Fanfics Brasil - Lírios em Lágrimas WEB`S Portiñón

Fanfic: WEB`S Portiñón | Tema: Portiñón


Capítulo: Lírios em Lágrimas

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-Eu te odeio any.
-Eu te odeio dul!
-Some da minha vida!
-O que aconteceu?
-Sinto muito senhora... ela não resistiu.
-C-como assim?
-Um caminhão bateu no carro com tudo... não pudemos fazer nada.
-Não...
-Ela morreu pouco antes de você chegar....
-Não!...
-Eu posso não voltar dul...
-NÃO!

-Dul! Dul! Acorda! -acordei ofegante, suando frio, assim como nos últimos dias, mais uma vez sonhei com ela.- Você tem que parar de se culpar Dul, ninguém
pudia prever aquilo. -permaneci em silêncio apenas esperando Blanca terminar o que tinha a dizer. Não que fizesse alguma diferença pra mim. Foi minha culpa e
 
todos sabem bem. -Não pode se culpar a vida toda... -ela deu um suspiro cansada- vai tomar um banho, eu espero até realmente querer me ouvir. -me limitei a
 
acenar com a cabeça e fui pro banho.


 


Lembrei do quanto éramos felizes.... se eu não fosse tão idiota ainda estaríamos juntas.

Desci as escadas, tomei café, dei uma breve olhada nas horas. 

Estava cedo e coloquei uma calça jeans, uma camisa de mangas comprida, botas e um sobretudo preto. Só haviam dois lugares em que eu queria estar.

Peguei meu carro e fui até um prédio abandonado, onde havíamos nos conhecido. Subi até o último andar e sentanda em qualquer canto acendi um cigarro.

Era um dia frio. Não tinha nada pra fazer naquele dia. Apenas caminhava pelas ruas até que algo me chamou atenção. Alguém chorava
Virei a esquina e lá estava ela. Caminhando de cabeça baixa, chorando, seus cabelos de um loiro vivo encobrindo sua face. 

A vi entrar num prédio abandonado e a segui. Estava com um mau pressentimento sobre aquilo. 

Quando cheguei lá em cima ela chorava ainda mais, agora olhando lá pra baixo. Percebi o que ia fazer e corri em sua direção.

Ela estava prestes a se jogar quando puxei sua cintura.

Continuamos caídas no chão. Ela chorando e eu a abraçando.

Foi daí que tudo começou. No início nos encontrávamos por acaso. Depois começamos a sair, namorar e com mais um pouco de tempo noivamos.

Any era a garota que eu sempre procurei. Era perfeita pra mim. Mas minha fama e ciúmes não ajudavam muito. Brigávamos quase o tempo todo... mas no final o 
amor sempre falava mais alto.

Qualquer um via o quanto éramos apaixonadas... talvez tenha sido isso o que tornou tudo tão difícil. Não era só a pressão das pessoas que eram contra nos duas, tinha também a 
emprensa, os boatos, as fofocas.

Nunca estávamos totalmente em paz.

Conseguimos levar até surgir o pior boato de todos.
O de que ela estava me traindo.

Eu estava em turnê e fiquei irada. Cega de ciúmes. Chegou a aparecer uma foto dela beijando outro garota.
Quem dera ter descoberto antes que foi tudo armação...


Nós brigamos feio por telefone e quando cheguei no Mexico tudo só piorou. Any tentou falar comigo várias vezes mesmo depois de tê-la magoado tanto. Eu 
evitei ao máximo de nos encontrarmos e quando por algum motivo isso acontecia a ignorava completamente, por mais que doesse em mim também.

Até que chegou uma noite em que saí pra beber.
Minhas irmãs tentaram me impedir mas eu estava determinada. Queria beber e assim o fiz.
Grande erro.

Saí da festa com uma garota qualquer e quando cheguei em casa lá estava ela. 

Foi quando falei com ela pela última vez...


-Dul! -ela pareceu feliz até ver a garota ao meu lado.- Quem é ela Dull?

-O que faz aqui Any? -apesar de bêbada a frase saiu perfeitamente compreensível.

-Manda ela embora, precisamos conversar.

-Não sei se notou mas temos algo mais interessante pra fazer, não é Dul? -se intrometeu a garota pra logo depois sussurrar um "livre-se dela".

