Fanfic: Uma princesa em Nova York AyA [TERMINADA]

Obrigada pelos coment`s *-----*

- Ainda não respondeu ao que perguntei, pai. Quando lhe falei que
queria me tornar fuzileiro, não me endereçou uma única palavra de
apoio, como fez com meus irmãos.

Alfonso respirou fundo e olhou Poncho direto nos olhos.

- Filho,
acredito que tenha sido a reação de um pai receoso de que seu filho
achasse que ser oficial da Marinha não fosse bom o bastante para ele...
assim como seu pai não fora bom o bastante.

Poncho o encarou, incrédulo.

- Como pode dizer uma coisa dessas? Queria apenas que você ficasse orgulhoso de mim. Quis sempre ser o melhor, como você foi!

- Filho, tenho muito orgulho de você. Mesmo quando faz alguma coisa cretina, como se apaixonar por aquela princesa.

- Eu não me... - Poncho não conseguiu terminar a frase. Alfonso pai, meneando a cabeça, sorria.

- Acho que está na hora de tomarmos uma cerveja.

-
Esqueça a cerveja! - Poncho passou o braço pelo ombro do pai, como não
fazia havia muito tempo. - Preciso de uma dose de uísque!

- Não posso acreditar que você tenha sido tola o bastante para se apaixonar por aquele fuzileiro!

May ainda estava com os olhos inchados, de tanto chorar no dia anterior.

Annie
fugira para seus aposentos privativos no palácio e tentava se manter
ocupada arrumando o closet, mas a irmã a seguira. Ambas evitavam
encontrar Sebastian, que acabara de chegar.

Aquela ala era
conhecida como "Ala da rainha Adriana", nomeada depois de um dos mais
famosos reis de Volzemburg, na era vitoriana. Adriana fora uma rainha
maravilhosa, mas seu gosto para a decoração era péssimo. As paredes,
cobertas de veludo vermelho, e a mobília pesada e escura emprestavam um
aspecto sóbrio e triste ao ambiente.

Annie teve de se mudar para lá depois da morte da mãe. A tradição dizia
que, em seu décimo sexto aniversário, o herdeiro do trono deveria
ocupar aqueles cômodos. Mas ele lhe provocava pesadelos.

- Mes enfantsl - A condessa Ninel Dupret-Koning-Bernini fez uma entrada triunfal.

A
madrinha de Anahí usava cabelos curtos, no mais moderno estilo europeu,
e vestia-se com extravagância. Era prima do rei Franco, e a única
pessoa no planeta capaz de intimidá-lo. Não aparecia com freqüência no
palácio, por isso Annie não a via desde seu aniversário de vinte e dois
anos.

- Querida, sua madrinha chegou! A diversão acaba de começar!

Annie e May olharam para ela sem esboçar um sorriso sequer.

-
Por que esses rostinhos tristes, mignonnes? - quis saber, estalando um
beijo na face de cada uma. - O que seu terrível pai aprontou desta vez?

- Quer que eu me case com Sebastian, mas não o amo. - Annie suspirou.

- Ela está apaixonada por um fuzileiro naval, titia!

- E Maite está apaixonada por Sebastian - Annie completou.

- Ah... - Ninel meneou a cabeça. - Então, o assunto é amor... Naturellement, algo de grande importância!

Ninel
estava no terceiro casamento, e seu atual marido era um conde italiano.
Viviam em um palazzo na cidade de Veneza, mas passavam a maior parte do
tempo viajando.

- O que está fazendo aqui? - Annie perguntou, curiosa.

- Vim organizar o baile de máscaras para comemorar o aniversário de Franco. - A condessa acomodou-se com elegância ao lado dela. - Mas
isso não importa. Quero saber tudo sobre o fuzileiro naval.

Anahí sentiu as lágrimas inundando-lhe os olhos, mas engoliu-as. Recusava-se a continuar sofrendo por Poncho.

- É apenas alguém que papai encarregou de me espionar enquanto estava em Nova York.

