Fanfic: Uma princesa em Nova York AyA [TERMINADA]

Continuando...

Ao passarem por outro corredor, Anahí deu um grito, excitada.

_Veja, ofertas de vestidos de algodão a preços inacreditáveis!

Ignorando o mau humor de Poncho, Annie escolheu, com toda a calma, quatro vestidos e seguiu p/ seção de calças.

_Ouça, a idéia é que eu me divirta fazendo compras como uma mulher comum faria. Vc parece querer fazer disso uma experiência desagradável, resmungando o tempo todo e seguindo cada passo que dou!_ Fitou-o

_ Pode parecer incrível, mas está tendo uma experiência idêntica a das mulheres comuns, cujos maridos tbm ficam mal-humorados quando têm de acompanhá-las ás compras.

_Aposto que a maioria deixa os maridos em casa! _ contra-atacou.

_Bem, em seu caso, seria impossível. Esqueceu que sou seu guarda-costas?

_Então pare de bufar e olhar p/ o relógio a cada segundo. Está tirando minha concentração!

Essa era a mais pura verdade. Os bíceps salientes, os músculos vigorosos sob a camiseta colada no corpo, as pernas longas e fortes... Poncho possuía o poder de capturar sua atenção em qualquer circunstância!

Tentando afastar os pensamentos perturbadores, Anahí se pôs a vasculhar os cabides. Queria algo novo, que tivesse seu próprio estilo, e não a aparência clássica e aristocrática de uma princesa.

Iria descobrir como era escolher as próprias roupas e deixar emergir uma nova Anahí, como uma borboleta que sai do casulo. Era como se sentia: presa em um casulo de cristal, onde todos observavan suas mudanças.

Quando criança, os paparazzi acompanhavam cada passo de seu crescimento. Aquele tipo de exposição a tornou muito crítica e severa consigo mesma, e a fez sedimentar a idéia de que precisava da aprovação pública para se sentir segura.

Ás vezes, achava que desapontou o pau desde que nasceu. O rei queria um menino, e demonstrou desgosto quando soube da chegada de uma garota. As coisas pioraram depois que sua mãe morreu num trágico acidente automobilístico.

Annie tinha pouco mais de dezesseis anos, na ocasião, e tornou-se vulnerável ás criticas paternas, sem ter alguém que interviesse a seu favor, como a mãe costumava fazer.

Mas estava em uma imensa loja de departamentos, em Nova York! Não era momento p/ ficar melancólica.

_Acabou?

De súbito, Poncho passou a representar o homem dominador e autoritário que Anahí bem conhecia por intermédio de seu pai. Estava farta de ter de obedecer e agradar para não pagar o alto preço de se sentir infeliz e culpada.

_Não, ainda não. _ E dirigiu-se para a sessão de lingeries, esperando que Poncho ficasse incomodado em acompanhá-la.

No entanto, ele apanhou a cesta com as compras e seguiu atrás dela.

Olhando por cima do ombro, Annie achou graça ao notar que Poncho parecia sem graça. Parou diante de uma sessão de sutiãs e apanhou uma peça minúscula, de uma delicada renda rosa-champanhe.

Para sua surpresa, Poncho ergueu uma sobrancelha.

_A cor é perfeita para você.

Dessa vez, foi Annie quem ficou constrangida. Poncho a encarava com aqueles perturbadores olhos esverdeados, como se fossem dedos tocando sua pele.

Com a respiração presa na garganta, Annie rezou p/ que ele não ouvisse as batidas descompassadas de seu coração.

_Sapatos!_ foi a 1° coisa que lhe ocorreu para sair daquela situação. _Preciso de sandálias.

_Pelo que vejo, vc pretende montar uma guarda-roupa completo.

Anahí encontrou o que queria, mas, ao experimentar a sandália presa ao tornozelo com uma fivela, a calça apertada impediu que se abaixasse.

Ao ver seu esforço, Poncho se abaixou sobre um joelho e segurou o pé delicado, num toque firme e gentil. Os dedos quentes contar seu tornozelo provocaram uma cascata de arrepios que subiram pela coluna.

_Veja mamãe, aquele homem está pedindo a moça em casamento!_ uma garotinha exclamou, correndo para eles.

Ambos congelaram. Os olhares se encontraram, como se tivessem sido apanhados num flagrante obsceno, que revelava o desejo explosivo contido naquele gesto.

_Venha querida. _ A mãe pegou a garotinha no colo e voltou-se p/ os dois. _ Sinto muito. Ela ficou encantada quando viu meu irmão de joelhos pedindo a namorada em casamento, algumas semanas atrás!

_Está tudo bem, não se preocupe. Não é Poncho?

_Afirmativo. _ Ele ergueu-se de um salto, aparentando uma calma que estava longe de sentir.

Enquanto seguiam p/ o caixa, uma voz monótona anunciou pelo alto-falante uma liquidação-relâmpago na seção de lingerie. No mesmo instante, surgiram centenas de pessoas correndo na direção deles.

_Fique perto de mim. _Poncho ordenou ao perceber que seriam tragados pela multidão.

Fácil para ele dizer. A constituição atlética e as costas largas o protegiam, mas Annie foi empurrada contra um manequim com traje de noiva. Tentou sair, mas era como subir um rio nadando contar a correnteza. De uma hora para outra, o pânico tomou conta dela. Nunca experimentou algo tão assustador. Foi aí que....

Continua....