Fanfic: Até que a morte nos separe ... (AyA)

Eu estava em uma casa escura que cheirava mofo. Andava de um lado para o outro pelo quarto desarrumado. Um entregador de pizzas e outro homem, um pouco mais velho, entraram aonde eu estava e apontaram uma arma na direção da minha cabeça. Eu não conseguia chorar e muito menos gritar. O pavor tomou conta de mim e só podia ouvir uma única voz chamando pelo meu nome. Alfonso entrou naquele local pela grande janela que havia no quarto. Agora aquele lugar não era mais escuro, o sol iluminava o cômodo e Alfonso batia nos dois homens mal encarados que gritavam xingamentos horríveis. Os dois caíram mortos no chão enquanto corri para os braços dele, que havia me salvado novamente.

Anahí: Por favor, nunca me deixe! – eu o abraçava enquanto ele continuava a me chamar.

Quando me dei conta, nossos lábios estavam quase se tocando, quando ele começou a me chacoalhar e assim pude perceber que estava mesmo sendo chacoalhada e não apenas no sonho.

Abri os olhos nervosa, quem ousaria me acordar daquele sonho tão terrivelmente lindo?

Alfonso: Até que enfim menina! – ele disse gritando.
Anahí: Posso saber o porque me acordou?
Alfonso: Seu pai quer conversar com agente agora. Se troque e vamos direto para casa dele. E não demora, não estou afim de esperar a boneca. – ele disse saindo do meu quarto batendo a porta.

Que droga! Ele me acordou do sonho mais... Espere aí, eu acabei de sonhar com ele! Caramba! Eu tive um sonho romântico com o Alfonso. Que droga, era só o que me faltava, ele também me perseguir nos meus sonhos.

Me troquei rapidamente. Coloquei um vestido rosa um pouco pra cima dos joelhos e calcei uma rasteirinha branca. Fui até a sala e lá estava ele como sempre com a bunda no meu sofá, assistindo TV.

Anahí: O que meu pai quer comigo? – perguntei, afinal sempre que meu pai me chama para ir na casa dele conversar, coisa boa não é.

E eu estava, novamente, certa!

Anahí: Como assim pai? Morar comigo? – daqui a pouco esse imbecil vai ter que me acompanhar no banheiro.
Carlos: É isso mesmo Anahí. Alfonso a partir de hoje, vai morar com você em seu apartamento. – ele disse sorrindo – Arrume aquele quarto de visitas que não serve para nada. De agora em diante, vai ser o quarto dele.

Sabia que não poderia fazer nada para impedir que um idiota desconhecido morasse comigo, então sai o mais depressa possível da casa de meu pai, antes que ele inventasse outra coisa para me chatear.
Entrei no meu carro e fiquei ali esperando por Alfonso por alguns minutos. Quando ele entrou no lugar do motorista, ligou o carro e partimos.

Anahí: Vamos almoçar no shopping. – eu disse emburrada.
Alfonso: Como quiser. – ele respondeu me encarando.

Eu precisava afogar minhas mágoas e nada melhor do que ir fazer compras. Chegamos no shopping e fomos direto para praça de alimentação. Cada um pegou um prato com arroz, feijão, bife e batata frita. Comemos em silêncio e fui para minhas queridas compras.

Entrei em várias lojas de roupas e não deixava de sair delas com alguma coisinha, por mais barata ou menor que fosse.

Alfonso: Não acha que já está bom de roupas? – ele perguntou segurando algumas sacolas para mim.
Anahí: De roupas está. – eu sorri olhando uma vitrine de longe – Mas sapatos, eu ainda não comprei nenhum.

Entrei em uma loja de sapatos e sai de lá com mais três sacolas. Agora sim estava satisfeita, já tinha até me esquecido que a partir de hoje, o imbecil ao meu lado iria morar de baixo do mesmo teto que eu.

Seguimos para a saída do shopping e ali haviam algumas placas de “Cuidado, piso molhado”. Mas como nunca ligo muito para essas placas inúteis, não tomei o menor cuidado com o piso escorregadio e lá fui eu de bunda no chão, no meio do shopping, no meio das pessoas e pro meu azar: na frente de Alfonso. Pois é, acho que estou parecendo um pimentão de tão vermelha que estou. Mas não pude deixar de achar engraçado, e claro, que Alfonso também não. Ele dava gargalhadas enquanto algumas lágrimas saiam de seus olhos. Pela primeira vez vi ele dando um riso tão verdadeiro. Não deixei de notar o quanto ele ficava mais bonito sorrindo, com covinhas na bochecha. O acompanhei na gargalhada, afinal, foi mesmo engraçado eu escorregando e as sacolas de roupas espalhadas pelo chão.

Alfonso: Garota! – ele ria espremendo os olhos – Não posso negar o quanto você me diverte!
Anahí: Dá para me ajudar ao invés de ficar rindo? – falei ainda gargalhando.

Ele deixou as sacolas no chão e me estendeu a mão. Agarrei ela e comecei a rir novamente, pois ninguém tiravam os olhos de nós. Alfonso se desequilibrou caindo em cima de minhas pernas. As pessoas ao redor riam. Que beleza! Viramos os palhaços do shopping.

Alfonso: Que merda! – ele ria ainda mais – Esse chão está muito escorregadio.
Anahí: Ah, não me diga! – eu brinquei com ele, rindo – Dá para sair de cima da minha perna por favor?
Alfonso: Ah, foi mal! – ele disse sentando do meu lado – Caramba, perdi as forças de tanto que eu ri.

Eu dei uma risada alta, pois eu também estava sem forças.

Segurança: Precisam de ajuda? – se aproximando.
Alfonso: Ah sim, por favor!

O segurança nos ajudou a levantar e pediu para que tomássemos mais cuidado da próxima vez que víssemos alguma placa de aviso. Agradecemos, pegamos as sacolas do chão e seguimos para o estacionamento, ainda rindo da situação idiota que tínhamos acabado de passar. Fomos direto para casa comentando sobre o assunto que tenho certeza que ainda estava na boca de todos que presenciaram a cena.