Fanfics Brasil - III Ao caso do acaso

Fanfic: Ao caso do acaso | Tema: Cotidiano, High School Drama, Real Life


Capítulo: III

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- Por que vocês não me avisaram antes?!


 - Ah vamos, Sofia! Não é tão ruim assim.


 - Lógico que é! Eu odeio ficar presa, vocês sabiam disso.


 - Escute, era uma surpresa. E você vai gostar, prometo.


 - Claro, com toda certeza eu vou adorar.


 - Você vai ter a chance de fazer o que gosta, ou não. A opção lá dentro é sua, mas acho que isso compense. Agora já chega.


Colégio interno. Uma bela merda de um colégio interno em Évora. Instituto Artístico e Educacional Afrânio Guimarães. Aulas pela manhã, parte artística pela tarde, isso era o inferno na Terra, ficar presa em um colégio interno brincando de High School Musical. Será possível que nem Isabelle podia ter comentado esse pequeno detalhe?


Eles sempre falavam tão bem da bendita escola, mas nunca chegaram a comentar sobre o fato de ser um cativeiro! Revirou os olhos, bufando ainda inconformada. Os portões de ferro já eram visíveis, uma guarita de segurança de cada lado, fora mais dois homens de preto no chão.


 - Imagina, isso não é uma prisão...


 - Sofia.


 - Humpf.


 - Bem vindos ao Afrânio Guimarães. Vieram trazer a srta. Bermond, correto?


Óbvio que ele não saberia seu nome assim do mais completo nada, o computador de bordo que trazia nas mãos provavelmente continha informações. O sistema de segurança devia ter gravado a placa do carro quando os tios vieram matriculá-la. Ridículo.


 - Sim.


 - Sigam em frente pelos próximos dez minutos, o colégio logo será avistado. Tenha um bom ano letivo, senhorita.


 - Até parece.


 - Sofia.
 - Me calei, tio!


Ela tinha que admitir que a prisão era imensa, na verdade. Após cinco minutos de estrada havia um desvio à esquerda que indicava “Casa da Arte”. Lembrava muito a Casa da Música que se localizava no Centro do Porto, o prédio era tão extraordinário quanto, a área de estacionamento em frente era gigante.


Outro desvio, desta vez ao lado direito, exatamente em frente ao da Casa da Arte indicava “Studios”. Seis duplex se espalhavam pela área com pequenos jardins e estacionamento em frente de cada um, o segundo andar deles trazia uma das paredes de vidraça, dando uma visão completa do andar.


Nem tinha percebido a queda drástica na velocidade do carro.


 - Meu Deus, QUANTO vocês pagaram por isso?


 - Dez mil a anuidade. Sabia que você gostaria, afinal...


 - Meu Deus.


A estrutura central era enorme, o nome Afrânio Guimarães estava acima das portas negras de vidro da entrada. Não a altura, mas sim a extensão do prédio a assustava. Os seguranças abriram as portas e se encarregaram das malas num piscar de olhos. Ela nunca havia estado em um spa, mas algo lhe dizia que o luxo era o mesmo.


 - Bom dia, srta. Bermond. Meu nome é Clara e eu vou conduzi-los a conhecer o colégio. Me acompanhem por favor.


 - Bom dia, sim, claro. Vamos Sofia.


A falta de educação já lhe estava subindo a cabeça, cada vez mais aquilo parecia uma novela mexicana! Era tudo muito claro por trás das portas negras, cinco metros de corredor e um amplo pátio circular iluminado pelo sol divida o prédio ao meio.


 - Aqui virando à esquerda, temos os armários e as salas de aula do fundamental, e nos dois andares de cima ainda aqui na parte frontal esquerda temos os dormitórios femininos no primeiro andar e os masculinos no segundo. Chamamos esta área de AF1. Ala frontal 1.


A boca da menina foi se abrindo lentamente enquanto se dava conta das dimensões do lugar. Ela os faria contornar todo o pátio gramado indicando onde ficava cada coisa.


