todos os dias, principalmente nos finais de semana, onde os três estavam em casa. Lidia já gostava de Rômulo como se fosse um sobrinho e Bah havia se acostumado com o garoto ali, mesmo com as insistentes investidas dele. O apto que ele esperava desocupar naquele mesmo prédio ainda não havia tido resposta do morador e por enquanto, ele teria que ficar ali. Coisa que não estava sendo nem um pouco ruim para ele. O garoto enxugava as louças que Bah lavava quando a campainha tocou. Lidia fora abrir e em seguida voltou juntamente com Michele. 
— oi oi oi ♪— Michele falou de forma sonora e com um sorriso nos lábios.
— dança kuduro ♪ — Rômulo respondeu do mesmo modo e a ruiva riu juntamente com Lidia.
— meu deus, quanta felicidade pra uma pessoa só — Bah disse revirando os olhos, mas se divertindo com aquilo.
— só porque a menina ta amando e você ta ai encalhada, não precisa ficar reclamando — Rômulo disse fingindo está chocado.
— eu não estou encalhada! — Bah exclamou alto, jogando espuma no garoto.

— imagine se não — ele disse se cobrindo com um pano de prato e rindo.
— mãe, olha isso! — ela falou como se fosse uma criança birrenta e Lidia riu.
— ah minha filha, não sei se você está encalhada ou não, mas tem uns dias que você não põe o pé fora de casa, né? — Lidia disse lhe cerrando os olhos.
— daqui a pouco eu vou passar óleo de peroba nela, achando que já faz parte dos móveis — Rômulo disse mais cínico ainda e Michele e Lidia explodiram em uma gargalhada.

Os três se mantiveram rindo da morena por algum tempo enquanto a mesma limpava toda a pia de cara emburrada. Quando pararam com a graça, 
— mas realmente Bah, você ta super chata pra sair — Michele afirmou cruzando os braços e fitando a amiga que deu de ombros.
— só to a fim de ficar em casa, ué — ela disse indignada.
— não que eu goste que você saia... — Lidia falou se aproximando da filha — fico mais aliviada por saber que você está segura aqui, mas também acho que você precisa se divertir... — disse abraçando a filha de lado — hein?!
— só estou sem paciência pra baladas, mãe — Bah revirou os olhos.
— eu não imaginava que o teu término com o Artur te abalaria tanto — Lidia deu de ombros enquanto os três garotos de entreolhavam — não ta com nenhum paquerinha?

— estou dando um tempo de garotos também — Bah respondeu impaciente e se afastou da mãe indo até a geladeira — falando nisso, sabia que a Michele ta firme com o sobrinho da tia Alda? — falou enquanto pegava uma fruta.
— o Rogério? — Lidia fitou Michele, que enrubesceu.
— estamos ficando, tia... — a ruiva disse sem graça e viu Bah lhe olhar vitoriosa.
— ah, ficando — a sra disse irônica e riu — vocês têm cada uma, viu?! 
— vamos ver se vai dá certo, né? — Michele balançou as sobrancelhas e apertou os lábios.
— espero que você coloque jeito nele, pelo menos — ela falou já se afastando dali rumo ao corredor — porque Rick ta deixando a Alda doida... — lamentou.

Bah trancou a respiração quando ouviu o nome daquele garoto e caminhou até a pequena lavandeira que ficava após a cozinha. Rômulo a observou se afastar dali e depois encarou Lidia.
— o que houve? — perguntou ele, escorado a mesa.
— saiu ontem à noite e só voltou hoje às dez da manhã... — Lidia disse balançando a cabeça negativamente — a Alda ligava e ele não atendia. Ela estava surtando já... Ligou pra mim, pro Roger, pro Peter e ninguém sabia dele.

— e onde ele tava? — Michele perguntou curiosa.
— diz que saiu com uma garota e dormiu no apto dela. Pode? — ela disse como desaprovação — a Alda ia castigá-lo, mas eu conversei com ela. Isso é coisa da idade mesmo, disse que ela apenas exigisse que ele avisasse ou que atendesse o celular, né?
— pelo menos isso, né? — Rômulo falou sem saber o que falar.