- Espionar? - Ninel repetiu, com uma risada. - Querida, Franco estava sendo cuidadoso. Ele se preocupa com o protocolo real.

- Pouco me importa o protocolo real! - Annie afirmou, com desdém,
furiosa com a madrinha por estar defendendo seu pai. - Quero mais do
que isso. Pretendo desenvolver um projeto para cuidar de crianças
inocentes, que não podem cuidar de si mesmas.

- E por que não
leva esse projeto avante? - Ninel tomou as mãos da afilhada. - Ninguém
mais cuidará de sua felicidade a não ser você mesma, meu bem.

- Alfonso, vou matá-lo!

- Também te amo, Dulce - disse ele, ao atender ao telefone, reconhecendo a voz da cunhada. - Como sabia que eu estava aqui

- Liguei para sua mãe ontem - resumiu, prosseguindo, zangada: - Como pôde espionar Anahí daquela forma?

- Ela lhe contou?

- É claro que sim! Achei que podia confiar em você, Alfonso- ela disparou.

- Em primeiro lugar, você não devia ter me envolvido nessa história. Em segundo, sabe que eu estava apenas seguindo ordens.

Dulce respirou fundo, resmungando alguma coisa que ele ignorou.

-
O rei Franco havia mandado grampear o telefone da suíte, como faz
sempre que a filha viaja. É uma medida de segurança usual, Dulce. O
problema foi que o rei soube do plano que Anahí lhe contou, e chamou o
Departamento de Estado. Eles entraram em contato com a Marinha, e foi
assim que passei a fazer parte do plano. Não foi idéia minha. Apenas
obedeci a meus superiores.

- Você devia ter recusado!

- Acha que é tão simples recusar a ordem de um rei? Isso poderia causar
um incidente internacional. Além do mais, sua amiga princesa não é tão
honesta quanto parece.

- O que quer dizer com isso?

- Que ela omitiu o fato de estar noiva!

- Ah, está se referindo a Sebastian?

O estômago de Poncho se contraiu.

- Você sabia, e não me avisou?!

- Anahí não está noiva de Sebastian. Certo, o rei Franco quer que se casem, mas ela não vai obedecê-lo.

- Não foi o que ela me falou.

- Não sei o que lhe falou, mas a verdade é que Annie não ama Sebastian. Não há como se casar com ele.

Pela primeira vez, um lampejo de esperança iluminou os olhos de Poncho.

- Então, por que não comentou nada quando o chefe da segurança mencionou o casamento? - Poncho indagou, relutando em acreditar.

-
Porque, na certa, preferia que você achasse que era uma princesa
entediada brincando com seus sentimentos - Dul revelou, como se fosse a
coisa mais óbvia do mundo. - Como imagina que um membro da realeza lida
com as emoções? Não é fácil para Anahí admitir que está apaixonada por
você.

- Ela... lhe disse que está apaixonada? - Poncho prendeu a respiração, receando que fosse explodir de felicidade.

- Não precisava dizer. Eu a conheço. Você a deixou com o coração partido.

A angústia tomou lugar da raiva que o consumia, ao se dar conta do quanto devia ter magoado Annie.

- Eu me arrependo muito mais do que possa imaginar, Dulce.

-
O que ela representa para você? - Dulce foi direto ao ponto, como lhe
era habitual. Sempre falava sem rodeios - Apenas uma operação especial
da Marinha?

- Não! - ele quase gritou. - Eu a amo!

- Então...

Dulce não precisou concluir a frase. Era evidente que entendera o que estava acontecendo.

- Não é assim tão fácil, Dul. Anahí é uma princesa. Tem tudo o que quer. O que eu poderia lhe oferecer?

-
O que há de mais valioso para uma mulher - Dulce disse, com muita
gentileza, mas firme o bastante para fazê-lo ouvir. - Amor. Annie tem
procurado por isso durante toda sua existência.

Deixou que Poncho refletisse sobre aquela revelação, antes de prosseguir:

- Você é destemido o bastante para procurá-la e revelar o que sente, Poncho?

Amanhã eu posto outro cap se tiver coment`s

bjuuuus