Fanfic: Aulas de Dança. | Tema: Vondy

- A Cami me contou quem ele é. - explicou - O que você vai fazer agora ?  - perguntou Annie, enquanto vestia a camisola.

- Nada! - respondi prontamente. Ela me olhou curiosa e eu soltei um suspiro - Olha só, gente. Ele não é mal e...

- Como você pode saber? - Cami me olhou com certa curiosidade e receio. Soltei outro suspiro, Camila era tão apegada a ela quanto eu, era quase irmã dela, enquanto Annie sempre fora minha fiel escudeira. - Dulce, olha só,- ela fez um gesto com a mão. - ele - não citou seu nome, pois eu sabia a quem se refiria - também parecia bom no começo, você o viu poucas vezes e sei que percebeu sua prepotencia. Mas eu o via mais vezes que você e as vezes ele era tão... - ela buscou a palavra em sua mente - tão protetor.

- Acho que você quer dizer possessivo. - rebati.

- Talvez... - ela ponderou - Mas no começo, ele era bom.

- Voltando ao Christopher... - Anahí nos interrompeu com ênfase.

- Sim, ele é bom! - coloquei ênfase no verbo "ser" e olhei de relance para Cami - E mesmo assim, eu nunca mais o verei novamente.

- Mas aquele amigo dele, o... - Annie estalava os dedos tentando lembrar.

- Jack! - Camila lhe lembrou.

- Isso! - agradeceu a prima com um sorriso - Ele é amigo do Christian, eles podem voltar lá.

- Isso é. - ponderei na possibilidade que me deixou um tanto alegre - Mas duvido que ele volte lá com frequência e muitos menos, queira me conhecer melhor.

- Se você diz... - se rendeu, Cami.

- Se bem que, - esbocei meu melhor sorriso de malícia - conhece-lo bem seria uma ótima forma de mandar meus pais irem á mer/da!

- Dulce! - Anahí arregalou os olhos - Você não vai perseguir o menino não, né?

- É claro que não! - revirei os olhos.

- Calem a boca e vão dormir! - Poncho mandou, enquanto jogava no chão um colchão fino e duro para uma das duas dormir.

- Ai, cuidado! - Anahí reclamou. Ai meu Deus, ia começar.

- Aqui não é a sua mansão de ouro não, princesa.

- É claro que não, na minha mansão não tem animais como você. - rebateu furiosa.

- Se não tem animais, ainda não sei o que você está fazendo lá. - a felicidade em provoca-la era evidente em cada pedaço do rosto de Alfonso, o que me fez rir.

- Dulce, expulsa ele daqui ou eu vou embora! - ameaçou ela.

- Claro que vou expulsa-lo. - ela riu vitoriosa - Depois que ele vir me dá um selinho de boa noite. - acho que ela tentou fingir que seus cantos da boca não caíram, mas se tentou, não conseguiu. De fato, sou uma amiga muito má, mas para infelicidade dos meus queridos, era minha forma de demonstrar amor. 

Foi a vez de Alfonso sorrir vitorioso, ele chegou perto e mal encostamos os lábios. Acho que apesar das provocações, ambos ficávamos desconfortáveis com tal situação na frente de Anahí, mesmo que não tivesse nem uma gosta de sentimento. Ele me deu um selinho rápido e piscou para Cami.

- Boa noite, Dulce. Boa noite, Cami. Durma com o demônio, Annie. - brincou antes de sair pela porta, correu para fora antes que Annie o acertasse com o travesseiro. Ela correu até a porta e gritou:

- Um, pra você é senhorita Portilla e dois, nunca que eu dormiria com você! - ela fechou a porta e voltou-se para mim com uma careta - Não acredito que você fez isso, Dulce!

- Não precisa ter ciúmes Annie, todos sabemos que é selinho de irmão. - foi a vez de Camila provocar.

- Que ciúmes o que? - ela fingiu indignação e bufou - Querem saber, vou dormir no colchão, sem a pertubação de vocês.

Realmente, só isso mesmo pra Anahí Portilla dormir num colchão tão ruim.

- Boa sorte, então. - falei rindo e ela se deitou furiosa.

