Fanfic: Era apenas meu primo! | Tema: Vondy

Fui para o meu quarto assim que o chris foi embora. Pois é, ele não quis dormir aqui porque tinha medo do meu pai, ok, eu também teria. Tomei um banho rapido porque eu estava esgotada, me deitei e quando peguei no sono, escutei meu celular vibrar.

"olha na janela linda" 

O número estava bloqueado, então fiquei sem entender nada. Li e reli a mensagem mil vezes, não acredito que o chris não foi embora ainda e se prestou a ficar ali fora até agora. Levantei da cama, acendi a luz do meu quarto e abri a janela, estava tudo escuro lá fora e eu não conseguia ver absolutamente nada. Deduzi que devia ter sido engano e fui fechar minha janela, na mesma hora uma pedra bateu na minha janela e eu pulei de susto, fiquei olhando para onde a pedra veio tentando ver quem era o engraçadinho que estava fazendo isso. Eu ia matar se fosse o chris, essa brincadeira é de péssimo mau gosto e está me dando muito medo. Olhei bem fixo para uma árvore se mechendo no outro lado da rua até um ponto branco cair dela. A pessoa se aproximou e pude perceber que vestia uma casaco branco com capuz. Ao ficar exatamente em baixo da minha janela e bem perto do meu portão ela tirou o capuz e meu coração parou.

Entrei em pânico na hora, mas não conseguia gritar nem me mecher de lá, eu só conseguia encarar aquele ser que estava tão próximo de mim. Minhas pernas começaram a fraquejar e meu celular voltou a vibrar outra vez.

"sentiu saudades? eu disse que voltaria pra te ver!"

Pedro agora sorria. Coloquei para responder mas como o número era bloqueado, eu não podia responder. Minhas mãos agora além de suar estavam tremendo. Minha vista ficou embaçada. Mas eu não podia fraquejar, não na frente dele. Eu tinha que mostrar para ele que estava bem e que o "trauma" não mudou nada na minha vida. Sem perceber as lágrimas já desciam pelo meu rosto, a sorte era que ele não conseguiria ver esse detalhe. Procurei rapidamente para o meu quarto a procura de algo que não presta mais e encontrei um cofrinho em cima da mesa, o peguei e voltei rapidamente para a beira da janela novamente e ele continuava ali, na mesma posição. Sem pensar 2 vezes taquei o cofrinho de porcelana em sua direção, mas Pedro desviou e só consegui ouvir o meu "porquinho" se espatifando no chão. Escutei a risada debochada do Pedro e minhas lágrimas aumentaram a intensidade.

- amiga, que barulho foi esse? - disse annie entrando no meu quarto. Olhei para o Pedro que continuava imóvel e sem que ele pudesse perceber a presença de annie eu me abaixei.

- não de mais nenhum passo annie - sussurrei para ela - chama o poncho agora, rápido - fiz gesto "varrendo" a annie e voltei para a janela. Outra mensagem.

"isso tudo é amor gata? Eu adoro quando você se estressa, fica extremamente sexy"

Em uma hora dessas minhas mãos já nem conseguiam manter meu celular na mão, eu estava começando a ficar desesperada e ele estava percebendo isso. Quando mais desespero, mais insistência a dele. Rezei enquanto esperava poncho. Os segundos pareciam décadas, minhas pernas estavam fracas de tanto tentar sustentar meu corpo em pé. Escutei os passos de poncho subindo as escadas e senti sua presença quando ele parou na porta.

- o que houve maninha? - disse ele entrando no quarto

- vem aqui agora - falei tentando mecher o mínimo possível minha mandíbula para que Pedro não me visse falando com alguém. Poncho foi caminhando e ao chegar atrás de mim vi Pedro entrar no carro rapidamente. 

- a placa - gritei e coloquei minha cabeça para fora para tentar ver a placa do carro em que Pedro andava, mas nada feito, ele já estava bem longe

- dulce, quem era esse cara? - me virei para poncho e percebi que ele ainda estava sonolento

- era um menino tacando pedra aqui no meu quarto só poncho, nada demais - falei abraçando ele - volta a dormir - tentei sorrir e guiei ele até a porta do meu quarto - boa noite

Deitei novamente na cama e respirei ofegante. Só podia ser um pesadelo. Eu nunca consigo ter um momento perfeito na minha vida, alguém tem sempre que atrapalhar. Virei para a parede e suspirei. Novamente meu celular vibrando.

"isso não vai ficar assim Dulce Maria, você me paga"

Ok, agora eu estava em total desespero. Queria ligar para o chris, queria que ele viesse dormir aqui para me tranquilizar. Mas eu não podia, o chris ficaria louco, ele precisa de repouso e não de mais um problema. Com o Pedro eu me viro, falei decididamente.