Fanfic: Até que a morte nos separe ... (AyA)

Um mês se passou e eu e Alfonso não mudamos um com o outro. Foram poucos os dias em que agente passava sem brigar, e quando isso acontecia era porque não nos falávamos. Até que não estava sendo tão ruim ter ele de baixo do mesmo teto que eu. Com isso pude conhecer mais um pouco dele. Descobri que sabe fazer uma macarronada deliciosa, que quando acorda gosta de tomar banho, que adora assistir Os Simpsons e Bob Esponja, apesar de jurar que só vê esses desenhos porque não tem outras coisas melhores na TV no horário que passam. Sei também que dorme de cueca, mas prefiro não comentar como passei a saber isso. Descobri que apesar dele estar sempre brigando comigo, ter esse jeito estúpido e quando fica nervoso parece que ele vai me bater, ele é sensível. Isso mesmo, Alfonso Herrera é sensível. Um dia aluguei um filme chamado “Um amor para recordar”, particularmente, acho esse filme um dos mais lindos que já assisti. E ele parou pra vê-lo comigo.

Pai de Jaime: “O amor é sofredor; é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

Estou assistindo esse filme pela oitava vez e estou chorando pela oitava vez! É incrivelmente maravilhoso. Levei minha mão direita até meus olhos cheio de lágrimas e as enxuguei. Ouvi Alfonso, que estava na poltrona ao lado, dar um pequeno e baixo soluço. O olhei de canto de olho e vi que ele também se desmoronava por causa do filme.

Anahí: Alfonso? Você está chorando? – perguntei olhando para ele que virou o rosto para o outro lado, tentando disfarçar.
Alfonso: Eu? – sua voz falhou – Eu não estou chorando não, está louca? – Realmente ele não sabe disfarçar. Mas vou dar um desconto e não tocar mais no assunto, afinal, quero ver o final do filme e se tentasse provar à ele que estava chorando, ficaríamos aqui brigando feito cão e gato.

[...]

Ladon: “Então Jamie e eu, vivemos um verão inesquecível, e depois, ela partiu com sua fé inabalável ...”

Ouvi de novo dois pequenos soluços do fortão ao meu lado. Dei um sorriso e o encarei. Ele estava com o rosto inchado, pelo visto estava chorando fazia tempo. Ele limpou o rosto com as mãos e cruzou os braços.

Alfonso: Que foi? – ele perguntou sem me olhar, com a voz rouca.
Anahí: Nada não. – melhor não falar, porque o filme ainda não acabou.

[...]

Ladon: “... mas o amor é como o vento, não vemos, mas podemos sentir.”

A imagem de Ladon, o personagem do filme, foi desaparecendo na TV, dando lugar aos créditos e a música final começou a tocar.
[Música: Mandy Moore – Cry - http://www.youtube.com/watch?v=lRLMm2_chMg (seria legal que continuassem a ler, ouvindo-a)].
Ele começou rapidamente enxugar às lagrimas que insistiam em cair sobre sua face.

Anahí: Depois diz que não está chorando. – eu dei um pequeno sorriso.
Alfonso: Mas não estou! – ele disse em meio à soluços – Entrou um cisco no meu olho.
Anahí: Não me venha com essa, Alfonso! – eu dei uma risada alta.
Alfonso: Ai menina, vai procurar o que fazer e para de me encher o saco. – ele disse se levantando.
Anahí: Alfonso estava chorando, Alfonso estava chorando... – comecei a repetir isso enquanto pulava no sofá – Alfonso chorou no filme, lá lá lá.
Alfonso: Dá pra parar? – ele se aproximou e eu comecei a rir.
Anahí: Calma Alfonso, chorar não faz mal à ninguém! Não precisa ficar bravo.
Alfonso: Então para de me encher com isso. – ele sentou no sofá onde eu estava de pé.
Anahí: Eu sei Alfonso, não dá para agüentar né? – eu sentei do seu lado – Essa é a oitava vez que vejo este filme e chorei como se fosse a primeira.
Alfonso: Realmente, não tem como não chorar. – ele me encarou e sorriu.

Coloquei minha cabeça sobre o encosto do sofá e fiquei prestando atenção na música do filme. E que por pura conhecidencia, a letra da música cabia perfeitamente àquele momento.

Alfonso: No que está pensando? – ele perguntou me olhando.
Anahí: Será que existe um amor assim? Igual da Jaime e do Ladon?

Ele ficou alguns minutos calado, pensativo.

Alfonso: Não sei, mas acho que não existe uma pessoa que não queria ter um amor tão perfeito assim. – opa! Alfonso falando de sentimentos? Que milagre é esse?
Anahí: Até você? – hahaha, peguei ele!
Alfonso: Até eu. – ele deu um pequeno sorriso e eu estranhei por não ter me xingado ou algo do tipo – Mas acho que nunca amei ninguém verdadeiramente e com certeza nunca fui amado. – ele abaixou a cabeça, pensativo.
Anahí: Bom, nem eu. Então não fique triste, você não é o único. – eu brinquei, tirando um sorriso de seu rosto.

Caramba! Em um mês e algumas semanas de convivência, esse dia foi o primeiro e último que tivemos uma conversa produtiva, sem brigas.

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Tradução da Música:

Cry - Mandy Moore

Eu sempre me lembrarei
Era fim de tarde
Durou pra sempre
E terminou muito rápido
Você era completamente sozinho
Brilhando em um céu cinzento
Eu estava mudada

Em lugares que ninguém encontraria
Seus sentimentos estavam escondidos
Foi então que compreendi
Que para sempre estaria em seus olhos...
No momento em que o vi chorar

Era final de setembro
E eu o havia visto antes
Você sempre foi frio
Mas eu nunca estive certa disso
Você era completamente sozinho
Brilhando em um céu cinzento
Eu estava mudada

Eu queria te abraçar
Eu queria fazer isso ir embora
Eu queria te conhecer
Eu queria descobrir tudo sobre você