 - Aqui na traseira esquerda temos no térreo os laboratórios, salas de vídeo e artes. No primeiro andar temos a biblioteca, casas de banho de uso comum, as salas da coordenação, professores, diretoria e inspeção, e várias pequenas salas com computadores e mesas para os grupos de estudo. O segundo andar é proibido aos alunos, é onde ficam os dormitórios dos funcionários efetivos e a lavanderia. Chamamos esta área de AT1, ala traseira 1.


Ela não tinha freio na língua, será possível? Eles passavam agora para a parte direita do prédio, e exatamente em frente ao corredor por onde chegaram, só que do outro lado do pátio, se seguiam mais cinco metros de corredor para a parte detrás do colégio, mas não entraram ali, seguiram em frente.


 - Aqui no térreo da traseira direita temos os armários e as salas de aula do médio. Este aqui será seu armário, Sofia. Número 37.


Clara entregou-lhe uma pequena chave com o número 37, e continuou a tagarelar enquanto desta vez os levou corredor a dentro e curvou a direita, revelando um espaço amplo com uma bela escadaria.


- Aqui no primeiro andar temos somente dormitórios femininos das moças do médio. Venha Sofia, seu quarto é o 1305, e você dividirá o quarto com mais duas colegas.


Totalmente novela mexicana, só lhe faltava agora um amor proibido com um sorriso “Eu tenho trinta e dois dentes”. O longo corredor tinha vários vãos circulares, cada um dos pequenos “halls” com uma poltrona para dois lugares e uma mesinha de canto. Logo no início, o terceiro hall do lado esquerdo era o quarto 1305.


 - Você é a primeira a chegar, pode escolher sua cama e roupeiro, e lembre que está a sobrar uma cama em seu quarto, querida. Suas malas já estão aqui, depois você terá tempo de desfrutar o quarto, agora vamos descer e continuar a visita.


Voltaram ao térreo, finalmente voltando à continuação do corredor por onde entraram. A luz do sol atingira com mais força seus olhos, a impedindo de ver perfeitamente a extensão da área à sua frente. O gramado era imenso, um largo “dec” de madeira levava a um prédio desconectado do principal. Este com apenas dois andares tinha a fachada exatamente igual a dos studios.


Embaixo, uma lanchonete com várias mesas e cadeiras, uma TV grande com música e ao fundo, jogos como sinuca e futebol de mesa. Uma escada à direita levava ao segundo andar completamente exposto por uma das paredes serem de vidro. O salão de festas.


 - Aqui é nossa área de lazer, onde você irá passar os intervalos e descansar. A direita como vê, temos o campo de futebol e a quadra poli esportiva, e a esquerda nossa piscina. Mais adiante temos espaços para piquenique e golf, mas não lhe mostrarei isso agora. Vamos voltar para dentro.


Será que existia um heliporto ali também? Era o que faltava! Respirou fundo pela centésima vez naquele dia, a visita devia estar perto do fim. As aulas só começariam na segunda e seus tios a estavam trazendo no sábado, não conseguia imaginar um bom motivo para o ato.


 - Só nos resta a AF2, ala frontal 2, onde temos no térreo a academia e a sala de yoga. No segundo andar a sala de arte geral, onde você terá suas aulas a tarde caso escolha a disciplina. Então, já está. Este é o nosso colégio, espero que a senhorita se sinta em casa. Agora com lincença, há mais pais chegando.


 - Graças a Deus.


 - Então Sofia, que achas do colégio?


 - É o maior lugar que eu já vi! Pra que tudo isso? Eu não ‘to querendo virar popstar, nem bonequinha da Disney, tio!


 - Porque você merece o melhor, e não vai virar popstar, nem bonequinha da Disney. Você gosta de música, e a matéria é opcional.


 - Hã, ta bem.


 - Temos que ir, Sofia.


