Fanfic: Era apenas meu primo! | Tema: Vondy

     Passados alguns minutos vi a ruiva sair da porta da ala médica junto com a mãe caminhando até nós, sem ao menos me olhar.

- Que susto em dona Dulce Maria - tio Fernando quebrou o silêncio

- Desculpa pai, o senhor sabe como gosto de chamar a atenção - ela riu timidamente enquanto foi o abraçar.

- Se você demorasse mais 1 minuto naquele quarto, terias um namorado careca - fercho brincou com a minha cara e todos riram - precisava ver o nervosismo do cara, quase fui lá dar umas beijocas nele pra ver se ele se animava - outra vez todos rindo de mim. Eu era o único sério e Dulce, no fundo, também não estava achando graça de nada. Todos foram lá abraça-la e perguntar se tava tudo bem. Eu continuei sentado, não movi um músculo. Ela deveria vim até mim, e eu gostaria que tivesse uma boa explicação pra tudo também.

- Não vai falar nada chris? - poncho perguntou - você tava louco pra ver como ela está - ele me olhou como quem quisesse me incentivar.

     Todos ficaram me olhando, esperando a minha resposta, inclusive ela. Ao parar para analisá-la percebi seu rosto inchado pelo choro e sua palidez nítida. Não havia aquele brilho nos olhos e muito menos a feição alegre da minha namorada. Foi como um balde de água fria, percebi naquele momento o quão egoísta fui ao achar que eu era a única vítima, diminui a dor dela e nem ao menos parei para analisar o quanto ela, como mãe, deve estar se sentindo impotente nesse momento. Mas eu sou orgulhoso demais, cabeça dura demais, a ferida não tinha cicatrizado apesar dessa descoberta. Minha decepção por ela correr a outra pessoa que não a mim falava mais alto. Eu sei, era a mãe dela e nem tudo na vida ela tem que correr pra mim, mas caramba, era o nosso filho, deveríamos ter curado nossa dor juntos. 

- Já estou vendo como ela está - forcei o sorriso e a vi abaixar a cabeça. Eu sei que estava sendo duro demais e só Deus sabe o quanto isso me doía. Mas naquele momento achei necessário - você vai dormir na casa dos teus pais? - olhei diretamente para ela e torci internamente para que ela dissesse não, que queria passar a noite comigo e resolver tudo o que estava pendente. Mas advinha?

- Sim.

     Eu já não tinha mais o que fazer, estava de mãos atadas no momento. O que eu mais queria era cuidar da minha pequena essa noite, mas se ela não quer a minha companhia eu não iria forçar a barra. Até porque a cabeça da Dulce deve estar a mim e eu tinha que aceitar esse espaço que ela estava criando.

      Acho que todos perceberam o climão que estava entre nós porque depois da resposta dela surgiu um silêncio bastante incômodo para mim.

- Então tudo bem, já estou indo - sorri para todos - queres carona mai?

- Desculpa chris, vou com o fercho - ela sorriu sem graça

- Desgrudem um pouco - fiz uma brincadeira para discontrair e ri. Dei um beijo na mai e um tapa na cabeça do fercho. Cumprimentei o tio Fernando e a tia Blanca. Acenei de longe para o poncho e a annie e me virei para falar com a Dulce.