Logo, eu e Camila caímos no sono também. No outro dia de manhã, elas foram embora cedo para cuidar dos negócios da empresa que seu avô havia deixado para elas, enquanto eu e Christian íamos para o centro, eu iria dar aulas de dança, na escola de dança municipal e Chris iria trabalhar na lanchonete da Stacey.

Alfonso trabalhava para meus pais - era meio que meu informante -, a empresa deles não era no centro e por isso pegava outro caminho com sua moto.

Cheguei na escola cedo para conferir o novo horário. Balé para as meninas no primeiro horário, intervalo e, por fim, dança de salão.

Três horas de balé - para três diferentes turmas-, três de salão - mesmo esquema- e o intervalo era de 40 minutos.

Antes, tinha dança do ventre todo dia, eles haviam tirado. Haviam diminuido a carga horária, diminuindo a carga horária, diminuiriam o dinheiro, suspirei exasperada só de pensar em tal coisa.

Conforme o dia ia passando, passava por diferentes alunos, alguns eu tinha amizades e outros eram apenas alunos. As turmas mais avançadas já estavam dançando muito bem, com agilidade e talento, o que me deixava orgulhosa. Afinal, eu havia participado do processo de evolução de cada um.

No útimo horário, eu estava cansada, mas me sentia mais leve. Era o efeito que a dança tinha sobre mim, conseguia tirar todos os pesos dos ombros e me transferir para um mundo melhor.

De repente, a coordenadora, Angelique Boyer, entrou sorridente e irradiava um bom humor fora do comum, especialmente para ela. Sabia que aquilo só poderia significar uma coisa, dinheiro! Dispensei os alunos cinco minutos mais cedo, para podermos conversar a sós.

- Dulce, querida, vejo que faz um ótimo trabalho. - ela falou enquanto via os meninos saírem.

- Obrigada.

- Vim fazer uma proposta, você vai gostar. - ela garantiu, toda feliz.

- Pode falar.

- Preciso que dê aulas particular para uma pessoa. - meu queixo caiu e minhas sombrancelhas se levantaram. Não querendo ofender, mas não era do feitio da prefeitura pagar um professor um horário a mais por causa de uma só pessoa.

- Sério? E por quê?

- Como assim? - ela se fez de confusa.

- Não se ofenda, mas de onde sairá o money? - gesticulei com as mãos.

- Ah, sim, ele disse que vai pagar a você e à escola pelas aulas. - arregalei os olhos, totalmente pega de surpresa. Uma pessoa tão rica iria ter aulas numa escola bem melhor, ou até mesmo, em casa. Angelique estava sorridente como uma criança que havia acabado de ganhar o brinquedo mais caro da loja.

Ponderei sobre a proposta e tudo que me vinha a cabeça era: dinheiro! Precisava do dinheiro, para mostrar para os meus pais que posso conquistá-lo sozinha e porque preciso.

- Tudo bem! - aceitei e ela abriu mais ainda o sorriso. - Quando ele vai querer começar?

- Ele está aí fora, agora mesmo. - novamente, fui pegá desprevinida - Pode entrar! - ela gritou em direção à porta.

Quando ele entrou, de terno, mãos enfiadas no bolso, cabelos pentiados para trás, parecendo mais velho que o normal, evidentemente acanhado e com um sorriso de canto, os pelos da minha nuca se eriçaram.

Um frio percorreu a espinha e imediatamente fiquei na ponta dos pés, totalmente na defensiva. Apesar de estar evidente que ele estava com vergonha, fiquei com receio, afinal por que motivo le estaria ali?

- Olá, senhorita Dulce. - ele me cumprimentou formalmente, o que fora um tanto estranho. O analisei e a vinda da certeza de que ele estava sem jeito me acalmou um pouco, então resolvi abrir um pouco minha barreira.

- Hello, baby! - pisquei, ele sorriu ao ver que eu não estava com medo, ou com vergonha do fato de ele ter me achado de uma forma tão estranha. Apesar de que, sim, eu ainda estava com um pouco de receio.

O que Christopher estava fazendo na minha sala de dança?