Um silêncio se instalou na cozinha e Lidia acenou para os dois, avisando que iria descansar um pouco em seu quarto. 
— pode voltar Bah! — Rômulo disse para a morena que apareceu ali segurando algumas roupas.
— voltar pra onde? — Bah falou se fazendo de desentendida — estou recolhendo minhas roupas apenas — deu de ombros.
— não adianta fugir, amiga — Michele falou com dó — se você não o quer mais, vai ter que ter que ser forte pra vê-lo pegar todas...
— ele já voltou a galinhar? — Bah perguntou mordiscando o lábio inferior.
— é... — a ruiva respondeu entortando os lábios — quinta feira na boate ele tava com uma garota diferente a cada minuto — disse com pesar.
— e é assim que ele dizia me amar, né? — ela sorriu fraco, falando com a voz falhada, sentindo vontade de desabar no choro.

Michele suspirou forte e entortou os lábios, sem saber como apoiar a amiga naquele momento. Rômulo soltou os braços que estavam cruzados e deu um passo em direção a garota, que saiu andando, passando entre os dois, deixando suas roupas sobre a mesa.

— Bah... — Rômulo estalou os lábios de forma sonora e a chamou, mas ela continuou a andar até o corredor — droga Bah! Espera aí — ele a seguiu e lhe puxou pelo braço, girando seu corpo, até ficarem frente a frente.
— podíamos assistir um filme, né? — Bah falou com a voz fraca, os olhos marejados e dispôs de um sorriso falso.

Os dois ficaram se encarando por poucos segundos, até Michele aparecer atrás de Rômulo e Bah desviar o olhar para a ruiva.
— só se tiver pipoca e brigadeiro — ele falou sério, ainda lhe encarando, percebendo que ela pudesse chorar a qualquer minuto.
— perfeito — Bah murmurou sem demonstrar animo nenhum àquilo.
— hã, eu faço o brigadeiro então — Michele disse entortando os lábios e Bah assentiu.

Imediatamente a garota saiu dali em direção à cozinha, abrindo o armário em busca de leite condensado. Rômulo fora soltando o braço de Bah vagarosamente e ela adentrou o seu quarto em seguida. Ele revirou os olhos e suspirou forte, indo para a cozinha. Abriu a gaveta e retirou dois pacotes de pipoca, colocando um por vez no micro-ondas. 

— cada vez mais eu acho que esse cara merece menos a Bah — Rômulo murmurou para Michele, que parecia concentrada no brigadeiro.
— eles são infantis — ela disse ainda fitando o doce que mexia ao fogo — quem sabe quando crescerem...
— só lamento por ela perder tempo sofrendo por ele — o garoto cruzou os braços e bufou, ainda estando escorado ao lado do micro-ondas — ela é demais pra caras como o Rick e aquele ex dela.
— eu concordo com você, Rômulo — Michele disse desligando o fogo e se virando de frente a ele — a Bah é linda, legal, inteligente... Ela é demais pra caras burros como os dois, mas você precisa entender que no coração a gente não manda. O Tuti ela já superou há muito tempo, só que o Rick é amor de infância. Foi o primeiro beijo, a primeira vez... Não a culpe pelo sentimento. É difícil. 
— merda de amor de infância... — o garoto resmungou — agradeço por nunca ter tido essas paradas. Meu primeiro beijo, minha primeira vez, meus relacionamentos... Tudo foi com garotas legais, mas sem tanta importância na minha vida.

— a minha primeira vez foi com o Roger — Michele falou mordiscando os lábios, sem graça.
— sério? — disse surpreso.
— é — ela rolou os olhos — não que tenha importado a ele, mas eu era apaixonada e fazia qualquer coisa por aquele imbecil — fez uma careta franzindo o nariz.
— que bom que estão juntos agora — o garoto sorriu e ouviu o anuncio do micro-ondas em relação ao tempo da pipoca.
— vocês preferem ação ou suspense? — Bah apareceu ali erguendo duas capas de filmes.
— ação — Rômulo respondeu.
— ainda bem que eu prefiro suspense — ela sorriu cínica e fitou Michele — né Mi?!
— com certeza — a ruiva riu.
— abusadinha — ele cerrou os olhos pra ela e fez uma careta — a pipoca ta pronta.
— o brigadeiro também — Michele avisou — vou logo por pra gelar.
— espero vocês no quarto então — Bah disse já se virando — ta tudo arrumado lá.

[...]