Ele beijou a testa da sobrinha ainda emburrada. Já iria largá-la ali? Que absurdo, além de tudo ela iria ficar sozinha no inferninho. É, era assim que ela havia apelidado o lugar.


 - Vá para o seu quarto arrumar suas coisas, ta bem?


 - Não tenho mais pra onde ir né? Nem muro pra pular esse colégio tem disponível.


 - Exato, e você não sabe pular muros, Sofia. Até a próxima, querida.


 - Tchau tio...


Não conhecia ninguém pelos corredores, a maior parte dos alunos presentes eram do fundamental, e os poucos do médio eram do último ano. Subiu as escadas e parou em frente a seu quarto, analisando a porta de madeira escura. Observou a maçaneta prateada pelo que pareceu serem longos cinco minutos.


 - Quer ajuda pra girar a maçaneta, rapariga?


 - AI HUGO! NÃO ME ASSUSTE, CARALHO!


 - Me desculpe, eu não resisti!


O moreno se derretia em gargalhadas sentado na poltrona. Estava tão distraída que nem notara a aproximação do amigo. Seu coração quase saltara pela boca.


 - Então, vamos adentrar no mundo dos sonhos que é o dormitório feminino do médio!


 - Sem dramas, por favor.


Entortou a boca enquanto os dedos envolveram o metal frio e girando-o lentamente, Sofia abriu a porta do novo quarto.


 - Ah meu Deus...


 - Isso parece o quarto da Barbie, cara.


 - Calado.


Podia-se dizer que era retangular. Logo à direita, a parede era completamente coberta por um espelho, e em frente a ele quatro penteadeiras em tabaco. O banheiro ficava em frente à porta de entrada, e suas malas estavam neste espaço entre as duas portas. À esquerda, duas camas de cada lado, e acima delas uma estante com vários vãos.


A madeira branca das camas contrastava com os grossos cobertores, cada uma trazia uma cor diferente, e ela se atraíra pelo verde. Na parede oposta as penteadeiras, um grande roupeiro com quatro portas de correr parecia majestoso. Pelo visto era uma porta para cada uma.


 - Caramba, que tapete rosa maneiro! E olha o tamanho desse espelho, vai até o teto, nem dá pra ver a tinta da parede!


 - Hugo, agora é a hora em você cai fora pra donzela arrumar as coisas.


 - Cadê a donzela? Não ‘to vendo nenhuma!


 - Então é a hora em que a bruxa má te põe pra fora. FORA HUGO!


 - Ta bem, menos agressão ao próximo!


A tapas, o rapaz saiu rindo do aposento. Ela respirou fundo tentando escolher uma cama, e optou pela segunda na parede da porta do banheiro, e arrastando as duas malas e uma bolsa, fora sua bolsa pessoal, seus braços começaram a doer. Se jogou no edredom verde encarando o teto. Ela não fazia idéia de quem seriam suas companheiras de quarto e ainda teria tudo aquilo pra arrumar.


 - Ai senhor, ajuda!


***


 - Shi, te cala!


 - Ta bem, Paola! Não fique a falar assim comigo!


 - Marisa, te CALA! Senão a rapariga vai acordar!


Sofia já estava acordada, elas é que não sabiam. Estava exausta devido à noite anterior, ao menos suas coisas já estavam em seus lugares. Devagar ela sentou-se na cama e virou-se em direção a fonte das duas vozes, mas antes ajeitou os cabelos embaixo dos cobertores.


 - Ah pronto! Vistes o que fizestes, tagarela?


 - Não foi minha culpa, eu estava a falar baixinho!


 - Ei, sem problemas... Eu já estava acordada antes de vocês chegarem. Sou Sofia Bermond, eu vim do Brasil.


Uma das garotas se dirigiu para a cama laranja em frente a sua, e a outra para a vermelha ao seu lado. Observou-as enquanto abriam as malas em cima das camas, à da laranja veio até ela com um largo sorriso.


