Fanfic: Antes da Lua Cheia | Tema: Vida pessoal

Capítulo 1:

Acordei às 5 da manhã para um dia infernal na St. Louis. Escovei meus dentes, fiz um coque, coloquei uma roupa qualquer e sai sem ao menos tomar café. Como sempre, Carl, o motorista, esperava-me impacientemente para um novo ano. Subi, cumprimentei-o e me sentei o mais longe possível das Barbies. Elas eram garotas da minha série nem um pouco toleráveis que usavam roupas muito apertadas, era até possível ver suas dificuldades de respirar.

“Calma Lana só faltam  4 anos para isso acabar” – pensei tentando ao máximo ter paciência.

Depois de uma hora rodando e rodando por meu bairro, todos os estudantes já estavam no barco da alegria, como Carl chamava, sarcasticamente, a lata velha que usava para nos levar à escola. Acho que ele era o único daquele lugar que pensava como eu. Sempre o via sozinho, distante dos outros motoristas que faziam piadas dele. Achava aquilo realmente infantil, afinal eles tinham 50 anos, mas como não podia falar nada ficava observando. 

Faltavam 5 minutos para a aula começar e estávamos presos no engarrafamento. A grande maioria dos carros ali eram de pais superprotetores, assim como minha mãe, que não deixavam seus filhos irem para à escola sozinhos. Isso acarretava em um aglomerado de automóveis extremamente caótico as 6 horas da matina.

Andei o mais rápido que pude quando finalmente chegamos na escola. Não que eu fosse uma aluna exemplar, mas não queria chegar atrasada no primeiro dia de aula. Ao entrar na sala todos me olharam.

-Posso entrar? – perguntei com o tom de voz mais delicado possível.

-Está atrasada, por quê? – ela indagou com um olhar fuzilador enquanto algumas pessoas riam de mim.

“ Por que?! Porque os pais desses riquinhos resolvem parar bem na frente da escola e engarrafar a rua toda!” – pensei irritada.

-O ônibus se atrasou.

-Qual seu nome?

-Lana.

-Entre senhorita Lana.

Para melhorar minha situação todas as mesas estavam ocupadas, ou seja, teria de sentar com alguém.

-Mexa-se Lana, não tenho o dia todo. Sente-se ali com Henry. – disse q professora. 

Henry era alto e um pouco musculoso. Seus cabelos eram lisos cor de mel e seus olhos eram de um tom meio esverdeado meio marrom. Ele era estranhamente bonito, acho que era um aluno novo, nunca havia-o visto. Depositei a mochila ao seu lado e sentei enquanto todos me encaravam.

-Bom turma, sou a senhora Rufus, e darei aula de história para vocês esse ano. 

De repente senti um vento passando ao meu lado. Ao virar-me vi uma bolinha de papel voando entre mim e Henry. Provavelmente tentarão me acertar, mas passou direto e acertou a senhora Rufus.

-Quem fez isso? Quem foi?

Vagarosamente ela abriu o papel e leu o que estava escrito em voz alta, para que Deus:

-Hena. O que isso significa?! Lana isso tem alguma coisa haver com você?

-Professora eu sei o que é. He é de Henry e na e de Lana. É que eles combinam muito. – disse Robert, um menino muito idiota de minha turma que estudava comigo desde tínhamos 5 anos. 

Um grande alvoroço começou. Todos riam muito e faziam corações em nossa direção. De repente a senhora Rufus bateu com muita força em sua mesa.

-Eu não tolero esse tipo de atitude na minha aula. Primeiro você chega atrasada e depois causa essa bagunça. É a primeira e última vez que te aviso, se você fizer mais alguma gracinha vai sair de sala e levar uma advertência. 

-Eu não fiz nada! – protestei.

-Que isso sirva de aviso para todos – disse ela me ignorando.

Por que todos os professores cismam comigo? Nem fui eu que fiz aquela bolinha de papel,  inacreditável! Depois disso o clima ficou tenso. Mal se ouvia a respiração dos alunos.

Finalmente, depois de 6 tempos de aula, voltei para o ônibus. Ao sentar-me no barco da alegria vi que havia alguém ao meu lado. Estava prestes a levantar quando ela disse:

-Pode ficar cara, relaxa ai.

-Ah! Valeu. – respondi sem graça.

-Prazer, sou Alex, qual seu nome?

-Sou Lana. Você é nova aqui?

-Sou sim. Bem, eu era de New York, então, eu e minha família viemos para cá tentar uma vida nova.

-Maneiro. Qual sua turma?

-905 e a sua?

-907... 

-Eu conheço um menino de lá. Meu ir... quer dizer meu amigo.

Depois disso conversamos bastante até que tive de descer. Me despedi e sai do ônibus. Entrei em casa como um fantasma, não queria  minha mãe visse que havia chegado. Agora que ela estava de licença maternidade por ter engravidado de um de seus fregueses, ela passava o dia em casa fuxicando minha vida.  Fui para meu quarto, me tranquei, coloquei um CD do Eminem e comecei a desenhar no meu caderno azul até a hora do almoço. Sai do quarto e esquentei minha comida no micro ondas enquanto procurava um canal bom na TV. Por fim coloquei na fox e comecei a assistir Simpsons. A comida estava fria, mas continue a comer mesmo assim. Quando acabei resolvi tirar um cochilo que acabou durando até o dia seguinte.