-Não te quero aqui Any. Achei que tivesse percebido isso.

-Me deixa contar o que aconteceu.-

-NÃO! Tudo o que eu precisava saber eu já sei, você me traiu! -eu soltei a garota e fiquei de frente pra Any- E isso nada vai mudar. Nem o que você me disser

-Você está enganada, foi uma armação. -ela começou a chorar e eu quis retirar tudo o que disse, mas meu orgulho era grande demais pra isso.

-Suma daqui Any. Eu não quero te ver nunca mais.

-V-você só está bêbada e c-com raiva, se eu voltar amanhã, vai s-ser diferente, você vai me deixar fa-falar como sempre fazia. -ela disse entre soluços.

-Não Any. Eu não quero que volte amanhã, não quero que tente explicar o óbvio.

-Se v-você me deixasse explicar-

-Você é surda? Eu te quero longe de mim! Quero que vá embora!

-Eu posso não voltar Aul...

-Ótimo! É tudo o que eu quero, que NÃO VOLTE! Eu te odeio Any! -gritei a plenos pulmões enquanto a via chorar mais e mais.

-Eu te odeio dul!

-Some da minha vida! -ela saiu batendo a porta.


Me arrependo de cada palavra que disse naquela noite. 
Pudia tê-la abraçado, pudia ter ouvido o que tinha a dizer, pudia ter terminado aquela noite com ela... mas nada disso eu fiz.
Apenas assisti enquanto ela saía de carro.


Meu celular tocou me puxando de volta pra realidade.


"-Alô.

-Dul! Onde você tá ? A mamãe tá que nem louca atrás de você. -a voz da Blanca soava extremamente preocupada. 

-Pode falar pra ela que estou bem. Já to indo pra casa."

Fui no cemitério e deixei um solitário lírio tigrado representando o quanto sentia sua falta. Lírios eram as flores que ela mais amava e que por muitas 
vezes lhe dei, como um pedido de desculpas, como um presente... eles são agora uma das lembranças que tenho dela. 

Pouco antes de pedi-la em casamento ela deixou um boque de lírios do vale em minha casa e me mandou procurar o significado deles."Doçura, humildade, 
retorno à alegria" mas o significado que realmente fazia sentido era:

"Você completa minha vida"

Eles estão lá em casa até hoje apesar de não mais conseguir admirá-los. Pensar que estaríamos nos casando daqui a um mês dói mais do que se pode imaginar.

Minha vida não tem sentido. Acabei com a minha carreira não só por não conseguir mais cantar e atuar, nem escreve mas com conseguia. Eu sempre cantei pra ela e escrevia pensando nela antes e principalmente depois de conhecê-la. Agora eu não tinha mais nada... não tenho mais ela...

Any é a única garota que amei incondicional e irracionalmente. Todas as vezes que me deixei levar pelos ciúmes foi porque não pudia imaginá-la com outra a 
não ser eu. É, por ela eu me tornei mais egoísta que o normal. Por ela eu arrumei mais tempo pra ficarmos juntas. Por ela eu neguei contratos. Por ela eu 
tinha parado de fumar. 

E só com ela foi que eu decidi ter uma família, parar um pouco com a minha vida de viagens e shows e ficar com ela...

Mas eu me deixei levar. Depois de tantas fofocas, mentiras, brigas eu me deixei levar mais uma vez...


Eu morri quando cheguei naquele hospital.

Eu saí a toda a velocidade assim que recebi o telefonema de um policial afirmando que Any havia sofrido um acidente e estava sendo levada pro hospital. 
Assim que cheguei fui direto pra emergência. Encontrei um dos médicos e perguntei por ela, por sorte ou não ele foi exatamente o médico que a atendeu.


-Você é parente dela?

-Sou a noiva dela. -Ele deu um suspiro demorado o que só serviu pra aumentar meu nervosismo.- O que aconteceu? A Any está bem? Eu posso vê-la?

-Senhora...

-Dulce Maria.

-Senhora Dulce, procure se acalmar... acho melhor se sentar-

-Não, eu quero que me diga o que aconteceu com a Any pare de enrolar e diga de uma vez! -eu estava em pânico, Any tinha que estar bem, íamos voltar pra casa 
juntas quando recebesse alta, eu pediria desculpas, voltaríamos com os preparativos pro casamento, ela não pudia me deixar.