 - Olá Sofia, sou Paola e a tagarela é a Marisa.


 - Tagarela não, mas que coisa Paola! Olá Sofia.


Paola era mediana, cabelos castanho claros e olhos verdes, um pouco cheinha, mas não chegava a ser gorda, possuía um sorriso encantador. Já Marisa parecia uma top model. Alta, loira, olhos azuis e muitíssimo magra. Sua face era angelical, diria a qualquer um que ela era até mais nova.


Sofia se levantou para abraçar as duas meninas.


 - Ai que lindo! Quem é o gajo contigo neste retrato, moça?


Marisa pegara o porta-retrato que Sofia havia posto na estante acima da cama. Na foto, Marco a abraçava por trás e apoiava o rosto em seu ombro, o sol iluminava o sorriso do garoto e os olhos dela.


 - É meu ex-namorado, no Brasil.


 - Ai ele lembra o Rogério do segundo, né Paola? Que pena querida, você deveria casar com ele, é lindo! Paola? Que é isso, Paola?!


Duas guitarras e um violão estavam em cima da cama dela, uma preta escovada e outra vermelha e branca, e uma caixa de metal estava aberta com uma... furadeira.


  - Que foi?


 - ONDE ARRUMASTE UMA FURADEIRA?!


 - Eles não furaram a parede para pendurar minhas crias, tive que arranjar algo pra furar então!


Já tinha subido em um puff e agora os pregos já perfuravam as paredes selando os apoios das guitarras. Limpou as mãos com um sorriso satisfeito quando após quinze minutos de trabalho os três instrumentos reluziam nas paredes. As garotas permaneceram de queixo caído observando-a.


 - Então, quem quer fazer um lanche? Mais tarde nós desarrumamos as malas, Mama. E você, tirando esse pijama madame.


 - Você é maluca, acredite.



 - Por isso vocês me amam, agora circulando!




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Autor(a): Lily

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • lucasdelgado22 Postado em 13/06/2014 - 13:53:45

    leitor novo, posta mais :(

  • isabelserra Postado em 17/05/2014 - 16:53:50

    oooou, cade você? quero mais poxinha :(

  • oliviasalzze Postado em 17/04/2014 - 03:13:53

    Ahhh que bom que você está conseguindo acompanhar, Isabel!! Acho que estou escrevendo exclusivamente pra você, olha que importante u.u hahaha Ja ja eu lanço o resto do capitulo, é que deu uma apertadinha na facul :( Mais hoje mesmo já sai mais! Beijos e continue por aqui!!

  • isabelserra Postado em 16/04/2014 - 22:23:59

    Posta maissssssssssssssss. Ah esse Rodolfo >< rs

  • isabelserra Postado em 15/04/2014 - 19:31:10

    continuaaaaa

  • oliviasalzze Postado em 11/04/2014 - 17:50:16

    Olá, bem vinda também!! Tem tanto tempo que não publico minhas coisas que to achando o máximo que vocês tenham aparecido por aqui hahah Olha, desde que você passe aqui de vez enquando pra dizer o que tem achado, já vou ficar muito feliz! Hoje ainda devo postar mais uns dois capitulos. :)

  • isabelserra Postado em 11/04/2014 - 16:43:28

    Uaaal! Leitora nova aqui. Não sou muito de ler, sou mais de escrever, mas adorei! E vou ler u.u Sou um pouco devagar. Mas, prometo que vou tentar acompanhar rs

  • oliviasalzze Postado em 11/04/2014 - 16:34:03

    Ah eu tenho uma leitora *-* Bem vinda! Eu já tinha tudo isso pronto, só precisei revisar pra postar, mas de ontem pra hoje já escrevi uns 3 capítulos. To aproveitando a folga na faculdade pra escrever. Fico feliz que esteja gostando, sério mesmo! hahah

  • man_pc Postado em 11/04/2014 - 16:00:28

    To adorando. Posta mais *-*


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