-Eu sinto muito senhora... ela não resistiu.

-C-como assim? -aquilo não pudia estar acontecendo, ela não pudia morrer!

-Um caminhão bateu no carro com tudo... ela chegou aqui com vida mas... não pudemos fazer nada...

-Não... -minha voz tinha sumido completamente... a minha Any... tinha ido embora?

-Ela morreu um pouco antes de você chegar... estava chamando pela senhora... -aquelas palavras me destruíram completamente, ela chamou por mim... e eu cheguei
tarde demais...

Eu devia ter acreditado nela, acreditado na minha Any e não nos outros! Eu fui uma idiota... encontrei o amor da minha vida e deixei que ele fosse embora 
por acreditar em mentiras... foi tudo culpa minha.


Cheguei em casa e minha mãe correu pra me dar um abraço. Se não vi errado ela estava chorando...

-Filha! Eu estava tão preocupada com você!

-Porque? Eu não ia cometer suicídio ou algo do tipo.

-Nem brinque com isso Dul! Você sabe que está sendo difícil pra todos nós, todos gostávamos da Any, sabemos que está abalada ainda mais depois da carta-

-Que carta? -todos me olharam surpresos.

-Você não leu?

-Eu não sei nem de que carta você está falando mãe.

-É da Any. -disse Blanca descendo as escadas. -Chegou hoje cedo.

-Deve ser alguma brincadeira de mau gosto.

-Não Dul. É a letra dela e tem a data de um dia antes do... de tudo acontecer...

-E porque só chegou agora?

-Isso ainda não sabemos.

-Não é dela.

-Leia e me diga se não foi a Any que escreveu. -ele falou apontando pra carta em cima da mesa. Peguei o pedaço de papel e a primeira coisa que eu vi foi a data 20/04.

-Tem a data de hoje.

-Não dul, é do dia 01. -eu olhei a carta de novo e lá estava dia 01/04. Devo estar ficando louca mesmo. Comecei a ler.


Oi dul, queria falar com você de outra forma mas... enfim, vamos esquecer isso.
Eu só queria que soubesse que não sinto raiva.
Eu te amo Dul...
Te amo e nada mudaria isso...
O que mais me machuca é te ver sofrendo assim...
Eu queria ver seu sorriso de novo, aquele sorriso que era só meu...
Queria te ouvir cantar como antes...

Lágrimas rolavam pela minha face, lágrimas que estavam presas a algum tempo. Lágrimas que só Any faria cair...

Eu pensei em te encontrar hoje ou amanhã, mas sei que não quer me ver agora.
Não quero que se culpe.
Aconteça o que acontecer estarei sempre por perto...
sempre que precisar...



Senti como se Any estivesse ali, falando comigo.


Independente de quando Any escreveu a carta, disse tudo o que eu precisava ouvir dela.


Subi pro meu quarto. Li e re-li a carta várias vezes até que peguei no sono.



-Dul. -eu abri os olhos e Any estava sentada em minha cama. Ela usava um vestido de festa azul claro talvez o mesmo que usaria em nosso 
casamento.

-Any? É você? 

-É tão bom te ver de novo. -ela me abraçou- Eu te amo e quero que se lembre que sempre vou estar por perto.

-Eu quero que volte a ser como era antes Any...

-Isso eu não posso mudar dul, mas ainda vou estar com você, te amando de onde estiver, ao seu lado enquanto precisar. -tudo a minha volta começou a 
escurecer- Tenho que ir.

-Não...



Acordei e meu quarto estava vazio. Uma única coisa estava diferente. Havia um lírio do vale em minha cama, dentro dele estava o anel de noivado da Any com 
um bilhete.

"O nosso amor não morre aqui"


Fim



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Autor(a): MahSmith

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E o passado se faz presente        Ano 2000, Rio de Janeiro, RJ:       --Dul, vem cá amor, me beija.   --Na frente de todo mundo da balada Anahí, nem rola.   --Só um beijo meu amor... E Anahí fez aquela carinha de pidona que Dulce , não resistia.   --Tá bom , mas s&oacu ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • laryssales Postado em 13/02/2015 - 15:46:28

    Gostei muito de todas *-*


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